Apenas epílogo

Ela entrava, usando um vestido de um tom perolado.Estava linda.Linda era pouco, indescritível.Sorria e segurava um buquê.Chegou no altar, postando-se no lado oposto ao dele, que lhe lançou um olhar de admiração.Ela sorri e vira-se para o átrio da igreja, por onde a noiva entrava.

Era uma linda festa.Eles queriam que fosse muito simples, mas os parentes de Amèlie insistiram que fosse extremamente rebuscado.Esta nem se importou, estava realizando o seu sonho.Hoje virava a senhora Snape.
O sim foi dito perante muitos olhares de reprovação.Eles nem ligavam.Saíram sorrindo para aqueles com cara de desgosto, seguidos por Annebelle e Draco, os padrinhos.

Estes nem ao menos puderam trocar palavras durante a cerimônia.Se suas famílias descobrissem que eram amigos, ou pior, que eram namorados, seria o fim.Restringiam-se a andarem próximos e trocarem olhares.Na hora da valsa, foram obrigados a dançar, e foi com muito esforço que resistiram à vontade de grudarem totalmente seus corpos.Tinham que fingir indiferença, ou pior, fingir que estavam odiando a situação.

Era um lindo dia de verão, estava quente e um pouco abafado.Os convidados da noiva e do noivo nem tentavam serem cordiais, mas se criticavam abertamente.
-Coitada de você, Annebelle.Ter que dançar com o traste do meu sobrinho.
-Ele é meu primo, mãe.
-Infelizmente, esqueça isso para poder ser feliz.


Draco ouvia algo semelhante.
-Ter que dançar com aquela...Earnshaw!Não sei onde Severo estava com a cabeça.
-Ela é minha prima, mãe.
-Nem me lembre que temos essa mancha na família.

Cansados de ouvirem críticas um do outro, foram tomar um pouco de ar.Saíram discretamente, sendo apenas reparados pelos noivos.

-Não é um casal lindo?-Disse Amèlie, virando-se para o marido.
-Perfeito um para o outro, eu diria.
-Quem imaginaria que eles ficariam juntos?
-Você mesma disse que eles se davam extremamente bem quando crianças...
-Ah, mais isso poderia mudar...
-É, senhora Snape?Com o tempo os sentimentos podem mudar?Bom saber disso...
-Oras, não fala bobagem.Afinal, quem diria, em senhor Snape?Totalmente sem sentimentos, durão.Como eu fui me casar com você?
-Bom, a verdade é que para cada geração dos Earnshaw, existe um sonserino para ser conquistado.
-De preferência um bem teimoso, né?
-Para concordar com essa Earnshaw, que é uma enorme cabeça dura...
-Para tudo!Ainda dá para cancelar o casamento?-Disse isso e depois riu da cara que Severo fez, divertindo-se com o fato de ele acreditar na possibilidade de ela deixá-lo.


-Andrew gostaria de estar aqui...-Disse a senhora Earnshaw.
-Para com isso, Alice.Se Annebelle a ouvir acabará com a felicidade dela.
-Seria bem feito, ela acabou com a minha, Amèlie.
-Como pode? Ela era tão pequena, deveria se alegrar por ainda ter uma filha.
-Quem mais sofreu com isso foi a Annebelle.Se já não bastasse a dor por ter perdido o irmão, arcou com a culpa.Não é um comportamento exemplar dos pais, ainda bem que ela achou alguém que demonstre o quão especial ela é. -Disse Severo, e levou a mulher para dançar, não vendo a cara de curiosidade da cunhada da esposa.




Assim que se encontraram longe o bastante da festa e da vista dos outros, fizeram o que desejavam desde que se viram mais cedo no mesmo dia.Draco a puxou e a deitou no chão, beijando-a em seguida.
-Merlin, você está linda!
-Obrigada.Você também está razoável!-Riu e beijou novamente o namorado.
-Posso tirar esse vestido?
-Você está usando um?
-Engraçadinha.
-Não, sério.Não agora, não aqui...Mas o que achou do casamento?
-Legal por eles estarem se casando e horrível por estar longe de você.
-Se ouvisse o que meus pais falam da sua família...
-E os meus da sua?
-Nunca poderemos festejar o nosso casamento se continuarem assim...
-Nos casaremos escondidos, então.
-Não quero isso.Amar você não é algo que quero esconder, Dracul...
-O que faremos então?
-Não sei, depois pensamos.Vamos para o sétimo ano, não é um pouco cedo para pensarmos nisso?
-Não...Olha, quando nos formarmos te peço em casamento.Noivamos até termos dinheiro o bastante para nos casar e que o resto do mundo se exploda!
-Há, por que só quando nos formarmos?
-Por mim nos casamos agora!
-Com 16 anos?Não, muito obrigada!
-Eu tenho 17!
A menina o olhou incrédula, enquanto ele dava um sorriso malicioso.
-Não acho que tenhamos que nos casar tão cedo.O que importa é que nos amamos, e esse sim é um motivo para não ligar para o resto do mundo.
-Eu te amo, Annebelle.Se você pensar somos um casal adiantado, não?Veja Severo e Amèlie!
-Eles são muito atrasados, isso sim.
Eles riram, e ela se deitou apoiada no peito dele, olhando para as estrelas enquanto ele brincava com seu cabelo.
-Dracul...?
-Sim, Lola.
-Tudo nesse mundo precisa de algo em troca...
-E...?
-Se somos tão felizes hoje, um dia teremos que sofrer muito.
-Mais do que já sofremos?
-Se quisermos continuar a ser felizes sim.
-E isso te preocupa?
-Me preocupa termos que sofrer, termos momentos tristes, termos perdas.
-Como seus pais perderam um filho?
Anne concordou com a cabeça.
Draco se virou, ficando com a cabeça em cima da dela.
-Estaremos juntos, Belle.Isto já basta.Quando formos os mais desgraçados do mundo, se ainda tivermos um o outro ainda seremos felizes.Você sempre temeu a tristeza.Ainda não percebeu que enquanto eu estiver ao seu lado não deixarei isso acontecer?
Ela tinha os olhos marejados.Ele a envolveu pela cintura e se sentou.
-Mas Draco, e se perdemos um o outro?
-O único jeito de nos perdermos é se deixarmos de nos amar, e isso eu prometo que não vai acontecer.
-E se você morrer?
-Lola, Lola...Mesmo morto não deixaria de te amar.
Ela mais uma vez sorriu, o significado das palavras ecoando em sua mente.
-O que eu fiz para te merecer?
-Nasceu.
-Eu te amo, priminho.
-Eu também, priminha.
Beijaram-se.Demoradamente.Mas muito demoradamente mesmo, descobrindo-se, tentando recompensar todo o tempo que poderiam estar fazendo isso e não fizeram, por diversos motivos.Até que Anne se separou dele e disse:
-Há quanto tempo estamos aqui?
-Não sei...Muito?
-Dracul, devem ter notado nossa falta!-Disse se levantando e arrumando o cabelo.Foi até Draco e tirou as folhas do cabelo dele, demorando-se ao máximo nessa tarefa, acariciando sua nuca e freqüentemente seu rosto, tentando conhecer mais do que já conhecia aquela expressão.Quando terminou, mesmo com vontade de jogá-lo nas árvores para poder recomeçar sua tarefa, deu-lhe as mãos.

Olharam-se.Tudo que era necessário ser dito foi transmitido com um olhar.
Voltaram para a festa sem se importar com o que diriam.Juntos, enfrentariam satanás e todas as suas legiões.Não tinham o que temer.Pararam para lançar um último olhar ao luar, ou melhor, olharem um o outro na luz do luar.
Para um expectador de fora, seria apenas um casal parado iluminados pela lua.Para quem, que como nós, conhece a história dos dois, saberia que estavam selando um pacto, uma jura de perseverança, tendo o astro noturno como sua testemunha.



-Fim total.Mesmo que pedissem nem dá para ter continuidade, sabe.A história tem que terminar aqui.
Algumas explicações:

Juntos, enfrentariam satanás e todas as suas legiões.Não tinham o que temer.Pararam para lançar um último olhar ao luar, ou melhor, olharem um o outro na luz do luar.
Parte totalmente inspirada no fim de o Morro dos ventos uivantes, de Emily Brontë.
Os direitos autorais já se esvaíram faz tempo, mas mesmo assim o crédito é dela.Recomendo totalmente o livro, mesmo sem ter muito a ver com a fic em si.

Sobre a lua como testemunha, nada mais justo, afinal, foi ela quem uniu os dois, não?

Esqueci de falar no capítulo dele, mas me desculpem pela história do Andrew.Arquitetei no ônibus, e não arranjei nada melhor, sabe.Mto dramática, mas...

Por fim, muitíssimo obrigada a quem chegou até aqui.Puta de uma história chata, eu tenho consciência.Please, desconto para minha primeira fic, O.k??E comentem, por favor, senão não tenho como saber o que acham, por exemplo, a Agatha, que me falou para por de quem é a fala.Só não deu para fazer isso nesse capítulo, senão ficava estranho.
Muitíssimo obrigada a quem leu e comentou, mas dessa vez sem até o próximo capítulo, mas talvez próxima fic, espero!!!XD!!!


Bjs!

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