A Cadeira do Meio



Capítulo 15
A CADEIRA DO MEIO


Hogwarts estava tão bela como sempre. A cerimônia de abertura naquele ano não podia ser mais bonita e, segundo Lupin, Minerva tinha cuidado para que nada saísse errado. Ela não queria deixar que nenhum aluno percebesse a fragilidade da escola sem seu líder. Lupin e Tonks já tinham levado a bagagem de todos para Hogwarts pela manhã, já que Minerva tinha pedido que os dois chegassem em Hogwarts antes de todos os alunos.

Ao que Harry, Ron, Mione, Gina, Luna e Neville entraram no Grande Salão, logo perceberam que este estava muito mais vazio do que de costume. Segundo últimas informações, muitos pais tinham tirado seus filhos da escola o que era tolice, segundo Lupin, já que Hogwarts continuava a ser segura mesmo após a morte de Alvo Dumbledore.

A mesa dos professores estava composta por Firenze e Sibila Trelawney de Adivinhação, Lupin, Tonks, Flitwick de Feitiços e Sprout de Herbologia a um lado. Do outro lado estavam Hagrid de Trato com Criaturas Mágicas, Vector de Runas Antigas, Binns de História da Magia, um professor que Harry não soube reconhecer e Minerva de transformações. A cadeira do meio, antigamente ocupada por Alvo Dumbledore, estava vazia.

Harry olhou para a mesa da Sonserina e não ficou surpreso em ver que nem Draco, nem Crable, nem Goyle estavam ali. Nesse momento Harry sentiu-se um pouco mal: será que ele tinha mesmo matado Draco Malfoy?

Um rebuliço de vozes enchia o grande salão. A mesa da Sonserina era a mais vazia enquanto a da Grifinória era a mais cheia. No entanto, não era pior olhar para a mesa da Sonserina porque agora Denetra, uma das componentes do Elo, estava sentada ali.

- Denetra vestindo uniforme da sonserina... – Disse Harry baixinho aos seus amigos. – Isso é estranho, não acham?

- Eu não acho. – Disse Gina de cara amarrada. – Por que você não vai pra lá com ela, Harry? O chapéu já não ia mesmo te por lá no primeiro ano?

Harry esquecera-se que comentar qualquer coisa que envolvesse o nome Denetra perto de Gina era sinônimo de provocar ciúmes na ruiva. Quando todos os alunos estavam sentados em seus lugares e o rebuliço de vozes tinha aumentado, tudo parou. Naquele momento, uma mulher entrou no salão pela porta da frente e todos se calaram. Era uma mulher baixa e não tão magra. Seus cabelos eram todos encaracolados e de uma mistura de castanho e branco o que dava um tom acinzentado aos seus cachos.

Era uma senhora muito distinta, pensou Harry. A mulher usava anéis em praticamente todos os dedos e tinha pulseiras no braço que tilintavam ao se mexer. Usava grandes brincos prateados de argola e colares de argola combinando com o chamativo par de brincos. Seu vestido era roxo e ela usava um sobretudo lilás sobre o vestido que esvoaçava ao andar.

Sua varinha era curta e Harry tinha certeza que vira sininhos prateados pendurados em uma das pontas. Mas apesar da roupa colorida e das bijouterias, já se tratava de uma senhora pelas fortes marcas de expressão. Porém Harry calculou que ela não deveria ter nem sessenta anos ainda visto o seu sorriso amável que fazia-a parecer bem mais nova.

Ela entrou apressadamente pela porta e passou entre as mesas da Grifinória e da Lufa-Lufa que ficavam mais ao centro do salão. Ao chegar bem perto da elevação onde ficava a mesa dos professores, ela disse com uma voz empolgante e fraterna:

- Boa noite, meus caros professores! – Virando-se então para o salão de alunos – Boa noite, minhas crianças!

Todos entreolharam-se curiosos. Alguns a acharam falsa, outros a acharam estranha e outros não souberam o que dizer. Harry particularmente a tinha achado extremamente simpática. Nesse momento, a mulher subiu para a mesa dos professores ocupando a cadeira do meio:

- Parecem assustados. É claro... Eu devo ter assustado vocês... Mas antes que eu possa me apresentar e começar a falar feito uma gralha retardada, antes nós vamos ver os nossos novatos serem selecionados! – Ela voltou-se para olhar a porta – Senhor zelador, por favor... Pode trazer as crianças, sim? Creio que esse ano não vão ser muitas, já que todos estão achando que vão ser atacados se virarem a esquina!

Filch saiu e voltou trazendo os nove alunos novos. Eles entraram assustados e se puseram rapidamente à frente do Chapéu Seletor. Enquanto iam sendo selecionados, Harry viu que a mulher batia palmas cada vez mais alegre e empolgada. Ela parecia ficar feliz com tudo o que acontecia e seu sorriso para as crianças do primeiro ano era amável e acolhedor.

Acabada a seleção das casas, a nova diretora voltou a se levantar.

- Bem... Sejam bem-vindos alunos do primeiro ano. Sejam bem-vindos à escola Hogwarts de Magia e Bruxaria de Alvo Dumbledore! Meu nome é Raviolla Arqueduk Baron, mas não se atrevam a me chamar por Sra. Baron se não quiserem me irritar... – Riu-se. – Estou brincando... Na verdade, eu não gosto do meu nome. Me lembra comida e eu não posso comer muito, regime sabem? Chamem-me somente de RAB. – Harry encarou Mione e Rony.

Ela é R.A.B.!

Mas então a nova diretora retomou.

- Esse ano, é um ano de grande mudanças já que o nosso antigo diretor nos deixou, e colocou Hogwarts a meu encargo. Por que ele fez isso? Bom, eu não tenho idéia. Mas eu quero que saibam que uma escola é uma família e no ano passado nós perdemos parte da nossa família, mas vocês devem por na cabeça de vocês que isso só pode vir para o bem!

Harry encarou Mione e Rony com um olhar perplexo. Ela não podia estar falando sério! A morte de Dumbledore veio para o bem?

- E agora vocês devem estar pensando: o que essa velha retardada está dizendo? Ela está tentando dizer que a perda de um familiar é boa? E daí eu lhes digo: bem, meus caros... O mundo gira! – E esse ponto Harry não estava entendo mais nada. As palavras daquela mulher eram confusas e Harry não sabia o que pensar, mas então RAB retomou. - Quem faz o mundo girar é o tempo e esse tempo nos traz surpresas boas e surpresas ruins. Ninguém é eterno, meus caros e a hora de partir chega para cada um de nós. A hora de Dumbledore chegou no ano passado. Não estou pedindo para que não fiquem tristes pela morte dele, eu também fiquei. Mas se formos pensar, esse é um ato egoísta! – Ela fez uma pausa para que todos tentassem digerir cada uma daquelas palavras - Não podemos exigir que as pessoas vivam para sempre só porque não queremos sentir falta delas... Nós temos que ficar felizes, porque Alvo Dumbledore foi um homem grandioso. Seus feitos nesse mundo deixaram marcas. Ele sabia que a hora dele estava chegando e deixou tudo organizado para que nós nos beneficiássemos das coisas boas que ele fez. Quando falo de coisas boas, não estou me referindo apenas às materiais. Não estou me referindo somente aos usos do sangue de dragão ou a Pedra Filosofal. E também não estou me referindo a grande ajuda que ele nos prestou quando combateu o bruxo Voldemort.

Ao ouvir esse nome alguns alunos ficaram assustados, mas Harry gostou de saber que R.A.B. tinha coragem de chamá-lo pelo nome.

- Estou me referindo, minhas crianças, a esta escola. Dumbledore não foi quem a construiu, mas foi quem melhor a dirigiu e ensinou coisas que ficarão guardadas para sempre. Um homem exemplar cujo maior desejo, além do sorvete de limão, era que essa escola nunca fechasse. O Ministério a quis fechar muito mais vezes do que vocês pensam. Há cinco anos... Ele quis fechar só por causa de uma cobrinha escondida numa câmara abaixo dos seus pés, mas Dumbledore resistiu. Há quatro anos, quis fechá-la por causa do coitado do Black que não tinha bulhufas a ver com a história e, quando na verdade, a culpa era toda de um rato imundo, Dumbledore também impediu que a fechassem. Quando o nosso querido loiro bonitão morreu pelas mãos do mesmo rato imundo a pouco mais de dois anos atrás... O Ministério quis fechar a escola, mas Dumbledore também não permitiu. Por fim, há um ano e meio o Ministério quis tirar Dumbledore da diretoria da escola... Mas Dumbledore voltou pra cá! E isso tudo pra dizer que nós estamos aqui, para dar continuidade a obra de um grande homem. – R.A.B. então abriu um largo e terno sorriso. - E agora vamos comer antes que o estômago de vocês os engulam de uma só vez!

A comida surgiu na frente de todos eles. Desta vez havia mais comida para cada um já que o número de alunos da escola tinha se reduzido quase pela metade e então Harry sentiu que as pessoas estavam atacando a comida com bem menos ferocidade. Enquanto comia, as palavras de R.A.B. não saiam da cabeça de Harry, que estava sentado à ponta da mesa, o mais perto que pôde dos professores.

RAB então levantou-se novamente depois de um tempo.

- Por favor, silêncio – Ela não precisou gritar. Ao dizer isso, o salão inteiro virou-se para a mesa dos professores – A professora McGonagall quer dizer umas palavrinhas à vocês.

R.A.B. voltou a se sentar ao que Minerva se levantou.

- Boa noite a todos. – Todos sentiram que Minerva estava ligeiramente mais educada. - Devido aos problemas que tivemos esse ano, não pude mandar as cartas aos alunos indicando quem seriam os monitores-chefe de cada casa. Mas antes de anunciar os nomes, gostaria de explicar-lhes uma pequena mudança no quadro de professores. A professora Ninfadora Tonks e o professor Amateu Godwin ministrarão as aulas de Poções. Tonks dará aulas até a quarta série e Godwin dará aulas para quintas, sextas e sétimas séries.

Godwin encarou Harry com o olhar. Era um homem velho de cabelos brancos e muito sério. Rony observou que o professor tinha cara de um cientista maluco que viu na televisão.

- Para o cargo de Defesa Contra as Artes das Trevas, o professor Lupin voltará a ministrar as aulas em Hogwarts! – O salão irrompeu em aplausos. - Agora vamos para o anuncio dos monitores chefes: da Grifinória, a nossa monitora chefe esse ano será Hermione Granger!

O salão irrompeu em aplausos enquanto Mione foi até a mesa buscar seu distintivo de monitora-chefe. Godwin então encarou Harry mais uma vez com um olhar assustado, mas nada podia tirar a atenção de Harry agora: Lupin voltaria a dar aulas!

Minerva continuou a anunciar os nomes dos monitores das outras casas, e então Harry sentiu algo bater em sua cabeça. Quando virou-se, viu que alguém tinha jogado uma pequena bola de pergaminho amassado em sua nuca. Harry então virou-se para todos os lados, mas foi na mesa dos professores que encontrou o dono da bolinha.

R.A.B. estava dando risada e olhando para a cara perdida de Harry. O menino não entendeu porque a professora tinha feito aquilo, mas então ela indicou para que ele abrisse o pergaminho. Ao abrir, Harry encontrou as seguintes palavras:

Preste mais atenção na sua nuca!
Eu preciso falar com você ainda hoje... É importante...
R.A.B.


Harry então pegou um pedaço de pergaminho e escreveu:

O.K.

Minerva enfim acabara de anunciar o nome dos monitores e os alunos voltaram a comer. Amassando o pedaço de papel novamente, Harry o jogou em R.A.B. que, mesmo sem olhar, parou o papel no ar com a varinha. Quando os outros alunos viram o que estava acontecendo, o salão inteiro começou numa guerra de bolinhas de papel que envolvia todos os professores, inclusive Minerva que estava rindo à toa atacando Hagrid com grandes bolinhas de papel que ela mesmo conjurava.

A guerra de papel estava, a cada momento, tornando-se mais divertida e R.A.B. estava dando gargalhadas enquanto lançava uma metralhadora de bolinhas de papel na cabeça careca do minúsculo Flitwick que não conseguia acertar a cabeça de ninguém. Depois de um tempo de muita diversão, R.A.B. fez um sinal com a varinha e as bolinhas pararam no ar:

- Agora, acho que chega de bolinhas de papel... – A um sinal, as bolinhas viraram borboletas e saíram pela porta do castelo – Vão todos para as suas casas guiados pelos seus monitores. Bons sonhos, crianças!

Harry então avisou aos seus amigos sobre o bilhete de R.A.B. e Rony contou que Denetra tinha se tornado monitora chefe da Sonserina, para a revolta dos poucos sonserinos restantes. Enquanto todos os professores e alunos se retiravam do Grande Salão, R.A.B e Harry tinham ficado sentados. Afinal, o que aquela bruxa maluca queria com ele?

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