Os Oito Anéis
OS OITO ANÉIS
Harry levou sua mão uma última vez à caixa da Rosa Branca e dela tirou um pequeno porta anéis. Harry percebeu que a pequena caixa de cor acinzentada era a aquele tipo de caixinha que guardava jóias e, neste caso, visto o seu tamanho, um anel. Harry examinou cada detalhe da pequenina caixa de cor clara e revestida de tecido macio. Depois de um longo suspiro, decidiu abri-la.
No entanto, não foi um anel que Harry Potter encontrou dentro da pequenina caixa, mas oito deles. Oito anéis idênticos, feitos de prata ou ouro branco – Harry não soube dizer. Os anéis eram muito bonitos e eram pouco mais grossos que alianças de noivado, pensou Harry. Mas havia um detalhe nos oito que era o mais importante.
Em cada um deles, estava gravada a figura de uma rosa de cor branca que, aos olhos dos desatentos, não existiria já que sua cor se confundia com o brilho prateado do anel. Além disso as finas jóias eram pequenas, observou Harry.
Devem ter sido feitas sob medida para dedos de moça!
Cada um dos oito anéis estava preso a um pequeno fio em forma de aro de metal. Harry desentortou o fio de metal, libertando os oito anéis de Rosa Branca e colocando-os em sua mão. Os anéis eram tão perfeitos que eram, inclusive, do mesmo tamanho e suas rosas eram desenhadas na mesma posição.
Harry então pegou um dos anéis e vestiu-o no anelar. Obviamente, seu dedo era mais grosso que o anel, mas quando aproximou a jóia do seu dedo... Ela coube! Harry ficou imaginando que, como Violeta dizia na carta, os anéis eram mágicos prontos para servir em qualquer dedo.
Mas a quem daria os outros sete anéis? Será que sua mãe desejava que Harry refizesse o Elo? Mas a resposta veio de pronto. Incrustado no vão da pequena caixinha de veludo acinzentado, Harry encontrou um pedacinho de papel. A letra no papel era muito bonita e o pergaminho já estava extremamente amarelado, mas ao ler o que estava escrito, Harry percebeu o porquê.
“13 de Agosto de 1769
Com as mulheres Evans os oito devem continuar,
De geração em geração, de mãe para filha, devem passar,
De posse dos anéis, cada filha Evans os pode dar
Àqueles que seu coração desejar
Desde que nunca se permitam os oito desvencilhar.
Com uma das mágicas mais antigas do Mundo
Os oito unem seus possuidores, num segundo
Se a linhagem dos Evans acabar,
A posse dos anéis terá que continuar
E mesmo se pelas mãos de homens passar
Para as mãos de uma dama, um dia, terá de retornar.”
Harry leu a carta diversas vezes para tentar entender bem o que ela dizia. Os anéis tinham sido confeccionados a mais de dois séculos passando de Evans para Evans sempre numa linha matriarcal, mas agora tinha se rompido uma vez que Lilian não tinha tido filhas mulheres.
Segundo a carta, Harry poderia ficar com os anéis, mas deveria passá-lo automaticamente a próxima mulher da família... O que significava, sua filha. Mas então Harry voltou-se à última carta de Violeta como que com um pressentimento. Examinou a carta e então bateu nela com a varinha e disse “Revele seus segredos!”.
De pronto, nada aconteceu, mas antes que Harry pudesse se frustrar, letras foram surgindo em baixo do “Obs” da carta de Violeta. Seguindo o padrão de letras da segunda carta, estava escrito:
“Obs2: Eu sei que o que você mais quer é que o Elo seja passado de geração em geração, Lily... Mas pense bem antes de ter uma filha desse Potter!”
Harry não sabia o que fazer. Ao que parece, o sonho de Lilian era ter tido uma filha para passar as jóias a ela, mas ela não teve tempo para isso. Por outro lado, as palavras de Violeta ficaram na cabeça de Harry: “Eu sei que o que você mais quer é que o Elo seja passado de geração em geração”.
Se esse era o maior desejo de sua mãe, Harry decidiu que ia realizar. Ia formar um novo Elo da Rosa Branca dando um anel para cada um de seus amigos até que finalmente ele tivesse uma filha e pudesse transmitir a jóia através das mulheres da família.
Harry redobrou o antigo pergaminho com o poema e o recolocou na caixinha de veludo. Guardou os oito anéis de volta no pequeno porta-jóias e decidiu que precisava de uma ocasião especial para refazer o Elo. Recolocou os objetos de Lily na caixa. As cartas, a presilha, a pena, o tinteiro e o diário foram recolocados na caixa da Rosa Branca. Harry tampou a pequena caixa e prendeu-a novamente com a fita de cetim branco, deixando só uma coisa do lado de fora: o porta-retrato.
Harry pegou o porta-retrato e abriu um breve sorriso. Com a caixa em uma das mãos e a foto de sua família na outra, saiu do quarto da Sra. Weasley. Quando voltou ao quarto onde dormia, Harry pode ver que ficara muito tempo concentrado naquela caixa: Lupin, Carlinhos e Rony já tinham decido para tomar café.
Harry abriu seu malão e, afastando seus pertences, colocou cuidadosamente a caixa num espaço entre os livros. Deixou o porta-retratos no criado mudo e desceu.
Quando desceu as escadas, as vozes no andar debaixo estavam bem exaltadas. À mesa de café estavam sentados Molly – a ponta – Lupin, Tonks, Rony, Mione, Carlinhos, Denetra e Gina. Harry então percebeu que Gina e Denetra estavam em lados opostos da mesa que tinha um único lugar sobrando: a outra ponta.
Denetra contava animadamente sobre o sistema de escolas no Brasil e da dificuldade que as informações tinham para chegar lá. Gina estava com uma cara particularmente amarrada, que suavizou quando Harry se postou na outra ponta da mesa, ao seu lado.
Quando Harry chegou e se sentou, só uma pessoa tinha parado automaticamente de falar (à exceção de Gina, que já estava muda): Mione. Ela sabia o que Harry tinha ido fazer, e então olhou para ele com uma expressão preocupada. Apesar de feliz, Harry ainda refletia sobre algumas das coisas que tinha lido e visto dentro daquela pequena caixa.
Então Mione chamou a atenção de Harry perguntando mexendo os lábios: “Tudo bem?” ao que Harry respondeu com um sinal de positivo com as mãos. Nesse momento, Molly pediu a todos para se acalmarem porque ela tinha algo importante a dizer. Quando todos perceberam que a Sra. Weasley queria falar, se calaram.
- Muito obrigada – disse ela sorridente com sua voz amável – Bom, como eu já tinha avisado, hoje a professora Minerva de Hogwarts vai nos fazer uma visita. Ela veio trazer uma coisa de Dumbledore que diz respeito a todos, mas principalmente àqueles que ainda estudam em Hogwarts. Infelizmente Arthur teve que ir trabalhar e os gêmeos não quiseram ficar para ouvir Minerva... Mas eu peço que todos fiquem por aqui até que ela chegue.
A voz de Molly foi interrompida por um barulho de sinos. Era a porta. Harry, assim como todos, achavam que Minerva só viria à noite, mas então ouviram uma voz áspera e completamente familiar vindo de trás da porta: “Animaga Transformação”. Todos aliviaram-se. Além da voz áspera e muito familiar de Minerva, nem os Comensais poderiam inventar uma senha tão imbecil quanto aquela.
Molly foi até a porta e saudou a professora Minerva que entrou lamentado-se por todos ainda estarem tomando café. Minerva estava como Harry nunca a tinha visto antes: seus cabelos estavam parcialmente soltos e trajava um vestido branco muito sério que mostrava o seu luto.
- Não se preocupe, Minerva... Nós é que estamos tomando o café muito tarde.
- Eu pretendia vim só nos últimos dias das férias, mas tive motivos que me obrigaram a vir o quanto antes. E na minha vinda eu trouxe mais alguns hóspedes para você, Molly. Mas não se preocupe... Esses vão pagar pela estadia.
De trás de Minerva vieram um menino de bochechas avermelhadas e dentes de coelho e uma menina simpática de óculos que Harry, assim como a maioria deles, reconheceu: eram Neville Longbottom e Luna Lovegood. Gina sorriu ao ver que teria a companhia de Luna até o fim das férias.
Neville estava diferente, tinha ficado muito mais magro e suas roupas eram bem chiques. Luna Lovegood estava como sempre. Seu rosto continuava a ser simpático e seus óculos continuavam e denunciar sua cara de Nerd. Estava idêntica não fosse por um detalhe: seus louros cabelos tinham sido tingidos de castanho.
- Bom, vou esperar vocês terminarem, – Disse Minerva com um sorriso no canto dos lábios – para poder ler o testamento de Dumbledore.
Todos se entreolharam pasmos. Testamento?
Todos abandonaram a mesa automaticamente e, mesmo que alguns ainda não estivessem completamente satisfeitos, qualquer coisa poderia esperar, menos o testamento de Alvo Dumbledore. Harry sentiu um frio na espinha. Sua curiosidade o consumia.
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NOTA DO AUTOR: Desculpem se desapontei alguns dos meus leitores, mas esse capítulo é mesmo bem pequeno. Na verdade ele fazia parte do capítulo 10, mas eu resolvi separá-lo pra fazer um suspense maior. O capítulo 11 talvez demore um pouco mais pra sair, mas por enquanto comentem esse aí. ^^
Grande Abraço,
O arteiro
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