Os Segredos de Lily



Capítulo 10
OS SEGREDOS DE LILY


Harry acordou bem cedo na manhã seguinte, mas muitas vozes já ecoavam no primeiro andar d’A Toca. Dentre as vozes destacavam-se principalmente a dos Granger e, principalmente, a de Magnólia. Harry observou o quarto escuro. Os gêmeos já tinham saído para trabalhar, mas Rony, Lupin e Carlinhos ainda estavam dormindo. Harry pulou o corpo de Carlinhos que estava esparramado em um colchão no assoalho do quarto e foi em direção à porta.

Desceu as escadas vagarosamente quando ouviu a voz de Hermione dizendo: “Bom, Boa viagem então...” e então sua curiosidade aumentou. Quando pôde enxergar a sala, viu que as vozes exaltadas eram de Rebecca, Mione, Molly, Agnaldo e Magnólia. Os Granger estavam partindo. Então Harry terminou de descer as escadas e Magnólia o viu e logo fez um bico...

- Mas não pense que eu ia esquecer de você Harryquito... Você e o meu genrito foram os meus heróis e vou ser eternamente grata a vocês... Beijinhos! – A Sra. Granger já estava chamando Rony de genro? Mas antes que pudesse pensar, Magnólia manchou a face de Harry com um batom vermelho ultra vibrante e brilhante que fazia cócegas e demorava quase uma hora para ser retirado.

Mais um produto vindo direto das Gemialidades Weasley... “Só os gêmeos pra ter uma idéia imbecil como essa”, pensou Harry. Rebecca então se despediu de Harry amavelmente, mas a surpresa de dele não poderia ser maior quando ela se despediu de Mione chamando-a de “Miozinha querida” – mas não num tom de deboche como da outra vez – dessa vez, o “querida” era sincero!

De uma maneira bem formal, o Sr. Granger também se despediu de todos. Mas então Harry se lembrou de um detalhe: como os trouxas pretendiam sair de carro sendo que crateras tinham de formado por toda Inglaterra? Quando os Granger enfim saíram, Harry fez a pergunta a Mione e Molly, e esta segunda respondeu muito segura:



- Com Portus, Harry. Arthur transformou o carro deles numa chave de portal que, ao ser ligado, levaria eles a um beco qualquer na Grécia.

- Meus tios têm uma casa na Grécia, Harry... Em Tebas. Lá é mais seguro.

O foco da preocupação de Harry mudou então: Harry preocupou-se ao ver que nem Denetra nem Gina tinham decido. Será que elas tinham se sufocado durante a noite? “O.K., prepotência demais Harry Potter”, disse ele a si mesmo. Então, aproveitando que Molly e Mione estavam ali, Harry resolveu perguntar o estado de Fleur, que ainda estava deitada no sofá, e de Gui, que dormia esparramado sobre uma poltrona ao lado de Fleur.

- Não se preocupe, Harry querido – Disse Molly sorridente – Fleur se machucou porque o lobisomem a jogou contra uma árvore. Mas antes que ele pudesse machucá-la, Fleur aparatou para dentro da Toca. Fique tranqüilo... Não teremos um casal – lobisomem – Weasley.

Harry ficou muito aliviado, mas aí olhou para Gui que parecia Tio Válter quando voltava de uma festa com os amigos da fábrica de brocas.

- Gui também vai ficar bem... – Disse Molly olhando tristemente para o filho enquanto preparava o café da manhã.

- Estou pesquisando sobre feitiços do Não Esquecimento, Harry. Já achei alguns ótimos para o Gui.

Harry conhecia o Obliviate desde o segundo ano como o Feitiço do Esquecimento. Mas de feitiços de Não–Esquecimento, Harry nunca tinha ouvido falar. Ao perceber sua expressão de dúvida, Mione completou abrindo um livro que estava sobre um balcão na cozinha:

- “Feitiços de Não Esquecimento: Tratam-se de feitiços complexos onde a pessoa enfeitiçada recebe um alerta diário para Não se esquecer de alguma coisa.” Eu achei vários livros falando sobre o feitiço Lembrólio, o mesmo que encanta os Lembróis, como o do Neville.

- E como ele funciona? – Perguntou Molly curiosa.

- “Uma vez sob os encantos eternos do feitiço Lembrólio...” – Leu Mione – “a pessoa sentirá uma dor de cabeça diária sempre que se esquecer de alguma coisa”.

- Isto é, sempre que Gui se esquecer de tomar a poção que evita que ele se torne lobisomem, sua cabeça vai começar a doer? – Perguntou Molly interessada.

Mione confirmou com a cabeça e completou:

- E o melhor é que o efeito é imediato e funciona pela manhã... Se ele não tomar a poção até o meio dia, a cabeça vai começar a doer bastante.

- E o coitado do meu filho terá que beber essa poção, até mesmo quando não estiver sob lua Cheia, não é...? – Indagou Molly tristonha.

- Infelizmente... – Disse Mione – Terá que tomar todos os dias, até o fim de seus dias... Se não quiser ter dor de cabeça... Mas prometo tentar procurar um feitiço menos cruel, Sra. Weasley...

- Muito obrigado, Mione... Mas aproveite que ele está dormindo... E lance esse feitiço nele... Estamos em semana de lua Cheia e não quero que ninguém aqui corra riscos.

Mione dirigiu-se até a poltrona onde Gui dormia tranqüilamente. Com o livro apoiado em uma das mãos e a varinha na outra, ela fez um complexo movimento e então rogou: “Lembrolium!”. Um fio dourado emanou da varinha de Mione ligando-a a cabeça de Gui. Depois de um tempo o fio de rompeu, embora Gui não tivesse nem se mexido.

Ao meio dia vamos saber se o feitiço funciona ou não.
Mione guardou o livro e começou a ajudar Molly a preparar o café. Harry se ofereceu para ajudar, mas a Sra. Weasley sorriu para ele e disse: “Não, Harry. Aproveite que a maioria das pessoas estão dormindo e faça o que você tem que fazer. Pode usar o meu quarto que está vazio.” Harry sabia a que a Sra. Weasley estava se referindo. A caixa da Rosa Branca.

***


Harry subiu a apressados passos para o quarto e, saltando por Carlinhos, agarrou a pequena caixa sobre o criado. Depois, saltando novamente o Weasley, foi direto ao quarto do Sr. e Sra. Weasley onde a porta estava entreaberta. O quarto estava arrumado, pois Arthur já tinha saído para trabalhar e Molly já tinha arrumado a cama.

Harry então sentou-se no chão sobre as pernas e colocou a pequena caixa na sua frente. A fita branca de cetim estava bem amarrada com um nó quase cego prendendo a tampa à caixa. Harry então murmurou o feitiço “Desfacto” e o nó se desfez. A fita de cetim caiu no chão deixando a tampa livre. Harry levou suas mãos um pouco trêmulas à tampa e a removeu.

A caixa, apesar de pequena, parecia guardar muitas coisas pois estava cheia até a tampa. Harry percebeu que, pela pequena parte visível das paredes internas da caixa, ela já era bem velha. Harry então viu que o primeiro objeto era uma porta retratos. Porém, estava sobre todos os outros objetos na caixa e virado de costas de modo que Harry não podia ver a foto que nele tinham guardado.

O coração de Harry disparou. Levou suas mãos à porta retrato e o virou. Porém, Harry não reconheceu ninguém na foto, ou melhor, nas fotos. Tratava-se de uma colagem. Duas metades de fotos tinham sido cortadas e colocadas lado-a-lado no porta retratos. Numa metade, Harry viu uma mulher muito bonita com duas meninas a sua frente. Harry então viu que os seus olhos eram idênticos aos de uma das meninas, ao que ele pôde concluir que estava diante de uma foto de sua mãe!

Lilian era ainda mais bonita quando pequena e Harry deduziu que não devia ter mais de dez anos na época da foto. A outra menina que era loura e mais magra Harry percebeu que só podia ser sua tia Petúnia, o que o levava a crer que a mulher na foto... Era sua avó!
Na outra metade da foto Harry pôde ver outras três pessoas. Atrás, viu dois adultos... Um casal decerto. O homem era magro e um pouco calvo, com uma expressão meio séria e, ao seu lado, uma mulher muito simpática e não tão magra quanto o marido. A mulher tinha cabelos longos, usava muitos colares, anéis e brincos e era também bem bonita.

Um pouco à frente do casal, Harry viu uma criança. Cabelo desarrumado e negro. Óculos redondos; magro e com uma expressão travessa: Harry se vira naquele porta-retratos. O menino era idêntico a ele quando entrara em Hogwarts a não ser por dois detalhes: olhos negros e a ausência de uma cicatriz em forma de raio na testa. Harry então abriu um largo sorriso... Aquele era seu pai.

Lilly tinha juntado as fotos das duas famílias: a dela e a de Tiago num porta-retrato bem antigo. Colocando o porta-retrato ao seu lado, Harry então concentrou-se novamente na caixa.

O próximo objeto era bem estranho aos olhos de Harry. Era um pedaço de vidro em um formato estranho que Harry não pôde reconhecer. Mas então, ao voltar-se para a caixa percebeu mais outros dois pedaços de vidro parecidos sendo que um deles era preso a um pedaço de metal.

Harry examinou os três pedaços de vidro cuidadosamente e então percebeu que eles se encaixavam. Eles se encaixavam formando uma pequena rosa de vidro que era, na verdade, uma delicada presilha. Um objeto muito lindo que Harry apreciou por longos minutos. Era uma presilha de metal adornada com uma pequena rosa de vidro que tinha se quebrado em três partes. Aquele objeto devia ser importante para sua mãe, uma vez que ela o guardou mesmo depois de quebrado, pensou Harry.

Cuidadosamente, Harry dispôs as partes de vidro quebradas ao seu lado.

Dirigindo-se novamente à caixa Harry encontrou um pequeno e grosso caderno branco com rosas douradas na capa. Ao abrir, ele percebeu que se tratava de um Diário. Quando leu a primeira página, viu as letras brilhando em tinta dourada:

“19 de setembro, primeiro dia do Elo...
A primeira reunião da Rosa Branca ocorre com sucesso no vagão número 5 no expresso de Hogwarts.”


Harry fechou o diário. Não queria ler mais... Ele particularmente não gostava de Diários e sabia que podia ler coisas ali que iam fazer se sentir mal, pensou nisso lembrando-se de Snape. Achou melhor não ler. Decidiu assim guardar o Diário, mas não lê-lo.

Voltou-se novamente para a caixa e encontrou nela uma bela pena branca com um tinteiro de marfim. Levou a pena ao tinteiro e barrou a sua pele... a tinta era dourada! Harry ficou impressionado pelo fato de que a tinta ainda não secara, mas decidiu que ia guardá-la para escrever coisas que realmente valessem a pena...

O diário, a pena, o tinteiro, o porta-retrato e a presilha... A pequena caixa estava quase ficando vazia. Harry então enfiou sua mão dentro da pequenina caixa e teve a sensação de segurar um objeto que não era estranho ao seu tato. De dentro da caixa, Harry tirou um objeto curioso que jamais pensara encontrar ali: um pomo!

Harry nunca tinha visto um pomo tão belo como aquele e também não sabia como nem por que sua mãe guardara um pomo em seus pertences. Mas aquele pomo era diferente! Ele não era dourado como os outros, ele era transparente! Harry achou que fosse de vidro, mas então percebeu que era leve demais para ser de vidro e pensou em como um apanhador teria dificuldades para achar um pomo transparente!

Harry tocou sua varinha no pomo e suas asas se desenrolaram de sua superfície batendo-se fervorosamente. O pomo então começou a flutuar e começou a rodar em volta de Harry até que ficou mais alto que a sua cabeça. Evitando então que um pomo transparente saísse voando pela janela da Sra. Weasley, Harry o amassou em suas mãos e a um toque de sua varinha, ele voltou a se encolher. Harry então colocou a pequena bolinha transparente no seu colo e levou suas mãos a caixa que já estava quase vazia.

Tirou dela então um envelope amarelado pelo tempo. Harry analisou o antigo envelope e, a um sopro, tirou-lhe parte da poeira que tinha acumulado. Na parte da frente da carta, no destinatário, não assombrou-se ao ler: à Rosa Branca. Então lembrou-se que aquela não podia ser uma carta de seu pai : Tiago não gostava do apelido Rosa Branca! E então pensou na possibilidade daquela carta ser de Snape e isso o fez sentir meio mal... Harry tomou coragem e virou o envelope trêmulo de medo, mas enfim aliviou-se ao ler:

“Violeta Púrpura”

Vieram então à cabeça de Harry, as palavras de Lupin na noite passada: “Eu me lembro que Lilian e suas amigas tinham todos apelidos de flor, e ela era a Rosa Branca”. Então Violeta Púrpura devia ser o nome de uma das amigas de Lilian que também usava o nome de flor. Harry hesitou. Não sabia se deveria ler ou não a carta, mas resolveu que sim, afinal, depois de tanto tempo, o conteúdo daquela carta não podia mais fazer sentido.

Ariu o antigo envelope e tirou o pergaminho escuro e amassado de dentro. Hesitou novamente. E se aquela carta tivesse detalhes do namoro de Lilly e Snape...? Com certeza ele não ia querer saber! Mas sua curiosidade o fez ler assim mesmo. A letra era bem feia, pensou Harry.

É parecida com a letra de Rony fazendo trabalhos atrasados de poções!

“Cara Lily,

Adorei te conhecer e creio que seremos amigas para sempre. Desde agora no nosso primeiro ano de escola, até quando formos bem velhinhas, não é? Também gostei da idéia de nos dar apelidos de flor... Já aviso que o meu vai ser Violeta Púrpura e o da Joanne vai ser Flor-de-liz. A Kate ainda não se decidiu por margarida ou girassol, mas eu particularmente acho que ela tinha que ficar com Girassol... Combina mais com ela, você não acha?

Depois, gostaria de dizer que eu acho que a nossa comunidade secreta tinha que se chamar Elo da Rosa Branca porque afinal você é a nossa líder e os anéis mágicos contém Rosas. Eu não acho que Aliança das Flores que você sugeriu seja ruim... Mas fica muito infantil, não acha?

Se vamos ser uma comunidade secreta, acho que temos que nos chamar de “o Elo da Rosa Branca”, por causa dos desenhos dos anéis e porque você vai ser a nossa líder! Não sei pra quem você vai dar os outros anéis, mas eu queria agradecer por você ter confiado essa jóia de família a mim...

Acho que era isso...
Bom, um beijo grande de sua amiga,
Violeta Púrpura

Obs. Não liga pro chato do Potter não! Aquele menino não tem jeito!”


Harry não sabia o que dizer. Anéis mágicos, jóias de família...?
Aquela deveria ser a primeira carta da “comunidade secreta” que Lilian formara no primeiro ano de escola. Lilian ainda mal conhecia seu pai, pensou ele! Grande foi a surpresa de Harry ao encontrar então, uma outra carta também antiga, mas não tão amarelada quanto a primeira.

Essa segunda parecia mais nova e continha os mesmos “Rosa Branca” como destinatário e “Violeta Púrpura” como remetente. Sem pensar muito, Harry abriu a segunda carta. A letra tinha melhorado muito e desta vez, pensou Harry, era idêntica a letra de Rony quando se divertia escrevendo previsões astrológicas para Sibila Trelawney.

“Rosa,

Você sabe que eu sempre achei esse seu Potter um saco, mas fazer o quê? Amor é Amor não é mesmo? Eu não vou brigar com você Lilly... Não nessa última carta do nosso sétimo ano de colégio!

Nesse envelope estou te mandando o meu anel... De comum acordo, o Elo da Rosa Branca acaba aqui. É uma pena, mas se você promete que mesmo com o fim do Elo nossa amizade nunca vai acabar... Então pra mim tudo bem.

Já falei com a Liz, a Gardênia e a Girassol... Elas devem estar te mandando os anéis por esses dias, O.K.?

Bom, Rosa querida... O Elo da Rosa Branca termina aqui e parece que eu vou ter que me acostumar a te chamar de Lilly a partir de agora... Queria te dizer que os Anos de Rosa Branca foram fantásticos pra mim e que eu jamais vou esquecer desse Elo que nós formamos durante sete anos de nossas vidas....

Eu sugiro que você guarde as sete rosas e dê para uma possível filha que você venha a ter com o Potter... Talvez ela queira continuar com o Elo quando for para a escola.
Beijos minha querida, se cuida e cuida desse Potter aí...
Amavelmente,
Violeta Púrpura

Obs: Eu e o Frank estamos finalmente namorando, e ele me jurou que se nós tivermos um filho, nós vamos pôr o nome de Neville e você vai ter que por o nome do seu de Harry, hein? Foi o juramento!”


Harry parou estático. Ele ainda tinha que digerir muita coisa, mas então ao olhar a caixa tinha uma última coisa lá dentro. Harry não sabia, mas era aquela última coisa que traçaria o seu destino dali em diante.


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NOTA DO AUTOR: huahuahuahua... ficaram curiosos? Certo, era essa a intenção. Bom, o capítulo 11 vai demorar um pouco para sair... mas prometo q ele chega...
Abraço a todos,
o_arteiro

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