O Fim de Lord Voldemort (Parte



Hermione mantinha os olhos fixos na cena que se desenrolava a sua frente. À luz fantasmagórica da lua minguante, Harry e Lord Voldemort enfrentavam-se em meio a um enorme círculo de pedras cinzentas de formas irregulares. As luzes das maldições rompendo a escuridão. Algumas das pedras que os cercavam tinham o tamanho de ovos de dragões, outras, como a que a escondia naquele momento, eram quase tão grandes quanto Hagrid. Não tinha a menor idéia de que lugar era aquele. Podia sentir o vento mais forte e fresco do alto da montanha, e tinha certeza de que abaixo de onde estavam podia-se ver o lago que havia nos terrenos de Hogwarts.

Sua memória ia e voltava para o momento em que a batalha em frente ao castelo havia começado. Lembrava dos estrondos dos feitiços, dos gritos das pessoas, dos grasnados dos gigantes, dos urros dos centauros. Ela e Rony iniciaram um duelo feroz contra uma dupla de Comensais da Morte tão logo haviam chegado aos jardins. Hermione tentava, ainda assim, localizar Harry e Gina no meio do caos, mas nenhum dos dois parecia estar por perto. De repente, percebeu, com o canto dos olhos, que Harry passava por eles caminhando decidido na direção de um vulto alto que parecia atravessar a multidão alheio ao inferno que o cercava: Voldemort! Rony também notou o que estava acontecendo e gritou para ela que precisavam se livrar dos dois que os atacavam. “Rápido, Mione! O Harry está planejando alguma besteira!”. Hermione conseguiu estuporar a mulher que a atacava, enquanto Rony havia transfigurado algumas pedras do chão para que atacassem sem piedade o homem baixo e atarracado com quem lutava. Ela e Rony começaram a correr na direção a Harry, mas estavam longe. Viram quando ele transformou uma goles que carregava em uma chave-portal e, depois de jogá-la para Voldemort, desaparecer. Rony deu um berro pegando sua mão para fazê-la correr ainda mais rápido. Hermione mal conseguia respirar, mas pode observar claramente que Voldemort parecia divertido quando se aproximou da goles e a tocou, desaparecendo também num facho de luz. Rony gritou de novo:

– Me acompanha!! – E deu um salto no ar, sem largar a mão dela, enquanto esticava outra mão o mais longe que conseguia. O portal ficaria aberto somente alguns segundos, mas Hermione mal teve tempo de pensar isso. Sentiu um gancho puxando seu umbigo para dentro e antes que conseguisse assimilar completamente o desconforto da situação foi arremessada sobre um campo gramado. Sua mão se soltou da de Rony e ela rolou alguns metros sem controle. Em desespero, sentiu que não conseguia parar porque estava caindo por uma ladeira íngreme. As suas mãos se esfolavam enquanto ela tentava achar algo no que se agarrar, mas subitamente um puxão no seu ombro a fez parar. Olhou para cima e viu que Rony a segurava pelo tecido da jaqueta.

– Peguei você – disse o ruivo aliviado. O garoto a içou para cima e a ajudou a ficar em pé.

Só então ela pode ver o lugar onde estavam. Parecia um pequeno promontório descampado no alto de uma das montanhas que cercavam Hogwarts, mas, de onde estavam, não dava para ver o castelo. O terreno havia sido delimitado por um enorme círculo de pedras que não pareciam estar ali por acaso. Hermione não teve dúvidas de que se tratava de um tipo de templo mágico, como os que os bruxos do passado usavam para rituais. Dentro do círculo de pedras, em frente à Harry, estava Voldemort.

– Sabe Harry – a voz aguda e fria chegou até eles – você não se cansa de me surpreender. Sinceramente, eu esperava que este duelo fosse um grande espetáculo. Pretendia marcar na memória de todos o que acontece com quem desafia Lord Voldemort através dos horrores da sua morte.

Rony pegou da mão trêmula de Hermione, a dele parecia estar em brasa, e os dois começaram a contornar, silenciosamente, o anel de pedras para se aproximar. Não queriam ser notados.

– Mas... é claro – continuou Voldemort – você parece preferir que os outros tornem essa noite uma lenda. – Voldemort caminhava em frente à Harry como um tigre estudando a presa. – Acho que, como é você que vai morrer, posso ser condescendente e deixar que escolha o lugar. Mas não se preocupe. Os outros terão muito material para histórias quando encontrarem o seu corpo e... os dos seus amigos.

Voldemort pronunciou as últimas palavras com grande prazer ao mesmo tempo em que lançava um olhar para um ponto atrás da cabeça de Harry. O que aconteceu a seguir foi muito rápido. Harry virou-se a tempo apenas de ver Rony ser lançado a metros de distância de Hermione por um feitiço que emitiu uma luz roxa.

– Rony, NÃÃÃOOO!!! – Berrou Hermione.

Harry lançou um urro de ódio que foi acompanhado por uma saraivada furiosa de feitiços contra Voldemort, que se defendia de forma quase displicente. O bruxo mais velho divertia-se: um tigre brincando com a sua presa.

Hermione correu até Rony. Ele estava vivo, mas completamente sem sentidos. O coração batia fracamente, o rosto exibia uma palidez assustadora, os lábios roxos como se tivesse sido congelado e a pele dele estava fria, muito fria.

– Ai, Rony! – Choramingou. – Agüente firme, por favor! Não faça uma coisa dessas comigo. – Hermione o arrastou com dificuldade, já que Rony era muito maior que ela, para trás de uma das imensas pedras que compunham o círculo. Ela virou-se, mantendo o corpo protegido pela rocha, para ver como Harry estava.

A batalha prosseguia feroz em frente a eles.

– Ora, Potter, parece que sempre que nos encontramos eu tenho uma coisinha ou duas para ensinar a você, não? – Voldemort falava entre cínico e divertido. – A mais importante, garoto: nunca... se deve... perder a calma... num duelo.

Um clarão arremessou Harry a vários metros de distância, interrompendo seus ataques furiosos e desordenados ao bruxo. Hermione soltou um grito involuntário. Por um instante, ela ficou dividida entre ficar com Rony e tentar ajudar Harry. “Fica com o Rony!” A voz de Harry soou tão alta dentro da sua cabeça que ele parecia estar ao seu lado. Ainda assim, ela achou que talvez estivesse imaginando, mas a voz soou ainda mais forte. “Faz o que eu pedi ou ele vai usar vocês contra mim! Protege o Rony e fica longe!! Por favor!!”.

Como ele estava conseguindo fazer isso? Hermione se ajoelhou junto ao namorado, sem compreender. Como Harry podia estar falando com ela em pensamento? Isso era um nível de magia tão avançado que nem mesmo era ensinado na escola, pois era visto como um dom e os bruxos que o tinham eram raros. E ela nunca soubera que Harry tivesse essa habilidade.

Horrorizada, Hermione viu Harry voltar para o centro da arena e desde então tudo que fez foi acompanhar o mais assustador e formidável duelo mágico que já se teve notícia. Talvez, o duelo travado entre Salazar Slytherin e Godric Griffindor tenha sido mais grandioso. Ou aquele em que Alvo Dumbledore derrotou Grindelwald tenha sido mais espetacular. Mas, nem de longe, qualquer um deles foi mais carregado de ódio que o que Hermione assistia.

A verdade, é que agora que Harry parecia mais controlado, o duelo estava equilibrado. Ambos atacavam e se defendiam com precisão. Nenhum parecia mais forte ou poderoso, pelo contrário, pareciam lutar contra um espelho. Contudo, era óbvio que, na medida em que os minutos se passavam, era Voldemort que se irritava.

O Lord das Trevas imaginava que levaria menos tempo para derrotar Harry Potter. No fundo, ainda acreditava estar lutando apenas contra um garoto. Um garoto que jamais chegara aos pés de Tom Ridle. Voldemort tinha consciência que seu eu de dezesseis anos já era superior a todos os seus pares. E hoje, nem mesmo o jovem Tom, tão brilhante e competente, seria páreo para enfrentar alguém do calibre mágico do Lord das Trevas. Desde a morte de Dumbledore, ninguém era páreo para ele. Nenhum outro bruxo tinha ido tão longe na busca do poder. Logo, ele teria também em suas mãos Hogwarts, e, quando isso acontecesse, tomaria a posse de poderes e segredos que nem mesmo Dumbledore fora capaz de conhecer ou desvendar. O que, então, era para ele aquele menino fraco e sentimental, senão um inseto incômodo. Reconhecia que cometera erros em relação à Harry Potter. Que subestimara Dumbledore em muitas ocasiões. Que tinha deixado o enxerido do garoto ir longe demais. Perdera Nagini por culpa de seus descuidos. Mas ainda assim, Harry Potter não passava de uma criança cercada por excesso de propaganda. Ele, Lord Voldemort, é que era o Mestre!

Porém, a batalha com o garoto já se prolongava tempo demais. Voldemort tinha consciência que Harry Potter parecia bem mais poderoso do que quando o enfrentara há três anos ou do que quando tomara o seu corpo no Ministério da Magia. O Lord das Trevas também sabia que, de alguma forma, o menino, ajudado pelo velho senil do Dumbledore e pelos membros da maldita Ordem havia retirado suas Horcruxes dos lugares onde ele as havia escondido. Sabia que ele havia conseguido destruir seu diário adolescente – mas essa era a mais fraca das Horcruxes, e ele usara como arma um poderoso dente de basilisco, pelo que pudera apurar – e também matara Nagini, o que ainda o intrigava. A verdade, no entanto, era que Harry tinha um trunfo: Voldemort jamais pode ter certeza se, de fato, seus inimigos também haviam conseguido destruir as outras Horcruxes.

Tinha confiado no traidor do Severo Snape e ele jamais lhe tinha dito que Dumbledore havia desvendado o segredo de sua imortalidade. Quando se dera conta de que suas salvaguardas não estavam nos lugares em que ele as deixara, já era tarde demais e mesmo com seus poderes não conseguiu mais localizá-las e nem saber se ainda estavam intactas. Um feitiço bloqueador poderoso, sem dúvida. Talvez os aliados de Potter tivessem feito isso, ou o garoto, mas Voldemort achava isso improvável. Além do mais, tinha certeza que ninguém poderia destruir suas Horcruxes sem encontrar a morte ou algo muito próximo disso, e Potter estava ali, inteiro, assim como quase todos os seus aliados, pelo que vira em Hogwarts. Mas isso não era um problema, depois que ele vencesse iria ter todas elas de volta. Tinha certeza de que com Potter morto, ninguém mais ousaria se levantar contra ele. De fato, enquanto duelava com Harry Potter, o homem que abdicara de sua alma e de sua humanidade pelo mais inacessível dos poderes, tinha plena certeza de que ainda era imortal.

Agora... para acabar com aquele fedelho, tudo o que ele precisava era de uma pequena vantagem. Tinha tirado o garoto ruivo de cena. Talvez, se pudesse pegar a garota... ou, talvez... Sua mente iluminou-se. Se o faro sutil que ele herdara das cobras não o estivesse enganando, havia uma quinta pessoa naquele promontório. Que ingenuidade! Os outros dois, pelo que o garoto Malfoy lhe tinha dito, eram os escudeiros intrometidos do Potter. Quem mais se arriscaria tanto? Voldemort respirou mais fundo, concentrando-se. Um sorriso de entendimento deformou-lhe o rosto. “Excelente!” Nada como um trunfo que se oferece de forma tão encantadora.

Num movimento ágil, Voldemort conjurou um escudo para barrar os feitiços de Harry e lhe dar tempo para agir. Esticou a varinha para a esquerda e falou triunfante:

– Imperious!

O feitiço alcançou Gina – que observava tudo, desde que chegara, escondida atrás de uma pedra imensa – antes que ela pudesse se esquivar. Ninguém ainda tinha notado a sua presença. Viu quando Rony foi atingido, mas achou que seria arriscado se deslocar até onde ele e Hermione estavam. Ficara escondida, a varinha em punho, pensando que, talvez, num descuido do inimigo pudesse ajudar Harry. Porém, o duelo a tinha surpreendido. Ela nunca tinha visto nada igual àquilo. A consciência do quanto fora ingênua e tola a atingiu juntamente com a maldição lançada por Voldemort, embora sua mente, a partir daquele momento, parecesse estar completamente feliz e em paz.

– Venha até aqui nos fazer companhia, minha cara – a voz de Voldemort soou falsamente gentil.

As pernas de Gina obedeceram e seu estado de felicidade continuou.

– Ora, ora, se não estou enganado essa deve ser a pequena Gina Weasley. Meu amigo Lucius me contou de sua interessante aventura com meu diário – falava com displicência, como quem está na própria sala de estar – mas certamente ele não me falou que você havia se transformado numa moça tão atraente. Soube que andavam de namoricos – voltou-se para Harry – verdade, menino Potter? – O rosto viperino novamente contorceu-se num sorriso afetado e ele parecia estar saboreando o desespero que via nos olhos do garoto. – Você é um rapaz de sorte.

Hermione assistia tudo estática. A mente trabalhando o mais rápido possível. Mas nada lhe ocorria. Era como se, de repente, estivesse em frente a uma tela em branco. Estava absolutamente congelada de pavor. Eles iriam morrer. Tinha certeza. Os quatro. Eles iam morrer!!

Gina continuava andando, mas seus olhos encontraram os de Harry e algo neles a fez se revoltar contra a sensação de bem estar que sentia e parou de andar. No mesmo instante sentiu uma dor aguda como se uma infinidade de agulhas entrasse simultaneamente sob as unhas dos seus pés e em toda a volta da sua cabeça. Uma voz gritava com ela. “Continue andando”. Ela não queria. Harry queria que ela parasse de andar. “Venha até aqui!” Ordenava a voz, agora furiosa.

– NÃO VOU!!!

Sentiu os joelhos se dobrarem e caírem pesadamente sobre o chão. A dor subiu em tremores por causa do impacto. Ela se sentia sem fôlego, com uma imensa vontade de vomitar. O corpo tinha perdido todo o equilíbrio. Levou uma mão ao peito e escorou a outra no chão a sua frente, arfando. Ouviu Harry gritar para que ela corresse para longe dali enquanto o ouvia lançar feitiços e maldições contra Voldemort. O Lord das Trevas, no entanto, parecia novamente estar no domínio do duelo. Tinha conseguido descontrolar mais uma vez o oponente. Gina realmente estava tentando sair dali, mas não conseguia firmar-se nas pernas. Apenas ouvia a luta acirrar-se a sua frente. Tentou duas vezes se erguer, apoiando as duas mãos na terra, mas seu corpo não parecia querer obedecer. Duas lágrimas grossas saltaram dos seus olhos no desespero. Um grito de dor de Harry a fez olhar novamente para os dois duelistas. Voldemort o estava torturando.

“Não vamos conseguir sozinhos,” Gina viu suas esperanças esvaindo-se, “ele vai vencer e não poderemos fazer nada.” Sentiu seu coração inchar de pesar e saudade por todos os que amava. A certeza de que morreriam era tão forte que ela deixou sua mente povoar-se dos rostos queridos que ela nunca mais veria. Pelo menos estaria com Harry! E este foi último pensamento consciente que ela lembraria ter tido naquela noite.

Hermione percebeu que Gina não conseguia sair do chão. Começou a calcular uma forma de ir buscá-la, de tirá-la de perto do duelo, mas também precisava pensar em uma maneira de tirar Harry de lá. Ela não sabia quanto tempo ele ainda resistiria à maldição cruciatus que Voldemort lançava impiedosamente. Ergueu-se por de atrás da pedra, tentaria desarmar o bruxo para ganhar tempo. Mas ele percebeu sua intenção.

– Experll...

– Protego! – Voldemort foi mais rápido e a varinha de Hermione voou perdendo-se na escuridão.

Ela nem teve tempo para lamentar, pois logo era a pedra que a estava escondendo que se quebrava sobre sua cabeça. Hermione jogou-se no chão cobrindo Rony com o próprio corpo para protegê-lo dos estilhaços. Estavam perdidos! Rony também havia perdido a varinha quando fora azarado. Estavam indefesos!

O riso frio de Voldemort se transformara numa gargalhada cheia de satisfação. Harry Potter jazia a seus pés ainda tomando fôlego.

– Seria bem mais fácil se você se entregasse, Harry – disse Voldemort quase com doçura – eu até poderia ser generoso com os seus amigos. O que me diz? Sua palavra e eu darei uma morte rápida para todos, hã?

Harry começou a levantar-se num movimento doloroso, mas Voldemort não impediu, afinal, ele tinha sido um adversário valoroso, merecia morrer em pé.

– Acha mesmo que eu vou desistir tão fácil, cara de cobra?

– Você realmente esgota a minha paciência, menino!! – A frieza fora substituída por irritação. Mas a vantagem de Voldemort ainda estava ali, bem perto, de joelhos, as duas mãos apoiadas no chão, e ele não teve dúvida em usá-la. Ele ainda ouviria Harry Potter implorar.

Um movimento rápido e silencioso de sua varinha arrebatou Gina do chão. A menina ficou suspensa no ar. O corpo estremecendo como se ela estivesse sendo fulminada por infinitos choques elétricos. Harry tentou lançar um feitiço contra Voldemort, mas o bruxo ergueu conjuntamente um escudo que o mantinha intocável enquanto ele fazia Gina sofrer em frente ao garoto. A cena perversa durou para Harry uma eternidade. Era como estar preso no pior dos pesadelos. Mas, de repente, Gina parou de se contorcer e, no segundo seguinte, desabou pesadamente no chão.

– Oh! Que pena! Acho que o coração dela parou... – Voldemort sorria horrivelmente.

Harry ficou parado. Sabia que o outro logo o atacaria, mas não conseguia tirar os olhos do corpo inerte de Gina. Rony estava gravemente ferido e, talvez, Hermione também. Ele não se sentia mais poderoso, pelo contrário, se sentia vazio de qualquer poder, de qualquer coisa. Somente um pensamento ocupava sua mente. Um pensamento no qual via seus pais, Sirius, Dumbledore... e Gina. Harry encarou Voldemort. Sabia que ia morrer, na verdade, até queria isso, mas aquele monstro iria junto, de qualquer jeito. E ele sabia como.

Remo havia comentado certa vez essa medida desesperada e o fato de que era preciso um poder muito, mas muito grande mesmo, para fazê-la dar certo. Além do mais, era o tipo de feitiço para o qual não havia volta, e era necessário ser muito rápido. Mas nada distrairia Harry naquele momento. Sua mente estava vazia e fria. Nela, apenas seu plano, protegido pelas imagens das pessoas que ele achava que logo iria re-encontrar.

Voldemort pelo contrário sentia-se senhor do mundo. Mataria o “Eleito”, o único que as pessoas acreditavam poder vencê-lo e o garoto nem ao menos reagiria. Fraco! Só um fraco se deixaria derrotar por um sentimentalismo tão patético. Foi com uma felicidade genuína que o bruxo das trevas mais poderoso de todos os tempos ergueu sua varinha, cujo cabo ostentava a caveira de uma cobra, e sentenciou:

– Avada...

Harry sorriu e num gesto rápido partiu a própria varinha.

– Keda... – Voldemort não compreendeu o movimento.

Um canto de fênix povoou o ar noturno e se espalhou pelo promontório. Harry pegou a pena existente no interior da varinha e a segurou na mão direita. Imediatamente uma luz branca cobriu-lhe suavemente o corpo. Seus olhos verdes faiscaram e um sorriso malicioso se desenhou nos seus lábios. Quando Voldemort percebeu o que o garoto tinha feito já era tarde demais. Sua voz acabava de completar a maldição da morte.

– vra!

Imediatamente o espaço que cercava os dois duelistas entrou num outro tempo, onde tudo ficou mais lento. O feitiço saiu da varinha de Voldemort de forma arrastada, sem pressa, como se houvesse sido desacelerado. A luz verde movia-se de vagar como uma cobra muito preguiçosa cruzando o espaço. Voldemort parecia não acreditar nos próprios olhos. Harry realizara um encantamento desesperado. Lupin o tinha nomeado de “Sacrifício”. Só podia ser usado contra maldições mortais e não havia como barrá-lo.

O bruxo atacado abria mão de todo o seu poder e de todo o poder existente em sua varinha, destruindo-a e segurando seu cerne, para espelhar a maldição com que fora atacado. Ou seja, depois que o feitiço o tocasse, ele retornaria para quem o havia lançado sem lhe dar chance de fuga. Voldemort fez um movimento raivoso tentando forçar o feitiço a ser mais rápido, mas não aconteceu. Tentou libertar a varinha, mas não conseguiu. Desesperou-se tentando soltá-la, mas estava preso a ela. Ficaria ali, intermináveis minutos, olhando para Harry Potter sorrir do fato de que um iria ver o outro morrer. E não havia nada que o bruxo das trevas mais poderoso de todos os tempos pudesse fazer. A magia do “Sacrifício” não poderia ser rompida por nenhum dos poderes que Voldemort possuía ou conhecia. Tudo o que restava era observar a morte do inimigo e, com ela, a sua própria.

Hermione assistia a tudo. Sabia que chorava porque seu rosto estava molhado, mas ela não fazia nenhuma força, nem para que as lágrimas saíssem nem para que parassem. Sabia o que Harry tinha feito. E agora ela ficaria ali assistindo seu melhor amigo morrer. Não sabia se ainda conseguiria salvar Rony, e Gina... por todas as coisas sagradas, Gina também tinha partido e... Seu olhar buscou o corpo da amiga, mas ela não estava mais lá. Foi como se um raio tivesse atingido Hermione. Cadê a Gina? Voldemort disse que o coração dela tinha parado. Ela não pode ter saído de lá. Hermione levantou-se tentando localizar alguma pista da longa cabeleira vermelha, mas nem a luz da lua minguante, nem a que provinha da maldição, ou a que Harry emitia mostravam qualquer sinal de Gina deitada no chão.

Foi então que ela a viu. Estava em pé e parecia perfeitamente bem. Olhava fixamente para o duelo, mas não parecia estar triste ou desesperada com o que Harry tinha feito. Então, ela se virou e começou a caminhar em direção a Hermione. A garota teve de levar as mãos a boca para conter um grito. Quem caminhava para ela parecia Gina Weasley, tinha seu rosto, seus cabelos, até suas sardas, mas Hermione tinha certeza que sua amiga não exalava aquele tipo de magia, nem tinha os olhos como duas orbes negras, sem íris.

Gina deu um sorriso ante o seu pavor quando chegou até ela.

– Calma – disse com uma voz que parecia com a de Gina, mas de um jeito que Hermione jamais a ouvira – vamos ajudá-lo, agora.

Hermione não sabia se ela se referia a Harry ou a Rony para quem, agora, a mulher, criatura, ser, o que sei lá que fosse aquilo com o corpo de Gina se inclinava. Ela tocou Rony na testa e, como se tivesse sido desperto de sopetão, o ruivo abriu imediatamente os olhos.

– Mione? Gina? – Prestou atenção na irmã por um momento e levantou o mais rápido que pode. Os olhos quase saltando das órbitas. – Caraca, que é que....?

Hermione o segurou pelo braço, mas ela também estava apavorada. Gina parecia muito calma. Sorriu novamente, esticou a mão direita e imediatamente as varinhas dos três que estava em lugares diferentes voaram velozes para a sua mão. Gina entregou as deles.

– Venham! Temos de ser rápidos – falou novamente com a voz estranha e completou de um jeito mais parecido com Gina – confiem em mim, sei o que estou fazendo.

Rony e Hermione a seguiram enquanto ela entrava no círculo de pedras e caminhava em direção a Harry. Nem ele, nem Voldemort, ainda empenhado em sua luta cada vez mais desesperada e furiosa para soltar-se da varinha e do lentíssimo Avada Kedavra, pareceram perceber seus movimentos. Os três caminharam até as costas de Harry e se posicionaram ao seu lado. Gina à direita, Hermione à esquerda e, ao lado dela, Rony. Voldemort os notou, mas não pareceu compreender. Gina tocou a mão de Harry, fazendo com que ele se voltasse para ela surpreso. Mas logo exultante por vê-la viva.

– Não vou deixar você ir a lugar nenhum sem mim – agora era definitivamente a voz de Gina que falava.

– Tarde demais, Gi – ele olhou para o feitiço que avançava – está feito, não tem volta.

A menina sorriu. Colocou uma das mãos sobre o ombro do garoto. Com a outra, segurando a própria varinha, enlaçou a mão em que ele segurava a pena da fênix e apontou a para o feitiço de Voldemort. Hermione e Rony mesmo sem compreenderem exatamente porque, ergueram as próprias varinhas e uniram suas mãos as dos amigos. As três varinhas vibravam junto à mão de Harry, que as enlaçava unido aos amigos.

– O que eu faço? – Harry estava absolutamente confuso. Não entendia o que Gina queria ou porque estava fazendo aquilo. Tudo o que sua mente registrava era que ela estava viva e que ele não podia morrer, de jeito nenhum. Ele não queria morrer. Ele não merecia morrer.

– Apenas diga o que quer que aconteça, ou quando a maldição chegar, iremos os quatro... – ela sussurrou próxima ao seu ouvido.

Agora mesmo que ele não tinha entendido nada. Sua mão vibrava cada vez mais forte junto com as varinhas. Como ia parar a magia do “Sacrifício”? Era impossível. Não havia nenhum poder capaz de tornar um sacrifício desnecessário. “Tem certeza? Nenhum poder?” Gina estava dentro da sua cabeça. Harry torceu o pescoço para olhá-la. Ele não viu as orbes negras que haviam assustado Rony e Hermione. Era Gina, a sua Gina, que o fitava intensamente com os olhos castanhos. E ele não precisou de nenhuma palavra para compreender de que poder ela falava. Olhou para Rony e Hermione. Os dois estavam assustados, mas nenhum demonstrava a menor intenção de recuar. Morreriam com ele se fosse preciso. As palavras de Gina voltaram: “diga o que quer que aconteça”...

Sem pensar por nem mais um segundo, vendo a maldição cada vez mais próxima, Harry apontou as quatro mãos para ela e disse simplesmente.

– Volte!

A maldição pareceu desacelerar ainda mais e, então, parou. As duas fendas vermelhas que eram os olhos de Voldemort arregalaram-se num ângulo impossível. Como? O que estava acontecendo? Sua varinha continuava colada em sua mão, ele não conseguia soltá-la, estava preso ao próprio feitiço e a maldição agora retornava para ele. Voldemort usou todas as forças que tinha para tentar impedir o que estava vendo acontecer, mas parecia inútil. A luminosa cobra verde do Avada Quedavra retornava inexorável para aquele que a havia lançado. Um feitiço que possuía todo o poder e o ódio do Lord das Trevas e voltava para ele. Voldemort estava cego de ira. Mas não era o fim. Ele sabia. Ainda poderia retornar... então, sua mente foi povoada por imagens. Imagens onde Harry Potter destruía cada uma de suas Horcruxes.

– NÃÃÃOOO!!!!! – Berrou ensandecido.

Agora, ele via o anel de Slytherin quebrado, enfiado no dedo queimado e enegrecido da mão morta de Alvo Dumbledore. Depois, Harry Potter segurava entre os dedos o medalhão, igualmente devastado e inerte, de seu antepassado. A verdade atingiu Voldemort como um raio. Não havia mais nenhuma. Era apenas ele e quando a maldição o atingisse... ele morreria. Morreria!! O grande Lord Voldemort! Finalmente, derrotado! Ele morreria. A certeza disso o aterrorizava de uma forma que ele jamais havia sentido. A morte vinha em sua direção lenta e inexorável e não havia nada que ele pudesse fazer. Nada, nem nesse mundo, nem no próximo, que o pudesse lamentar a não ser ele mesmo. Sua mortalidade era a pior das maldições.

Havia pânico, horror e desespero nos olhos vermelhos quando o feitiço finalmente o atingiu. Nenhuma de suas vítimas exibiu uma expressão tão terrível e desamparada como a que se congelou na face viperina de Lord Voldemort. Seria digna de pena... isto é, se alguém conseguisse sentir isso por ele. Talvez, algum grande coração, como o de Dumbledore, lhe tivesse compaixão se o assistisse morrer daquele jeito, vendo a própria morte chegar. Mas, Tom Ridle certamente desprezaria qualquer um que tivesse esse sentimento.

No momento em que o feitiço o atingiu, uma luz ofuscante tomou conta de todo o círculo, como se algo muito poderoso estivesse sendo quebrado. Seu brilho foi tão intenso quanto o som rascante que se espalhou pelo vale abaixo, como se centenas de milhares de flashes houvessem sido disparados ao mesmo tempo. Os guerreiros que se digladiavam em frente à escola detiveram-se atônitos, ante a luz intensa que cobria o alto da montanha mais ao norte. Muitos, perdidos no tempo por causa da luta, quase se convenceram que o dia estava chegando pelo lado errado. Mas assim como a luz surgiu, ela desapareceu. As hostes das trevas, ainda sem compreender o que acontecera, prepararam-se para continuar os ataques, quando uma flecha luminosa cruzou os céus. O grupo de centauros parecia extremamente excitado. Batiam os cascos dianteiros no chão e os erguiam dando gritos e relinchos selvagens. Estavam exultantes. Muitos dos que combatiam os aliados de Voldemort compreenderam as manifestações de júbilo dos centauros. Sentindo suas forças renovadas, eles retornaram para prosseguir a batalha... embora a guerra já houvesse acabado.










No alto do promontório, Harry, Gina, Rony e Mione foram arremessados para longe com a força da explosão mágica. Apenas quando a luz desapareceu é que Harry tomou consciência do que tinha acontecido. “ACABOU!!” A palavra se formou quase incrédula na sua cabeça. Terminou. Ele tinha vencido. Não. Eles tinham vencido. Não estava sozinho. Não tinha feito tudo sozinho. Sabia que o seu poder era o mais forte e que sem ele nada teria sido possível. Mas no fim de tudo foram suas mãos unidas, suas mágicas combinadas, o laço poderoso que os ligava que havia feito a maldição retornar para Voldermot. Harry Potter tinha cumprido o seu papel de Eleito, mas seu maior mérito foi saber ter perto de si as pessoas certas. A sensação de felicidade que o invadia era maior e mais poderosa que qualquer outra que ele sequer pudesse imaginar. Estava vivo. Seus amigos estavam vivos. Voldemort esta morto! O pesadelo tinha acabado.

– Rony? Harry? – A voz de Hermione chegou confusa até ele. Harry olhou para a sua esquerda e a amiga também se erguia do chão, parecia tonta e trêmula. Rony, um pouco mais adiante tinha a mesma expressão, mas respondeu.

– Eu tô bem, Mione... e você? – A menina confirmou. – Harry?

– Estou vivo! – A sensação de euforia continuava a crescer dentro dele, forte, poderosa. Virou-se para a direita procurando Gina, mas ela ainda estava deitada. Parecia desacordada. – Gina!! – A voz dele saiu estrangulada, a euforia evaporando.

Correu para ela sendo seguido por Rony e Hermione, igualmente transtornados. Harry a tomou nos braços, mas Gina não reagiu. Estava mole e pálida embora a pele estivesse quente. Harry encostou o ouvido no peito da menina. O coração dela batia compassado.

– Está viva – a voz saiu num sussurro aliviado, Harry virou-se para Hermione – será que seria seguro revigorá-la?

– Podemos tentar.

– Deixa comigo – falou Rony – Enervate!

Gina estremeceu, mas continuou desacordada.

– Acho que foi muito forte... – falou Hermione apreensiva.

– O que? Gina não é mais fraca que nós... e estamos de pé. O que será que...? Aliás, como é que ela sabia que a gente poderia...? – As perguntas se somavam na cabeça de Harry na mesma velocidade que aumentava a angustia de ter Gina sem sentidos em seus braços. Rony e Hermione trocaram olhares agoniados.

– Harry – começou Hermione – você viu?

– Viu, o que?

– Que a Gina... bom... ela parecia estar sendo possuída por alguma coisa...

– Do que você está falando? Ela falou comigo! Olhou para mim! Era a Gina! Acha
que eu não saberia reconhecer.

Hermione lançou um olhar suplicante para Rony.

– Cara, eu não sei o que você viu, mas sei o que a gente viu e... bem, era a Gina, mas também não era, eu... – passou as mãos pelos cabelos – eu não sei... Mione...

Harry também lançou um olhar interrogativo para a amiga. Afinal, explicações eram com ela. Que história era essa de que não era Gina ao seu lado?

– Bom... eu não sei bem – ela esfregava as mãos nervosamente no colo – era a Gina sim, mas era como se alguém estivesse com ela, a guiasse, alguém poderoso.

– Poderosa – os dois olharam para Rony – tenho certeza que era uma mulher ou sei lá, um poder... meio feminino.

– Por quê? – Quis saber Hermione.

– Porque quando ela me tocou, parecia que era a minha mãe... foi uma coisa engraçada, num minuto eu estava longe e com frio e no outro parecia que estava no meu quarto, tomando o chá que minha mãe me dava quando eu era pequeno e ficava resfriado. Uma sensação de conforto... sei lá.

Os três voltaram a olhar para Gina. A menina continuava desacordada. Harry fez um carinho no seu rosto, afastando o cabelo dela, implorando silenciosamente que ela voltasse logo para ele.

– Por que você o trouxe para cá, Harry? – Perguntou Hermione.

– Snape me disse que esse lugar seria seguro. Eu... não queria duelar com Voldemort no meio de tanta gente inocente.

– Nem perto da gente, não é? – Comentou Rony.

– É... mas é difícil me livrar de vocês.

– Eu diria impossível, companheiro – o ruivo sorriu colocando a mão no seu ombro.

– Agora, eu sei disso.

Hermione os olhava com carinho.

– Conseguimos, não é? – Perguntou a menina porque queria ouvir em voz alta.

– Conseguimos, Mione. O pesadelo terminou!! Voldemort está... morto! – Harry disse aquilo em voz alta, lenta e pronunciadamente, como se só assim pudesse crer que era mesmo verdade. Os três trocaram sorrisos, que só não foram maiores porque Gina era agora uma preocupação quase tão grande quanto o alívio. Harry tinha certeza de que nada teria valido a pena se a menina não ficasse bem.

– Ela vai ficar bem, Harry – Hermione pareceu ler seus pensamentos – tenho certeza – acrescentou tocando-lhe o braço, gentilmente.

Harry sorriu para os dois. Queria muito acreditar em Mione. Só assim ele poderia descontrair e comemorar. Deixar novamente que a sensação de euforia e felicidade por estar vivo o tomasse. Sim, Voldemort tinha morrido, mas ele não se sentia culpado como se sentira com a morte de Bellatrix. Talvez, porque soubesse há muito tempo que teria de fazer aquilo. Talvez, porque não tinha feito tudo sozinho. O fato é que dentro dele havia uma leveza, uma sensação que ele nem conseguia descrever... Era como se a luz do dia iluminasse um lugar que por tempo demais tinha sido muito, muito escuro. Harry sentiu como se novamente tivesse onze anos. E Hagrid lhe dizia que ele era um bruxo. E ele entrava pela primeira vez no grande salão de Hogwarts. E ele vencia Voldemort... de uma vez por todas. Voltou a olhar para menina em seus braços. Uma certeza muito grande sobre o que sentia por ela o invadiu. Precisava que ela acordasse logo.

– Venham, vamos tirá-la daqui.

Rony o ajudou a se erguer com Gina e Harry a pegou no colo. Hermione, no entanto, olhou para trás. Voldemort jazia há alguns metros deles.

– Acho que devemos fazer alguma coisa com... – as palavras falharam.

Harry olhou de longe. Não tinha a menor vontade de se aproximar.

– Estou sem varinha, – disse muito sério – mas... acho que um funeral bruxo seria o suficiente.

Hermione e Rony entenderam. Os dois se adiantaram, apontaram as varinhas para o cadáver de Tom Ridle e falaram juntos: Flamande!! Chamas vivas envolveram o corpo e o consumiram em minutos, mas os três não o olharam mais.

– Como vamos voltar? É longe para caminhar. E como a Mione sempre diz, não dá para aparatar em Hogwarts. – Perguntou Rony.

Harry deu um sorrisinho.

– Bom, eu consigo me transportar com a varinha...

– É a gente viu – completou Rony.

– Mas estou sem a minha e somos quatro. Acho melhor um de vocês fazer uma chave-portal – e lançou um olhar para Gina – de preferência para a ala hospitalar.

Os dois concordaram e saíram a procurar um objeto que pudesse servir. Foi Rony que encontrou a Firebolt.

– Vocês têm idéia de como é que isso chegou aqui? – perguntou aturdido erguendo a vassoura.

– Acho que deve ter sido a Gina – respondeu Hermione. Estendeu a mão para que o namorado lhe entregasse a vassoura enquanto consultava Harry com o olhar.

– Tudo bem. Faça de forma que a vassoura vá junto.

Hermione, porém, se conteve.

– Uma coisinha antes de a gente ir, Harry. – Os dois rapazes não pareceram entender do que ela queria falar. – Seus planos mudaram, não é?

Harry a encarou sério, Rony não tinha entendido.

– Eu te conheço, Harry Potter. Acha que não percebi o que você disse depois do que aconteceu com a Bellatrix?

Rony olhava de um para o outro aturdido. Será que tinha perdido alguma coisa quando conversaram na torre de astronomia? Harry continuava sério, mas o rosto parecia estar se descontraindo.

– Ontem, antes de dormir, você disse, eu ouvi... Você disse que queria sumir, que era igual a ele... que não podia ficar perto da gente – Hermione estava quase chorando. – Diz pra gente que desistiu disso, por favor? Olha para mim, olha para o Rony, para a Gina. Estamos juntos nisso. Os quatro! – As lágrimas saltavam dos olhos dela. – Diz que não vai abandonar a gente.

Rony tinha uma expressão intrigada, mas igualmente ansiosa. Harry olhou para Gina. Não, não ia mais embora. Não conseguiria. Nem mesmo se ainda acreditasse que esse era o certo a fazer. E Hermione tinha razão. Eles estavam juntos naquilo tudo como sempre estiveram. E, agora, finalmente, tinha terminado. O pesadelo tinha acabado. Seu sorriso feliz foi toda a resposta que Rony e Hermione precisaram.





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N/A: Oi gente! Conforme eu havia prometido, a segunda parte do capítulo tá aí. E essa saiu em tempo recorde, hein? Espero que tenham gostado do fim do cara de cobra!
Sei que ainda deixei umas questões (muitas ainda...rsrs) no ar, mas eu tinha que fechar o capítulo nessa parte. Assim, aguardem. Alguns mistérios serão resolvidos nos próximos capítulos e outros surgirão (alguns até aparecem neste, uns mais claros, outros mais escondidos, mas estão aí).
OBRIGADA PELOS COMENTÁRIOS E PELOS VOTOS. Vocês têm sido maravilhosos!!! Acho que eu não teria escrito tão rápido se não tivesse recebido tantos em tão pouco tempo. AMEI CADA UM. Foi um incentivo e tanto e que me fez passar o fim de semana inteiro no computador. VALEU MESMO!!! Até o próximo capítulo!
Beijos imensos!!! E, por favor, COMENTEEEEEEE!!!!!!!!!!!

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