"Eu te amo calado..."

"Eu te amo calado..."



Já fazia alguns dias desde que Gina fora apresentada a Iara Newton, a namorada de Harry. E, desde então, as coisas finalmente começaram a se acalmar mais em sua cabeça. Como tinha se convencido de que Harry nunca iria se apaixonar por ela como ela era apaixonada por ele, sua mente começou a se direcionar para um conformismo que lhe acalmava. É lógico que, vez ou outra, ela ainda sentia o coração acelerar ao notar a presença de Harry, mas nada além disso. E o fato de não estar falando com ele estava lhe ajudando bastante, pois poupava-lhe de falsas esperanças.

Sua mais nova rotina era freqüentar a biblioteca de vez em quando, para estudar e manter sua mente focada nas disciplinas da escola. A última coisa que ela queria era ter suas notas abaladas por causa de decepções amorosas.

E, quando estava indo para mais uma noitada de estudos intensivos, foi abordada por alguém que ela não esperava encontrar.

- Gina! Preciso falar com você – disse Ernesto McMillan, ofegando.

- Nossa! O que foi que aconteceu? – ela perguntou, assustada com a vermelhidão no rosto do garoto.

- Encontrei seu irmão chegando na Grifinória e ele me disse que você deveria estar indo para a biblioteca, então eu corri para te encontrar.

- Ah, certo... Mas aconteceu alguma coisa? Algo que eu possa ajudar?

- N-não... Nada de grave! Quero dizer, depende do ponto de vista... – Ernesto deu uma risadinha sem-jeito.

- Ah, ainda bem! Mas o que foi então?

Ernesto olhou para os lados, para se certificar de que ninguém o ouviria e respondeu:

- É sobre a Luna. Eu não sei se ela te contou sobre... Eu e minha ex-namorada.

- Ah, contou sim! – Gina lembrou de uma conversa que tivera com a amiga recentemente. E não poderia esquecer, pois Luna estava mais enfurecida do que o normal.

- E... Como é que ela está? Digo... Está muito chateada comigo?

- Ernesto... Tem certeza de que você veio até aqui para saber se a Luna ficou chateada com a estupidez que você fez com ela?

- É óbvio que ela está brava comigo, né... Eu sei... Mas é que... eu me arrependi, sabe, Gina. Eu descobri que realmente, eu... – ele engoliu em seco, praticara muito para dizer isso à amiga de Luna. – Eu gosto dela! E gosto muito dela... Não sei onde estava quando dei ouvidos à louca da Jessie, e...

Gina se comoveu com o que ouvia, era tão bom saber que alguns garotos ainda eram fiéis aos seus sentimentos, mesmo que tardiamente. Como ela gostaria de que essa conversa fosse entre Harry e Luna, ele falando sobre o quanto gostava de Gina!

- Então o que é que você está esperando para ir até a Luna e contar tudo isso pessoalmente?

- Você conhece sua amiga, Gina... Ela não é tão fácil assim de lidar. Ela nunca vai acreditar em mim. Nunca...

- E o que você quer que eu faça?

- Queria que você entregasse essa carta a ela...

Ernesto pôs a mão dentro do bolso da calça e dele tirou um pedaço de pergaminho dobrado. Estendeu-o e depositou-o sobre a mão aberta de Gina.

- Tudo bem, Ernesto. Mas não desista de conversar com ela, ok?

Assim que Ernesto saiu, Gina voltou para a biblioteca pensando em como as pessoas agiam sempre guiadas pelos sentimentos. Teria sido tão mais fácil se ela nunca tivesse gostado de Harry. Mas ninguém manda em seus sentimentos e tudo o que ela podia fazer era tentar fugir deles.

Duas horas depois de estudar DCAT, Gina voltava para o quarto com a cabeça exausta, morrendo de sono. Já passavam das dez horas da noite e ela tinha que ser cautelosa, para não ser pega.

Ao passar pelo quadro da mulher gorda, encontrou uma sala comunal vazia, ocupada por apenas uma pessoa que estava sentada de costas para a entrada. Ela teve curiosidade de ir olhar quem era, mas hesitou. Continuou seu caminho para o quarto, quando ouviu ser chamada. E sentiu seu coração querer pular pela boca quando percebeu que a voz era de Harry.

- Gina?

Ela engoliu em seco. Queria desaparecer, queria correr e fazer de conta que não o ouviu, mas seria covardia.

- Quem é? – ela perguntou, na esperança de estar enganada quanto ao dono da voz.

- Sou eu, Harry – ele agora tinha se levantado e andava perigosamente em sua direção. Ela tentou andar para trás, mas ele a segurou por um braço. – Gina, eu queria entender porque você tem agido tão estranha comigo.

Ela sentiu raiva ao ouví-lo fazer tal pergunta. Parecia hipocrisia da parte dele, não saber tudo o que tinha lhe causado.

- Por favor, Gina... Há dias que eu me pergunto por que você tem se afastado tanto de mim e não consigo encontrar uma resposta cabível. Eu te fiz alguma coisa ou você está simplesmente chateada com o término do seu namoro...? Aliás, eu tive alguma culpa nisso? Porque se aquele... er... beijo que eu quase te dei tiver prejudicado o seu namoro a esse ponto, por favor me diga! Eu preciso saber o porquê de está sendo assim ignorado.

- Você tem certeza que não sabe, Harry? – Gina sentiu seu sangue subir à cabeça. Nunca sentira tanta raiva de Harry, de sua incapacidade de perceber o que lhe fizera. – Mas tudo bem... Eu vou lhe dizer o porquê de eu não estar mais falando com você! – ela tentou se acalmar, respirar fundo. Colocou as mechas dos cabelos, que insistiam em cair sobre o rosto, atrás das orelhas e prosseguiu: - Eu estou com raiva de você, Harry! Raiva! Você sempre soube o que eu sentia por você. Porque afinal de contas, quem é que nunca soube da paixonite que eu tive por você? Alguns podem não levar os sentimentos das pessoas a sério, mas o que eu senti por você não foi nenhuma tolice! Eu realmente gostei de você! Lutei para esquecer esse sentimento e até aí você não teve culpa de nada. Ninguém tem a obrigação de gostar de mim de volta! Eu entendo isso perfeitamente. Mas quando eu finalmente consegui esquecer você, quando eu finalmente estava amando alguém, você reapareceu! Aliás, você se intrometeu na minha vida! Você não tinha o direito de brincar com os meus sentimentos! Não tinha, Harry! Aquele “quase-beijo” idiota me custou o fim do meu namoro! Aliás, ele fez com que eu voltasse a sentir por você tudo aquilo que eu já senti antes e de uma forma muito mais intensa. Então eu tomei uma decisão. Iria até você me confessar, dizer o que sentia por você, até porque poucos dias antes você tinha se “declarado” para mim! Mas como eu sou tola, né... Acreditar que você realmente fosse capaz de gostar de mim! E então, quando eu fui dizer o que sentia, você veio com uma bomba: uma namorada! Assim: vinda do nada! E então, Harry, eu lhe pergunto mais uma vez... Tem certeza que não sabe o porquê de eu não estar mais falando com você?

Harry estava paralisado. Tudo o que Gina dizia fazia sentido. Mas em momento algum ele quis lhe magoar. Muito pelo contrário, todas as suas ações depois da noite em que tentara dizer que a amava, foi para poupar-lhe mais sofrimento. Foi para que ela não voltasse a gostar dele. E agora ele estava ali, sem saber o que dizer, pois nada que dissesse iria amenizar sua situação com a ruivinha

- Eu... – ele tentou puxar algo para dizer. Gina estava séria à sua frente, indignada e com lágrimas que desciam-lhe o rosto. – Me desculpa, Gina... Eu nunca quis te magoar... Nunca! Tudo o que fiz foi...

- Tudo bem, Harry. Não precisa dizer nada. Eu não espero que você melhore a situação. Tudo o que eu quero é que você respeite a minha decisão de não querer falar com você e eu sei que um dia tudo isso irá passar.

E dito isso, ela se retirou para as escadas que levavam aos quartos. Harry, por sua vez, permaneceu em pé, na mesma posição, apenas olhando a ruivinha subir as escadas.

“Então ela me ama”, ele pensava. “Como eu pude apagar o sorriso mais lindo de Hogwarts?”




A noite anterior tinha sido a mais tediosa dos últimos tempos para Draco. Ele fora à masmorra na esperança de encontrar uma Hermione arrependida, mas após esperar quase uma hora, se certificou de que a garota falara sério.

Agora ele estava em sua terceira aula do dia: Transfigurações. Essa matéria nunca fora sua predileta e esse não seria um dia ideal para se prestar atenção no que a professora McGonagall falava. Ele estava parado, olhando para frente, mas sua mente estava longe, naqueles cabelos castanhos, naquele sorriso inesquecível e naquele perfume que ele desejava incessantemente sentir mais uma vez. Era fato: Hermione lhe enfeitiçara e agora Draco passava o dia todo desejando pelo momento em que ela fosse atrás dele dizendo que mudara de idéia e que queria expor para todo mundo que estavam juntos.

Mas e se ela não gostasse dele? E se ela tivesse caído em si e percebido que estivera perdendo seu tempo ao lado dele? Esse era seu maior pesadelo. Como ele queria poder beijá-la novamente! Como ele queria conhecê-la melhor, queria ser o primeiro a ir para a cama com ela. Ele imaginava o quanto seria cuidadoso nesse momento...

- Draco Malfoy!! – ele ouviu a professora Minerva gritar. – Menos 5 pontos para a Sonserina pelo desligamento do Sr. Malfoy!

- Mas... – ele olhou suplicante para os seus amigos, tentando entender o que tinha acontecido.

Crabbe simplesmente bufou e Goyle respondeu:

- Acho que a sua amante secreta acaba de nos prejudicar! Que cara de idiota essa sua... Credo!

- Ã? Ta maluco? Quem disse que eu estou pensando em alguém? – disse Draco, com seu ar prepotente de sempre.




Ao chegar ao quarto, após um longo dia de aulas, em que mais uma vez, Rony e Hermione não se falavam, Harry deitou-se em sua cama e fechou sua cortina para refletir. Estivera o dia inteiro pensando nas palavras que Gina dissera na noite anterior, mas ele precisava de um tempo sozinho para pensar nelas melhor. Iara só iria lhe atrapalhar, aquele não era um dia legal para encontrar com ela. Ele sabia que uma hora ela iria notar seu afastamento, mas no momento ele não tinha nem forças para se explicar.

Gina lhe amava. Mesmo que essa fosse uma verdade óbvia para qualquer um que a conhecesse bem, ele não tinha conseguido enxergar isso. O namoro com Dino parecia tão bem, tão real, que ele nunca iria adivinhar poderia deixá-la tão abalada após tentar se declarar. E o que ele lhe dissera naquela noite, semanas atrás não deixava de ser verdade. Ele a amava, sim. De uma forma nova, incontrolável. Um sentimento que começou de um desejo e se tornou em algo tão puro e verdadeiro...

Ele queria muito conversar com Hermione, para saber como agir agora. Ele nunca estivera tão certo do que queria, mas sentia-se na necessidade de ter a aprovação de alguém antes que fosse atrás de Gina mais uma vez. Mas Hermione já tinha preocupações demais em sua cabeça. Provavelmente ela nem lhe escutaria direito.

Foi quando Harry ouviu o barulho alto de algo pesado que caía em cima de uma das camas do quarto. Ele abriu a cortina de sua cama e verificou que Rony havia sido a pessoa que se jogara na cama ao lado. O ruivo estava estendido com a mão sobre o rosto e parecia verdadeiramente exausto.

- Rony?

- Oi? – o garoto respondeu, sem abrir os olhos.

- Por que você não se declara logo para Hermione? – Harry não sabia de onde saíram tais palavras. Ele simplesmente estava cansado de ver tanto sentimento escondido.

Rony se assustou com a pergunta do amigo e sentiu seu rosto corar. Ele nunca dissera a Harry o que sentia por garota alguma, muito menos por Hermione. Como ele poderia saber que...?

- Ã? – foi o que ele se limitou a perguntar ao virar o rosto na direção de Harry.

- Eu sei muito bem que você gosta dela. Não precisa mais esconder.

- Mas eu... eu nunca disse nada! Disse?

- Não. Não precisava. Olha, Rony... Por que você não diz logo tudo o que sente para ela? Talvez isso pudesse poupar muita briga. Quem sabe assim ela não iria te entender melhor e...

- Ela me entender melhor? Ela é que tem que se explicar, Harry! Ela é quem está saindo com Draco Malfoy!

- Mas ela está muito magoada com você, Rony. É isso o que você quer? Perder para sempre até mesmo a amizade dela? Eu também não concordo muito com ela estar saindo com o Malfoy. Eu me preocupo e muito com a nossa amiga, mas tudo o que eu posso fazer é dar suporte! Dizer que estou aqui do lado dela. O pior que pode ser feito é se virar contra! Assim ela só vai ter mais motivos para se apoiar nele! Eu sei que você se arrependeu de tudo o que disse. Eu sei que você não quis falar metade das coisas que falou para ela. Então vai lá e pede desculpas.

Rony permaneceu calado. Harry sabia que, apesar de todo aquele orgulho, Rony havia lhe escutado e quem sabe até concordado com alguma coisa.

Ninguém sabia, mas o ruivo estava sofrendo. Ele amava muito Hermione. Ele não só gostaria de estar no lugar de Draco, como tinha muito medo de que ele a magoasse. E se isso acontecesse, ele seria capaz de estrangular Malfoy. Mas não era tão fácil assim chegar para Hermione mais uma vez e dizer que lhe ama, porque ele já tentara isso uma vez e fora incompreendido. A resposta que ela lhe deu foi começar a se encontrar com o seu pior inimigo. Isso lhe irritava profundamente, sem mencionar o quanto lhe magoava.

Mas todo esse sofrimento estava lhe deixando louco. Ele já não agüentava mais vê-la lhe ignorar todos os dias. Ele só não sabia ainda o que fazer para reverter essa situação.




N/a: Minhas queridas, a fic ta tomando o rumo que eu queria! E ta gerando a maior confusão! Esse triângulo ta endoidando qualquer um, né? Adoro ver gente que apóia o Draco, gente que apóia o Rony e ainda tem gente que quer ver a Hermione com os dois! Nossa, já pensou que sortuda? Hehehe... :P

Natinha: Eu também não sou nenhuma fã da Lilá, sabe? Mas a gente tem que se colocar na cabeça dos personagens um pouquinho! O Rony não é nenhum insensível a ponto de descartar a coitada assim num piscar de olhos! É lógico que ele se sentiu aliviado com o fim do namoro, mas ele tem que mostrar pelo menos um pingo de compaixão, não é mesmo? ;) Enfim... Agora a Lilá é só passado na história do Rony e agora o caminho dele estar “livre” para decidir se deve ou não lutar pela Hermione! E o resto, só lendo a fic para saber o que vai acontecer de verdade...

Mila Weasley: A Gina tinha passado uns dias sozinha, pensando, mas agora está de volta... Espero que você tenha gostado da conversa dela com o Harry! E muito obrigada por estar lendo a fic!!

Melissa: A fic ta ficando um pouco triste, mesmo, Melissa! Mas é porque ela é um drama! Com o tempo as coisas vão melhorar... ou não! =x Vamos ver, né? hehehe... Espero que você tenha gostado do capítulo! Adoro seus comentários!

Mione Malfoy: Pois é! Mas a Mione ficou realmente muito abalada... Vamos ver o que o Draco pode aprontar agora, né? =x Continua acompanhando e comentando, certo?

Carla Ligia Ferreira: Nossa, pobre Malfoy! Hehehe... você quer mesmo ver o coração dele destroçado? Que mente malvada a sua! Hehehe... Brincadeira... O que será que o destino está tramando para ele, né? (corrigido! Nossa, que garfe, Carla!! Me desculpe!)

Bom, gente... Beijão para todos vocês! E espero do fundo do meu coração que continuem acompanhando o desenrolar da fic (essa minha cabeça louca ainda tem muita coisa pra mostrar para vocês!) e comentando o que estão achando!

Lina Bars. ;)

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Comentários (2)

  • Juh Evans Potter

    Concordo com a Angel por que se você botar o Rony com a Mione olha... É bom você ter bons seguranças se não é eu que te estrangulo! kkkkk

    2012-02-07
  • Angel_Slytherin

    Apoiar o Rony? NUNCA! O negócio é Draco e Hermione! hehehe.  BeijosAngel_S

    2011-06-16
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