Duras Verdades Magoam

Duras Verdades Magoam



Gina já estava cansada de chorar quase todas as noites antes de dormir. Como poderia tudo mudar de repente em menos de um mês? Por que um simples beijo – que quase acontecera, já que a ruivinha ainda conseguiu impedí-lo de acontecer – fora capaz de fazê-la acabar o namoro com Dino e ainda deixá-la continuar se sentindo completamente insegura com relação a Harry?

A noite anterior tinha definitivamente lhe mostrado a maior de todas as verdades: Harry Potter era inalcançável. E, provavelmente, seus sentimentos por ele não iriam embora tão cedo. O que ela tinha que fazer era simples: lutar para ser forte. Se para isso ela tivesse que evitá-lo, então era exatamente isso que seria feito. Gina resolveu ser fria com Harry.

Naquela manhã, a ruivinha não o encontrou no café-da-manhã, pois tentou sentar-se o mais distante possível de onde ele costumava se sentar. As aulas se comportaram como uma maravilhosa maneira de ocupar sua mente, mas quando ela pensava que tudo estava indo bem... Encontrou-o no corredor a caminho do almoço, de mãos dadas com Iara Newton. E para sua tristeza ele não parecia nem um pouco desconcertado com a situação, como da outra vez que eles tinham se trombado. Muito pelo contrário, ele estava bem sorridente.

- Oi, Gina! – disse Harry ao se aproximar.

Gina conseguia sentir seu estômago dar voltas e voltas dentro de si de nervosismo e, tentando ser o mais serena possível, respondeu:

- Olá, Harry! E... – a ruivinha olhou para a morena ao lado de Harry.

- Ah, essa é Iara Newton, Gina! Minha namorada.

Pronto. Aconteceu. O mundo de Gina Weasley parou naquele momento. Ela não esperava que isso fosse acontecer tão rápido. Tudo bem ela encontrar Harry com uma garota aqui e outra ali, mas não esperava vê-lo assumir compromisso sério com alguém tão cedo.

- Ah, er... Claro! Prazer! – respondeu Gina, sem expressar um sorriso sequer.

Não é preciso nem dizer aqui que o dia passou se arrastando para Gina. Todo seu amor-próprio estava abalado. Uma sensação de impotência lhe atormentava ainda mais do que o arrependimento de ter terminado o namoro com uma pessoa tão querida por alguém que não lhe dava valor. Toda vez que encontrava Dino pelo castelo – algo que, graças a Merlin, não acontecia todo dia –, ela se sentia mal, mas nada comparado ao que estava sentindo agora que tinha visto Harry feliz e tentando levar um relacionamento a sério.

Agora, além de tentar evitar um encontro com Dino, Gina tinha que fazer de tudo para não dá de cara com Harry, senão era capaz de sentir seu estômago dançar um tango dentro dela.

Porém, dois dias depois de ter sido apresentada à namorada de Harry, Gina estava sentada sozinha em uma poltrona tentando se concentrar em seus estudos de Transfigurações, quando ouviu a voz que ela mais vinha evitando.

- Estudando a essa hora, Gina? – disse Harry, em pé ao lado de Rony.

- Ahn? Ah, er... Sim. Por que não? – ela não pôde evitar o tom frio em sua voz, o que deixou seu irmão e Harry assustados.

- Que simpatia é essa, Gina? – perguntou Rony, sarcasticamente.

- Ah, não é nada. Eu estou ótima! – respondeu Gina, torcendo para que eles se retirassem logo dali.

Rony atendeu ao seu pedido mental, mas Harry resolveu sentar-se em uma poltrona à sua frente. A ruivinha continuou fingindo se concentrar no livro, sem levantar um centímetro seu rosto para olhar Harry, rezando que assim, ele percebesse sua necessidade de ficar só.

- Er... Gina? – chamou Harry hesitantemente e só quando a garota abaixou o livro para encará-lo, ele continuou: - Tem certeza que não aconteceu nada?

- Como assim?

- Bem, você tem andado um pouco... estranha, ultimamente.

- Estranha? Eu? Que é isso, Harry... Deve ser coisa da sua cabeça. Eu estou bem, sim!

Silêncio. Fazia dias que Harry vinha percebendo a anormalidade no jeito de ser de Gina. Ele sempre a vira alegre, sorridente e companheira; mas agora mal a via e, quando a via, ela parecia sempre distante. Harry se preocupava muito com a ruivinha e ainda que não pudesse abraçá-la para reconfortá-la, ele se sentia na necessidade de fazer algo para não vê-la infeliz.

- Er... Desculpe-me Harry, mas... Eu estou precisando muito estudar isso aqui e...

- Ahm... Claro! – disse Harry, levantando-se da poltrona, chateado por não ser a compainha que Gina desejava por perto no momento.




Duas semanas depois...


A entrega do trabalho de Poções foi tranqüila. Todas as duplas conseguiram entregar o seu no prazo dado, mesmo que para isso muitas delas tiveram que virar as últimas noites, como Harry e Crabbe. A verdade é que, para todos, foi como tirar um enorme peso que carregavam nas costas.

Mas havia algo que deixava Rony desconfiado. Hermione não tinha mais necessidade de sair à noite para se encontrar com Draco para fazer o trabalho e, no entanto, sumia quase todas as noites a partir das 21h. Havia algo de errado nisso, Rony não podia deixar de perceber. Ele tinha que descobrir o que se passava. A amiga continuava fria com ele, mas nunca a vira sumir assim à noite. E ele não podia simplesmente chegar a ela e perguntar o que estava acontecendo, pois conhecia o temperamento de Hermione.

Naquela tarde então, Rony foi a Harry pedir sua Capa da Invisibilidade emprestada com o pretexto de que estava precisando andar pelo castelo para pensar, sem que Lilá o visse, já que eles estavam “brigados”. Harry relutou um pouco, mas acabou cedendo. E, às oito horas e trinta minutos da noite, Rony já estava coberto pela capa, sentado em um dos poucos sofás desocupados da sala comunal, esperando que Hermione passasse pelos alunos e se direcionasse ao quadro da Mulher-Gorda.

Quando isso aconteceu, Rony se levantou cautelosamente tentando não fazer barulho e seguiu a amiga. Ao chegarem ao corredor que levava até a biblioteca ele chegou a pensar que toda a sua preocupação tinha sido em vão, quando, no entanto, ela passou direto pela entrada da biblioteca. O coração de Rony então começou a bater mais forte. “O que afinal Hermione poderia estar aprontando?”, ele pensou.

Foi quando ele a viu entrar em uma masmorra escura e ele foi obrigado a apressar o passo para ficar mais perto da amiga.

A masmorra era fria e escura, ele nunca tinha prestado atenção nela. De repente ouviu risinhos vindos do fundo e reconheceu que Hermione não estava sozinha. Ela estava sentada com outra pessoa ao seu lado que passava o braço sobre seu ombro e eles pareciam bastante descontraídos. Ao chegar mais perto, pôde perceber que a pessoa era nada mais, nada menos que Draco Malfoy. Rony quase entregou a sua presença com o susto, o que fez com que Hermione olhasse atônita para frente.

Rony teve vontade de puxar Draco pela roupa e encher a cara dele de soco. Mas se conteve. Assim que se encontrasse com Hermione novamente, muita coisa seria dita. Ele não poderia estar se sentindo mais traído.


Hermione e Draco estavam se encontrando rigorosamente todos os dias no mesmo horário desde seu primeiro encontro. As coisas não se estabilizaram tão fácil assim. Foi preciso muita persistência do sonserino, pois Hermione pensava em desistir algumas vezes. Mas ele estava aprendendo a contornar a situação. Nos últimos dias, no entanto, as coisas aconteceram mais naturalmente. Hermione já chegava sorridente ao encontro e suas conversas eram sempre recheadas de muita ironia e sarcasmo. A melhor parte, para Draco, era quando eles se beijavam. Ele adorava os lábios de Hermione.

- E aí, Granger... Já teve vontade de contar para todos que nós estamos juntos? – perguntou Draco e, vendo que a expressão no rosto de Hermione era de confusão, ele continuou: - Ah, você sabe... Que garota não gostaria de estar no seu lugar, não é mesmo?

- Ha ha ha! Como você é engraçado! – respondeu Hermione, dando tapinhas no ombro de Draco.

O sonserino rio e ficou sério de repente, encantado com os olhos e o sorriso de Hermione. Como era linda! Mas o que ele mais adorava em Hermione era mesmo sua personalidade forte. Ele tinha dificuldades em dizer essas coisas a ela, graças ao seu orgulho, mas imaginava que com esse seu olhar conseguisse passar os sentimentos.

- O que foi? – perguntou Hermione sem graça ao perceber o olhar bobo de Draco.

- Ahn? Ah, nada! – respondeu ele, desconcertado. – O que poderia ser, Granger?

E depositou mais um beijo nos lábios doces de Hermione para cessar aquele momento de paixonite que ele tentava sempre evitar.




No dia seguinte, Harry observou que mais uma vez Gina não sentou perto dele e de Rony no café-da-manhã, como ela costumava fazer. Já havia um bom tempo que ele notara isso, mas a coisa ficou mais óbvia ainda quando Hermione resolveu chamá-la para sentar com eles e recebeu um “Não, Mione, obrigada. Mas eu estou bem aqui”.

Depois da aula de Transfigurações daquela manhã, Harry andava pensativo pelos corredores. Rony estava aos beijos com a namorada e Hermione resolvera ir à biblioteca estudar pelo tempo perdido. Assim como Rony, ele tinha notado a ausência da amiga a partir das nove horas da noite todos os dias e suspeitava de que ela poderia estar saindo com alguém. Ele até achava isso engraçado e se perguntava quando é que Rony iria finalmente se declarar para ela.

Mas o que ocupava a mente de Harry agora não era a vida amorosa de seus melhores amigos, não. E sim a sua. Seu namoro com Iara estava indo muito bem, obrigado. Mas era quase monótono demais. Seus sentimentos por ela não aumentavam, não se tornavam mais forte. Os dela, pelo contrário, pareciam crescer cada vez mais e mais. E isso o assustava.

E ainda tinha Gina. A ruivinha não saía de seus pensamentos. Por mais que ele tentasse, por mais que ele fugisse para os braços da linda namorada toda vez que pensava na irmã do seu melhor amigo, nada parecia funcionar. Era em Gina que ele pensava quando ia dormir. Naqueles cabelos ruivos e longos, naquele rosto branquinho e rosadinho nas bochechas e naquele sorriso natural, que por sinal ele não via há tempos. O que será que estava se passando na vida de Gina? Por que ela vinha andando tão séria e distante? Ele não conseguia entender. Então ele pensou na pessoa que era talvez a mais próxima dela, seu namorado.

Não demorou muito para ele encontrar Dino encostado a uma coluna no pátio interno do castelo, conversando com Simas.

- Opa! Tudo bom?

- Fala, Harry! Tudo ótimo! E com você?

- Comigo está tudo tranqüilo também. Mas... Aconteceu alguma coisa com a Gina?

- Ahn? Com a Gina? Por quê? Ela está bem? – perguntou Dino preocupado.

- Ué, estou perguntando para você, cara. Ela tem andado tão séria ultimamente e eu pensei que você soubesse alguma coisa...

- Ah, pergunta ao Rony! Eu infelizmente não tenho andado muito presente na vida dela, ultimamente... – respondeu Dino, pensativo e olhando para o chão.

- Como assim? – perguntou Harry, confuso.

- Eles acabaram o namoro, Harry! – respondeu Simas.

- Ah... Nossa... Desculpa, Dino! Mas faz tempo já? – respondeu Harry, sem jeito.

- Algumas semanas.

Como é que ele não sabia? Então era essa a resposta para a sua pergunta. Gina estava triste com o fim do namoro. Mas Dino também parecia triste, então o término do namoro não deveria ter sido decisão só dele. Outra coisa que o intrigava era que a ruivinha parecia a mesma de antes com Hermione, Luna e Rony. Apenas ele é que ela vinha evitando. E ele tinha que saber o porquê disso.




Luna e Ernesto finalmente ficaram juntos. Ele teve que ter muita paciência para vencer o orgulho e a confusão que ocupavam a mente de Luna, mas eles tinham já se encontrado quatro vezes na Sala Precisa. Fazia, no entanto, quase uma semana que Luna não recebia notícias de Ernesto e estava começando a achar que ele tinha desistido dela. Luna se sentia usada.

E aquela noite, quando já tinha se deitado na cama e fechado a cortina, ouviu a voz da menina que ela mais detestava em toda Hogwarts, Jessie.

- Ah, então quer dizer que vocês dois ainda não estão juntos de novo? – disse a voz de uma amiga de Jessie.

- Shhh! – respondeu Jessie em voz baixa. – Cuidado, Alina, não podemos sair falando sobre essas coisas por aí.

- Mas não tem ninguém no quarto, Jessie!

Luna permaneceu calada. Seria a sua chance de descobrir qualquer armação de Jessie.

- Bem, então tá. Mas é bom a gente falar baixo de qualquer maneira – respondeu Jessie ainda em baixo tom.

- Então vai. Conta! O que foi que você fez?

- Bom... Digamos que eu consegui fazer uma chantagenzinha com o Ernie!

- Sério?

- Isso. Eu inventei que meus pais tiveram uma briga séria lá em casa e disse que estava muito triste mesmo, sabe. E que estava precisando dos amigos ao meu lado.

- Muito bem, Jessie!

- Desde que eu soube que ele estava saindo com aquela insossa da Lovegood, eu resolvi que estava na hora de agir, sabe! Então eu pedi a ele que ficasse um tempo sem sair com ninguém porque eu estou ainda mais frágil do que antes!

- Nossa, como você é inteligente, amiga!

- Eu sei. Enfim... Agora eu vou ter tempo suficiente para dar uma de coitadinha que precisa de um bom ombro amigo.

As amigas riram alto e foram interrompidas por um outro grupas de quintanistas da Corvinal que entravam no quarto.

Luna sentiu muita raiva. No dia seguinte iria atrás de Ernesto para falar um bocado de coisa.




N/a: Gente, antes de tudo, gostaria de agradecer a todos vcs que têm acompanhado a fic sempre que ela é atualizada, isso é MUITO importante pra mim! E quanto mais comentários que eu recebo, mais crio coragem para arranjar tempo para adiantar os capítulos! =)

Agora... Gostaria de abrir um parêntese aqui e agradecer a algumas pessoas em específico:

Carlam: Nada ainda está definido nesse triângulo Draco/Mione/Rony! Muitas águas irão rolar! :} E muito obrigada por estar lendo a fic!

Julia Barbosa: Como sempre, minha cooperadora de fics! Seus apoios são muito importantes, viu? Te adoro muitoooo!! Essa fic eu estou continuando graças, em grande parte, a vc! :)

Mila Weasley: São por comentários como o seu que eu tenho cada vez mais vontade de escrever mais e mais!! Nem sei como agradecer a todo esse elogio! Só espero nunca lhe desapontar! ;)

Melissa: Mais uma amante de D/Hr! Nunca tinha feito uma fic D/Hr e estou vendo o quanto é difícil narrar esses dois juntos, mas é muito legal! Se eu conseguir mais inspiração, qualquer dia desses, faço uma outra fic só para eles dois! Muito obrigada, Melissa!!

Enfim... Estou adorando agradar a todos vcs que curtem shippers diversos! Só espero que o final não desaponte ninguém =/

Bem, é isso... os agradecimentos vão realmente a absolutamente todos vcs que têm deixado comentários na página da Fic. E aqueles que ainda não deram, mas querem dar palpite, podem ficar à vontade! ;)

Lina Bars

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