Jorge no Ministério
_ Mãe! _ Selene desceu as escadas pulando os degraus _ Mãe! Papai chegou! Ele está lá fora!
_ Charlotte largou a poção que estava fazendo sussurrando enquanto olhava para o relógio _ Mas ainda está cedo...
_ Chocolate! _ Selene passou correndo pela cozinha, mas foi detida pela mão ao tentar abrir a porta.
_ Espera, filha. _ ela foi até a janela, mas não viu ninguém no quintal.
_ Não tem ninguém lá, Selene.
A menina colocou o dragãozinho da boca e olhou assustada para a mãe da mesma foram da noite em que ela vira alguém na casa da Emily. Charlotte a pegou no colo e foi até a sala para olhar por outra janela e também não havia nada lá.
_ Está vendo? Não tem ninguém.
_ Mas...
Um estrondo veio do andar de cima e Selene agarrou-se ao pescoço da mãe. Charlotte correu pelas escadas já tirando a varinha do bolso das vestes. Segurando firme a filha no colo ela tentou fazer o mínimo de barulho possível enquanto olhava pelas portas do corredor. Outro barulho e havia movimento vindo do quarto de Gareth. Ela correu até lá e parou deslizando na porta.
_ LUMUS! _ ela gritou ao deparar-se com o alagatus brincando com a coleção de réplicas de monstros e animais fantásticos do menino _ Já-para-FORA! Alagatus feio!
O bichano abriu as assas brancas e saiu voando pela janela. Charlotte colocou a filha em cima da cama e com um aceno de varinha as coisas voltaram aos seus lugares, concertando-se nos lugares em que forma despedaçadas. Ela sentou-se na cama zangada ao lado de Selene e olhou bem para amenina que observava as peças juntando-se. Ela realmente precisava descobrir se o que a filha via eram invenção ou verdade.
Emily estava saindo do departamento de relações com trouxas para o horário de almoço, quando alguma coisa chamou a sua atenção. Ela viu Fred saindo o corredor do departamento dos mistérios. Mas, ele estava diferente. Normalmente os aurors não compareciam ao Ministério sem os uniformes oficiais.
_ Ei! Fred! – ela aproximou-se dele que virou-se ao ouvir o chamado._ Emily? – perguntou ele surpreso._ ...Fred? – ela perguntou incerta pelo tom da resposta dele._ Não. Eu...
_ JORGE! – ela deixou cair os relatórios que trazia consigo _ Ah! Por Merlim! É você mesmo?!_ Bem, sou eu, mas...
_ Onde você estava?! O que está fazendo aqui?! O que aconteceu?! Quanto tempo! O Fred não falou nada!
_ Calma, por favor! Uma pergunta de cada vez!
_ Então vem almoçar comigo e você me conta tudo – ela o puxou pelo caminho.Charlotte aproveitou o resto do dia, quando Selene dormia em seu quarto, para verificar como estavam os feitiços de proteção da sua casa. Emily havia dito que o barulho na casa dela poderia ter sido de um galho quebrando com o vento, mas não houve barulho dessa vez. E o que garantia que quem estava rondando a casa dela não estivesse ali também. Meneando a cabeça, ela voltou para dentro no exato momento em que o marido chegara do trabalho.
_ Tem alguma coisa para comer? _ pediu ele procurando pela cozinha.
_ Oi para você também, Fred, e não tem comida! A não ser que você queira aquela papinha amassada que a Selene adora.
_ Vocês não comem nessa casa quando eu estou fora, não?
_ Esquece a comida que eu tenho algo mais importante para falar agora.
_ Mas eu estou com fome! _ ele reclamou sentando na cadeira e apoiando os braços na mesa – Para meu estômago isso é importante!_ Logo que você e o Potter chegaram na noite de despedida das crianças, eu havia acabado de voltar de fora da casa da Emily.
_ E o que você foi fazer lá fora? _ ele encolheu os ombros.
_ Pegar comida é que não foi! _ ela irritou-se com a falta de interesse dele _ Selene disse que tinha alguém!
_ E tinha alguém lá?
_ Não.
_ Então qual é o problema?
_ Mas tinha alguém!
_ ...Mas você falou que não tinha.
_ Porque já tinha aparatado.
_ Mas a casa deles está protegida com feitiços contra aparatamento.
_ É justamente aí que eu quero chegar. Hoje ela disse que viu alguém aqui, mas não havia ninguém... Tem certeza de que os feitiços da nossa casa foram bem executados?
_ Acha que eu, um Auror qualificado, não sou capaz de fazer um feitiço de proteção decente em mina própria casa?
_ Sim. Não!... Quer dizer, havia alguém lá, Fred! Selene viu e eu sei que tinha! Mas hoje eu não ouvi nada e... E se for alguém querendo vingar o que fizemos com o Voldemort? E se esse alguém queria pegar a Selene?
Fred franziu a testa:
_ Eu acho que você não deveria se preocupara com isso. Em todos esses anos não houve tentativa nenhuma de comensais ressurgirem... Escuta, não sobrou nenhum pedacinho daquele assado de ontem?
Com um aceno zangado de varinha Charlotte fez um prato sair do forno e parar deslizando na frente dele.
_ Ah, eu te amo, Charlottinha! Você não faz idéia da fome que eu estou!
_ NÃO ME CHAME ASSIM! E o que eu estou falando é sério, Fred! Temos que fazer os feitiços de proteção novamente.
_ Mas eles duram um ano! – protestou ele com a boca cheia._ Não é o que parece.
_ Charlotte, pensou, por um mero momento, que poderia não ter ninguém lá?
_ Tinha! A Selene...
_ A Selene tem cinco anos. – ele disse sério – Ela anda pela casa com aquele dragão pendurado na boca assustando as visitas e tentando fazer ele acender a lareira._ Não acredita nela?
_ Ela está na idade de inventar histórias. É normal.
_ Ela estava assusta, Fred, olhando pela janela. Alguém escuro. Ela cresceu sendo assustada pelos meninos, não tem medo de qualquer coisa!
_ Poderia ter sido o Lumus lá fora.
_ O Lumus estava confabulando com os outros no sótão naquela noite e hoje ele estava despedaçando a coleção do Gareth no quarto.
_ Então um outro bicho qualquer.
_ Selene sabe a diferença entre um animal e uma pessoa. Olha, eu só quero que você refaça os feitiços de proteção. Sabe que eu não tenho autorização para executar feitiços desse tipo.
_ Se eu prometer que vou refazer os feitiços você me deixa comer?
_ Pai! _ Selene apareceu rimidamente na porta da cozinha segurando o dragão pela cauda _ Eu vi pela janela andando lá fora. _ disse ela confessando que estava ouvindo a conversa _ Olhou para mim.
_ Não disse! _falou Charlotte entre os dentes.
_ Ok, amanhã eu refaço os feitiços... Tem mais alguma coisa para comer?
Charlotte guardou a varinha e foi pegar alguma coisa com as mãos mesmo para não acabar jogando a comida em cima dele.
_ Então quer dizer que você é um Inominável? Agora? _ Emily comeu uma garfada da comida do prato _ Uau! E onde estava esse tempo inteiro?
_ Trabalhando _ ele sorriu, a acompanhando _ Fora do país.
_ Mas você deixou sua família preocupada não dando notícias! Por que sumiu assim?
_ Meus pais sabiam, Emily. Uma das exigências de um Inominável é que só os pais podem saber seu paradeiro. E mais ninguém.
_ Nem seu irmão gêmeo e idêntico em cada sarda?
_ Nem mesmo ele... Sabe, é difícil ainda mais por que brigamos feio antes de nos formamos.
_ Mas o que realmente aconteceu, Jorge? Fred nunca nos contou direito o porque dessa briga. Parece que foi um choque muito grande para ele, e ainda é. Penso que nem para a própria Charlotte ele contou ao certo.
_ E você espera que eu conte? _ ele perguntou com um meio sorriso triste.
_ E, por acaso, você não contaria? _ Emily riu e ele acompanhou sem muita animação.
_ Desculpa, Emily. Sei que você sempre dá um jeito de saber sobre tudo, mas eu sou uma agente treinado agora e completamente capaz de não atender aos seus apelos.
_ Mas como eu vou poder ajudar então?
_ Ajudar?
_ Sim. Ajudar você e seu irmão a fazerem as pazes!
_ Não, Emily. Agradeço a sua intenção, mas ainda não é um bom momento. Logo seremos mandados para longe eu não vou poder...
_ Não quer conhece-los?
_ Quem? _ ele perguntou surpreso com a pergunta que a interrompeu.
_ Seus sobrinhos, oras!
_ Sobrinhos? _ ele ficou mais surpreso ainda.
_ Vai me dizer que não tive notícias da sua família durante todos esses anos?
_ Na verdade, não. Essa também é uma das principais exigências: não deixar que sua vida familiar e social interfira em seu trabalho.
_ Que horror, Jorge! E você ainda agüenta ficar nesse departamento?
Ele encolheu os ombros suspirando:
_ Não posso fazer nada. Foi uma escolha minha e eu conhecia as regras.
_ Mas você não se interessa nem um pouquinho em saber sobre eles?
_... Se alguém me contasse, em uma conversa informal, digamos, em um almoço sem compromissos, eu não teria culpa de nada.
_ Eu sabia que você não iria agüentar! _ Emily sorriu contente _ Bom, Carlinhos não volta mais da Romênia. Casou-se com uma colega de trabalho e estão muito felizes com um filho e um dragão em faze final de domesticação. Guilherme tornou-se o bruxo responsável do Gringotes no Egito e logo foi transferido para a agência da Austrália, para supervisiona-lo. Sempre que vem para cá traz uma namorada nova. Ele aprendeu a duras penas que quem gerencia tanto ouro não pode confiar em todo mundo... Percy ainda está no departamento de execução das leis mágicas e o seu trabalho é tudo para ele, como sempre foi. Rony e Hermione foram para os Estados Unidos onde ela desenvolve uma pesquisa na área da História da Magia no Instituto das bruxas de Salem. E Rony joga pelo Faíscas do Norte e eles tem dois filhos, a menina logo vai vir para cá estudar em Hogwarts e um menino pequeno, o Matthew, que é a cara da Hermione. Fred e Charlotte tem dois filhos já em Hogwarts, a Meggy e o Gareth, e a pequena Selene que é a bebê de todos da família. Gina teve alguns sérios problemas amorosos, mas nós temos esperanças de que ela e Harry se entendam até antes do natal.
_ Puxa! _ Jorge franziu a testa _ Um relatório completo! Mas você? Não falou nada sobre você ainda?
_ Ah, é mesmo! Draco foi se especializar em estética mágica na França e nos casamos antes dele ir. Lá nasceram Gregory e Malthus e voltamos depois de seis anos. Estamos aqui desde então e agora meus dois meninos foram para Hogwarts.
_ Muita coisa mesmo nesses anos. _ Jorge suspirou.
_ Jorge... _ ela começou séria _ São dezesseis anos. É muito tempo! Não o perca mais. Sua família precisa de você, e você dela.
Ele olhou em volta como se procurasse palavras para dizer o que queria:
_ Emily, já disse que agradeço a sua preocupação, mas ainda não é o momento mesmo.
_ E quando vai ser?
_ Algum dia, eu prometo. Por favor, não conte a ninguém que me viu. Posso perder a confiança que consegui em todos esses anos se minha família começar a me procurar no Ministério. Serei mais cuidadoso de agora em diante para não acontecer de eu encontrar mais alguém como você me encontrou hoje. Foi bom conversar, Emily, mas já passou da hora de eu ir. _ ele levantou da mesa.
_ Ei! Espera! Não me disse por que está aqui no Ministério agora? É algo importante?
_ Bem, é importante. Você vai saber o logo. _ ele inclinou-se e sussurrou olhando em volta _ Dê uma olhada mais atenta nos jornais. _ e saiu sem dizer mais nada.
_ Ok... a gente se fala... outro dia, então...
Emily estava sentada na sua escrivaninha, terminando de preencher alguns formulários. Ouvi a porta sendo aberta e os passos de Draco, que pararam na frente do escritório dela. Ela levantou os olhos e viu que sua expressão não era das melhores.
_ Tudo bem? _ ela perguntou cautelosamente.
_ ... tudo. _ ele respondeu assentindo com a cabeça e cruzando os braços.
Ele permaneceu no mesmo lugar olhando casualmente em volta como se nunca houvesse reparando naquele canto da casa. Emily percebeu que ele tentava desesperadamente falar alguma coisas para ela, mas não sabia como começar.
_ Tem certeza? _ Emily largou a pena preocupada.
_ Hum... alguma novidade? _ ele perguntou descruzando os braços e escorando-se no outro lado da porta.
_ Não... _ ela disse.
_ Ah... e como foi o seu dia? _ ele mudou a posição dos pés.
_ ... foi bom. _ ela respondeu sem conseguir esconder a surpresa com a pergunta.
_ é?... Que bom... _ ele sai da porta e sentou na frente da mesa, olhando diretamente para ela _ E... como foi seu almoço?
Emily levantou a sobrancelha:
_ Draco, o que você pretende com essas perguntas todas?
Ele pareceu supresso com a pergunta dela, fechou a expressão e perguntou:
_ Onde você almoçou hoje?
_ Em casa. _ ela murmurou, abaixando os olhos para os relatórios distraidamente.
_ Ah... em casa. _ ele olhou para os relatórios também _ Mas quem eu vi no Wizard Food hoje, então?
Emily abriu a boca, encarando-o, mas logo fechou e fingiu surpresa:
_ Ah! Você perguntou de hoje! _ ela deu um meio sorriso _ Achei que você tivesse dito ontem.
_ Então você estava lá! _ ele falou entre dentes.
Emily surpreendeu-se e não disse nada. Dava para perceber que Draco esperava que ela dissesse algo, mas não conseguia formar uma frase. Draco olhou bem para ela e continuou:
_ E quem estava com você?
_ Um colega de trabalho... ela murmurou, com esperança que ele parasse de fazer perguntas.
_ Um colega de trabalho?! Eu sei que era o Fred, Emily!
_ Então _ ela soltou a pena, aliviada _ o Fred é um colega de trabalho. Ele trabalha no ministério.
_ Então porque você não disse que era ele, e sim um colega de trabalho? _ ele levantou-se, nervoso _ Eu sei que ele gostava de você em Hogwarts!
Emily revirou os olhos. Então era isso.
_ Draco! Você está falando do marido da sua irmã! O marido da minha melhor amiga!
Draco parou parecendo perdido:
_ É... é! – ele se recompôs _ Então porque você não disse que era ele e ficou escondendo com quem você estava!_ Eu não escondi nada! Apenas não disse por achar que almoçar com o marido da minha melhor amiga não fosse um problema.
_ E o que vocês tem tanto para conversar?
_ Estamos... _ Emily olhou para uma foto dos filhos no aniversário de Malthus na mesa e teve uma idéia _ planejando uma festa surpresa para a Charlotte! Por isso fomos almoçar... para combinar as coisas.
Draco olhou-a desconfiado.
_ A Charlotte não gosta de festas surpresas.
_ E desde quando isso foi um empecilho para fazermos as festas para ela?
_ Hunf, vou tomar um banho. – ele saiu do escritório, não muito contente.Emily suspirou. Pelo menos tinha conseguido achar uma boa explicação.
O salão principal inteiro aguardava silenciosamente a sentença do Chapéu Seletor sobre os novos alunos. Agora era a vez de Malfoy, Malthus.
_ Quer apostar, Meggy? _ pediu Gregory virando-se na sua mesa e ficando de frente com a prima.
_ Apostar não é uma coisa muito bonita de se fazer! _ replicou ela.
_ Você quem sabe. Só estava afim de fazer o seu despeito grifinoriano crescer com a derrota humilhante.
_ O que garante que eles vão ser da Sonserina?
_ Instinto sonseriano. _ Gregory sorriu desdenhoso e voltou a olhar para a frente do salão, sem dar importância ao olhar zangado da prima.
_ SONSERINA! _ anunciou o chapéu a e mesa da casa irrompeu em aplausos e berros.
Gregory abriu um sorriso triunfante para a prima que cruzou os braços demonstrando a sua contrariedade. Malthus correu até onde o irmão estava para sentar-se.
_ Agora só falta o Gareth. _ disse Gregory.
Meggy limitou-se a soltar um muxoxo de desaprovação e voltou a sua atenção para a seleção. Quando finalmente Weasley, Gareth foi chamado, só restavam mais dois alunos para serem selecionados.
_ SONSERINA! _ anunciou o Chapéu depois de pouco tempo.
A comemoração foi duas vezes mais barulhenta na mesa da Sonserina devido ao incentivo contagiante dos irmãos Malfoy.
_ E aí, aberração da família? Não vai ter ninguém para poder atazanar na sua casa!
_ Ah, ah, ah! _ riu sarcasticamente ela de um jeito que lembrava a mãe _ Pelo menos vou ter um ano inteiro para não me preocupar com esses pestinhas! Malthus e Gareth são responsabilidade sua agora, Gregory!
_ Eu sei. _ disse ele de um jeito sinistro _ E pode escrever que eles vão aprender muito mais do que você poderia ensinar.
Meggy agarrou a taça dourada que estava na sua frente e jogou no primo. Ele desviou bem a tempo, e a taça acabou acertando um monitor da Corvinal. E por isso, enquanto os outros três quase rolavam de rir, ela teve que ouvir um sermão do seu monitor-chefe que não aceitou as suas justificativas.
Na altura em que Meggy foi aconselhada a mudar de lugar para evitar outros atritos com seus parentes, a diretora McGonnagal já estava fazendo seu discurso de boas vindas.
_ ... E esse ano temos a honra de receber uma nova professora para História da Magia. A srta. Fauche que já foi aluna aqui de Hogwarts e volta depois de ter viajado pelo mundo representando o nosso Ministério. Ela decidiu passar para vocês o que aprendeu durante todos esses anos, sobre a história das comunidades bruxas do mundo inteiro.
A nova professora ficou em pé e ganhou uma salva maior de aplausos dos alunos do que das alunas, incluindo assovios de Gregory.
Meggy reparou nela enquanto sorria e lançava um olhar para todas as mesas agradecendo as boas vindas com um sorriso. Ela parecia ser nova e tinha um ar arrogante, e o que mais chamava a atenção eram os seus cabelos negros com mechas rosas. A garota olhou para seu primo na extremidade da outra mesa, praticamente babando pela professora nova, e sentiu que nada no mundo a faria gostar daquela professora.
A primeira coisa que Emily viu quando aparatou perto da casa de Charlotte foi o rostinho sardento de Selene com o nariz precionado na janela da casa. Assim que a viu, a menina pulou de lá e foi chamar a mãe que abriu a porta antes mesmo de Emily bater.
_ Olá, Charlotte! Recebeu notícias de Hogwarts?
_ Entra, Emily. Um relatório completo enviado pela Meggy e uns rabiscos forçados do Gareth dizendo que estava indo bem.
_ Então, é sobre isso que eu vim conversar. Por acaso a Meggy não falou nada sobre o Gregory?
_ Falou. _ Charlotte indicou o sofá e as duas sentaram-se. _ Ela disse que se ele não se esforçar pelos NOMs este ano ela vai ter três anos letivos gloriosos sem ele. E aconselha a tia Emily a mandar um berrador como incentivo urgente.
_ Berrador? _ perguntou Emily rindo _ Esse menino definitivamente puxou ao pai. Draco não teve muitos NOMs, mas ele fala que a culpa foi minha por ter ocupado todos os seus pensamentos.
_ Que gracinha. _ Charlotte deu um meio sorriso _ E assim ele se livrou de uns puxões de orelha da namorada.
_ Mas ele melhorou nos seus NIEMs! _ defendeu Emily _ Tanto que foi...
_ Se especializar na França. Sei disso. _ cortou Charlotte _ Não sei se Gregory tem alguém ocupando seus pensamentos, mas acho que você tem que fazer alguma coisa. Ou Malthus e Gareth vão seguir para o mesmo caminho.
_ Gregory sempre foi um pouco revoltado, por mais que Draco e eu aconselhássemos. _ ela suspirou.
_ Eu fui, digamos, revoltada no meu tempo de escola, Emily, embora eu estudasse. Acho que ele precisa de um incentivo.
_ Alguma sugestão? _ Emily franziu a testa.
_ Acho que uma ex-monitora chefe e que teve uma adolescência bastante normal é a pessoa mais indicada para analisar essa situação.
Emily pestanejou e riu, dizendo:
_ Pode deixar que eu vou conversar com o Draco sobre isso. Só que aí vai ter um problema pior ainda.
_ Por que?
_ Gregory mandou uma carta para mim e em momento nenhum ele fala alguma coisa para o pai. Só no final ele diz: manda um oi para o Draco e diz que eu ainda estou vivo.
_ Normal dele, não é?
_ É, só que o Draco invocou com essa carta. Depois de tanto tempo essa mania do Gregory de chamar ele pelo nome o está irritando!
_ Como você mesma disse, Gregory puxou a pai. Com aquela pose de menino malvado e esperto... Não sei para que se irritar com isso.
_ É, mas ele se irritou. E não foi só com isso. Tem... tem outras coisas também que o irritam facilmente.
_ Achei que a única pessoa no mundo capaz de irritá-lo facilmente fosse eu... E ele falou se está com algum problema?
_ Não diretamente. E foi por isso que eu vim aqui. Está sabendo de algo?
_ Não. E se tivesse acho que ele não me contaria, só para poder falar depois como eu sou uma péssima irmã.
_ Tia Emi! _ Selene entrou na sala segurando uma bandeja com algo estranho que borbulhava _ Eu fiz refresco!
_ Que linda, Selene! Obrigada. _ Emily agradeceu sorrindo mas olhou desconfiada para o copo _ Do que que é?
_ Não sei. _ disse a menina _ Acho que tinha alguma coisa dentro da jarra antes de eu colocar o suco.
_ Pode deixar que eu cuido se a tia Emi vai tomar tudo, filha. Agora vai lá dentro e não tente tomar esse refresco, ok?
A menina saiu feliz por ter feito tudo certinho e não ter quebrado nada.
_ O que é isso? _ Emily perguntou para Charlotte.
_ Eu acho que ela herdou o dom do Fred de inventar trotes. Provavelmente você vai estar cacarejando no primeiro gole.
_ Sério? _ Emily fez o conteúdo do copo desaparecer _ Mas não é perigoso?
_ Fred está supervisionando ela.
_ Mas não é perigoso?
_ É... Só espero que Gareth não se aproveite da inocência dela em uso próprio. Ela sabe que é engraçado e tudo mais e o Fred incentiva, mas ela não tem noção do que pode fazer com esse talento.
_ E por falar nisso, vocês não tiveram notícias do Jorge?
_ Jorge? Não, por que?
_ Curiosidade... _ disse ela disfarçando _ Não acha estranho?
_ Não ter notícias do Jorge? Fred não fala muito dele mesmo. – ela encolheu os ombros com indiferença _ Embora Molly e principalmente Gina sempre tentem lembra-lo de que ele tem um irmão gêmeo perdido no mundo. Não sei se posso considerar estranho, eles devem ter seus motivos para se afastarem desse jeito. Eu não me importaria se o Draco sumisse._ Claro que se importaria! _ Emily revirou os olhos _ Eu sei que os dois se adoram e também sei que nenhum dos dois viveriam sem a Chrisbell.
_ Mãe? _ Selene apareceu na porta esfregando os olhos _ Papai disse que eu estou com sono e que é para mim ir dormir, mas eu não quero ir lá em cima sozinha.
_ Fred! _ Charlotte chamou _ Estou tendo uma conversa importante com a Emily. Será que dava para você fazer isso?
_ E desde quando fofoca é importante? _ a voz dele veio em resposta da cozinha.
_ Desde que inventaram a maldição Imperius. Uma das melhores, não acha?
_ O que é iperus, pai? _ perguntou Selene bocejando quando Fred apareceu e a pegou no colo.
_ Nada, só um feitiço que a sua mãe está proibida de fazer se não quiser ir passear em Azkabam. Oi, Emily! _ ele passou pelo sofá e subiu as escadas _ Até Emily!
_ Ela está com medo de dormir sozinha?
_ É, parece que ela anda vendo sombras demais.
_ Malthus também dizia que via monstros quando era da idade dela. Só que ele não tinha medo deles e a cada mostro que ele derrotava ele marcava um x atrás da porta do seu quarto... Agora ele escondeu todos com um pôster de quadribol. É fase.
_ Espero.
_ Bom, tenho que ir ou Draco vai ter outro motivo para ficar reclamando.
_ Ah, aproveita e fala para ele dar uma passada na casa dos nosso pais para ver o que Chrisbell está aprontando. Ela leva ele mais a sério do que eu, por mais incrível que pareça.
_ Ela já é adulta, Charlotte. Digo, ela é bem capaz de manter a casa em ordem enquanto seus pais viajam.
_ Hum... diga para ele passar lá mesmo assim, ok?
_ Está bem. _ Emily encolheu os ombros em sinal de derrota _ Mas o que ela poderia fazer além de espalhar recortes de tecido pela sala?
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