Superando



_ EU NÃO SOU FRACAAAAAAA!!!
No mesmo instante Meggy sentiu que a abraçavam muito forte. Seus olhos finalmente desembaçaram e ela pode ver um teto de pedra pouco iluminado. Estava deitada no chão e sentia todo o seu corpo dolorido.
_ Meggy? _ era a voz da sua mãe, era ela quem a estava abraçando _ é você mesma, Meggy?
_ Mãe? O que aconteceu? _ perguntou a garota esfregando os olhos _Eu me sinto como se tivesses despencando da vassoura...
_ É minha culpa, filha. Foi a única maneira de impedir que você lançasse maldições.
_ Maldições? Eu... AH, onde estão os outros?! _ ela pôs-se de pé rapidamente procurando.
_ Temos que encontrá-los, Meggy! Eles também devem estar como você estava. Temos que ajudá-los!
_ Mãe! Levaram o Gregory e tiraram nossa voz! Logo depois levaram a gente também, só que eu não consigo lembrar quem era. Mas eu lembro da sensação de quando vi, meu coração apertou muito porque... porque era... porque de repente eu tinha entendido!
_ Não se preocupe, Meggy! Eu prometi que não vou perdoar quem fez isso! Vamos, temos que encontrar seus irmãos e os outros.
_ Irmãos? Então a Selene foi...?
_ Sim. Vamos antes que possa ser tarde.
E as duas saíram do lugar.


Emily tentava ao máximo não ser atingida pelos feitiços que Malthus lançava, mas era a terceira vez que não conseguia se esquivar do "Crucio" que o menino jogara, e sentia o corpo doer. Não ia atacar seu próprio filho. Apesar de saber que aquele que a atacava não era seu menino, sabia que estava no corpo dele, e que, em algum lugar, estava seu filho, perdido.
-Malthus! Por favor! Acorde! – ela gritou fraca por causa da dor.
A boca de Malthus deu um sorriso cruel, retirando o feitiço, mas lançando outro imediatamente.
- FULMINATIO!
Juntando toda a força eu ainda lhe restava, ela desviou-se do feitiço e correu na direção de Malthus. Desviando também dos outros feitiços e protegendo-se com a varinha, conseguiu alcançá-lo, ofegante, e abraçou-o por trás, fazendo com que ele começasse a se debater, furioso.
- Malthus, eu te amo! – ela ofegou no ouvido dele, ainda tremendo com o esforço para poder chegar até ali.
Com um poder surpreendente, o menino atirou-a longe, fazendo-a bater a cabeça na parede. Vendo tudo girar, ela tentou focalizar o Malthus, que continuava sorrindo cruelmente para ela.
- Chega de brincadeiras, mamãe. Hora de dizer adeus.
Emily assustou-se. Por um momento achou que Malthus tinha desaparecido completamente, mas o que viu a deixou sem ar. Com um grito de ódio, a voz pareceu sumir, os olhos desfocados de Malthus voltaram a cor natural e encararam a mãe, assustados.
- Mãe?
- ... Malthus? – perguntou ela incerta.
Rapidamente, o menino correu até ela, abraçando-a fortemente.
- Mãe! Mãe! – ele murmurava, soluçando.
Emily sentiu o filho abraçá-la e sorriu, aliviada. Era Malthus. Seu Malthus.


A primeira coisa que Gareth viu quando abriu os olhos foi o pai atrás de um escudo conjurado. Ele fez um movimento repentino para frente, mas retrocedeu no mesmo instante com a varinha em punho. A lembrança da cilada em que caíram no Expresso de Hogwarts gritou em sua mente na mesma hora.
_ Onde estão os outros?! _ ele exigiu o mais ameaçadoramente que a sua idade permitia _ O que fez com eles?!
Fred desfez o escudo e encarou o filho por um tempo. Não era mais o Gareth que até pouco tempo atrás estava o atacando. Os olhos desfocados haviam sumindo e ele reconheceu a expressão típica de Charlotte quando ficava brava no rosto do menino.
_ O QUE FEZ COM ELES?! _ perguntou novamente o garoto apontando a varinha para a cabeça de Fred.
_ Gareth? É você? _ Fred aproximou-se cauteloso.
_ Fique longe! Não vai me enganar de novo!
_ Enganar?... Ah, sim! Fui preso por causa disso, Gareth! Quem seqüestrou vocês no trem usou um apoção para ficar igual a mim.
_... Como posso saber se é realmente você? _ desafiou ele.
Fred pensou em algo que o convencesse e falou:
_ Você tinha medo do vampiro do sótão d’A Toca e não conseguia dormir na casa dos seus avós. Então um dia que você aprontou sua mãe o trancou uma hora no sótão de castigo. Desde então, você obedece quando ela ameaça te trancar lá de volta.
_ ... Qualquer um que tenha conversado com meu pai por mais de 10 minutos fica sabendo disso!
_ Hum, então... quando você tinha três anos, no dia das bruxas, caiu dentro do caldeirão de doce de abóbora e assustou sua irmã dizendo que estava derretendo.
_ ... Não lembro disso!
_ E aquela vez que você caiu da vassoura e quebrou dois dentes da frente e teve que agüentar o Gregory gozando as da cara até eles crescerem de novo!
_ ...
_ E ano passado você teve uma onda de sonhos com monstros e sempre acordava com a cama molhada! Ou quando você se escondeu dentro do malão da sua irmã para fugir de casa, e acabou se sujando com os tinteiros coloridos que eu tinha dado para ela! E quando a Meggy colocou a chupeta da Selene em você quando estava dormindo, tirou fotos e distribuiu para toda a família! E também teve aquela vez que...
_ Já chega! _ cortou o menino furioso _ Entendi, pai! Só você para lembrar justamente dessas coisas embaraçosas de mim!
_ Você fica igual a sua mãe quando está zangado!... Ah, sua mãe! Temos que encontrá-la! E os outros também!
_ Minha mãe está aqui? Mas ela não estava daquele jeito no hospital?
_ É uma longa explicação e já perdemos tempo demais!Você vai poder saber como ela está quando a encontrarmos. Vamos!


Gregory agarrava-se firmemente em alguém. Era a sua garantia de que estava saindo daquele pesadelo.
_EU PRECISO DE VOCÊS!!!
_ Gregory?!
O garoto levou um susto e afastou-se logo. Estava abraçando seu pai, que estava em um estado lamentável.
_ Pai?! O que aconteceu? _ perguntou o garoto olhando para o lugar em que estavam.
Draco o encarou espantado.
_ O que? _ perguntou Gregory mais assustado ainda.
_ ... me chamou de pai. _ respondeu Draco incrédulo.
Gregory ficou vermelho.
_ E estava chorando. _ completou Draco passando a mão pelas bochechas molhadas do filho.
_ Eu não estava não! _ disse o garoto levantando-se furioso e limpando o rosto com a manga do seu uniforme. _ Não fica me olhando com essa cara de bobo! Onde estão os outros?! O que aconteceu? Por que está aqui?! Por Merlim, que lugar é esse?!
Draco levantou-se, sabendo que não era certo estar feliz naquele momento, mas não podendo evitar, e tentou explicar o que sabia:
_ Eu acordei aqui. Tudo o que lembro é que eu estava na estação e... _ ele lembrou-se de que iria abandonar a família e ir para a França e sentiu um aperto no peito. Por que faria aquilo exatamente? Ele olhou bem para o filho e percebeu o quão idiota ele estava sendo. _ ... Quando... quando acordei você já estava aqui e me atacou. Você estava sendo controlado.
Com a última frase do pai, Gregory pareceu sair fora do ar.
_ Gregory? _ chamou Draco, chegando mais perto dele, mas de forma cautelosa, ele poderia estar sendo controlado novamente.
_ Eu sei! _ disse o garoto de repente agarrando o braço do pai de forma insistente _ Eu sei quem está fazendo isso! E ele vai fazer coisa bem pior! Temos que impedi-lo!
_ Tudo bem! Primeiro precisamos sair daqui. _ disse Draco tentando acalmá-lo e pegando a sua varinha _ Essa porta não abre por dentro, temos que...
_ Não estou nem aí se a porta abre ou não! – Gregory correu furioso até a porta e esticou os braços, e concentrou seu olhar na porta.
Imediatamente as dobradiças começaram a tremer e a se desfazerem, até virarem pó. Então a posta de madeira pesada caiu no chão com um estrondo e o garoto pulo por ela falando:
_ Temos que ser rápidos!!! _ e sumiu pelo corredor.
Surpreso e confuso demais para conseguir falar qualquer coisa, Draco o seguiu correndo.

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