Tempos escuros virão

Tempos escuros virão



Depois de reanimadas, Lune e Emily passaram por exaustivos interrogatórios, onde a agente mentiu tão bem que a idéia de uma poção da verdade nem foi mencionada. Lune falou que usaria o fato de que Charlotte não sabia do seqüestro das crianças e da prisão do marido para testa-la e ver se ela não acabava denunciando-se, e que levara Emily como testemunha.

Elas foram liberadas logo, mas tentaram ficar o máximo que puderam para ter certeza de que tinham perdido a pista da fugitiva. Enfim, voltaram para o Ministério.

_ Agora só nos resta esperar e ficarmos atentas à qualquer sinal dela ou sobre ela. _ disse Lune enquanto saia do elevador para o departamento dos Aurors.

_ Será que devo contar para o Fred? _ perguntou Emily.

_ ... se ainda estiver aqui.

_ Como assim?

_ Emily, testemunhas o acusaram! Aqui ele não vai ficar. Já devem ter o levado para Azkaban.

_ Azkaban?! Mas... não podem leva-lo! Não foi ele!

_ Não? Bom, Charlotte também não era, e olha como ela conseguiu livrar-se do aprisionamento.

Emily parou de repente e olhou em volta. Assustada, murmurou:

_ Onde está a Selene?!

Lune também procurou pela sala onde a haviam deixado a menina e não a viu em lugar algum.

_ Ela pode estar no banheiro. _ sugeriu Lune.

Emily procurou em todos os banheiros, todas as salas, todos os departamentos, todos os andares do Ministério. Pedia para todos que encontrava no caminho se não tinham visto, mas ninguém parecia ter notado uma menininha loira de cinco anos passeando sozinha no meio de bruxos adultos importantes.

Desesperada e sem saber o que fazer, Emily voltou para o departamento Auror, onde Lune discutia com seus colegas.

_ Não somos babás, Lune! _ disse um deles irritado _ Como iríamos saber que a menina não era parente de alguma testemunha que veio busca-la?!

_ Descobriram onde ela está? _ perguntou Emily interrompendo.

_ Sim. _ disse Lune lhe entregando um pergaminho _ Ela está junto com os outros. E agora temos a prova de que não foi o Fred!

Emily pegou a carta e a leu surpresa.


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Charlotte lançou um olhar furioso para as pessoas que a encaravam abertamente e faziam comentários aos sussurros sobre ela. Pegar uma condução trouxa não era uma opção muito agradável, mas seria perfeita para chegar onde queria sem levantar suspeitas...ao menos a atenção de outros bruxos.

Depois que estava longe o suficiente do hospital para aparatar, sua escolha mais segura foi a casa de Emily. Sabia que àquela hora somente os elfos estariam lá, e eles a consideravam da família, portanto não haveria problemas. Ela trocou a roupa do hospital por roupas trouxas de Emily e pegou notas de dinheiro trouxa que ela achava que seriam o suficiente para sair da cidade. Mas agora dentro do metrô, ela percebeu que poderia se passar por trouxa pra os bruxos, mas os trouxas não tinham uma visão muito simplificada deles mesmos.

Ela ouviu um menininho perguntar para a mãe:

_ Por que aquela mulher está usando um roupão rosa, mamãe?

_ Quieto, filho. Não a olhe nos olhos que ela pode ficar zangada e querer pegar você!

O menino, assustado, ficou olhando para o chão durante o resto do percurso.

Ela havia pedido informação para um guarda antipático que mal conseguia segurar o riso para falar com ela. Pelo que ela pôde entender, devia descer na próxima parada.

Se quem estava por trás dessa confusão toda pretendia ser como Voldemort fora, ele com certeza passaria pela antiga morada do Lord das Trevas. E lá, encontraria coisas que não interessavam aos aurors, mas que poderiam lhe ser muito úteis. Ela só precisava verificar se ele conseguira descobrir a entrada subterrânea, que não estava mais protegida por feitiços e encantamentos, mas ficava bem escondida.

Depois de andar um bocado, quase ser atropelado por um “desprezível carro esportivo trouxa”, ser alvo de bexigas de água de meninos trouxas (que ela só não transformou em corvos vesgos para não denunciar-se para os WIBs que deviam estar a procurando), Charlotte chegou ao caminho de terra recoberto por mato que levava até a mansão. Logo ela a avistou, e para a sua surpresa ela ainda estava de pé e coberta por uma vegetação de mais de dezesseis anos, mas firme e forte em seu abandono e esquecimento.

Ela olhou em volta pelo terreno. Conhecerá cada canto daquela propriedade, mas agora tudo parecia um sonho distante de criança.Desde que passara a ser uma Malfoy, procurará apagar suas lembranças tristes daquele lugar, mas chegara logo a conclusão de que não seria tão fácil. E agora precisava novamente recorrer a elas para encontrar a entrada escondida pelas mudanças do tempo.

Assim que encontrou o alçapão, ela pegou a varinha escondida no roupão e desceu os quatro lances de escadas que levavam até o lugar onde Voldemort desenvolvia todos os seus planos. Acendeu a varinha pode ver a grande sala bagunçada e coberta por poeira. Haviam ratos correndo pelas estantes repletas de livros mofados e um cheiro ruim infectava toso o ar.

Cobrindo o nariz para poder concentrar-se mais em encontrar algo, Charlotte começou a vasculhar o local verificando se alguém estivera ali recentemente. Estava abrindo as gavetas de uma escrivaninha quando uma explosão forte veio do outro lado da sala. Ela agachou-se atrás da escrivaninha instintivamente, mas o único som que ouviu depois da explosão foi um estralar de chamas. Ela levantou-se com a varinha em punho e viu que as chamas, inteiramente vermelhas e quase sem luz, vinham da lareira, mas esta não tinha nada para queimar.

Cautelosamente, ela aproximou-se das chamas.

_ Ora, ora. Não deveria estar aprisionada em uma ala de segurança máxima, Charlotte?

Ela olhou em volta iluminando cada canto da sala. Não havia ninguém lá.

_ Não procure, não vai ver ninguém.

_ Quem é você? _ perguntou Charlotte para as chamas, percebendo que a voz vinha dali.

_ Ainda é muito cedo para apresentações... mas posso deixar uma pista. Penso que irá gostar disso.

Houve outra explosão. As chamas aumentaram de tamanho e intensidade e então diminuíram. Então antes de se extinguirem expeliram um papel dobrado, que caiu nos pés de Charlotte.

A única luz na sala voltou-se a ser a da varinha de Charlotte. Ela pegou o papel do chão, desdobrou-o e leu:

_ Uma grande fogueira, a aprendiz deve fazer. Só que dessa vez de dentro da casa, ninguém irá correr... Ah, por Merlin! Emily!


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_ O que acha que eles querem com a gente, Meggy? _ perguntou Gareth sentado no chão tentando distrair-se jogando uma pedra para cima.

_ Não está na cara? _ disse Gregory da sela que estava com irmão bem em frente a cela de Meggy e Gareth _ Temos algum poder especial que nossos pais escondem de nós! O pai de vocês pode não ser grande coisa, mas a tia Charlotte foi uma comensal perigosa! E minha mãe e meu tio escaparam do grande Lord Voldemort com apenas marcas. É claro que devemos ter algo poderoso no sangue.

_ Pára de falar asneira, Gregory! Não temos nada de especial além do que qualquer bruxo tem!

_ Isso é o que você pensa!

_ Calem a aboca vocês dois! Já chega estarmos presos aqui e ainda temos que aturar essas discussões! _ reclamou Malthus.

Os quatro ficaram em silêncio. Meggy escorada na parede abraçando os joelhos, Gareth brincando com a pedra, Gregory emburrado resmungando e Malthus escorado nas barras de ferro da sela olhando para o chão pensativo. Não faziam a mínima idéia de onde estavam ou de como acabaram ali. Depois que saíram do trem alguém os estuporara e quando acordaram já estavam presos ali.

_ Será que estão preocupados?... os nossos pais? _ murmurou Malthus.

_ Hunf! Draco deve estar na França já e nem sonha em saber como estamos! _ falou Gregory amargo.

_ E nossa mãe nem consegue lembrar que tem filhos... _ disse Gareth.

_ E a Selene deve estar chorando sem parar... _ acrescentou Meggy.

De repente eles ouviram um barulho de fechadura abrindo e uma pessoa encapuzada apareceu. No mesmo instante, correntes prendendo os braços e pés das crianças ficaram visíveis. A pessoa parou em frente a cela onde estava Gregory e Malthus e disse apontando par ao mais velho:

_ Você! Vem comigo.

Como se a frase fosse um comando, as correntes de Gregory começaram a puxa-lo em direção às grades, que desapareceram por um momento e ele pôde passar.

_ Gregory! _ Meggy gritou correndo para as grades junto com o irmão.

_ Deixa ele em paz! _ berrou Malthus tentando inutilmente pegar o irmão com os braços _ O que vão fazer com ele? Gregory!

O garoto debatia-se muito, mas com um aceno de varinha do encapuzado, as correntes enrolaram-se com mais força e ele não conseguiu mais se mover. Os outros gritavam e protestavam todos ao mesmo tempo e irritado, o encapuzado ordenou:

_ Silencio!

Os três ficaram mudos, embora suas bocas ainda mexiam-se nervosamente, enquanto Gregory era arrastado para algum lugar desconhecido.


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Emily estava sentada, ouvindo Lune dar ordens para os aurores e tentando associar tudo o que tinha visto até agora, mas não conseguia chegar a uma conclusão. Como dizia o pergaminho que haviam encontrado no Ministério, Selene estava bem junto com os irmãos, mas não queria dizer que estava a salvo.

Seu pensamento foi cortado por Lune que sentou-se ao lado dela, agitada.

_ Debaixo dos nossos narizes! _ ela exclamou furiosa _ Isso sim é um absurdo!

_ Ninguém tem idéia de quem a pegou? _ perguntou Emily mais desanimada do que nunca _ Alguém tem que ter visto alguma coisa.

_ Não. _ Lune balançou a cabeça negativamente _ Aquela professora estava com ela, aquela com cabelos rosa, disse que ela ainda estava aqui quando ela foi embora e que não viu ninguém estranho entrar.

Antes que Emily pudesse comentar a respeito, uma coruja pairou por cima dela, largando uma carta com um símbolo que ela conhecia de muito tempo atrás.

Rapidamente abriu o envelope pardo, e seus olhos percorreram a carta minuciosamente.

_ O que foi, Emily? _ perguntou Lune estranhando a reação da amiga.

_ Eu... eu nem sabia que...

A carta era de uma clínica na França, onde Draco havia trabalhado por muito tempo. Emily não sabia que ele estava voltando para lá, mas. De acordo com a carta, era para ele ter chegado há alguns dias, mas desde o último contato não tiveram mais notícias dele. Assim sendo, resolveram mandar uma carta para ela.

_ Emily? _ Lune pegou a carta das mãos dela, que ainda estava em choque.

Haviam dois motivos para estar daquele jeito. O primeiro era que Draco havia sumido e o segundo, que ele realmente iria embora, deixando-a. Tentando não parecer tão desconcertada com a notícia, ela olhou para Lune, que parecia preocupada.

_ Draco desaparecido? Temos que averiguar isso! Se ele sumiu também... não quero nem pensar _ Lune voltou-se para alguns aurores presentes _ Tentem localizar o Sr. Draco Malfoy! Precisamos ter certeza que ele está bem.

Dois aurores saíram atrás de informações e Lune encarou Emily que, não agüentando o olhar da amiga, colocou a cabeça entre as mãos.

_ Meus filhos, meus sobrinhos, meu ma... ex-marido. Será que é minha vida que querem destruir?!

_ Não, Emily, não fale assim! Isso é coisa de algum lunático que quer se tornar no novo Voldemort!

_ Tempos escuros virão! Exatamente como ela disse.- murmurou Emily prestes a começar a chorar.

_ Quem disse? _ perguntou Lune.

_ A Kira. A profecia dela. Só que ela tinha me dito para não se preocupar, que eram marcas da sua descendência. Que aquilo estava ocorrendo bastante com ela e que até agora elas não tinham feito nada mais além de espantar suas cliente.

_ Profecia? _ Lune pareceu preocupada _ Teve uma profecia?

_ Sim. Foi antes das aulas começarem.

_ E o que ela dizia? _ perguntou Lune muito séria não parecendo acreditar que aquilo fosse uma coisa para não se preocupar como disse a própria profetiza.

_ Tempos escuros virão, foi uma das últimas frases... e-eu não lembro muito bem. Não consigo me concentrar agora.

_ Precisamos arquivar essa profecia e estuda-la. Venha, Emily. Acho que temos uma chance!

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