Cap 2



“So i say a little prayer
and hope my dreams will take me there
where the skies are blue, to see you once again
my love”

- Ah, muito prazer, senhora…- Halley disfarçava sua surpresa.
- Márcia Gresham Radcliffe. – A senhora cumprimentou Halley gentilmente, e apresentou seu marido – e este é Alan Radcliffe.
- Olá! – Halley sorriu sem jeito. Nunca imaginaria que seus novos “pais” seriam eles. “Logo eles, ai meu Deus” pensou Halley. Não tinha nada contra eles, mas iria ficar 12 meses na casa dos Radcliffe, convivendo com eles e incluindo, o menino mais famoso que se pode imaginar. Era realmente de deixar qualquer um nervoso.
- Vamos? Você ainda precisa me dizer em que colégio estudará. E bem, gostaria de lhe pedir um favor....se quiser trazer alguma amiga em casa, sinta-se a vontade, afinal com certeza alguma amizade aqui você fará, mas por favor, peço que evite comentários sobre nós. Somente para evitar confusão ok? – Márcia pediu gentilmente, sorrindo para ela.
- Claro, Sra. Radcliffe, pode deixar que não vou comentar nada. – Halley sorriu de volta.
- E por favor, me chame apenas de Márcia ok? Vamos?
Halley entrou no carro e partiram para casa.
Halley estava aos nervos. Não parava de pensar em milhões de coisas. Por um minuto, pensou em desistir do intercâmbio e voltar pra casa, mas depois, parou pra pensar e resolveu que não ia desistir agora, Se já fora até ali, seguiria em frente. Mesmo morrendo de vergonha e nervosismo.
Ao chegar na casa (“e que casa” pensava ela) Halley esperava na sala por alguma recomendação ou aviso. Márcia e Alan se sentaram no sofá e olharam Halley.
- Sente-se querida.
Halley, como se fosse uma ordem, sorriu e se sentou. A sala era enorme e muito espaçosa com uma mesinha de centro de vidro, muito fina e um sofá muito aconchegante.
- Escute, Halley, agora que você ficará em nossa casa por 12 meses, queremos que se sinta em sua casa, pois afinal, você será como uma segunda filha para nós. Como nosso filho trabalha praticamente o dia todo e só tem folga de vez em quando, ou viaja muito, decidimos nos inscrever na lista para receber intercambistas. E estamos muito felizes, pois não sabíamos quem viria pra cá. Espero que se sinta a vontade, te mostraremos seu quarto, e se sinta a vontade para decorá-lo como quiser. Se precisar de algo, poderá falar comigo também, ou com Alan, que estaremos aqui.
- Ah, obrigada. – Halley disse corando
- Bem, na Segunda, iremos decidir aonde estudará. Poderemos visitar algumas escolas e aí você decide onde acha melhor pra você. E você também receberá uma mesada...
- Ah, que isso, não precisa Sra...
- Márcia. Querida, não precisa me chamar de Sra, apenas Márcia ok? E quanto sua mesada, creio que precisará de algum dinheiro pra ficar aqui por 12 meses...
- Fique tranqüila, Márcia – Halley sorria sem jeito e disposta a não aceitar. Já ia ficar na casa deles, mesada já era demais. – Irei arrumar um serviço logo, e garanto a senhora que até lá, eu não precisarei. Trouxe tudo o que preciso e acho que é o necessário. Os senhores já estão me hospedando aqui, irei conviver com vocês, acho que não é necessário. Por favor, não quero dar trabalho.
- Não será trabalho algum. Hum...Vamos fazer o seguinte: Até você arranjar um serviço por aqui, lhe darei a mesada. E não aceito um não como resposta! – Márcia sorriu e se levantou.
- Bem...ok então, mas só até eu arrumar serviço. E garanto que será o mais rápido possível.
- Não se preocupe, sem pressa nenhuma. Vamos? Lhe mostrarei seu quarto.
Halley a acompanhou ao andar de cima
Enquanto Halley subia a escada, pensava em milhões de coisas. Ao chegar no corredor do andar superior da casa, passaram por muitas portas. Havia o escritório de Alan em uma porta, o quarto de Alan e Márcia em outra, um banheiro bem grande na outra, o quarto de Daniel, filho deles, em outra porta e em frente a essa porta, ficava o quarto de hóspedes. E após passarem as portas, vinha uma outra de vidro insufilm, onde dava numa varanda bem grande com uma mesa branca, 4 cadeiras e uma rede. Halley entrou em seu “novo quarto” e seu queixo foi ao chão. O quarto era gigantesco, havia uma enorme cama de casal branca, guarda – roupa embutido branco, um tapete no chão com uma poltrona, puf e um móvel com televisão, vídeo e som. Ao canto da parede, acima do móvel, havia um mural de fotos vazio, suíte e da janela de seu quarto, dava para ver todo o quintal da casa, que tinha piscina, churrasqueira, 3 redes, mesa, cadeiras e mais umas coisas que não conseguia ver muito bem.
“Eu só posso estar sonhando” – pensava Halley enquanto se admirava com tudo aquilo.
- Querida, gostaria de lhe avisar que hoje farei um jantar especial, por você e meu filho que está voltando pra casa depois de sua última viagem a Nova York. Me parece que houve alguma coisa nos estúdios, pois ficará essa semana em casa. Te espero lá embaixo. – Márcia sorriu e saiu, fechando a porta.
Halley começou a se beliscar pra ver se não estava sonhando. Não podia acreditar. Tudo parecia um sonho, mas não era...Era a pura realidade.
Arrumou todas as suas coisas no quarto e largou a mala na cama, sentando – se e observando.
- É...até que ficou legalzinho...-Halley dizia a si mesma.
Decidira tomar um banho antes de descer, afinal acabara de chegar de viagem e sentia cansada e com um odor não muito agradável. Não queria pagar mico logo de cara, então se enfiou na banheira e ficou lá por uns 20 minutos.
Ao sair do banho, como estava calor, vestia uma calça corsário jeans preta rasgada na coxa, no joelho e na batata da perna, uma blusinha vermelha com um desenho feito a gliter prateado e uma sandália baixa preta. Soltara o cabelo e descera as 7 da noite, rumo a cozinha.
- Querida, como está bonita...vai conhecer a cidade hoje? – Márcia a elogiou enquanto colocava a mesa.
- Obrigada! – Halley corou e sorriu envergonhada – Não, hoje não. Minhas roupas são todas assim, mesmo
- Ah sim...você tem bom gosto...
Halley corou e sorriu novamente. Achou que sua blusa estava refletindo no rosto, pois cada vez ficava mais vermelha ainda.
- Obrigada. Hum...e o Sr....er...Alan, onde foi? Não vi ele ainda depois que desci...
- Foi buscar Daniel...Já devem estar chegando....Ah, olha eles aí...
Foi escutado um barulho de chaves e a porta se abriu. O garoto era muito mais alto do que imaginara, e ficou vermelha quando o garoto a olhou e sorriu para ela.
- Olá. Meu pai me contou sobre você. Seja Bem – Vinda!
- Obrigada. – e corou novamente...- “Daqui a pouco vão achar que eu sou um pimentão ou algo parecido” – pensara Halley.
- Sentem – se, queridos, o jantar está pronto. – Márcia lhes pediu e todos se sentaram.
No meio do jantar, Alan começou a conversar com Halley.
- Então, Halley, nos conte um pouco mais sobre você. Até agora, sabemos que é brasileira e sua idade. Conte-nos sobre seus pais.
- Bem, eu não vivia com eles. Eles são de uma cidade do interior, e lá não tinha muita opção de escolas, então, fui viver com minha tia na capital de São Paulo. Quando estava no meio do 2º grau, resolvi fazer intercâmbio e agora to aqui. Mas ainda não faço a mínima idéia do que vou fazer. Mas estava pensando em algum curso profissionalizante de estilismo, desenho, sei lá...
- Calma, querida. Você terá muito tempo para se decidir. E, caso queira terminar os estudos aqui, é só avisar, que poderá ficar aqui novamente.
- Obrigada, mas não sei ainda...acho que vou voltar ano que vem...provavelmente.
Enquanto falava, mesmo sem olhar, Halley percebera que certos pares de olhos azuis não para de observá-la discretamente.

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