Knockin' on hell's door
ATENÇÃO!
Esse capítulo contém presença excessiva de coisas tais como:
Clichês mais manjados que o final da novela das oito
Triângulos amorosos esdrúxulos
Explicações sem-noção para fatos mais sem-noção ainda
Reviravoltas inesperadas esperadas
Cenas NC-17
Plágios descarados
Estão avisados hehe... ^^
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(1961-1963)
Voldemort deixou Hogwarts ainda profundamente abalado pela consciência de que seu filho ainda estava vivo. Isso implicava em uma série de fatos que ele teria de rever, incluindo a profecia de Ann, e claro, Ricky não poderia continuar vivo por muito mais tempo. Porque Voldemort bem sabia que, por mais que não nutrisse nem nunca fosse nutrir nenhum afeto pelo rapaz, os filhos possuíam uma ligação mágica com os pais, podendo ser utilizados para afeta-los diretamente. E claro, não era qualquer feitiço que possibilitaria um pai matar seu rebento, e pensando bem, Voldemort não tinha muita certeza se a simples Avada Kedavra seria capaz de dar cabo de Ricky. Então, sentindo-se mais frustrado do que nunca, voltou a passos lentos até o início da propriedade; a neve gelada caindo sobre os ombros e fazendo-o cogitar seriamente a hipótese de voltar ao Hog´s Head e beber um copo de Uísque de Fogo para aquecer o corpo enregelado pela nevasca. Ao chegar à cerca que dividia o distrito de Hogwarts de Hogsmeade, aparatou diretamente na entrada do bar.
Seus Comensais o esperavam obedientemente, sentados numa mesa ao fundo do pub e conversando em altos brados. Pareciam muito animados com alguma coisa.
Voldemort chegou pisando duro. Não estava feliz, e por isso não tinha dado permissão a seus comensais que tampouco estivessem.
“Posso saber o que está deixando os cavalheiros tão animados?” – Perguntou, sarcasticamente, ao avistar a mesa onde a meia dúzia de homens riam e sacudiam os copos de bebida.
“Olha, veja só quem está aqui, Tom!” – Disse Rosier, inadvertidamente.
“Do que foi que você me chamou, Evan?” – Rugiu Voldemort baixinho, cerrando os olhos ameaçadoramente.
Evan abaixou a cabeça servilmente, e já ia murmurar desculpas, quando uma voz bem conhecida o interrompeu.
“Ora, ora, olha só quem temos aqui! Tom Riddle, é você mesmo, garoto?”
Era Horace Slughorn. Quando Voldemort ergueu a cabeça para certificar-se de que era ele mesmo, o velho professor se aproximou, esbarrando em meia dúzia de bancos em sua ânsia de rever o velho aluno e o apertou num abraço incômodo.
“Ah, olá, Professor.” – Cumprimentou Voldemort, constrangido.
“Mas você está tão mudado, Tom! Que é que você tem feito por aí, rapaz?”
“Não me chame mais de Tom” – Retrucou, irritado – “Meu nome agora é Lord Voldemort”
Slughorn piscou, confuso. Voldemort percebeu que ele estava decidindo se deveria mencionar alguma das coisas que havia lido no Profeta Diário relacionadas a esse nome.
“Nós, hum... Nós precisamos conversar.” – Disse o velho professor, olhando preocupado para os lados, como se estivesse prestes a cometer um crime. Depois recuou até a última mesa no canto escuro do bar e fez sinal para que Voldemort lhe fizesse companhia.
“Sinto muito, rapazes, receio que terei de roubar o seu amigo aqui por uns instantes...”
E então os homens se sentaram na pequena mesa escura, enquanto os Comensais voltavam suas atenções para a garçonete de curvas generosas que os atendiam e recomeçavam a narrar os “causos” de quando ainda estudavam em Hogwarts. Estavam rindo de Dolohov contando como fizera para contrabandear cigarros trouxas para a escola em seu sexto ano, quando Slughorn finalmente ergueu o olhar de seu copo de quentão e se atreveu a encarar Voldemort.
“Todos nos perguntamos por onde você andou todos esses anos.” – Ele falou baixinho.
“Eu estive por aí... Pesquisando. Aprendendo.”
“Aprendendo sobre o quê?”
“Magia” – Respondeu simplesmente, e então tornou a levar o copo de Uísque de fogo à boca, sorrindo internamente.
“Algo me diz que essa magia que você aprendeu não é exatamente magia branca” – Disse Slughorn, sorrindo amaerelo.
“Ora, não era o senhor mesmo quem dizia que ‘Não existe bem nem mal, só existe o poder, e aqueles que são demasiado fracos para o desejarem’?”
“Não fui eu” – Disse Slughorn, rindo – “Foi algum filósofo trouxa”
“Então o senhor crê que exista mesmo o bem e o mal separadamente?”
“Não.” – Ele respondeu, após um longo gole de bebida – “Mas há exceções, como toda boa regra. Você ficou sabendo da garota com a Alquimia que fugiu? Está dando um trabalhão para o Ministério acobertar, visto que ninguém sequer sabia da existência dela.”
Voldemort engasgou-se com um grande gole do líquido no copo, e ainda tossindo e molhando as vestes de Uísque de fogo, falou muito rapidamente:
“Você sabe alguma coisa a respeito da Alquimia?”
Slughorn parou e o analisou demoradamente. E então falou, astutamente:
“Você tem alguma coisa a ver com a fuga da garota?”
“Não” – Respondeu rapidamente – “Eu fiquei sabendo agora. Mas é um assunto que me interessa profundamente. Como disse, eu venho estudando a magia em todos os seus aspectos...”
“Notadamente. Dizem as más línguas que foi você quem roubou a Cruz de Hórus...”
“Eu não gosto muito do termo ‘roubar’. Eu fiz por merecer, acho, e a obtive justamente.” – Falou, francamente, enquanto empurrava o copo vazio para o lado e encarava Slughorn diretamente.
“De volta à Alquimia, acho.” – Falou o professor, como se fugisse do assunto.
“Sim.”
“Bom... A história é meio fantasiosa... Se estiver mesmo disposto a ouvi-la...” – E Slughorn riu incomodamente.
“Eu quero ouvi-la.”
“Certo. Bem...” – Slughorn tornou a rir constrangido, como quem estivesse explicando a uma criança como nascem os bebês. – “Tudo começa há mais de mil anos, durante a fundação de Hogwarts. Diz a lenda que Rowena Ravenclaw se apaixonou por Godric Gryffindor e Salazar Slytherin ao mesmo tempo, e que ela se sentiu tão dividida entre ambos que sobre ela recaiu uma terrível maldição, que sua alma estaria eternamente dividida entre o bem e o mal até que ela escolhesse seguir um caminho, ou seja, até que ela se decidisse e casasse com um dos dois. Desde então algumas, não todas, as mulheres da linhagem de Ravenclaw nascem com a Alquimia, e suas almas estão eternamente divididas entre o bem e o mal, como a de sua ancestral. Agora, o Ministério considera essa história apenas uma lenda, até porque não há qualquer padrão entre as famílias das mulheres que nascem com o dom, e...”
“Mas a linhagem de Ravenclaw deve ter se ramificado e dado origem a inúmeras outras famílias.” – Interrompeu-lhe Voldemort, enquanto seu cérebro trabalhava arduamente.
“Sim” – Recomeçou Slughorn, que parecia sinceramente interessado na discussão – “Creio que sim”.
“Então o único jeito de reverter a coisa seria se uma mulher com a Alquimia se casasse com um descendente de Gryffindor ou Slytherin. Isso quebraria a maldição...?”
“Não exatamente. Se, e apenas se, considerarmos a remota hipótese de que um casamento como esse ocorresse, o poder das Trevas ou da Luz encerrado na alma da mulher seria transferido para o marido. No caso, se ela se casasse com um herdeiro de Gryffindor, ele receberia de volta o poder da Luz que ela encerra dentro de si, e no caso de um herdeiro de Slytherin, o poder das Trevas lhe seria transferido. A essência de cada Fundador de volta a seu legítimo herdeiro. Mas é claro, essa história em si é tão ridícula que... Considerando que a maioria das mulheres com a Alquimia são mortas ao nascer, ou isoladas do resto da humanidade, e completamente loucas, não vejo como poderia acontecer de uma delas se casar com alguém, muito menos com um herdeiro de um dos fundadores...”
Mas Voldemort não estava ouvindo. Se aquilo significasse o que ele achava que significava...
“Tenho que ir” – Falou rigidamente para o professor.
“Você vai agora? Voltar para Londres no meio dessa nevasca?” – Perguntou Slughorn, exasperado.
“Eu tenho que ir” – Repetiu, porque agora seu cérebro estava fixo em uma única idéia...
Saiu apressadamente, seus Comensais todos assustadíssimos assim que perceberam o estado meio catatônico em que seu Mestre estava. Então largaram meia dúzia de moedas na mesa do bar e saíram correndo em direção à estação onde o último trem os esperava.
“Milorde, espere!” – Gritou Avery, sendo o primeiro a o alcançar, e o primeiro a entrar no trem após Voldemort. – “Que está acontecendo?”
Mas Voldemort não respondeu. Assim que o último Comensal embarcou, o trem fechou as portas pontualmente e começou a se mover.
Voldemort andava de um lado para o outro, impaciente e inquieto como um touro enjaulado. Nenhum comensal, porém, se atrevia a questionar o motivo de tamanha excitação. Até porque nenhum deles sabia que Lord Voldemort estava tentando tomar a maior decisão de sua vida. Ele remexia mecanicamente nas dobras da própria veste e apertava os lábios com tanta força que estava ficando roxo. Parecia prestes a gritar.
Quando o trem por fim atingira sua velocidade máxima, e os simpáticos chalés de Hogsmeade se transformaram na devastadoramente bela paisagem gélida de imensos campos nevados, Voldemort parou e encarou de frente seus Comensais que intimamente já ardiam de curiosidade, e disse, muito claramente:
“Vou me casar.”
[...]
Dizer que os Comensais da Morte se transformaram em pontos de interrogação ambulantes não seria suficiente para descrever a surpresa que eles sentiram quando, no dia seguinte, seu mestre saiu de casa, e levando Malfoy e Nott consigo, fez uma paradinha numa grande joalheria no Beco Diagonal e saiu de lá levando no bolso uma típica caixinha com um par de alianças douradas incrustadas de esmeraldas verdes, que se enroscavam no dedo como cobras e estavam magicamente encantadas com feitiços de fidelidade e fertilidade, embora eles bem soubessem que tudo o que Lord Voldemort não queria era uma esposinha fiel e fértil. Aliás, nenhum deles ali sequer sabia a identidade da noiva, e qual seria a finalidade desse casamento, porque era bastante óbvio que o Lorde das Trevas não era o tipo de pessoa que casava por amor.
Mas foi somente três meses depois de seu encontro com Slughorn em Hogsmeade, meses esses em que ele esteve ainda mais pensativo e sombrio do que o normal, se é que isso era possível, que Voldemort chamou seus Comensais e lhes deu algum esclarecimento a respeito da bombástica declaração feita no trem de volta a Londres.
Era uma noite de primavera, quando a neve já derretera quase toda e as ruas ficavam perigosamente escorregadias, os animaizinhos bonitinhos já saiam de suas tocas e as flores começavam a criar botões. No entanto, o dia ainda era curto, e a noite chegava rapidamente e assim os jantares na soturna casa em Londres onde o grupinho estranho costumava se reunir podiam durar mais sem que os Comensais casados corressem o risco de serem obrigados a dormirem no sofá quando chegassem em casa.
Então, enquanto um silêncio modorrento pesava sobre a mesa retangular, Voldemort resolveu se pronunciar:
“Eu devo esclarecimentos a vocês em relação à minha declaração lá em Hogsmeade.”
E imediatamente todos os comensais largaram seus respectivos talheres e voltaram as atenções ao ocupante da cadeira mais alta na cabeceira da mesa.
“Meu casamento terá uma finalidade muito específica cujo teor exato não posso compartilhar com vocês. Não pensem que será um casamento comum, um casamento romântico, nem muito menos um com fins de reprodução. Eu peço apenas... Peço apenas a colaboração de vocês, porque apesar de não se tratar de um casamento comum, é muito importante que as aparências sejam mantidas, e que principalmente a noiva acredite que isto seja real.”
Os comensais se entreolharam abobalhados, pálidos de surpresa.
Lord Voldemort casando?!
“Erm... Humm... Nós estamos todos curiosos, milorde... Quem seria a mulher?” – Perguntou timidamente um comensal ao fundo, mais perto da porta de saída.
“Ela tem a Alquimia. É tudo que irei dizer. Espero vocês todos aqui reunidos sob o arder da Marca Negra. Estão dispensados.” – Finalizou, largando o guardanapo no prato e se retirando para seu quarto no andar superior.
[...]
Comprimiu as mãos com força contra os olhos, e viu estrelinhas pipocarem em suas vistas, junto com a escuridão reconfortante de seu próprio sono. Realmente gostaria que houvesse um meio mais fácil de resolver isso. Mas ele a tinha em mãos, e seria extremamente tolo se não aproveitasse a oportunidade de ter todo aquele poder das Trevas para si. Então lentamente despertou do torpor em que caíra por passar tempo demais pensando em maneiras mirabolantes de se aproveitar de Ann sem ser necessário um casamento entre eles. Dessa vez, porém, nenhum plano lhe ocorrera. O destino conspirava para que isso acontecesse, e embora não fosse um homem que aceitasse passivamente as reviravoltas do destino, muito pelo contrário, resolveu que não tinha outro jeito. Levantou-se da grande cama de colunas em seu quarto e sentou-se em sua borda, mirando o espelho redondo pendurado atrás da porta. Chegou à conclusão de que Slughorn tinha toda razão em não Tê-lo reconhecido imediatamente. Quando fizera as outras horcruxes não se importara minimamente em desfigurar seu rosto antes tão bonito, mas agora se perguntava o que Ann acharia dele.
Não que a opinião da garota realmente tivesse alguma importância; continuava achando que sua aparência atual impunha mais respeito, mas ele sabia que não bastaria forçar Ann a casar-se com ele, ela precisava gostar dele e ser completamente sua, quando finalmente a dualidade de sua alma seria rompida. O que aconteceria com Ann após isso, sinceramente não lhe importava.
Então abriu o armário do banheiro, onde guardava inúmeros frasquinhos de diferentes tamanhos, cores e cheiros; poções e remédios que usava no dia-a-dia, e pegou um frasquinho com um líquido rosa-bebê cujo cheiro lembrava algo açucarado. Levou a garrafinha à boca, tomando um pequeno e único gole de Poção da Juventude, o suficiente para fazer seu aspecto retornar dez anos no passado, e quando tornou a se olhar no espelho, quem lhe sorriu foi um jovem rapaz de pouco mais de vinte anos, perturbadoramente belo como um Apolo.
Voltou para o quarto e vestiu suas melhores roupas, e então saiu, levando no bolso o par de alianças, tendo ordenado a Hunter que chamasse Ann em seu escritório.
[...]
“Você queria falar comigo?” – Ela estava visivelmente assustada.
“Ann! Por que você não se senta?” – Perguntou-lhe Voldemort, levantando-se de sua cadeira e puxando uma outra para que a garota se sentasse à sua frente.
“Você está diferente! É você mesmo?”
“Sou eu, sim.” – Disse, e sorriu ao perceber que Ann estava extasiada com aquela sua nova aparência. Ainda estava para nascer uma mulher que não se encantasse com aquela sua aparência.
“Alguma coisa para beber? Chá, chocolate, Hidromel, Cerveja Amanteigada, Vinho, Uísque de Fogo?” – E a cada sugestão, um aceno de sua varinha, e um copo com a respectiva bebida aparecia à frente de uma Ann cada vez mais assustada.
“Er... Tanto faz.”
“Um cálice de Vinho dos Elfos, então.” – Um novo aceno da varinha e ambos seguravam cálices da bebida cor de sangue.
“O que quer falar comigo?” – Ela tornou a perguntar, provando delicadamente do vinho e aprovando-o.
“Cada coisa a seu tempo. Antes disso, porque você não...Troca de roupa?” – Um novo aceno da varinha e Ann se viu vestida num sufocante vestido vermelho, colante em seu corpo magro e com uma fenda pouco descente rasgada até o fim de suas coxas, fazendo-a corar ante o olhar lascivo que Voldemort dirigiu às suas pernas expostas.
“Assim está melhor. Agora estamos ambos vestidos apropriadamente para a ocasião.”
“Ocasião...? Que quer dizer?”
“Ann, você se lembra do que eu lhe disse lá naquela caverna, sobre eu ser seu Príncipe encantado?” – Perguntou, enquanto se levantava da cadeira e tocava os ombros de Ann que havia lhe dado as costas e encarava fixamente a parede oposta à cadeira onde estivera sentada.
“Sim! Sim eu me lembro...” – Ela virou-se novamente, dando de cara com o rosto do homem cuja beleza exterior era indiretamente proporcional à beleza interior...
Voldemort sentiu-se como uma cobra que aperta sua presa antes de devora-la, ao envolver o corpo frágil da garota em seus braços; sentindo-a tremer de ansiedade e desejo; ao ver o rosto pálido de Ann corar quando a apertou mais junto de si e suas mãos deslizaram pelas costas que o vestido desnudava, e ela estremeceu mais uma vez sob o arrepio que o toque ousado lhe causou.
“Então está disposta a virar minha Princesa?” – Disse, sussurrando em seu ouvido, a voz sedosa e límpida como a de um anjo; tentadoramente maligna como a de um demônio.
“Sim! Sim, claro! Claro que estou...” – Ela respondeu sofregamente, aproximando ainda mais os rostos e permitindo que Voldemort afastasse uma mecha do cabelo quase branco e exibisse o pescoço alvo onde a uma veia pulsava transportando o sangue morno para o resto do corpo, e este, assim como um vampiro, aproximou os lábios e cravou não os dentes, mas a língua na pele macia, e Ann sentiu toda a resistência inexistente se dissolver em gemidos que brotavam dos recintos mais profundos de sua alma.
O arrepio que a percorreu de cima a baixo se desfez como que por mágica – ela estava decidida a achar que algo como o que havia sentido só poderia ser resultado de um feitiço ou coisa assim – quando Voldemort desfez o nó de braços que os mantinha unidos e ajoelhou-se na sua frente.
Ele tirou do bolso uma caixinha singela e a abriu, mostrando um par de pequenas serpentes de esmeralda que uniam a cabeça ao rabo, num círculo eterno e colocou uma no dedo anelar direito.
“Ann Black, você quer se casar comigo?” – Falou, muito formalmente.
Ann pegou a sua própria aliança e a colocou na mão direita, imitando o noivo. Ela parecia estar sob o efeito de alguma droga, tal era a sua euforia. De fato, quando ela deu um passo à frente para apanhar o cálice de vinho pela metade em cima da mesa, cambaleou para o lado e teria caído no chão se Voldemort não a tivesse apoiado nos próprios braços, unindo-a novamente junto a si, e olhando profundamente em seus olhos claros. Ela irradiava euforia; Ann estava em êxtase. Ergueu a outra mão para tocar o rosto pálido de seu futuro marido e tateou como uma cega, as pontas de seus dedos quentes explorando cada milímetro da pele macia até se deter nos lábios fechados dele, que se entreabriram permissivamente ante ao toque, e foi quando fechou os olhos e aproximou as bocas; as línguas se enroscando, lentamente, compassadamente, como uma dança hipnótica e sensual.
Intimamente, Voldemort sentia que fogos explodiam em seu peito. Ele sempre fora bom naquele jogo, mas seduzir Ann tinha sido tão fácil que quase não tinha graça; ela não passava de uma criança iludida jogada em seus braços, desajeitada e sôfrega, agarrando-se nele como se fosse sua tábua salvadora.
Abriu os olhos e percebeu os de Ann fechados com tanta força que tinham sido reduzidos a fendas enrugadas em seu rosto corado. Apertou-a ainda mais junto a si e desceu os lábios novamente para seu pescoço, e depois, abaixando uma alça do vestido, ela permitiu a liberdade de um seio, que saltou de encontro à sua boca como se aquele fosse o lugar de onde nunca deveria ter saído.
Ann largou finalmente a taça de vinho segura em sua mão direita, que caiu no chão e estilhaçou-se, e afundou os dedos nos cabelos negros de Voldemort, arfando desesperadamente, como se sua vida dependesse daquilo; ele permitiu ainda que ela rasgasse sua camisa na ânsia de sentir seu corpo também, e tateou até achar a mesa atrás de si, e então com um gesto brusco afastou tudo o que estava em cima da mesa atrapalhando seu caminho...
Ele sabia que agora não era o momento. Ao contrário de Ann, tinha total controle sobre si, e mesmo sobre as ondas de luxúria que se insinuavam entre eles, mas tinha que deixa-la totalmente louca, precisava que ela necessitasse dele, que se entregasse totalmente e sem hesitação quando a hora chegasse, e que ela fosse totalmente sua, e então seria dono de sua essência e de todo o poder contido nela. Ou de pelo menos metade...
Deitou-a delicadamente sobre a mesa, e desceu com os beijos desde o pescoço que ela contorcia agoniada, passando pelos pequenos seios desnudos até o umbigo, ponto no qual Ann puxou-o para cima de si, arranhando suas costas até quase sangrar, implorando que ele fosse até o final, tomando sua boca junto à dela; enroscou as pernas em sua cintura e tentou inutilmente livra-lo das incômodas calças que tanto atrapalhavam...
E então, quando Ann estava quase conseguindo rasgar não só sua camisa, mas também sua calça, tomada por um ardor selvagem, e quando Voldemort sentiu que seu controle não iria muito mais longe, ele separou os corpos incendiados pelo desejo, e se atirou na poltrona, metros longe da mesa onde Ann ofegava intensamente.
“Ainda não é hora” – Ele disse, e até mesmo ele próprio se surpreendeu com o quão fria sua voz soou, como se eles não estivessem fazendo nada além de conversar amenidades.
“Por que?” – Ela gemeu, ainda sem se levantar da mesa.
“Tudo tem um momento, e o momento para isso não é esse. Fico muito grato que tenha aceitado meu pedido.” – Disse, enquanto abotoava as calças e a camisa rasgada.
Ann também se levantou, atordoada; fechou o vestido e se pôs de pé. Cambaleou até mais perto do noivo, e tornou a tropeçar nos próprios pés, mas dessa vez apenas a parede a apoiou.
“O que aconteceu?” – Ela sussurrou.
“Fico muito grato” – repetiu friamente – “Amanhã mesmo começaremos a tratar dos preparativos do casamento, mas creio que não seria prudente fazer nada que chamasse muita atenção, por motivos óbvios.”
“Sim, mas... Tudo bem.” – Disse Ann, mortificada. Finalmente ela sentiu a deixa e se encaminhou até a saída.
“Boa noite, Ann” – Voldemort a cumprimentou, beijando sua mão superficialmente.
Ann não respondeu, apenas continuou caminhando em zigue-zague, como se tivesse bebido demais, até chegar a seu quarto no lado oposto do corredor.
Então Voldemort virou-se de volta para o escritório e analisou o calendário que costumava ficar em cima de sua escrivaninha, mas que tinha sido arremessado junto com um monte de papelada ao chão em seu rompante de luxúria minutos atrás.
Maldizendo as unhas de Ann que haviam formado dolorosos vergões em sua pele, acenou com a varinha e tudo estava de volta a seu devido lugar, e então tornou a analisar o calendário. Estava ocupado demais planejando os próximos ataques a trouxas – e a tal experiência que desejava muito fazer, que envolvia trocar o sangue de um bruxo nascido trouxa pelo de um trouxa para comprovar sua suposição de que a magia está no sangue.
Ainda estavam no final de abril, e querendo adiar o que sabia que era inadiável, seus dedos correram pelas folhas do calendário até se deterem no último dia de Outubro, e circulou o dia com uma pena. Até lá, ele pensou, todos já terão se acostumado com a idéia, o Ministério terá dado Ann por morta e parará de procura-la, e será tempo suficiente para tomar todas as medidas práticas e legais, e – ele sorriu maldosamente para si – ter Ann totalmente para si.
[...]
Os meses que se passaram seriam chamados de românticos, se envolvessem qualquer outra pessoa que não fosse Lord Voldemort, porque todos bem sabiam que se Lord Voldemort faz algo, principalmente algo inusitado, é porque ele está tramando alguma coisa.
Alguns dos comensais mais espertos, aqueles que sabiam o que era a Alquimia, já tinham percebido as intenções de seu Mestre para com a estranha garota que vivia trancada em um dos quartos e que eles só haviam visto uma vez, na fatídica noite do desastroso ataque a trouxas no qual Voldemort fora baleado e ela o curara com as próprias lágrimas e que só se comunicava em língua de cobra.
Ann também estava lentamente aprendendo algumas palavras, agora que tinha contato diário com outros seres humanos, e havia também adquirido a desagradável mania de escutar música no velho rádio que o antigo dono trouxa da casa provavelmente havia esquecido por lá.
Qual não foi a sua surpresa, que já em meados de Outubro, ouviu uma voz diferente do ruído estático do rádio; era uma voz mais viva e humana, diferente do que ele estava acostumado.
Cautelosamente se aproximou da porta do quarto, e encostou o ouvido na porta.
Mama, take this badge off of me
I can't use it anymore.
Era Ann, que cantava em sua voz humana normal, totalmente diferente dos sibilados e bufos em que costumavam se falar. Ann tinha uma voz muito bonita, quase hipnotizante, que se sobressaía à do cantor no rádio, e ressoava em notas delicadas, quase palpáveis, doces e melodiosas.
It's gettin' dark, too dark to see
It feels like I'm knockin' on heaven's door.
Empurrou a porta que rangeu alto, mas não impediu Ann de prosseguir com sua canção, cantando cada vez mais alto, no entanto, sem que desafinasse uma única vez.
Entrou, e a encontrou mirando o espelho enquanto penteava os longos cabelos, parecendo pela primeira vez com alguém relativamente normal.
Knock, knock, knockin' on heaven's door
Knock, knock, knockin' on heaven's door
“Desde quando você canta?” – Perguntou Voldemort, desligando o rádio de repente.
“Eu gosto de música.” – Ela respondeu dando de ombros, ainda em língua de cobra. E então recomeçou a cantar, como se estivesse ainda sozinha no quarto.
Mama, put my guns in the ground
I can't shoot them anymore.
“Eu tenho uma surpresa para você” – Ele disse, numa tentativa inútil de cala-la.
“É mesmo? Qual?”
“Veja...” – E saiu do quarto, indo buscar a caixa recém-chegada da Madame Malkin, e Ann recomeçou a cantar a musiquinha irritante
That long black cloud is comin' down
It feels like I'm knockin' on heaven's door
Voldemort voltou minutos depois com a caixa, e entregou-a para Ann, que abriu a tampa, e de lá tirou um belo vestido de noiva.
“É lindo!” – Ela exclamou, emocionada; lágrimas de felicidade banhando seu rosto.
E Voldemort começava a pensar se tudo aquilo valeria mesmo à pena. Estava ficando cada vez mais enojado, e ainda estava tendo de suportar piadinhas de seus Comensais a respeito de quem seria o padrinho, ou de onde eles iriam passar a Lua de Mel.
“Dá azar o noivo ver a noiva antes do casamento!” – Exclamou Ann, horrorizada, de repente escondendo o vestido de volta na caixa.
“Nós não precisaremos de sorte ou azar, querida” – Ele respondeu maliciosamente, e então se retirou, deixando Ann a cantar sua musiquinha trouxa como gostava.
Knock, knock, knockin' on heaven's door
Knock, knock, knockin' on heaven's door
Acho que você está mais perto de bater na porta do inferno, minha cara...
[...]
Voldemort tinha plena certeza de que havia um complô de todos os relógios do mundo contra ele. Porque quando podia jurar que haviam se passado umas duas semanas, já era o dia 31 de Outubro, e com ele o casamento. Não haveria festa, claro, apenas um juiz da corte de Wizengamot para legitimar a união (a coisa teria que ser toda dentro dos conformes), e alguns de seus Comensais (que se dependesse dele, receberiam um Obliviate depois que tudo estivesse acabado) como testemunhas.
Então, alguns minutos depois de ter acabado de expulsar Hunter de seu quarto – o elfo insistia em refazer o nó de sua gravata, como se o próprio fosse incapaz de fazer isso – ouviu os típicos estalos de aparatação, e desceu nervosamente até o hall de entrada para receber o juiz e as testemunhas, todos empertigados em suas vestes formais e parecendo muito nervosos, tanto o mais que o próprio noivo.
O juiz, um homem muito velho e com barbas prateadas compridas que o faziam lembrar muito de Dumbledore (e Voldemort corou só de pensar no sorrisinho debochado que Dumbledore faria ao saber de seu casório), pousou um grande maço de papelada na mesa para que ele assinasse.
Eram contratos mágicos de união eterna, fidelidade, partilha de bens, e tudo de praxe. Então o juiz pediu que a noiva fosse chamada – Ann precisaria assinar tudo aquilo também.
Era inegável que Ann estava deslumbrante, seu simples vestido branco ornado de pérolas e pequenas florzinhas de ouro no decote, que brilhavam singularmente num interessante efeito-furta-cor. Seus cabelos loiro-platinados estavam enrolados em um coque elegante acima da cabeça, e a maquiagem pesada a fazia parecer muito mais velha do que realmente era. Era perturbadora a maneira como Ann se parecia com Francis.
“Preciso dos documentos dela também.” – Disse o juiz, acordando Voldemort de seu torpor.
Oh, bem, isso pode ser um problema
Rapidamente ele agarrou uma folha de pergaminho em branco da montanha de papel na mesa, passou a varinha sobre ela e a deu para o juiz ler. O homem franziu a testa e então, como se realmente houvesse lido alguma coisa, deixou a folha de lado e começou a ler uma longa nota, a qual nenhum dos noivos deu a mínima atenção – Ann tinha a atenção fixa, o olhar meio obsessivo no noivo, e Voldemort estava ansioso demais, pensando no que viria a seguir, em todo o poder que adquiriria...
“Tom Marvolo Riddle e Ann Black, viestes aqui para celebrar o vosso Matrimônio. É de vossa livre vontade e de todo o coração que pretendeis fazê-lo?”
Ambos os noivos confirmaram em voz alta; cada um ainda muito absorto em seu próprio objeto de atenção.
“Vós que seguis o caminho do Matrimônio, estais decididos a amar-vos e a respeitar-vos, ao longo de toda a vossa vida?”
Voldemort teve de se segurar o máximo possível para não responder “não”, embora ninguém ali além dele mesmo soubesse o quanto lhe estava sendo custoso fazer aquilo, e o quão humilhante era para ele prometer algo assim.
“Uma vez que é vosso propósito contrair o santo Matrimônio, uni as mãos direitas e manifestai o vosso consentimento na presença do juiz da Suprema Corte Mágica de Wizengamot”
Uniram as mãos. Olhando para o chão, Voldemort pronunciou:
“Eu, Tom Marvolo Riddle, recebo-te por minha esposa
a ti, Ann Black, e prometo ser-te fiel,
amar-te e respeitar-te,
na alegria e na tristeza,
na saúde e na doença,
todos os dias da nossa vida.”
Uma lágrima escorreu pela face de Ann, e ela o olhou fixamente; o velho brilho maníaco voltando ao olhar, como no dia em que ele a havia conhecido na caverna.
“Eu, Ann Black, recebo-te por meu esposo
a ti Tom Marvolo Riddle, e prometo ser-te fiel,
amar-te e respeitar-te,
na alegria e na tristeza,
na saúde e na doença,
todos os dias da nossa vida.”
O juiz havia pousado a própria varinha nas mãos cruzadas, e dela saiu uma fina cobra flamejante, como num Voto Perpétuo. Voldemort estremeceu, mas manteve a mão corajosamente firme.
Quando a cobra de fogo se dissolveu em fumaça, libertando as mãos, as alianças já estavam trocadas, e haviam passado da mão direita para a mão esquerda.
Ann apertou sua mão com mais força do que seria necessário...
E finalmente o juiz terminou seus dizeres.
“Caros irmãos, foi celebrado o legítimo matrimônio entre Tom Marvolo Riddle e Ann Black. Que vão em paz e a felicidade os acompanhe.”
Estava feito. Todos os ocupantes da sala começaram a se mexer em direção à saída, cada um cuidando de sua vida; Ann havia se sentado na poltrona e admirava a própria aliança na mão esquerda, mal querendo acreditar que aquilo era real; o juiz já tinha recolhido sua papelada e desaparatado, e Malfoy conversava com Dolohov muito animadamente.
Voldemort esperou que algo acontecesse. Que alguma parte do poder de Ann lhe fosse transferido. Mas nada aconteceu. Então um pensamento aterrorizador lhe dominou subitamente...
Será que tudo isso foi em vão?
“E então?” – Cochichou Malfoy em seu ouvido, fazendo-o tomar um grande susto.
“Obviamente que nada aconteceu ainda, ou eu não estaria parado aqui sem fazer nada.” – Respondeu, irritado.
“Desculpe, senhor.” – Falou Malfoy servilmente. – “É só que... Bem... Eu e o Antony achamos que...”
“Não me interessa o que vocês acham, Malfoy!” – Rugiu Voldemort, agora decididamente raivoso. – “Algo já deveria ter acontecido!”
“O que deveria ter acontecido?” – Perguntou-lhe Ann, levantando a cabeça.
“Nada, Ann. Vá para seu quarto.” – Falou ameaçadoramente, apontando para a porta no andar superior.
Ann pareceu mortificada, mas obedeceu prontamente, e sem dizer uma única palavra tomou as escadas.
“POR QUE – NADA – ACONTECEU – AINDA?” – Gritou, chutando uma cadeira em seu caminho, que foi parar no outro lado da sala.
“Bem, senhor...” – recomeçou Malfoy.
“O QUE É, MALFOY?”
“Bem... Eu acho... Nós achamos que o senhor tem que... humm...Consumar o casamento.”
Voldemort olhou para Malfoy de um jeito que fez o loiro visivelmente encolher meio metro.
“Consumar o casamento. Certo... Certo...” – E sem maiores explicações, tomou o mesmo caminho que Ann tinha trilhado até a segunda porta do corredor do hall do segundo andar.
[...]
“Ann?” – Chamou gentilmente, enquanto trancava a porta magicamente atrás de si.
A garota não respondeu. Estava chorando; a cabeça afundada no travesseiro.
Voldemort afastou uma mexa do cabelo fora do coque desarrumado que cobria seus ombros e lentamente abaixou a cabeça até seus lábios tocarem a pele quente e macia, rescindindo a jasmim. Ann soltou um suspiro sufocado pelo tecido do travesseiro e virou-se para encarar o marido.
“O que é que você quer de mim?” – Ela perguntou, arredia, mas não afastou o corpo.
“Você não sabe? Você não me viu tantas vezes em seus sonhos? Você já não seria capaz de reconhecer seu Príncipe Encantado?”
“Você não é meu príncipe! Eu não sei quem é você!” – Ela gritou, e se lançou para fora do alcance de Voldemort, quando a cauda de seu vestido se prendeu na barra da cama e Ann foi ao chão, rasgando um pedaço do tecido.
“Um vestido tão bonito; você não devia rasga-lo.” – Sussurrou Voldemort, se aproximando mais, como uma cobra prestes a dar o bote.
Pela janela, eram visíveis as luzes de festas nas casas trouxas. Alguém havia enfeitado a entrada de sua casa com lanternas de abóbora.
“Veja, Ann, esse dia é tão mágico que até os trouxas o celebram.” – Disse, e tomou a mão da garota na sua.
Sentiu que ela tremia de medo, e isso o fez sentir-se ainda mais poderoso, e de alguma forma horrivelmente doentia isso lhe dava prazer.
“Não tenha medo, Ann. Você não sente que esperou por esse momento por toda a sua vida?”
Ann assentiu, e parou de lutar, indo repousar novamente na cama, quando Voldemort tornou a beijar deus ombros nus, causando-lhes arrepios.
Os lábios do bruxo desceram mais, indo de encontro aos seios, fazendo-a gemer baixinho, e novamente Ann sentiu como se sua vida dependesse daquele momento, e então...
“Não posso mais... Por favor...” – Ela implorou, mas ele a silenciou com apenas um gesto lento, pousando os dedos em seus lábios, que ela entreabriu e delicadamente lambeu as pontas dos dedo, muito obscenamente.
Ele procurou o fecho do vestido e se surpreendeu ao já encontra-lo aberto; deslizou a alça lentamente sobre o ombro macio até deixa-la completamente nua e passou a se dedicar a todo o corpo; seus beijos rompendo rapidamente toda a resistência inicial dela, cujo corpo mais parecia ser feito de algum tecido muito macio e escorregadio, que se dobrava languidamente sob seus toques...
Então ambos sentiram que era o momento; e coincidentemente lá no céu a lua negra alcançou o topo de sua jornada celeste, tornando o momento tão mágico ainda mais carregado daquela magia bruta e selvagem...
Voldemort sentiu que estava acontecendo, que estava conseguindo; a alma de Ann finalmente estava se separando em duas metades e a dualidade estava sendo quebrada... Mas ela ainda precisava ser totalmente sua...
“Você vai...? Você em certeza...?”
“Não! Não! Eu o quero...” – Puxou-o selvagemente, guiando-o para dentro de si; a dor, o sangue, e o perfurar de seu desejo frenético, acordou nela algo como que um frenesi, e ela agarrou-se a ele, ofegante encorajando-o com seus gritos selvagens. E então, no último momento, ele afastou-a, enquanto ela ofegava e suplicava, e sussurrou:
“Jure! Você é minha?”
“Juro! Ah, não posso suportar... Não posso, deixe-me...”
“Espere! Jure! Você é minha! Diga!”
“Juro! Juro, pela minha alma...”
“Ainda uma terceira vez... Você é minha...”
“Eu sou sua! Juro!”
Ele sentiu seu súbito espasmo, sabendo o que tinha acontecido, mas ele estava preso em seu próprio frenesi, movendo-se dentro dela com desespero, arfando, ofegando, ambos gritando como se estivessem em insuportável agonia, e ele sentiu o mágico encantamento descer sobre ela no exato momento em que ela gritou e amoleceu sob o seu corpo. Ela estava parada como a morte e ele tremia, sua respiração carregada como que por exaustão; não havendo nada de tão especial naquele prazer, mas havia algo maior do que isso... Era triunfo. Porque a magia era pesada entre eles, e ele era dono de seu espírito, de sua alma, de sua essência...
E lá estava, novamente, a esfera contendo a essência do bem e do mal, a alma de Ann, como quando ela o havia salvo daquela bala com as próprias lágrimas. A esfera se ergueu alguns centímetros e passou a girar rapidamente, e então as duas cobras de fumaça se separaram, mas dessa vez apenas a cobra alva se enroscou de volta ao corpo de Ann, que abafou um último gemido antes de desfalecer no travesseiro, e então, como ele esperava, a parte negra, a essência do mal, de seu antepassado tão distante, serpenteou por dentro dele e Voldemort sentiu algo como se todo o seu sangue fervesse, e então seu corpo todo se agitou em dolorosos espasmos, e ele ainda teve um vislumbre da sensação do poder colossal que repentinamente passou a correr em suas veias e finalmente, desmaiou na cama ao lado de Ann.
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OK, agora vocês me odeiam, certo?
Eu avisei lá no início, vocês leram porque quiseram, lálálálá...
O triângulo amoroso Godric-Rowena-Salazar não foi a coisa mais bizarra que vocês já leram? Hahahaha, mas eu precisava de uma explicação pra essa merda toda, porque a Ann ainda deixará mais coisa na história. Eu falei que ela ia ser importante.
Depois, a história do casamento. BISONHA! Socorro! Hehe... Voldemort, casando? Muito, muito estranho!
E hum... Acho que me empolguei nessas cenas NC-17 né? Duas no mesmo capítulo! Céus! Acho que preciso de um namorado hehe...
*Lillith corando*
Esse hormônios... Ainda vou me dar mal...
Mas valeu, até porque eu não sei quando será a próxima cena “romântica” do Tom.
E Por favor, por favor, não denunciem essa fic como sendo apologia à pedofilia! Tudo bem que a Ann só tinha 15 anos, e o Tom era um tiozão de 35, mas o que seria das novelas da globo sem as diferenças de idade? Outra: Quis adicionar “molestador de menores” no currículo de crueldades dele. Juro que não consegui parar de pensar em “Contos proibidos do Marquês de Sade” quando tava escrevendo essas cenas huahuahuahuahauhauhauhaua...
E sim, a Ann canta “Knockin` On Heaven’s Door”! E não, essa música não é da Avril Lavigne, é do Bob Dylan, e ele já cantava no início da década de 60, portanto, tem cabimento a Ann escuta-la no rádio.
Um último porém: Eu avisei sobre plágio descarado, também, não avisei? A cena em negrito é um “plágio” da cena em que a Nimue enfeitiça o Kevin, no último livro de As Brumas de Avalon, mas obviamente eu troquei o papel de dominado/dominador e quem se f*** nessa é mesmo a Ann.
Agradecimentos, mil agradecimentos a todos, à Miss Robsons, sempre tão legal e paciente de ler isso e comentar; a Morgana Black, putz, é uma honra te-la comentando aqui, e à nova leitora, a Nohara (você tem fic?)!!
Beijos,
Lillith R.
P.s.: O nome desse capítulo ia ser "O casamento de Lord Voldemort", mas eu achei tãããão apelativo! Então deixei esse mesmo.
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