Ataques!



No dia seguinte, Tom Riddle e os outros monitores foram chamados no gabinete de Armando Dippet, diretor de Hogwarts. O diretor queria que eles investigassem quem o ou quê tinha assassinado todos os galos, e trouxessem o responsável se ele fosse localizado. Após a breve conversa, os alunos se retiraram e voltaram cada qual à sua respectiva aula.
Era a primeira vez que ele falava com os colegas desde o dia anterior. Aparentemente aquele havia sido o jogo mais longo da história de Hogwarts, com duração aproximada de doze horas. Então quando os alunos chegaram exaustos no Salão Comunal, Riddle já estava há muito entregue aos braços de Morfeu.
E por conseqüência fora o primeiro a acordar, levantando cedo e se apressando exatamente para evitar perguntas incômodas dos colegas. Mas de um jeito ou de outro, poderia-se dizer que o assassinato dos galos fora um sucesso. Ninguém até agora desconfiava minimamente do autor de tal brutalidade. Dumbledore ainda o encarava desconfiado durante as aulas, mas mesmo esse olhar desapareceu depois de algumas semanas.
Enquanto isso, Tom Riddle (que agora só atendia por Voldemort entre seus amigos) continuava fazendo visitas noturnas quase diárias à Câmara Secreta e já podia dizer que sem o canto dos galos o basilisco havia melhorado muito e várias vezes Voldemort entrara na Câmara e o basilisco estava fora fazendo rondas ou caçando mais ratos. A certa altura, quando achou que a criatura estivesse suficientemente forte, ordenou-lhe o primeiro ataque.
“Você vai atacar a Murta na noite do baile, quando todos estarão ocupados menos ela, que estará no banheiro se debulhando em lágrimas por não ter um par”.
Era verdade, haveria um baile no fim de dezembro, um baile de natal dos que só aconteciam de vez em quando, em homenagem à posse do novo ministro da Magia. O anterior havia sido afastado devido ao fracasso de seu plano de defesa contra as forças de Grindewald, que lentamente cresciam, aumentando o poderio do bruxo.
Retirou-se dali, confiando em seu plano de atacar Murta na véspera do natal. Quando já estava na metade do corredor transversal ao banheiro, topou com Rúbeo Hagrid numa sala vazia, conversando aos cochichos com alguém, ou algo dentro de um grande baú de madeira tosca.
Não querendo chamar atenção, escondeu-se na sombra da pilastra do lado da porta da sala, e pôs-se a ouvir a conversa:
“Hagrid, me deixe ir embora, eu imploro” – Falava a coisa dentro do baú num sussurro rouco quase inaudível.
“Por quê?” – Perguntou Hagrid, suplicante.
“A criatura que nós mais tememos... O terrível ser que ronda o castelo... Agora deixe-me, me liberte...”
“Mas o que é exatamente essa criatura?”
“Nós não falamos o nome dele!” – Respondeu a coisa rispidamente, no momento em que colocava uma assustadora e imensa pata peluda e negra para fora do baú.
Voldemort não se conteve e soltou uma exclamação alta de susto.
“Espere um pouco, Aragogue, tem alguém aí fora...”
Então Hagrid acendeu sua varinha na cara de Riddle antes que este pudesse fugir ou se esconder, e disse:
Você” – Falou, nervoso.
“Eu, sim.” – Respondeu.
“O que você está fazendo aqui?”
“Eu a vi Hagrid. Eu vi o monstro. Entregue-o agora e ninguém sairá prejudicado, você vai no máximo ganhar uma detenção...”
“Aragogue seria incapaz de machucar uma mosca!” – exclamou Hagrid, indignado.
“Não foi o que me pareceu” – Resmungou Riddle. “Agora, se me dá licença... ”
Então apontou a varinha diretamente para o baú, mas antes que tivesse tempo de abrir a boca para falar o feitiço, Hagrid gritou:
“Ah, não vai não...”
E a próxima coisa que o monitor da Sonserina sentiu foram seus membros enrijecendo sob o feitiço lançado pelo colega. Hagrid apanhou o baú, escondeu-o sob as vestes do tamanho de barracas de camping e foi embora correndo nervoso.
Riddle ficou furioso. Como podia ter sido atingido tão facilmente por uma azaração daquele monstrengo? Ah, mas ele vai se ver comigo...
[...]
O baile de natal chegou rápido, como sempre acontece com as coisas que não queremos que cheguem. Não que Voldemort tivesse algo realmente contra bailes. Ele os achava inofensivos, mas não gostava muito de reuniões sociais; eram tolas e inúteis.
Arrumar um par não fora difícil de maneira alguma. Como sempre, bastava estalar os dedos e dezenas de garotas caíam aos seus pés. Dessa vez ele escolhera a simpática, mas não tão bonita Francis, a sonserina que o idolatrava desde o primeiro ano. Deixara a suplicante Olívia para Avery, mas Evan e Augusto não conseguiram pares. Estavam comentando isso tristemente no dormitório enquanto se arrumavam.
“Evan, eu sei quem gostaria de ir com você.” – Falou Avery, em tom brincalhão – “Lembra da Murta, aquela feiosa que gosta do Lord?”
“É Voldemort, Avery” – Resmungou Riddle, sem prestar atenção.
“Lembro sim. Merlin, Avery, você não está sugerindo que eu vá com ela, ou...?”
“Bem, você estava reclamando da falta de par...”
“É fácil pra você, você vai com a Olívia”.
“De qualquer maneira parece que a Sangue-Ruim já tem par. Acreditem ou não, a Olívia me disse que hoje de manhã a Murta estava dando pulinhos de alegria no dormitório, um segundanista aceitou o convite dela...”
“Não!” – Falou Voldemort, mais alto do que pretendia. Isso ia estragar todos os seus planos...
Mas seus colegas o olhavam curiosos.
“Estou te estranhando, Tom. Justo você, com ciúmes daquilo...”
É Lord Voldemort!” – Bradou furiosamente.
“É, tudo bem, mas eu não consigo te chamar assim, é estranho, sabe. Voldemort...” – Riu Avery.
“Então me chame de Lorde das Trevas, se quiser, mas pelo amor de Deus, pare de repetir esse nome!” – Disse, tendo um súbito arroubo de inspiração.
“Lorde das Trevas? Gostei! Olha, você está muito nervoso, relaxe, está bem?”
Voldemort suspirou. Era verdade. Tinha ficado nervoso. Como iria atacar a menina se ela estivesse acompanhada?
[...]
Francis Finningham o esperava na entrada do salão, realmente magnífica com seu vestido de cetim azul-claro e o colar de diamantes reluzindo em seu pescoço. Pareceu maravilhada quando Riddle tomou sua mão e educadamente a beijou; seus olhos azuis brilhavam e ela quase soltou gritinhos. Mas conteve-se e simplesmente aceitou o braço que o rapaz lhe oferecia gentilmente. Caminharam em silêncio através do longo corredor que levava ao Salão Principal. Quando finalmente chegaram, uma valsa suave tocava tomando conta do ambiente e alguns casais mais descontraídos arriscavam alguns passos de dança, mas a maioria permanecia sentada nas mesas, conversando. Foi o que Voldemort fez: num gesto de cavalheirismo puxou a cadeira para a deslumbrada Francis e sentou-se ao lado da garota, sem saber o que dizer.
Já tinha tido alguns encontros com garotas antes e não costumava hesitar diante delas, mas por algum motivo não encontrou frases que pudesse lançar para Francis. Então a olhou constrangido, sentindo o silêncio entre os dois pesando cada vez mais. Admirou o rosto dela: Era um rosto comum sem nada excepcionalmente belo, no entanto acabou se surpreendendo sentindo um imenso desejo de tocar na pele cor de leite e aveludada da garota.
Ela, por sua vez, já estava perdendo o ar deslumbrado com que o fitava, sendo substituído por uma expressão de tédio mortal. Então, antes que pudesse se conter, falou:
“Você...você, hum... Você gosta de dançar?’
E imediatamente sentiu vontade de se espancar. Além de sua voz ter soado como a de um total retardado, tinha proposto a ela algo que nunca tinha feito na vida: dançar.
“Bom, na verdade eu prefiro ficar sentada. Eu não confio muito no meu talento de dançarina, sabe” – E sorriu um sorriso torto, sem graça. Um sorriso que prendeu o olhar do Lorde das Trevas por quase cinco minutos.
“Err, bem...Eu também não danço...” – E sorriu de volta, tolamente. Só o que queria naquele momento era chegar mais perto para sentir melhor o perfume doce de flores que ela emanava...
Mas o que está acontecendo com você, Lord Voldemort?
Mas no momento exato em que se preparava para dar um chute na própria canela por debaixo da mesa, uma visão tomou sua atenção: Murta Shwnizer.
Ele achou que fosse impossível, mas a garota estava mais feia do que nunca. Usava um vestido marrom-amarelado com um feio laço de fita nas costas. Havia encrespado os cabelos de tal modo que eles pareciam uma peruca. O batom vermelho borrado coloria muito além de seus lábios finos, o pigmento rosado nas bochechas ressaltava ainda mais as espinhas e os pequenos olhos azuis tinham sido pintados de preto e azul até a sobrancelha.
O garoto que a acompanhava parecia realmente infeliz e olhava para chão como se procurasse um buraco onde se esconder. Parecia estar tentando fugir, pois Murta tinha de apertar sua mão até ficarem brancas. Ela sorria um sorriso pateticamente esperançoso e olhava diretamente para a mesa de Riddle. Francis ria escondendo o rosto no copo de ponche, mas Olívia Hurnby sequer se deu a esse trabalho, rindo alta e ruidosamente.
“Murta, meus parabéns. Você conseguiu ficar mais feia do que já era, e isso é realmente um feito!” – Gritou a outra; lágrimas de riso caindo dentro de seu copo, enquanto Avery também desatava a rir gostosamente. Logo todo o salão estava às gargalhadas.
O garoto acompanhante de Murta havia tratado de sumir assim que ela afrouxou o aperto nas mãos. A garota pareceu se segurar por uns momentos, fechando os olhos e implorando por paciência, antes que as lágrimas começassem a saltar de seus olhos e ela corresse porta afora, provavelmente para o banheiro onde costumava ir para chorar.
Mas então ocorreu a Riddle que não seria prudente atacar a garota àquela noite; não depois desse showzinho que tinha chamado a atenção de todos. Contava com que esquecessem da garota por uns tempos. Isso não demoraria a acontecer- Murta não tinha amigos.
Quando o Salão havia desviado a atenção de Murta e os casais haviam voltado a conversar normalmente, Riddle levantou-se da mesa e lançou uma desculpa qualquer a Francis. Teria de falar com o basilisco, ou ele a atacaria naquela noite, como havia ordenado.
Mas Dumbledore estava ali, do lado oposto à mesa de Riddle, observando.
“É melhor vir comigo, Francis” – E deu a mão à garota, saindo na companhia dela para que Dumbledore não suspeitasse – se algo acontecesse, ele, Tom Riddle, estaria acompanhado e portanto, livre de quaisquer suspeitas.
Francis pareceu muito excitada a despeito do convite para um passeio no castelo à sós com Riddle.
E então ele ouviu...
MATAR, RASGAR, ROMPER... MATAR, RASGAR ROMPER... SINTO CHEIRO DE SANGUE!
O basilisco passava por ele ali na direção exata do banheiro onde Murta estava provavelmente chorando, através do encanamento. Estuporou Francis, apoiando seu corpo que caiu com um baque surdo no chão e então desatou a correr em direção ao banheiro.
Mas quando chegou no banheiro não era Murta que estava deitada imóvel no chão. Era o segundanista que deveria estar acompanhando-a.
Antes que pudesse levantar qualquer suspeita, voltou para o corredor deserto onde havia estuporado Francis e a acordou, convencendo-a de que ela tinha na verdade desmaiado repentinamente e que deveria procurar a Ala Hospitalar imediatamente.
De volta ao banheiro, analisou o corpo do garoto atentamente. Ele não estava morto, afinal. Apenas inexplicavelmente petrificado.
Decidiu acompanhar Francis até a Ala Hospitalar, para que não restassem dúvidas de sua suposta inocência, então alcançou-a no meio do caminho andando lentamente com as mãos nas costas sentindo dor. E Riddle lamentou, por um instante que tivesse azarado a garota, sem entender o porquê. Não costumava sentir pena de ninguém.
[...]
Vinte minutos depois o corpo petrificado de Yuri Tenebahum foi achado no banheiro pela monitora da Grifinória, que saiu dando gritinhos agudos e desesperados até encontrar Dumbledore, que a fez beber uma poção calmante e levou o corpo petrificado para a Ala Hospitalar onde Riddle ainda estava, na companhia de Francis que era examinada atentamente pela enfermeira.
“Não há nada de errado com você, querida” – Disse a enfermeira, impaciente.
“Não pode ser, eu desmaiei repentinamente e...”
Dumbledore entrou de súbito com um olhar furioso e o aluno petrificado nos braços. A Sra.Thurman, a enfermeira, abriu a boca de espanto.
“O que houve, Alvo?”
“Não sabemos ainda.”
“Alvo... Esse garoto está morto” – perguntou a enfermeira, horrorizada, levando as mãos ao rosto.
“Não, ele está só petrificado, mas não sabemos o que causou isso, não há sinais de feitiço algum em seu corpo, e já foram tentados todos os tipos de poções...” – Dumbledore parecia desolado. “Vocês dois se retirem, por favor”. Falou mansamente, se dirigindo a Francis e Voldemort.
Voldemort hesitou por um momento, mas Francis o puxou pela gola da veste e eles saíram de perto da enfermaria.
“O que aconteceu?” – Perguntou Francis, muito pálida.
“Também não sei.” – Respondeu prontamente.
Mas surpreendentemente ele não se viu mais preocupado com o ataque ao garoto quando encarou o par de olhos azuis cheios de lágrimas à sua frente. Sentiu vontade de fazer qualquer coisa tola e estúpida.
De repente ele lembrou-se da legilimencia. Durante os minutos que fitara o rosto da garota nem lhe passou pela cabeça a idéia de ler seus pensamentos. Mas a mensagem na mente dela era clara:
Me beija, seu idiota, me beija...
Então ele a beijou e acabaram escorregando para trás de uma tapeçaria, abraçando-se freneticamente, nenhum dos dois sabendo o que pensar direito...
Ali estava ela, a Sala Precisa, dessa vez transformada num Armário de Vassouras escuro e poeirento, mas nenhum dos dois pareceu se importar com isso. Continuaram o beijo frenético, livrando-se das peças de roupa, formando um montinho ao lado... Ele lamentou que fosse inverno e tivessem de vestir tantas camadas de tecido... Então, quando ele a estava ajudando a se livrar de uma camiseta particularmente difícil de desabotoar, a consciência dela pareceu retornar.
“NÃO PODEMOS!”
Ela gritou, antes que terminasse de tirar a última camada de roupa. Estava vermelha e suada e seus cabelos tinham se desprendido do coque. Riddle caiu para o lado gemendo de frustração, mas não podendo conter um sorriso ao vê-la assim totalmente desconjuntada.
“Por que não?” – Riddle sussurrou no ouvido de Francis, que estremeceu, mas não mudou idéia.
“Não podemos... Não devemos...É melhor a gente voltar, está tarde...” – Falou, transtornada.
Voltaram caminhando lentamente, evitando qualquer tipo de contato físico; o silêncio constrangedor pesando mais do que nunca entre eles.
Merlin, como queria...
[...]

A lembrança do que ele e Francis quase fizeram na noite do baile atormentou os dois durante semanas. Mal se falavam e mesmo durante as aulas eles evitavam de se encarar. Ela parecia tremendamente envergonhada e corava cada vez que ficava perto dele, enquanto ele se perguntava porque sentia choques elétricos percorrerem-lhe a espinha cada vez que ela estendia a mão para lhe passar alguma coisa e as mãos de ambos se encontravam por alguns milésimos de segundo. Nunca se sentira assim com nenhuma outra, nem mesmo com as garotas mais bonitas que Francis.
Além desse intenso conflito interior que sentia em relação à garota, ainda tinha de se preocupar com os NOM´s que se aproximavam e com os próximos ataques que comandaria aos sangue-ruins.
Então a oportunidade perfeita surgiu. Naquele final de semana ocorreria a final do Campeonato de Quadribol, entre Grifinória e Sonserina. Já os alunos da Corvinal e da Lufa-Lufa foram dispensados e podiam passear em Hogsmeade se quisessem, mas a maioria escolheu ficar no castelo e assistir à partida.
Acontece que durante uma aula de herbologia particularmente chata, Voldemort entreouviu a conversa de James Amundsen, o garoto que desde o primeiro ano alimentara antipatias.
“Bom, eu vou para Hogsmeade. Não quero assistir a Sonserina ser arrasada pela Grifinória.”
Mas de acordo com o resto da conversa, Amundsen seria o único de seu ano a sair. Então ninguém daria pela falta do garoto por um bom tempo, até que achassem seu corpo num barranco em Hogsmeade.
Sorriu satisfeito consigo mesmo.
[...]
No dia da partida Hogwarts em massa comparecera ao estádio. Seus amigos protestaram imensamente quando ele dissera que teria de ir a Hogsmeade resolver umas coisas. Mas tinha coisas realmente mais importantes a fazer que quadribol...
De manhã bem cedo, antes dos outros acordarem, desceu para a Câmara e deu ao basilisco informações sobre o Amundsen, junto com uma bronca por ter apenas petrificado Yuri Tenebahum.
De volta ao dormitório, Voldemort achou que bem podia aproveitar o dia para resolver seus assuntos com Francis. Não agüentava mais olhar para a garota e não poder toca-la; era insuportável. Ainda sentia a pele macia dela sob seus dedos, a respiração no seu pescoço... Irritou-se consigo mesmo. Não bastasse todas as preocupações ainda tinha que agüentar uma súbita paixonite por aquela garota? Por que ela se fazia de difícil, se era fácil ler em sua mente que o que ela mais queria era que acabassem o que haviam começado na noite do baile? Aquilo o estava perturbando. Mandou um curto bilhete para a garota pedindo que o encontrasse na saída para Hogsmeade, que resolveriam seus problemas de uma vez por todas.
Então, antes do jogo começar, lá estava ela em suas vestes verde-e-prata, idênticas às de Voldemort exceto pela saia pregueada na altura dos joelhos que vestia. O cabelo loiro ondulado preso em um rabo de cavalo às costas combinava perfeitamente com o tom branco-perolado de sua pele, ele pensou. Só podia estar enlouquecendo. Como já dito, Francis não era bonita. Era cheinha, mas não gorda, mais baixa uma cabeça que Tom.
Assim mesmo ela exercia um estranho fascínio sobre ele. Riddle até cogitara uma poção do amor, mas não era; nem mesmo bezoar resolveu a questão. Ela o esperava com as mãos cruzadas nas costas; a testa franzida e um ar de preocupação.
Francis...” – Ele murmurou.
“Olá Tom. O que queria tratar comigo?” – Ela perguntou num tom de voz baixinho e fraco.
“É mais a questão do que aconteceu no dia do baile.” – Ele falou rapidamente, atropelando as palavras, antes que perdesse a coragem.
“Acontece que...” – Ela corou - “Eu estou saindo com outra pessoa, na verdade”.
E então, na mente de Francis, que Riddle já conhecia cada detalhe de tanto percorre-la a procura de uma resposta, em vão, viu a figura alta e magra de James Amundsen. Aquele que ele acabara de ordenar a morte. Então uma alegria maníaca o tomou quando olhou para o relógio e viu que depois daquela hora só o que Francis acharia de Amundsen seria o corpo estendido, morto. Ele se obrigou a dar um largo sorriso, deixando Francis completamente sem ação. E então, sem dizer nada, voltou-se e saiu andando na direção do campo de quadribol, onde o jogo deveria estar prestes a começar.
[...]
E realmente o corpo de James Amundsen foi encontrado uma hora depois por Francis Finningham na torre de astronomia, mas não morto, apenas petrificado. Ao lado de seu corpo, jazia uma luneta.

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