A vida continua



*** Stop Crying Your Heart Out – Oasis ***

***

(UM ANO DEPOIS)

***

Reflexos da realidade

Já faz muito tempo
Mas eu lembro de você
Da maneira que você me dava bom dia
Do seu caminhar macio e descontraído
Do seu sorriso contagiante
É como se eu pudesse sentir seus olhos sobre mim
Eram apenas reflexos da realidade
Mesmo assim eu sonhei
Mesmo assim eu te procurei
Já faz muito tempo
Mas você lembra de mim?

Sinto sua falta...

Hoje seus olhos são estáticos
Duas esmeraldas pintadas de preto
Como poderei ler a sua alma?
Como encontrarei o seu olhar no meio da multidão?
O tempo para você passa na mesma velocidade do que para mim?
Aqui as noites parecem não ter fim...
Quem vira a grande ampulheta do existir
Pode ter se enganado?
Tudo parece andar em câmera lenta...
Você não percebe?
Isso é um reflexo da realidade
Mesmo assim eu sonho
Mesmo assim eu te procuro
Já faz muito tempo
Mas você lembra de mim?

Sinto sua falta...

Será que algum dia esse mar verde voltará a emitir luz?
Será que seu olhar transbordará bolhas de energia?
Suas estrelas se multiplicarão pela imensidão?
Tudo isso é um reflexo da realidade
Oculto aos anos-luz de distância
Porque então ainda posso senti-lo?
Mesmo assim você existirá?
Mesmo assim você sonhará?
Mesmo assim você me encontrará?

É como se o universo brincasse de boneca com nossos corpos
(posso ouvir suas risadas gozando de nós)
É como se o tempo parasse para aumentar o sofrimento
(posso sentir seu aroma na brisa do mar)
(ela não muda de direção?)
É como se fizéssemos parte de um simples reflexo da realidade
Em que apenas fomos criados por acidente
(posso ver seus olhos encobertos pelas trevas)
(eles desaparecem ao longe)

Faz tanto tempo
E eu ainda sinto a sua falta...

***

*
Se atrase
Aguente
Não se assuste
Você nunca mudará o que aconteceu
*

Biiiiiiiiiii!

Gina de um pulo na cadeira de escritório e derrubou o teclado que estava sobre seu colo. O resultado foi um escandaloso estrondo e os olhares de várias pessoas da redação sobre si. Como sempre, estava distraída enquanto escrevia um poema em seu computador e levou um susto quando ouviu o alerta de e-mail recebido. Minimizou a janela de sua poesia, e sentiu o rosto rubro ao notar que ainda era observada pelos colegas. Ajeitou-se na cadeira e foi conferir a caixa de mensagens.

Para: Gina Wheasley
De: Tonny Cartther
Assunto: O que aconteceu?

Gina, eu estou preocupado com você. Não consegui entender o que aconteceu ontem, eu fiz algo errado? Se for sobre aquela correspondente sênior daquele journal não sei das quantas saiba que ela é uma louca. Falando nisso você tem algum problema com francesas, não sei como eu notei certa aversão de sua parte. Precisamos conversar. Que tal se nos encontrarmos amanha naquela exposição de coisas malucas que você gosta? Quem sabe você não consegue uma matéria? (sei que ainda está caçando a da sua próxima edição). Se você concordar lhe busco as 20:00, por favor me de uma chance.

Antonny Cartther,
Editor-chefe
Cartther news


Gina teve que ler o e-mail várias vezes até absorver sua mensagem. Antonny estava claramente tentando simular preocupação com ela. Não que ele fosse uma má pessoa, mas era acadêmico demais. Por que ele tinha que cobrar a sua matéria nessa semana? Todos já estavam sabendo que seu problemático bloqueio para escrever a matéria durava mais de uma edição. (incrível como as fofocas tinham o poder de se proliferar naquele ambiente). Depois o cidadão ainda assinou como editor-chefe, estaria o infeliz tentando mostrar algum controle sobre ela? Tudo estava muito confuso.

Já fazia um ano que ela havia se afastado do mundo mágico, Antonny foi sua única tentativa de relacionamento durante esse tempo. Apesar de ser honesto e bonito, o rapaz de 22 anos não tinha muita coisa a ver com ela. Ele era filho do seu chefe e tinha uma posição de respeito na empresa dês dos seus 19 anos. Forçado a crescer rápido se mostrou um homem muito sério, na verdade sério demais para Gina.

Harry apareceu em sua mente, a batalha final entre ele e Voldemort, era uma lembrança que assombrava continuamente seus dias. Ela entendeu que precisaria cortar relações com o mundo mágico e com tudo o que podia lhe trazer lembranças de Harry, doía demais.

Graças a uma indicação do ministro da magia ela conseguiu um estágio em uma redação de um pequeno jornal inglês, Gina sempre foi fascinada pela tecnologia dos trouxas e escrevia uma pequena coluna quinzenal sobre o assunto. Ela passou a morar em um pequeno apartamento em Londres, o prédio era muito bem localizado, sendo que de metrô chegava ao trabalho em menos de 10 minutos. Mesmo assim tinha muita dificuldade para chegar na hora, todos já estavam acostumados com seus rotineiros atrasos.

_Hem, hem... _Gina foi chamada para a realidade por um pigarro ás suas costas.

Virou-se ainda sentada na cadeira e encarou uma moça que aparentava ter seus 25 anos.
Gina sabia que na verdade ela não era muito mais velha, mais ao contrário da ruiva ( que sempre se vestia num estilo casual e desleixado), a morena de olhos incrivelmente claros e pele bronzeada usava um salto extremamente alto (mesmo assim conseguira ficar apenas um pouco mais alta do que a amiga), uma calça jeans clara que alcançava o chão, uma blusa básica e um sobretudo completando o conjunto. A mulher inclinou a face numa expressão interrogativa:

_Tudo bem Gina?
_Se você considerar um e-mail do Antonny tentando parecer carinhoso no meu horário de trabalho algo bom, então sim, estou perfeita Anne.
_Você não consegue gostar dele não é? Gi, ele é louco por você!
_Bom, que pena para ele não é mesmo?
Anne contraiu novamente o rosto, exibindo agora toda a sua incredibilidade.
_Ai, Desisto de você Gi...
_Então a camela te liberou antes da hora?_disse Gina na esperança de mudar para um assunto bem longe dos seus relacionamentos amorosos.
_É, a nossa “amiguinha” está enfrentando alguns problemas com certa copiadora que insiste em fazer 200 cópias a mais para cada uma que ela necessita, pavoroso não?
_E isso, por um acaso, não teria nada a ver com alguém que precisou “urgentemente” copiar certa reportagem dos vinte homens mais poderosos dos últimos 10 anos? E que se encontra na minha frente nesse momento com uma linda feição de desentendida?
_Hmm... Desculpa minha amiga, mas eu não posso lhe ajudar. Não tenho a mínina idéia do que aconteceu com a Nancy, tudo bem que a nossa camelinha preferida não é exatamente normal. Quer dizer, ninguém que demora mais que meia hora para beber água é normal, digamos que a sua capacidade de ingerir litros de água enquanto o tímpano capta absolutamente todas as conversas que tenham a ver com vidas alheias é algo extraordinário. Ela realmente faz jus a cargo de maior fofoqueira da cidade, ou editora da coluna social, como alguns preferem dizer... _ Ela disse com um sorriso maroto que causou uma forte guinchada no peito de Gina, não tinha a mínima idéia do por que daquilo.
Gina recolheu suas coisas que estavam espalhadas sobre a escrivaninha e acompanhou Anne até a saída do prédio.

As duas discutiam sobre o lugar onde almoçariam, Anne era estranhamente obcecada por dietas. Por mais que todos à sua volta insistirem que aquilo era uma bobeira e que ela tinha um corpo perfeito, ela afirmava que seus cardápios verdes eram necessários.

Gina tentou a todo o custo convencê-la a ir numa lanchonete a poucas quadras dali. Anne percebeu que não seria uma boa idéia contrariar a ruiva nessa situação, a amiga andava muito explosiva.

Entraram na lanchonete laranja berrante, Gina se sentou na primeira mesa livre que encontrou, observou com um sorrisinho que Anne a acompanhava visivelmente contra a vontade.

***

*
Talvez seu sorriso (talvez seu sorriso)
Brilhe (brilhe)
Não se assuste (não se assuste)
Seu destino pode manter voce aquecida
*

_Olha para esse lugar... Eu acho que os pintores eram daltônicos_ disse olhando perplexa para as paredes coloridas da lanchonete. _ Ou que os donos tem um conceito de decoração bem diferente do convencional... _ acrescentou com uma careta direcionada a toalha verde-limão na mesa.
_Anne, você sabe que meu humor não está bom, que essa semana tudo deu errado, que o Antonny não sai do meu pé e que eu preciso de mais do que comida de coelho numa situação dessas...
_Ahhh. Claro! Ginevra Wheasley: movida á provocações, sanduíches pingando gordura, mistura de refrigerantes, chocolate e poesias no horário de trabalho...
_Como você sabe sobre isso?
_Não precisa ser muito atenta para notar a sua voracidade na hora das refeições. _disse Anne levantando uma sobrancelha.
Gina ficou vermelha e levantou a cabeça para encarar a amiga:
_Eu estava perguntando como você soube das poesias.
_Ahh... isso. Bem, você fez um belo escândalo hoje no computador. Não foi muito difícil deduzir que você tava viajando.
_Fui tão barulhenta assim?
_Essa vez foi a pior, toda a redação social tinha os olhos pulando para fora das órbitas de tanta curiosidade. Todos ouviram o barulho que você fez. Eu pensei que a camela da Nancy tinha se afogado com a água. _ disse ela pensativa _ Pena que isso não aconteceu. _acrescentou com os olhos azuis claros apertados.
_Não sabia que tinha feito tanto escândalo assim... _acrescentou Gina com as faces mais rosadas do que o comum.
_Afinal o que você estava escrevendo? Todos sabem que a sua coluna não era, você sempre deixa ela para a última hora. O que, ou melhor, quem deixou você assim? O Antonny que não foi não é?
_Era só bobeira minha. Sobre o Antonny, bem, você sabe. Ele é certinho demais, eu quero alguém que brigue comigo quando encontrar meu apartamento bagunçado, que coma pizza de quatro queijos com a mão enquanto agente assiste o filme dublado de sábado á noite e dá risada_ falava Gina com um tom sonhador_ com Antonny eu nunca poderia viver momento assim.
_Ai Gi, só você mesmo... Mas isso não tem nada a ver com... _foi interrompida pela garçonete vestida de amarelo.


Gina agradeceu aos céus pela chegada da atendente e pensou que ás vezes, ás vezes só, elas sabiam o momento certo de chegar até ás mesas.

_Já escolheram seus pedidos?_perguntou a moça enquanto segurava a lista na mão.
_Eu quero um número nove duplo, um refrigerante grande com gelo e uma barra de chocolate crocante_ Disse Gina de um fôlego só, ignorando os olhares da amiga.
_E você?_perguntou ela direcionada á Anne.
_Hmm... Vocês têm saladas?
_Números 14, 15 e 16.
_Nada sem azeite, bacon ou maionese?
_Não _ respondeu a moça com uma expressão de indagação.
_Então eu quero um suco natural sem açúcar.
_Não temos também moça_ respondeu novamente a garçonete_ mas se a senhorita quiser temos refrigerantes light. _ acrescentou esperançosa.
_Não obrigada, me trás uma água sem gás então. _ Completou Anne já nervosa.

Minutos depois Gina encarava a amiga enquanto comia seu lanche. Anne podia parecer como todas as outras garotas fúteis de Londres. Às vezes o fato de que trabalhava para a equipe de fofocas do jornal também enganava os que não a conheciam. Mas ela sabia que a morena era diferente, gostava do trabalho porque era extremamente atenta á tudo o que acontecia ao seu redor. Em baixo da garota bonita e divertida existia uma Anne que compreendia os sentimentos de todos. Em certos momentos ela era muito parecida com a Luna, esse também era um dos motivos porque aprecia tanto a companhia de Anne. Durante esse ano que esteve longe do mundo mágico não havia se correspondido com ninguém, enviava apenas cartas periódicas á sua mãe para avisar que estava bem.

Anne foi a única que realmente se preocupou com Gina quando esta chegou ao jornal. A menina era muito fechada, os seus olhos claros pareciam sempre esconder algo. A ruiva sabia que Anne podia ocultar seus sentimentos da maneira que desejasse, mas ainda assim confiava nela. Sentia que ela já passara por muitas situações complicadas na vida, mas ela evitava perguntar qualquer coisa. Parecia que existia um pacto silencioso entre as duas, ambas evitavam falar sobre seus passados.

Quando Gina terminou de comer, as duas andavam nas ruas de Londres até o metro. Anne tagarelava sobre a separação de um famoso casal de atores. Gina apenas concordava casualmente com a amiga, estava muito longe dali. As ruas estavam movimentadas, as calçadas lotadas de pessoas que corriam para seus empregos, todos com aquela cara de sexta feira depois do almoço. No entanto se Gina estivesse mais atenta á sua volta perceberia que os carros da cidade pareciam ter escolhido o mesmo instante para ir às ruas, mesmo assim não era ouvido nenhum som de buzina. Todos os empresários á sua volta consultavam agendas eletrônicas no mesmo momento, e as madames que observavam as vitrines pararam de falar aos celulares os encarando incrédulas.

Gina teve a impressão de que o mundo a sua volta tinha parado, uma brisa passou pelo seu rosto e ela fechou os olhos. Por um instante pareceu tem ouvindo o barulho das ondas do mar, no entanto segundos depois sua atenção se desviou para algumas vozes distantes. Abriu os olhos e percebeu que havia muitas pessoas agitadas. Anne parecia estar discutindo com o seu celular:

_Afinal o que aconteceu ein?_ falou a morena para a tela do aparelho _Decidiu me abandonar justo agora?
Gina tentava acima de tudo entender o que acontecia a sua volta.
_O que foi Anne?
_Meu celular começou a tocar, era aquele gatinho que eu encontrei semana passada. Então quando eu fui atender ele apagou, do nada.

Gina percebeu que não era só a sua amiga que enfrentava esses problemas, muitas pessoas também encaravam seus eletrônicos com impaciência.

_Parece algum tipo de interferência...
_Ahh Gi, nem esquenta com isso, daqui a pouco tudo volta ao normal.

Gina assentiu e continuou andando ainda perdida em seus pensamentos. Notou que algumas pessoas corriam desorientadas entre os carros, definitivamente algo não estava certo. Quando passaram na frente de uma loja de eletrônicos pôde realmente ver que era algo muito mais complexo do que imaginava. Todas as televisões estavam sem sinal, notou que uma fumaça acinzentada saía de alguns aparelhos de som, o cheiro indicava que muitos foram queimados. Idéias malucas começaram a passar pela sua cabeça, no entanto não gostaria que nenhuma delas fosse verdadeira, principalmente a que tinha a ver com uma palavra que lhe vinha lhe provocando arrepios só por existir: magia.

*
Porque todas as estrelas
Estão desaparecendo
Apenas tente não se preocupar
Você as verá algum dia
Pegue o necessário
E siga seu caminho
Faça seu coração parar de chorar
*

***

Gina ouviu a voz de Anne ao seu lado e se esforçou em voltar sua concentração para ela:

_... então você podia conversar com o Will para ver se ele não consegue explicar o que ta acontecendo, com certeza isso daria uma boa matéria. Gina você está legal? _ Continuava ela agora voltando sua atenção para o celular _ Realmente parece que ele não vai voltar ao normal, que raiva. Porque isso tinha que acontecer agora?
_Anne, acho que eu vou dar uma passadinha no Will mesmo, depois vou para casa to precisando de um descanso.
_Tudo bem então, Gi. Só tenta não acabar com tudo na geladeira porque eu quero você em pé hoje a noite. _ Encarando o rosto meio confuso da amiga ela completou_ Você não esqueceu do nosso programa, esqueceu?
_Não... não. Claro que não. As seis então?
_Vou estar te esperando.

Gina se despediu e continuou andando no meio da multidão, uma visita ao seu amigo agora iria muito bem. Sabia que poderia contar com Will assim que precisasse, e agora estava realmente precisando. A amizade dos dois havia começado em situações no mínimo estranhas. Ela sempre o encontrava na rua, parecia meio perdido, como alguém que não gostava de ver pessoas. Todos os dias eles iam numa pequena mercearia perto do apartamento de ambos, ele saia para fazer compra para a família e ela para comprar doces. Gina pensava que ele era apenas um garoto anti-sociável que morava perto da sua casa.

No entanto seu conceito mudou quando ela o viu consertando o caixa do mercado que havia quebrado e estava atrasando a compra de todos. A partir daquele dia ela tentava se aproximar do garoto, certa de que ele lhe renderia uma matéria interressante. No entanto quando conversaram ele deixou bem claro que nunca gostaria de ver seu nome em um jornal. Gina ficou um pouco desapontada, mesmo assim passou a conversar com ele toda a vez que se cruzavam. Daquela relação nasceu uma amizade meio estranha, mas mesmo assim confiável.

Gina cruzou mais algumas ruas até um lugar menos movimentado da cidade. Estava na frente de alguns pequenos edifícios de lajotas, bem cuidados e com um ar muito urbano. Passou pelo vão existente entre as construções até uma pequena clareira entre os edifícios, olhou para cima. Era na quarta janela á esquerda, ao lado de uma grande varanda, o vidro estava aberto e, se espantou ao ver aquilo, o tablado que usava para subir estava recolhido na janela do estúdio do amigo. Um sinal de que ele estava em casa, no entanto não sabia como avisar que estava ali e pedir para ele descer o seu “elevador”. Retirou o seu celular da bolsa apenas para constatar que não funcionava.

Buscando uma solução ela encarou uma pequena escadinha de ferro que levava a sacada, bastava subir no gradil dela e pular até a janela, era arriscado, mas não custava tentar. Subiu com muito cuidado agradecendo aos irmãos que a fizeram se acostumar com roupas largas, permitiam melhor mobilidade. Fechou os olhos quando chegou na sacada e estendeu uma perna até respirar aliviada quando esta alcançou a pequena janela. Passando o seu peso de uma perna para outra ela se encontrou sentada como uma gata no beiral da janela. Desviou das engrenagens e do “elevador” improvisado do seu amigo e finalmente pôde apoiar os dois pés no chão, entrando no aposento mais estranho que conhecia.

O lugar era um emaranhado de fios, telas, antenas, livros, pastas, restos de comida e algumas luzinhas piscando. Nada que se definisse muito bem. De um nicho entre duas grandes estantes saiu um menino baixinho, vestido com uma longa capa cinzenta, com um aparelho estranho em um dos ouvidos, alguns fios e ruídos estranhos em suas vestes. Sua expressão era curiosa, ressaltada pelos grandes olhos amarelos que apareciam entre as mechas do mal cuidado cabelo chocolate.

_Gi... Gin... Na?_ Perguntou ele com uma voz ainda fina, ele tinha quinze anos, no entanto sua aparência era de alguém com ainda menos.
_ Oi Will, tudo O.K.?

Ele assentiu com a cabeça e passou a cutucar um pequena aparelho um uma chave de fenda. Gina já conhecendo a personalidade do garoto continuou falando mesmo assim:

_ Hoje aconteceram várias coisas estranhas com os aparelhos eletrônicos... _Gina explicou com detalhes todos os acontecimentos da tarde, esperando que ele soubesse de algo. _ Então, você sabe de algo?

Ele suspirou cansado, sentou na frente da grande tela do computador e começou a falar:

_Faz tempo bastante tempo que eu venho notado alguns tipos de interferência nos sinais transmitidos por satélites e até algumas alterações na potência das fontes de energia. Muitos dos meus equipamentos estão trabalhando a meses sem precisar de qualquer bateria ou eletricidade, percebi também que a conta de luz tem oscilado muito nesse último ano. É como se houvesse uma energia se propagando por ai, e os eletrônicos usassem ela livremente, no entanto ela não é constante, causa muitas interferências nos sinais.
_ E qual é a fonte da energia?

Ele fez um sinal para ela se aproximar.

_Está vendo a luz verde? _perguntou ele apontando para um pequeno ponto pulsante na esquerda da tela. _É a representação de uma onda de rádio que eu vou enviar nesse momento, estou tentando rastrear uma fonte de energia grande o suficiente para alterar completamente o meu sinal.

Ele apertou um botão e uma melodia invadiu o ambiente, era uma música muito conhecida por Gina. Segundo o gráfico o sinal ia se espalhando, no entanto parecia bater em barreiras por todos os lados, voltando de cores diferentes.

_Está vendo essa área? Essa? E essa? _Disse ele apontando para alguns aglomerados especialmente coloridos._ Foi a única coisa que eu consegui rastrear antes que as ondas entrassem nessa região _falava ele agora apontando para uma área cinzenta_ e isso acontecesse.

Ele tinha apertado um novo botão e a imagem voltou a se movimentar. Alguns instantes depois as ondas verdes alcançaram a área cinza. Tudo apagou, a tela ficou negra. No entanto ainda podia se distinguir um pequeno ponto branco na região que o sinal não conseguiu alcançar.

_O que isso quer dizer? _disse Gina perdendo um pouco de sua cor.


(CAPITULO CONTINUA)

N/A: A história está tomando forma o///, eu nem sabia se eu ia conseguir chegar até aqui... mas o que importa é que eu estou amandooo²³²³² escrever isso.
E vocês o que estão achando?

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