Maré de sentimentos (prólogo)
***Wish you were here – pink floyd***
O lugar era tranqüilizador, o mar se estendia frente a seus olhos. Um grupo de gaivotas planava sobre ele na esperança de ainda encontrar peixes na água cada dia mais gelada. O sol ia descendo devagar, o céu se tingia de rosa e laranja. Até que o anil finalmente engolfou as outras tonalidades. O vento mudou de direção e Gina o sentiu batendo contra o rosto. Fechou os olhos e apreciou o momento. Seus cabelos se soltaram do elástico frouxo que os prendia e passaram a dançar acompanhando o ritmo.
Acordou de seus devaneios quando ouviu uma voz junto ao uivo do vento. Era mais fina do que a que estava acostumada, mas mesmo assim reconheceu o dono da mesma. Virou-se. Sentiu seu coração dando um pulo no peito. Um menino com 11 anos de idade corria pela areia a seu encontro. Sabia quem estava ali, os olhos verdes eram inconfundíveis mesmo a distancia. Ele estava exatamente igual ao dia que o conhecera, expressão serena, um tanto quanto perdida, mas que representavam perfeitamente a pureza de sua pouca idade. Quando chegou mais perto ela pode identificar o que ele dizia. Estava chamando o seu nome, de forma doce, carinhosa.
No entanto bastaram segundos para que o tom mudasse. Gina observava os acontecimentos á sua frente perplexa. Parecia que o tempo estava brincando com ela, cada segundo demorava uma eternidade para passar, seus batimentos cardíacos pareciam ecoar lentamente de um local distante, percebeu que não sentia a necessidade de respirar.
No entanto notou que o contrário acontecia com o garoto a alguns metros de distância, ele parecia percorrer uma linha do tempo, conforme ele chegava mais perto dela, ele ia ficando mais velho, os anos passavam em um piscar de olhos. Agora a voz dele era mais grossa, as pernas bem torneadas garantiam que ele fosse chegando firmemente em sua direção, o rosto trazia uma expressão séria e profunda. Já virara um homem, e o chamado tomou um ar urgente. Ele pedia ajuda. Formas negras o seguiam, estavam cada vez mais perto. Elas o alcançariam a qualquer segundo. Era agora. Gina ouviu um lamento, tentou se mover. Já não conseguia mais sair do lugar.
Tudo estava escuro. Nada mais existia. Tudo era um véu negro. Os olhos verdes se perdiam no horizonte. O vazio. O nada. As trevas.
***
Gina estava se debatendo fortemente na cama, ela não teve nenhuma boa noite de sono desde que a sede da ordem passou a ser em Hogwarts. Era o final do seu sexto ano e a guerra contra Voldemort estava em seu auge. Por ainda ser menor de idade ela não tinha muito acesso aos assuntos da ordem, mas sabia o suficiente para entender que a sociedade bruxa estava à beira de um extermínio e, para o desespero dela, que uma pessoa em especial se considerava responsável por deter todos esses acontecimentos...
HARY, NÃOOOOOOO! AHHHHHH!_Gina acordou de supetão, olhos arregalados e respiração ofegante. Olhou a sua volta assustada, e apenas se deu conta de que mais uma vez tudo era apenas um sonho quando reconheceu as comadres da ala hospitalar. Foi confortada por um forte abraço da sua mãe, Gina chorava compulsivamente em seu ombro, soltava todas as lágrimas reprimidas com uma intensidade preocupante. Madame Pomfrey se aproximou indignada, resmungando o absurdo que era uma pessoa tão jovem estar tão envolvida com a guerra, a fez beber uma poção lilás sem gosto algum e voltou-se para a direção do seu quarto ainda resmungando.
No mesmo instante Gina conseguiu dormir, foi um sono sem sonhos, extremamente vazio. Ela acordou apenas na manhã seguinte quando o sol ainda se erguia tímido. Ao constatar que todos dormiam, trocou seus pijamas por uma roupa encontrada na cabeceira e saiu da ala hospitalar. Andou sem rumo por alguns minutos enquanto se lembrava dos bons momentos vividos entre aquelas paredes com Rony, Hermione e Harry, tempos em que eles não eram mais normais, mas ao menos tinham menos preocupações.
A partir do seu quinto ano, ela havia se tornado mais próxima do trio, e consequentemente de Harry. Sempre passava muito tempo analisando o garoto, não sabia se essa era uma herança do tempo em que alimentava uma paixonite pelo melhor amigo do irmão, mas tinha reparado de forma extremamente evidente, algo que sempre desconfiava: Harry tinha muito mais coisas com o que se preocupar do que revelava aos amigos. Ela sempre se censurava quando percebia que contemplava ou pensava nos olhos verdes dele. Eram repletos de algo que não conseguia identificar instantaneamente, mas que prendia a sua atenção e lhe causava muito mais curiosidade em relação à Harry.
O final do seu sexto ano foi marcado por muitos acontecimentos, tudo estava acontecendo muito rápido e ela demorou muito para analisar com calma tudo aquilo. O relacionamento com Harry, o despertar de um sentimento que por muito tempo lutara para esconder, a morte de Dumbledore, a tristeza de Harry, o rompimento. Era complicado aceitar o que as situações lhe impunham, o que a guerra exigia. Ela sabia que Harry teria intensa participação em qualquer conflito que viria a seguir, ele era um homem marcado, não havia tempo para namoros ou preocupações. Gina sentiu seu estômago formigar incomodamente.
Haviam passado por um período muito complicado após a separação, no verão inteiro não tiveram qualquer tipo de comunicação, precisavam de tempo para pensar. Quando finalmente se encontraram na Toca, Harry insistia em agir como se nada tivesse acontecido, tratava ela normalmente na frente dos outros, mas nunca chegava a comentar assuntos mais sérios com a garota. Mal sabia ele que desta forma apenas a machucava mais. Esse vinha sendo um ano solitário, Harry, Rony e Mione raramente eram vistos fora do horário das refeições e Gina sabia que eles estavam efetivamente fazendo algo com relação à Voldemort. Ela se sentia impotente frente à perspectiva de ser deixada de lado.
*
Então, então você acha
que consegue distinguir
O céu do inferno
Céus azuis da dor
Você consegue distinguir
um campo verde
de um frio trilho de aço?
Um sorriso de um véu?
Você acha que consegue distinguir?
*
Quando deu por si já se encontrava na torre de astronomia observando o mundo acordar aos poucos. Adorava observar os terrenos de Hogwarts, a vista era maravilhosa. No entanto até mesmo entre um bando de passarinhos percebia-se hesitação, era como se eles não estivessem alheios a tudo o que acontecia, eles assim como Gina pressentiam que algo estava para acontecer, algo que poderia mudar muitas coisas.
O campo de quadribol estava com uma aparência macabra depois de permanecer abandonado por vários meses, aparentemente Filch achava irrelevante a sua manutenção, e sem Dumbledore presente ninguém se opôs a sua vontade. Na mente de Gina surgiu uma lembrança de alguns meses a trás que mudou muita coisa...
***FLASHBACK***
Ela havia adormecido frente à lareira da sala comunal depois de um dia extremamente cansativo, mesmo com todas as preocupações que a guerra trazia, a professora Mcgonnagal insistia que Hogwarts não podia se abalar. Todas as aulas continuaram com ainda mais intensidade do que antes (como se isso fosse uma coisa possível). Já passava da meia noite quando foi acordada por um estrondo vindo da escada que dava acesso ao dormitório masculino. Levantou-se atenta e praguejou quando notou que estava sem varinha.
Segundos depois um menino de 17 anos apareceu mancando pela escada. Ele trazia a vassoura de corrida na mão esquerda enquanto passava a outra mão sobre a perna. Gina não pode deixar de notar o quanto ele estava atraente com o moletom grafite e a feição emburrada. Lutando para afastar esses pensamentos da cabeça ela correu em seu auxilio.
_Harry? Tudo bem?
Ele lhe encarou exasperado e lhe lançou um conhecido e perigoso olhar maroto.
_Posso lhe afirmar que está muito melhor agora_ disse ele se referindo aos braços de Gina que lhe envolviam pelos ombros.
_Mas o q... o que aconteceu?_disse ela largando-o na hora com as orelhas extremamente vermelhas.
_Tropecei numa caixa de snap explosivo,o resultado não foi dos mais agradáveis_ disse ele com um gemido baixo.
_Deixa eu adivinhar... Rony?_ disse ela com uma falsa expressão de interrogação que fez Harry reprimir o riso.
_Bingo! Como adivinhou?
_Intuição feminina_ respondeu ela com um ar superior.
Harry, que já não agüentava mais se segurar, gargalhou alto e compulsivamente. Gina acompanhou segundos depois. Rony reclamava que o clima estava muito tenso por causa da guerra e insistia em pregar peças em todos e de todas as formas imagináveis. No entanto ele não tinha nem a classe nem a genialidade de Fred e Jorge, mas as suas tentativas eram realmente muito engraçadas.
_Vou voar um pouco, quer ir comigo?_perguntou Harry depois que se recuperaram das risadas.
O primeiro pensamento que passou pela cabeça de Gina foi que Harry realmente não tinha nenhum senso de suas responsabilidades, além de ser extremamente perigoso sair do dormitório há essas horas em tempo de guerra, McGonagall devia estar atenta a alunos planejando uma eventual fuga noturna. Concentrou toda a razão que ainda tinha.
_Mas... mas e se..._ Gina tentou formular uma resposta, sendo que na verdade o que ela menos queria era encontrar palavras que lhe impedissem de sair com Harry.
_Vem. _ disse Harry pegando na mão dela (Gina estremeceu levemente se censurando segundos depois) e ajeitando a capa de invisibilidade sobre eles.
Os dois andaram ainda de mãos dadas pelo castelo até o campo de quadribol. Harry montou na vassoura e se exibindo para Gina fez algumas piruetas realmente engraçadas e complicadas. Ela apenas lhe acompanhava rindo bastante.
_Vamos fazer uma disputa pelo pomo?_ disse Harry animado quando chegaram ao destino.
_Eu estou sem a minha vassoura. _ respondeu ela encarando os olhos verdes ansiosos.
_Olha uma coisa que aprendi no meu quarto ano... accio vassoura da Gina!_disse Harry se divertindo com a cara que Gina fez quando a vassoura apareceu no céu. _ Vamos!
Gina pegou a vassoura no ar e deu uma volta do campo enquanto Harry buscava o pomo.
_ Como conseguiu o pomo? _ perguntou ela parando ao seu lado.
_ Ser capitão tem suas vantagens. _ ele disse montando na vassoura.
_ Oh! Esqueci meu capitão. _ ela falou fazendo uma divertida reverência.
_ Vamos logo! _ completou ele sem graça.
Os dois voaram para direções opostas procurando a bolinha dourada, a lua minguante iluminava consideravelmente o campo tornando a tarefa um pouco mais fácil. Gina observava Harry enquanto esse ganhava altura, ele parecia estar tão leve e relaxado, como se ele aproveitasse daquele momento para aliviar as tenções.
Definitivamente não era o mesmo Harry lá de baixo. Ele geralmente ria, fazia piadas, implicava com a teimosia de Rony e Hermione, mas seus sorrisos nunca atingiam os olhos, prova de que ele tinha que suportar muito mais do que a maioria das pessoas. Mas naquele instante tudo se transformou, Harry trazia um sorriso leve nos lábios, sorriso que falava por si próprio: nada mais importa, apenas o vento batendo contra o rosto, brincando com as mechas negras e revoltas, apenas estava fazendo o que mais gostava de fazer.
Harry abriu os olhos repentinamente e encarou Gina de forma desafiadora, iria levar a competição a sério. Os dois prosseguiram com a difícil tarefa de encontrar a bolinha dourada de lados opostos do campo. Quando Gina finalmente avistou o pomo alguns metros acima do chão, exatamente no meio do campo. Ela saiu em disparada, Harry percebeu seu movimento e o copiou. Se continuassem naquela direção se chocariam logo após a captura. Quando estavam realmente muito próximos, o pomo percebeu que estava acuado e voou para o lado fazendo as vassouras se colarem ao seguir a nova direção. Harry finalmente ganhou vantagem e capturou o pomo. Deu uma volta sobre seu próprio eixo e parou frente a sua “oponente”.
_ Acho que ganhei_ disse ele mantendo o braço esticado e encarando Gina.
_ Eu acho que foi uma partida injusta_ disse ela fechando a cara e descendo da vassoura.
_ Eu acho que alguém não sabe admitir que eu sou melhor_ retrucou Harry tentando se manter sério enquanto retirava a perna da vassoura.
_ Eu acho que um dia eu ainda vou ter a minha revanche Harry Tiago Potter e você deixaria de ser o menino que sobreviveu, porque eu vou acabar com você. _ ela falou em tom de desafio.
_ Será um prazer poder provar a senhorita que eu sou realmente invencível. _ falou Harry rindo alto.
_Bobo. _ disse ela quando se virou finalmente para ele. Opa! Movimento errado, Harry lhe encarava profundamente, mais profundamente do que ela estava preparada para resistir.
_ Um bobo que você adora né? Admita. _ falou ele com um meio sorriso encantador.
_ Não, _ Gina disse olhando fixo nos olhos dele com toda a determinação que ainda lhe restava_ um bobo que eu amo. _ Naquele instante a raiva que ela sentia por ser excluída das missões parecia supérflua, o que importava era ter ele ali, se aproximando cada vez mais de do seu corpo trêmulo.
Harry acabou com a distância que existia entre eles entrelaçando as mãos da cintura da Gina e começando um beijo delicado que se transformou em apaixonado em questão de alguns segundos. As bocas pareciam estar matando a saudade depois de tanto tempo separadas, as reações em ambos os jovens mostravam de forma física o que eles já sabiam há muito tempo: aquilo era o certo. Depois do que pareceram horas, eles se separaram. Harry ainda analisava os olhos dela.
_ Eu também te amo. _ ele disse num cochicho rouco.
A partir daquele momento Gina sabia que fora destruída a barreira que eles mesmos construíram quando terminaram o namoro, num acordo mudo eles definiram que não conseguiam mais viver separados. Era algo muito mais forte do que qualquer palavra, mágoa, conceito ou idealização.
***FIM DO FLASHBACK***
Fazer o Harry se abrir com ela a partir daquele dia foi uma tarefa relativamente fácil comparada as suas outras tentativas. Aos poucos ele lhe explicava sobre o cenário no mundo bruxo, sobre os planos de Voldemort, sobre as estratégias da ordem. Gina sabia também sobre os horcuxes, mas foi terminantemente proibida por Harry de ajudar nessa busca. Fazia algumas semanas que o ultimo horcuxe foi encontrado, Gina sabia que agora não faltaria muito para que Harry fosse à trás de Voldemort. Todos estavam inquietos, Gina estava mortificada e evitava ter que participar das conversas sobre esse assunto. Harry parecia confiante e sabia mais do que ninguém a importância disso tudo. No entando a confiança dele apenas a deixava com mais temor, sabia que Harry seria capaz de tudo para vencer, inclusive dar a sua vida pelos que ama.
Gina não queria sair dali com medo do que lhe aguardava no salão principal. Todo o dia era a mesma coisa: ela corria os olhos pelas mesas das casas para se certificar que Harry ainda estava entre eles. O medo de uma atitude precipitada dele (como, por exemplo, caçar Voldemort nos becos escuros) a fazia derramar rios de lágrimas toda a noite. Sabia que mais cedo ou mais tarde ela não iria mais encontrar ele passando geléia na torrada da forma mais linda que ela conhecia. Mas sinceramente ela preferia que fosse mais tarde. Não queria ter que perguntar onde ele estava sabendo que a resposta seria a pior de todos os tempos.
O sol já estava alto quando ela finalmente deixou a torre e decidiu comer algo. O salão principal era ocupado apenas por alguns membros da ordem que cochichavam em tom urgente e por alguns estudantes que decidiram ficar na escola. Todos silenciaram assim que Gina entrou. Finalmente encarou realidade quando notou que Harry, Rony e Hermione não estavam presentes, sentiu um vendaval dentro de si que apagou sua luz de esperança e que transformou em pó mais algumas vigas que sustentavam sua alma. Não retraiu a única lágrima que saiu de seus olhos. Sentou-se afastada dos outros e começou a passar manteiga na torrada de modo preguiçoso e desinteressado.
*
Fizeram você trocar
Seus heróis por fantasmas?
Cinzas quentes por árvores?
Ar quente por uma brisa fria?
Conforto frio por mudança?
Você trocou
Um papel de coadjuvante na guerra
Por um papel principal numa cela?
*
Luna se aproximou calmamente e sentou ao seu lado, ela parecia menos avoada do que normalmente. Gina apenas continuou seu serviço colocando suco no copo, ela nunca iria esperar a seguinte atitude de Luna. Ela simplesmente retirou a jarra das mãos de Gina que se viu forçada a encará-la.
_Pergunte. _ disse Luna calmamente.
Gina a olhou atordoada e fez uma cara de desentendimento.
_Vamos, eu sei que você quer ouvir isso da boca de alguém. _ insistia ela.
_Escuta, Luna...
_NÃO GI!_ o grito dela chamou a atenção das pessoas ao redor, mas ela pareceu nem notar e continuou. _AGORA VOCÊ VAI ME ESCUTAR: não sei se você percebeu, mas todos, absolutamente TODOS aqui presentes estão preocupados. Não só com o futuro do mundo mágico, mas também com seus parentes e amigos que estão lá fora lutando diretamente contra Voldemort. Então se você parasse de se martirizar, se sentir culpada por tudo o que vem acontecendo, PARASSE DE AGIR COMO A PESSOA MAIS SOFREDORA NESSE MUNDO, E NÃO SE REBELASSE CONTRA TODOS A SUA VOLTA, PERCEBERIA QUE ESTÃO TODOS PREOCUPADOS COM VOCÊ. A sua família mais do que nunca precisa de você presente e não de um zumbi que só sabe reclamar e andar sem rumo pela vida. REALMENTE VOCÊ E O HARRY SE MERECEM VOCÊS SÃO MUITO TEIMOSOS, EXISTE APENAS UMA DIFERENÇA: PARECE QUE ELE AMADURECEU COM AS DIFICULDADES, MAS VOCÊ AGE CADA VEZ MAIS COMO UMA CRIANCINHA MIMADA!_ ela finalmente parou para tomar fôlego e tornou a falar com a voz mais calma _Agora pergunte logo...
Gina estava paralisada pelas palavras da amiga, Luna nunca pareceu prestar muita atenção em nada, mas nesse momento era a pessoa mais atenta do mundo. Constatou que realmente estava agindo como uma boba e tratou de organizar algumas palavras.
_Lun...Luna, então... Ahn... Ele... Digo... Ele realmente foi?_ disse ela sentindo os olhares de todos os presentes sobre si.
_Você sabe que ele não agüentava mais assistir parado a tudo isso. Rony, Hermione e Lupim foram com ele. Ele foi lhe visitar ontem a noite, pelo o que fiquei sabendo ele ficou com você por umas 2 horas antes de sair, e se você não fosse tão avoada e não estivesse tão preocupada com o próprio sofrimento perceberia que ele lhe deixou uma carta ao lado da cama.
_Luna, desculpe por tudo, eu realmente tenho sido uma idiota e não sei o que fazer para repor todos esses dias que eu estava ausente.
_Bom, a primeira coisa seria você correr para a ala hospitalar e ler logo aquela carta, depois, se você estiver disposta a se juntar a nós, um grupo de pessoas feridas voltou hoje de uma perseguição, a ajuda de alguém especialista em cura não seria desperdiçada. _ disse Luna com um meio sorriso.
As duas se abraçaram fortemente sob o olhar marejado dos mais emotivos presentes, a Sra. Whesley já encharcava a torrada com suas lágrimas. Realmente Luna podia surpreender quando desejava. Lançando um último olhar de agradecimento para a amiga Gina saiu correndo até a ala hospitalar. Ela recolheu um pergaminho amarelado que estava na cabeceira de sua cama com as mãos tremulas e sentou-se para começar a leitura.
Gina,
Sei que você, mais do que ninguém entende porque estou fazendo isso. Sim, é meu espírito heróico novamente entrando em ação. Eu gostaria de aproveitar esse momento para agradecer a força que você me deu, você me mostrou que ainda há esperança. Não adianta lutar por algo que não idealiza. Eu idealizo a felicidade, a paz, o amor... Voldemort nunca entenderá o verdadeiro poder desses sentimentos porque ele simplesmente não sente, ele não é mais humano. Independente do que vier a acontecer eu vou me esforçar ao máximo e lutar por todos que eu amo. E farei isso não porque foi predeterminado por uma profecia numa bolinha de vidro, mas sim porque é isso que eu desejo. É chegada a hora de partir, e você está adormecia nessa cama sem poder conversar comigo, um verdadeiro anjo que esconde uma personalidade incrível, essa é a sua imagem que eu guardarei para todo o sempre. Independente do que acontecer Gina, mesmo que isso signifique seguir em frente sem mim, seja feliz, porque a sua felicidade é o que eu mais desejo no mundo. Eu vou te amar para sempre, nunca duvide disso. Adeus!
Do seu Harry
Gina guardou a carta delicadamente no bolso interno do casaco, logo acima do coração e voltou ao salão principal com os outros. Ela sabia que a partir de agora as peças estavam organizadas no tabuleiro e ninguém mais poderia se mover sem descartar uma jogada.
*
Como eu queria
Como eu queria que você estivesse aqui
Somos apenas duas almas perdidas
Nadando num aquário
Ano após ano
Correndo sobre este mesmo velho chão
O que encontramos?
Os mesmos velhos medos
Queria que você estivesse aqui
*
***
N/A: então, essa é a minha primeira fic, a idéia principal produto de uma tarde de tédio frente ao pc. Esse é apenas um prólogo para a história principal, meu primeiro projeto era fazer uma song, mas agora planejo uma short ou quem sabe até algo um pouco mais elaborado que isso. Tudo depende dos comentários, então, por favor, me avisem como estou indo e falem logo se tiver uma droga para que eu retire do ar. ;x;x
N/A2: sei que judio da língua portuguesa em tudo o que escrevo, a verdade é me empolgo tanto que não dou atenção a escrita propriamente dita, então se eu continuar essa história (e isso tem a ver exclusivamente com os comentários) vou precisar urgentemente de uma beta, então aqui fica aberto o convite para quem estiver disposto a dar um trato no meu português. ^^
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