Petter, o Grande



Capítulo 05 – Petter, o Grande.


Terça-feira de manhã acordei bastante disposta. Minha autoconfiança renovada pelo lindo sonho que eu tive à noite: Lily pedia James em namoro e nossas preocupações se findavam.

O final do sonho é que foi meio confuso, eu entrava na Igreja vestida de branco e começava a gritar no altar que depois de tanto tempo e trabalho, era com a Lily que o James devia casar. Mas ele me mostrava a Lily com o Sirius, e ela estava grávida. Sirius segurava uma pequena placa dizendo: “Bem feito, não me quis, agora não me terá nunca mais”. Então ele se transformava em um lobo e o padre (que no sonho era o Remus) saia correndo assustado.

Analisando o sonho, acho que podemos descartar a parte depois que a Lily pede James em namoro, não é mesmo? Afinal, todo o resto é muito surreal. Apesar de ter gostado bastante da plaquinha do Sirius. Era um alivio pra mim saber que se eu o ignorasse bastante, ele não tentaria mais nada comigo...

Desci sozinha, mas bastante sorridente para o salão principal. Sentei para tomar café da manhã com os marotos, crente que o ‘encontro’ teria dado certo. Minutos depois entram Lily e James no salão principal, um mais emburrado que o outro.

- O que foi? – perguntei baixinho para Lily. E vi que Remus fazia a mesma pergunta para James.
- Brigamos. – ela respondeu mau-humorada.
- Porquê?
- Nem sei mais porque... a gente briga por tanta bobeira.
- Você devia dar o braço a torcer.
- Se você acha que eu vou fazer o mesmo que ele fazia quando ‘era afim’ de mim, pode esquecer.

Senti o tom de ‘conversa encerrada’. Acho que devíamos ter apelado pra poção do amor ou até mesmo pra sugestão de Petter de escrevermos uma carta um pro outro no nome um do outro. Confuso, não? Mas até isso seria menos perigoso do que as ‘fases’ do plano do Sirius.

Terminado o café da manhã, iríamos à primeira aula do dia: Trato de Criaturas Mágicas com o professor Kettleburn. Falei certo iríamos.

Quase obriguei Lily a voltar comigo ao dormitório já que tinha esquecido meu livro. Nos atrasamos quase meia hora. Na volta passamos pela estátua da bruxa de um olho só e tirei o “Mapa do Maroto” do bolso. Parei bruscamente.

- Lily, McGonagall vai passar por aqui. – Falei assustada. Mas era pura mentira. No mapa não tinha sinal nem de fantasmas por perto. - Ela vai ficar uma fera!
- Droga! Tudo sua culpa, Lucy. – Lily falou nervosa. – Se eu pegar detenção...
- Nós não vamos ser pegas, vem aqui. – Encostei minha varinha na estátua e murmurei “Dissendium”.

Lily me olhou alarmada e eu puxei minha amiga pra dentro da passagem secreta.

- Como você descobriu isso?
- Estava escrito no mapa. – Isso era verdade.

Lily murmurou um ‘ah!’ e continuou me seguindo pelo túnel estreito da passagem. Ainda não contente, me perguntou:

- E onde isso vai chegar?
- Não faço idéia. – Isso era mentira. Sabia muito bem que sairíamos no porão da Dedosdemel. Mas Lily não podia nem desconfiar disso.

Eu sabia que ela ficaria uma fera quando nos descobrisse fora de Hogwarts. Mas Merlin resolveu colaborar comigo ao menos uma vez e tinha apinhado as lojas de Hogsmead de gente fazendo compras de Natal.

O que isso tem a ver? Lily tinha que ficar quietinha pra não chamar a atenção de ninguém pra duas estudantes fora da escola em horário de aula em tempos de guerra.

Fiz ótimas compras na Dedosdemel, e Lily estava tão emburrada que me dava medo. Ela tinha que relaxar, senão o plano não daria certo...

- Lis, fica calma. Já que estamos aqui vamos nos divertir um pouquinho. Não vai te fazer mal, sabia?
- Lucy, estamos em guerra, e se aparecerem Comensais da Morte por aqui?

Me arrepiei toda. O problema de conviver com os marotos é que você fica tão confiante, que não cogita esse tipo de possibilidade. Mas não podia revelar isso pra minha amiga, então dei um riso irônico e falei calmamente:

- Nós oferecemos um desses chocolates pra eles...

Lily me lançou um “morra, criatura idiota” (o nº 12) e eu resolvi não falar mais nada. Continuei passeando com Lily até nos afastarmos bastante da área central de Hogsmead.

No dia anterior, enquanto Lily estava na enfermaria, eu estive em Hogsmead com Sirius, para planejarmos onde seria o ponto de encontro dos pombinhos. Até porque eu não conhecia muita coisa em Hogsmead além do Três Vassouras, Correio e a Dedosdemel...

Entramos em uma pequena floresta. Não era bem uma floresta como em Hogwarts, mas tinha muitas árvores, pequenas e grandes, e um riacho. Fui com Lily até perto da água. Mas ali o inverno já estava fazendo efeito e o pequeno riozinho já estava congelado.

- Não vai demorar pra começar a nevar. – observou Lily ao sentarmos em uma grande rocha.

De repente eu dei um pulo.

- Lis, eu preciso fazer... – fiz uma careta e cruzei as pernas. Ela não entendeu.
- Fazer o quê?
- Fazer coisinho...
- O que é coisinho?
- XIXI! – dei um grito e pude ouvir alguns pássaros voando assustados.
- Ok. – respondeu ela um pouco assustada também – Fique à vontade, eu vou ficar aqui.
- Ta, já volto.

Bom, se eu realmente quisesse fazer ‘coisinho’ não saberia pra onde correr. Mas como eu queria achar Sirius, sabia muito bem onde ir.

Encontrei o maroto e fiz um sinal pra ele. Pude vê-lo encaminhar James na direção em que Lily estava e sumiu. Nem eu pude perceber a rapidez que ele desapareceu de trás de James.

Meu amigo míope continuou andando e conversando como se Sirius ainda estivesse ali e parou bruscamente ao se dar de cara com Lily brincando com a varinha nas mãos.

- O quê... – começou James.
- ...você está fazendo aqui? – completou Lily.

Eles não formam um belo casal? Um complementa a fala do outro... uma perfeita sincronia...

Minha amiga levantou furiosa da rocha e começou a me procurar com o olhar. Dificilmente iria me achar... Sirius e eu já estávamos em cima de uma árvore enorme e muito cheia de folhas.

- Vai, Sirius. Ta na hora de você ter seus cinco minutos de Merlin. – Ele riu e apontou a varinha para o alto.

Rapidamente uma neve grossa e disforme estava caindo sobre nossas cabeças e do casal lá embaixo. Sem alternativas (de novo!) eles correram para se abrigar em uma pequena gruta que havia ali perto.

- Minha vez de atacar de Merlin. – falei divertida e apontei para a entrada da gruta derrubando algumas pedras (já colocadas ali na noite anterior), de modo a bloquear a saída dos dois.

Tínhamos decidido que, se Merlin não aceitava nos ajudar, nós mesmo nos ajudaríamos. Por isso Sirius aprendeu um feitiço para simular a neve que, com certeza, Merlin não mandaria naquele momento em que tanto iríamos precisar.

Sirius e eu agitamos a varinha sincronizadamente e nossos feitiços findaram.

- Quanto tempo? – perguntei descendo da árvore.
- Uns três dias? – ele me perguntou estendendo a mão para eu não cair.

Nos encaramos sérios como se tivéssemos considerando a possibilidade, então eu abanei a cabeça.

- Não. Eles não teriam o que comer. Duas horas está ótimo.

Começamos a passear pela floresta. Eu não conhecia o lugar e fiquei fascinada. No dia anterior não pude ver muita coisa, já que estava bastante escuro. Era uma floresta muito bonitinha. Pude perceber que Sirius conhecia bem a região, já que me levou nos lugares com as melhores paisagens.

Ouvi um barulho.

- Explosão! – falamos nós dois juntos e corremos até a gruta.

Pelas brechas entre as rochas pudemos perceber alguns jorros de luzes: prateada, vermelha, violeta... De repente uma explosão mais forte e as ‘paredes’ da gruta foram pelos ares. Sirius e eu fomos arremessados longe.

Entre o que sobrou da gruta pude ver Lily limpar as vestes e James ajeitar os óculos. Os dois pareciam... nervosos!

Lily andou ameaçadoramente até nós com James em seu encalço.

- Não quero vocês dois se metendo na minha vida. Me deixem em paz! E você, Lucy, me decepcionou profundamente.
- Eu? O que foi... não... – Eu não consegui responder uma frase completa e Lily se virou furiosa desaparecendo ao longe.

Nossa atenção se voltou para James que me surpreendeu ao sentar no chão junto da gente e limpar nossas vestes com um feitiço.

- Desistam vocês dois. Eu já desisti. – falou ele desanimado.
- A gente não pode, James. Vocês foram feitos um para o outro, ta na cara. – falei de um jeito meigo.

Ele soltou uma risada desanimada e sorriu pra mim.

- Você é uma boa amiga, Lucy. Mas a Lily e eu nunca vamos dar certo mesmo. Ia ser uma relação um tanto...
- Explosiva? – Sirius perguntou divertido. E nós três rimos. – Seria legal, o filho de vocês! Viveria em uma constante luta entre o seu lado maroto e o lado monitor da Lily.

James levantou e me puxou para cima.

- Vamos voltar para o castelo. – falou ele. Sirius e eu apenas concordamos.




- O que estamos fazendo de errado? – perguntava Remus andando de um lado para o outro do nosso quartel general.

Ah! O dormitório masculino tinha se tornado nosso ponto de encontro. Eu saía e voltava debaixo da capa da invisibilidade do James, já que ficaria meio... estranho, uma garota entrando toda hora no quarto dos meninos.

- Nós? Nada. – respondeu Rabicho – A Evans já admitiu pra Lucy que gosta do James. A escola inteira sabe que o James gosta da Evans. Eles não estão juntos porque são dois burros.

Queria que alguém tivesse fotografado o momento. Eu tinha parado com um pedaço de chocolate no ar e a boca semi-aberta (eu vivo passando por esse tipo de situação...). Remus estava de olhos arregalados e Sirius parou de riscar irritantemente o pergaminho com os gráficos idiotas que ele vinha fazendo.

- Rabicho, me responde uma coisa. – Sirius falou calmamente ainda com os olhos arregalados – Onde foi que você leu isso?

Eu perguntaria melhor: ‘Quantos dias você teve que passar em cima de um pergaminho lendo essa frase até decorar?’. Lógico que minha educação refreou as palavras antes que elas saíssem. Petter era quem a gente podia considerar o ‘quebra-galho’. E fazia satisfeito coisas que Sirius jamais aceitaria fazer. Por isso ele merecia, pelo menos, um pouco de respeito.

Ele encarou Sirius um pouco corado e balbuciou alguma coisa como: ‘percebi’ e ‘é meio óbvio’. Não consegui prestar atenção porque minha mente já estava viajando novamente.

Petter tinha mais do que razão. James ainda não tinha desistido de Lily. Ele tinha deixado claro no dia anterior ao nos olhar triste pedindo para desistirmos. E Lily? Bom, Lily já tinha admitido que gostava de James, não?

Não tínhamos que forçá-los a ficarem juntos (na aula, na enfermaria, jogando xadrez, presos em uma gruta...). Assim eles nunca iam dar chance um ao outro, são exatamente o que Petter falou: dois burros!

Acabava de perceber que nosso papel tinha que ser diferente. Fomos mais míopes que James nesses últimos dias.

Levantei da cama de Remus com um sorriso de orelha a orelha.

- Já sei o que vamos fazer!




N/A:
Próximo capítulo sem data marcada. Quanto mais vocês comentarem, mais rápido eu vou postar! Hahaha Não é bem uma chantagem, mas como eu só volto pro meu trabalho semana que vem, a atualização ia demorar um pouco. Mas se vocês comentarem bastante, eu vou ficar muito feliz, vou pro meu escritório só pra pegar o arquivo do último capítulo e postar logo!

É justo, não? Rsrsrs
Meus queridos, obrigada mesmo por todos os comentários que eu tenho recebido! Cada review que chega eu fico ainda mais feliz! Vocês são umas gracinhas! XD (próximo capítulo é beeeeem grande! O dobro desse...).

Vigzinha, é claro que você é importante!!! Você nem falou nada, mas eu ainda estou com peso na consciência e garanto que vou cumprir minha promessa de passar na sua fic! Capítulo que vem já é o último... enfim, Lily e James juntos? Não está sendo fácil, né? Agora quanto a Lucy... ela ama mesmo o cachorrão! Também AMO o Remus, mas é que ela foi feita para o Sirius, sabia? Rsrsrs Queria que eles se entendessem... Beijos, miga!

Muitos beijinhos,
Luci Potter.

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