O destino de Hogwarts.



-Senhor Rufus? Dumbledore irá recebê-lo agora. - disse a voz da Professora McGonagall da porta do escritório do ex-diretor.
-Obrigado, Minerva. - disse Rufus Scrimgeour, o ministro da magia.

Rufo caminhou lentamente até a pintura de Alvo Dumbledore, e disse:

-Meus pêsames, Alvo.

Dumbledore deu um sorriso, e com uma expressão amena, disse:

-Não é necessário nenhum pesar, Rufus. Estou certo em afirmar que está aqui para discutir o destino desta escola?
-Sim, está certo.
-Pois bem, o que tem a dizer? - perguntou Dumbledore, tranquilamente.
-Alvo... Sem você, essa escola estaria prejudicada... Tenho certeza de que o Ministério...
-Rufus... - começou Dumbledore, interrompendo ele - Hogwarts tem a professora McGonagall. Dou minha palavra de que a escola será comandada tão bem quanto no tempo em que eu era diretor.
-Sim, disso não tenho dúvida. - disse Rufus, fugindo à questão. - Mas uma ajuda do Ministério seria bem vinda, sabe, poderíamos reforçar a segurança da escola. Dobrá-la.
-A escola continuará bem protegida como sempre foi, mesmo sem mim. - dizia Dumbledore, em tom ameno.
-Bom, eu achei... Já que agora você não tem como... Quero dizer, você está... - disse Rufo, se perdendo nas palavras.
-Você quer dizer que agora que estou "morto" - disse Dumbledore, sublinhando as palavras. - a decisão não cabe a mim, e sim a Profª McGonnagal, correto?
-Sim, mas...
-Então pergunte a ela! - disse Dumbledore, sorrindo - Minerva, minha cara, o que acha da idéia de Rufus?

McGonagall fora pega de surpresa com a pergunta, aparentemente estava absorta em pensamentos.

-Desculpe, Alvo, não estava escutando. - disse ela - Mas seja qual for sua idéia, Rufus, a palavra final será de Dumbledore.

Dumbledore olhou para ela com uma expressão de admiração e ao mesmo tempo surpresa.

-Bom, Rufus, então lamento lhe dizer, mas o ministério não irá interferir nesta escola.

Rufus não demostrou surpresa com a resposta final de Dumbledore, mas não pode deixar de demonstrar seu desapontamento.

-É uma pena, sabe, Alvo... Em tempos tão difíceis.
-Realmente. Mas Hogwarts já fora o local mais seguro do mundo, sem a interferência do ministério, e a única vez que tentaram interferir... Bom, você sabe no que deu. - disse Dumbledore, tranquilamente, como se estivesse tomando um chá e falando sobre quadribol. - Estou falando, obviamente, da Profª Umbridge.
-Encontrei Harry a pouco lá fora. - falou Rufus, mudando totalmente o rumo da conversa.
-Ah, Harry... Eu precisava falar com ele.
-Sim, sim, presumo... Ele disse que é...
-Completamente um homem de Dumbledore? - completou Dumbledore, sorrindo satisfeito. -Fiquei sabendo que ele disse isso de mim, tem um tempo. E não posso deixar de dizer que fiquei lisonjeado.

Rufus não sabia se falava ou não. Decidiu manter um meio termo e fez um barulho de concordância.

-Bom, se não tem mais nada a dizer. Minerva, o Harry ainda se encontra na escola? - perguntou Dumbledore.
-Suponho que sim, Alvo. - disse Minerva, levantando-se da cadeira em que estava sentada.
-Por favor, peça para ele vir aqui.
-É pra já. - disse ela rapidamente e se retirando do escritório.

Dumbledore olhou para Rufus, que continuava no escritório, e disse:

-Meu caro Rufus... Sei que deve ter ficado desapontado, mas minha resposta final é essa. Peço que me desculpe.
-Tudo bem, Alvo. - disse ele, tentando sorrir. - Se um dia precisar...
-Não hesitarei em te chamar, sim, mas as chances são bem remotas! - brincou Dumbledore.

Rufus assumiu um ar de "pra mim já chega", murmurou um "boa noite, Alvo" e se retirou do escritório. Dumbledore observou o ministro ir embora, depois olhou para a janela. Não pôde deixar de sorrir com o pôr-do-sol que desabrochava.

Assim, nos terrenos de Hogwarts, a Profª McGonagall caminhou apressadamente até Harry Potter, que se achava sentado na beira do lago, juntamente com seus amigos Rony, Hermione e Gina.

-Dumbledore quer vê-lo, Potter. - disse ela, abordando-o.
-O que? - perguntou Harry, virando-se para olhá-la, confuso.
-Dumbledore... Quer dizer, o retrato dele, obviamente. Ele quer falar com você. - completou ela, apressada.
-Ah sim, o retrato... - disse Harry, finalmente entendendo.

Harry olhou para Rony, Hermione e Gina que o observavam curiosos, fez um aceno com a mão e acompanhou a professora.

O castelo estava extraordinariamente vazio, ainda com as marcas da batalha dos Comensais da Morte com os membros da Ordem da Fênix. Subiu as escadas de mármore e deparou com um grande buraco na parede. Ao chegar na gárgula de pedra que revelava o caminho para o escritório do diretor, a Profª McGonagall disse:

-Dumbledore está esperando você lá em cima. Eu tenho que dar uma palavrinha com o a Profª Sprout. Até logo, Potter.

E antes que Harry pudesse pedir pra ela esperar e lhe dizer a senha, a Profª já tinha desaparecido. Harry olhou para a gárgula de pedra sem saber o que dizer:

-Varinhas de Alcaçuz? - arriscou ele, completamento certo de que não era essa a senha.
-Ave, alvo! - disse uma voz atrás dele.

Harry se virou e viu o Prof Slughorn parado ali, parecendo extremamente cansado e abatido.

-Obrigado, professor. - agradeceu, Harry, enquanto a gárgula de pedra se abria para ele.
-Não há de que, Harry. - disse Slughorn, sorrindo. - Muitas pessoas, vieram vê-lo, sabe...
-Sério? Quem?
-Algumas pessoas que você não conhece, e o Ministro da Magia. Aparataram aqui tem algumas horas. A proteção contra aparatação não está ativa, agora que ele se foi. - finalizou ele,
-Ahn sim... - disse Harry, já imaginando o que Rufus Scrimgeour tinha vindo falar a Dumbledore.
-Suba, então, Harry. Vejo você depois - falou Slughorn, e desapareceu.

Harry subiu as escadas e parou de frente para a porta do escritório. Sentiu um peso despencando em seu estômago. Iria falar com Dumbledore mais uma vez. Enfim, ele não desaparecera totalmente. Harry entrou no escritório e olhou à volta. Não se lembrava de onde o quadro havia aparecido, na noite anterior. Perguntou, cauteloso:

-Professor Dumbledore?
-Harry! Que bom que você veio. - ouviu-se uma voz calma à suas costas.

O garoto se virou e viu o rosto de Alvo Dumbledore sorrindo para ele, parecendo tão calmo, sereno e tão bondoso como ele havia visto em seu primeiro dia em Hogwarts.

-Aproxime-se, Harry. - pediu Dumbledore.

Harry se aproximou devagar até a moldura de Alvo Dumbledore. E disse, sem pensar muito.

-Sinto sua falta, professor.
-Ora, eu estou aqui Harry! Sempre estarei aqui. Você não se lembra do que eu costumo dizer?

Harry pensou por um momento, depois disse:

-Somente terei deixado a escola...
-Quando ninguém mais aqui for leal a mim. - completou Dumbledore. Sabe, Harry, Hogwarts está para fechar. Acabei de falar com o ministro, e não permiti a interferência do ministério na escola. Mas creio que depois de todos esses incidentes, muitos pais não se sentirão seguros em ter seus filhos em Hogwarts.
-Mas professor, Hogwarts é o lugar mais seguro na Terra, não é? - perguntou Harry.
-Já foi, Harry. Mas depois de minha, bem, minha ida, as coisas se complicaram. Minerva está passando por muitos problemas. O destino de Hogwarts ainda é muito incerto Harry. - disse Dumbledore, sério.

Harry estava feliz e ao mesmo tempo preocupado por estar falando com Dumbledore. Os problemas que Hogwarts passaria, pareciam muito piores se mencionados pelo diretor.

-Puxe uma cadeira, Harry. Temos muito o que conversar. - disse Dumbledore, de repente, com um sorriso tranquilizador.

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