Vigésimo Oitavo Dia
Gina passou a noite em claro, com uma vela ao seu lado, lendo as demais cartas de Mandy. Ou melhor, Amanda Blanck.
Quando Zabini acordou e a encontrou lá, como se não tivesse nem mesmo movido um músculo, preocupou-se:
“Cara, você está bem?”
Gina ergueu os olhos.
“O quê? Ah, eu? Ah, to, sim... Só estou... lendo”
Zabini sentou-se ao seu lado, e passou as mãos pelo cabelo.
“Ela é o máximo mesmo, não é?”, perguntou ele, pegando uma das cartas e dando uma lida por cima.
“Hum? Ah, a Mandy... Oh, sim, o máximo”, concordou Gina, chateada.
“E vocês tem toda essa relação aberta... Escuta, cá entre nós... você não tem medo de pegar aids?”
“Oh, Merlim...”, choramingou Gina, em pensamentos.
“Se bem que... por ela... uma AIDS vale a pena... embora eu ache a Weasley bem mais bonita, sem ofensas, eu sei que vocês ficaram um tempo juntos e pah... mas, Draco, ela não é pro seu bico”
“Provavelmente deve estar se agarrando por outro por aí”
“Na verdade, ela estava procurando por você, ontem de noite”, disse Zabini, como quem não quer nada.
“Hum... Que ela queria?”
“Não sei, não falei com ela!”
“Hum”, fez Gina, enquanto tentava se concentrar em outra carta.
Zabini ficou alguns minutos em silêncio.
“Você gosta mesmo dela, não é?”
“Da Mandy? Acho que sim...”, falou Gina, desanimada “Quero dizer, olha essas cartas!”
“Não, da Weasley”
“Eu não gosto Dela...”, murmurou Gina, com desdém, forçando-se a falar no gênero correto.
“Mas, normalmente, a gente fica rindo dessas idiotas que você fica, e, dessa vez, você nem fala dela e quando eu disse que ela reatou...”
“Você não entende, é diferente, agora!”, disse Gina, séria “Por que... o outro Draco... Quero dizer... Eu mudei um pouco!”
“Draco, você nunca corre atrás de ninguém! Quando você fala ‘termino’, é sua palavra final e eu também nunca vi você tentando se explicar com garota nenhuma, quando elas brigavam com você era um pé na bunda e, quando elas vinham atrás, você nem mais olhava para elas!”, comentou Zabini.
“Eu não estou correndo atrás de ninguém!”
“Mas eu já vi vocês conversando um monte de vezes, você nunca falaria com alguém que te deu o fora!”
“Olha, eu estou ocupado agora, ok?”, falou Gina, rispidamente “Vou ler”
Draco ficou sentado na poltrona o dia inteiro.
Gina não andava mais por Hogwarts, provavelmente havia encontrado as outras cartas e às estava lendo.
Faltavam somente dois dias para fazer um mês e eles não se entendiam!
Isso ia acabar fazendo com que os dois nunca mais voltassem ao seu próprio corpo.
“Bom, você já está aí à um mês, o que pode acontecer de pior?”
“Fora menstruar de novo?”
“Ah, NÃO! ISSO NÃO! Draco Malfoy, é melhor você ir em uma procissão de joelhos até a Gina e pedir perdão, porque eu não quero mais ver sangue saindo por aquele lugar”, disse uma voz histérica na sua cabeça.
Draco recostou a cabeça no sofá e respirou fundo.
Ele queria se acertar com a Gina, e não só porque se não se acertasse, ia fuder tudo e nunca mais ele ia ter seu corpo, mas porque ele realmente queria se acertar com ela.
Draco levantou-se, disposto à acertar as coisas com Gina, quando algo chamou sua atenção.
Era o diário de Gina, ali, dentro do criado-mudo.
“Se ela pode ler minhas cartas, por que eu não posso ler a droga do diário?”, perguntou ele, revoltado, abrindo-o e, com a pena mágica, escreveu “Gina Potter”.
O diário abriu-se e ele começou a ler.
Mesmo se quisesse falar com Gina, quando terminou de ler todo o diário, já estava muito escuro, mas uma coisa era certa: nunca esteve tão encantado por alguém em toda a sua vida.
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