Vigésimo Segundo Dia

Vigésimo Segundo Dia



Capítulo 23 – Vigésimo Segundo Dia

Draco e Gina pareciam dispostos a evitar um o outro pelo maior tempo possível e imaginável. Quando percebiam que, talvez, fossem cruzar o caminho um do outro, os dois mudavam, repentinamente, de rumo.
É claro, porém, que isso só ajudou para que se esbarrassem mais do que queriam. É a velha lei do “eu-não-quero-te-ver-por-isso-te-econtro”, que irritava por demais ambos.
“Como eu o odeio!”, resmungava Gina, baixinho “Como ele pode ser tão idiota?”
Sentou-se em um banco no jardim, e fitou o céu imenso que crescia à sua frente. Alguém sentou-se ao seu lado.
“Vai embora, Pansy”, resmungou, sem nem mesmo olhar na cara da pessoa.
“Credo, cara, não fala assim!”, resmungou Zabini “Escuta, to sabendo que você tá meio mal porque terminou com a Weasley...”
“Eu não estou mal, mas aprecio o fato de você ter se preocupado, obrigado!”, resmungou Gina, sem nem olhar para o sonserino.
“Não estou preocupado com você, mas vim te avisar de uma coisa”, disse Zabini, dando um soquinho de leve no ombro de Gina “A Weasley voltou com o Potter?”
“O QUÊ?”, perguntou Gina, incrédula.
“Ah, foi um lance meio estranho, tipo, a Weasley pediu pra voltar com o Potter, mas disse que só poderia ficar com ele daqui a 9/10 dias... foi uma coisa estranha...”, disse Zabini, mostrando-se completamente confuso.
“QUE IDIOTA!”, bradou Gina, pondo-se de pé.
“O que você vai fazer?”, perguntou Zabini, confuso.
“Tirar satisfações”, disse Gina, enquanto saía de perto dele.
XxXxX

Draco estava caminhando pelos corredores, próximos à biblioteca, quando Gina surgiu e o prensou contra a parede.
“Você reatou com o Potter?”
“Bem...”, disse Draco, surpreso.
“BEM O QUÊ?”, perguntou Gina, estressada.
“Achei que era o que você queria! Quero dizer, você estava tão brava comigo que achei que fosse querer alguém que fosse o meu total oposto!”
Gina ficou em silêncio, fitando Draco no fundo dos olhos.
“Eu não quero o Harry, Draco...”
“E quem você quer?”, perguntou Draco, aproximando seus lábios perigosamente dos de Gina.
“SOLTA ELA, MALFOY!”, berrou Harry, que descia as escadas com a varinha em punhos.
“Oh, não...”, murmurou Gina, voltando-se para o grifinório “Desculpe, Potter, mas essa é uma conversa particular, a escória não se inclui nela”
“Como é que é? Gina, ele está te incomodando?”, perguntou Harry, com um tom de voz irritadiço.
“Está tudo bem, Ppp... Harry... É sério, nós precisamos dessa conversa”, disse Draco, com um sorriso completamente falso.
“Você tem certeza?”
“Claro, pode ir...”
Harry, olhando para os dois, hesitante, vai embora.
“Até que enfim... Agora ninguém mais interrompe a gente...”, murmura Draco, provocante, puxando Gina para perto e beijando-lhe o pescoço.
“Er... Draco, tem uma coisa que eu preciso te dizer”, disse Gina, se afastando.
“O quê?”, perguntou ele, impaciente.
“Acho que não podemos fazer nada, ainda... Digo, ficarmos juntos... Porque, bem, você reatou com o Harry e, se ficarmos, eu vou ficar com fama de puta... Eu, sinceramente, não quero isso”, disse Gina, com sinceridade, se afastando.
“Er... Tudo bem...”, disse Draco, contrariado.
“Bom...”, disse Gina, sem graça “Te vejo por aí...”
XxXxX

“Gina, não se entregue aos prazeres da carne, por Merlim!”, berrou uma vozinha na cabeça dela “Lembre-se do que ele te fez! Te trocou por dinheiro!”
Gina continuou deitada, com a cara enfiada no travesseiro.
“Allohomora”, berrou uma voz, destrancando a porta e abrindo-a, dando de cara com Lúcio Malfoy.
“O que você está...?”, mas logo Gina lembrou-se que havia mandado uma carta para o pai de Draco, para que pudessem conversar.
“O que é que você quer?”
“Hum... Dizer que as coisas entre eu e a Gina terminamos...”
“Estou ouvindo o Draco Malfoy , meu filho, orgulhoso, pedindo a herança de volta?”, pergunta Lúcio, com um sorriso de escárnio, recostando-se na parede, enquanto girava a varinha entre os dedos.
“Er... É...”
“Prove-me!”
“O quê?”, perguntou Gina, franzindo o cenho em uma expressão de nojo.
“Prove que não gosta mais dela!”
“Ahn? Como?”, perguntou ela, séria.
“Vá até o quarto dela, e solte um Cruccio nela”
“Como você vai saber se eu fiz ou não o que mandou?”, perguntou Gina, em tom de desafio.
“Como você acha? Eu vou com você!”
“O quê? De maneira nenhuma! Podem te pegar aqui!”
Gina fingiu estar preocupada com Malfoy, mas, na verdade, sua preocupação era, na realidade, por que o homem à sua frente era um comensal e ele saber a senha do local onde Harry Potter dormia, não seria uma boa idéia.
“De qualquer maneira, eu não tenho a senha da Grifinória...”
“Mas você tem uma vassoura, certo? Nada o impede de subir nela e entrar pela janela”, disse Lúcio Malfoy.
“E você vai onde? Nos meus ombros? Acho que não, hein!”, acrescentar Gina, com medo que o loiro psicótico aprovasse a idéia.
“Ahn, certo... Isso realmente complica as coisas, eu contava que você soubesse a senha... Afinal, todo esse tempo namorado e você não transou com ela nem uma vez? Ah, filho, que vergonha... Nós, Malfoys, não somos assim! Não envergonhe nossa família”
“UGH! Que nojoo!”, pensou a garota, querendo pegar varinha.
“Faremos o seguinte... Você vai trazer a Weasley até aqui e, na minha frente, vai soltar um Cruccio nela”, disse Lúcio, desconversando da sexualidade dos Malfoys.
Gina fica em silêncio.
Bom, estava tudo certo com Draco, finalmente eles estavam se dando bem! Seria justo jogar tudo isso no lixo? Será que Draco realmente queria a herança dele de volta?
“É claro que queria! Larga a mão de ser idiota, Gina!”, pensou uma voz, cínica, na cabeça dela.
“Hum... Vejo que está pensando muito, por isso...”, Lúcio solta uma azaração que Gina desconhece, Gina sente-se estranha “Agora, você não poderá informar a Weasley de maneira nenhuma sobre o que a aguarda...”
“Mas... Eu não sei se quero jogar um Cruccio nela...”, disse Gina, perguntando-se se isso seria o necessário para fazer com que o comensal desistisse daquela difícil missão.
“Vá!”
Gina, então, sentindo um peso enorme na consciência, pegou a Nimbus 2001, saltou nela e voou pela janela, dando voltas pelas torres do castelo de Hogwarts até parar na torre da Grifinória, subiu na vassoura até ficar a altura do sexto andar – onde era o dormitório feminino das sextanistas -, olhou a janela e, por sorte, a janela estava aberta.
Desceu da vassoura e ficou parada no parapeito, equilibrando-se para não cair. Colocou os pés no chão e tomou cuidado para chegar, silenciosamente, até a cama onde costumava dormir, quando seus cabelos eram ruivos, e não loiros.
“Draco... Psiu...”, chamou Gina, balançando-o de leve “Vem...”
Ele esfregou os olhos, sonolento.
“Oi, Gin... O que faz aqui?”, perguntou ele, curioso, embora o sono parecesse estar vencendo a luta.
“Vem comigo...”, murmura ela, puxando-o pela mão.
“Para onde?”, perguntou Draco, com uma inocência que fez Gina sentir o peso ainda mais “E por que você está com a minha vassoura? Por que não entrou pela porta, como quase sempre você faz?”
“Não pergunte, só venha... Por favor...”, pediu Gina, sentindo os olhos enchendo-se de lágrimas.
“Tá... deixa só eu me vestir...”, disse Draco, confuso.
Depois de alguns minutos, Draco está vestido. Os dois estão quase saindo pela janela, quando Gina recua, corre até a estante e pega a sua varinha, coloca-a no bolso de Draco.
“Gina, por quê...?”
“Shh... Vem comigo!”
Draco olha incrédulo para a Nimbus 2001.
“Não acho que isso vá agüentar-nos por muito tempo”
“Oh, você acha?”, perguntou Gina, sem dar atenção para ele “Sobe! Temos que correr!”
“Para onde vamos?”
“Só suba!”
Draco obedece e, ainda que mais lentamente que o normal, os dois saem voando pela janela.
XxXxX

Quando eles pousam novamente, os dois descem dentro do quarto onde Lúcio está. Por sorte, Draco não teve nem tempo de chamar Gina de “Gina”.
“O que ele está fazendo aqui?”, perguntou Draco, olhando para Gina, sério.
“Eu...”, mas aí a garganta de Gina se embolou e as palavras simplesmente não saíam.
“Vamos, Draco, faça! Mostre-me!”, ordenou Lúcio, e, Gina, com os olhos cheios de lágrimas, que ela lutava bravamente para segurar, apontou a varinha para Draco.
“Sua varinha”, Gina sibila rapidamente, de maneira que Lúcio não percebeu, mas Draco levou a mão instintivamente para o bolso do robe. Segurou a varinha.
“CRUCCIO!”, berrou Gina, bem na hora que Draco empunha varinha e berra “DEFENDO!”
O Cruccio de Gina bateu contra o escudo protetor de Draco e voltou nela mesma.
Uma dor horrível começou a se fazer sentir e Gina começou a soltar berros cada vez mais fortes. Draco, num primeiro minuto perplexo, começou a ficar desesperado e olhou para Lúcio Malfoy.
“Você não vai fazer nada? É o seu filho!”
“Ele tem que conseguir se controlar... é um preço alto a pagar... por ter nos traído!”, resmunga Lúcio, sem desviar os olhos de Gina que, no chão, no corpo de sonserino, se contorcia de dor.
“Gina!”, pensou Draco, correndo e ajoelhando-se ao lado dela. Draco sabia o suficiente sobre maldições imperdoáveis para saber que a maldição tinha que ser desfeita pela varinha que a conjurou.
Viu a varinha na mão de Gina, que a apertava com força. Draco tentou aproximar-se dela. Pegou a varinha e começou a puxá-la. Os berros de Gina se tornaram mais fortes e ele sabia porque. Gina agarrava a varinha com força, puxá-la da mão de Gina era o mesmo que tentar arrancar-lhe a unha.
Quando, finalmente,Draco conseguiu pegar a varinha, berrou:
“FINITE ENCANTATEM”, e Gina caiu desacordada no chão.
“E você!”, berrou Draco, voltando-se para o pai, com a varinha em punhos “O que está fazendo aqui? Por que está atormentando-a... o?”, berrou Draco, apontando a varinha para ele.
“Ora, mas você é mesmo uma garota muito corajosa... Pena que é uma traidora, do contrário, não veria problema nenhum em ver vocês dois juntos!”, resmungou o loiro, sem sentir o mínimo de intimidação pela varinha empunhada “Mas você deve saber, minha jovem, que se estou aqui, foi por convite de seu querido namoradinho... Meu filho que me chamou”
“O quê...?”, mas antes que Draco pudesse dizer mais alguma coisa, Lúcio lhe deu as costas e sumiu, voltou-se para Gina.
Desacordada, no meio da sala, ela começava a ficar com a pele acizentada.
“Gina, Gina!”, berrou Draco, correndo em sua direção.
Ajoelhou-se ao lado dela e, com a varinha, berrou:
“Enervate!”, no entanto, nada aconteceu.
“Oh, não... por favor... não...”, murmurou ele, com os olhos cheios de lágrimas, bem no momento que Zabini entrava no quarto.
“Hey, Draco, olha que engraçado, eu acabei de trombar com o seu pai e... Hey, o que houve aqui? Sua imunda, o que você...?”
Mas então ele olhou nos olhos de Draco e os viu repletos de lágrimas.
“O que aconteceu?”
“Lúcio Malfoy... minha culpa...”, resmungou Draco, fungando.
Com um aceno da varinha, Zabini fez com que o corpo de Gina levitasse e saiu, levando-a para a Ala Hospitalar.
“Escuta, eu não sei o que você fez, sua traidora imunda... Mas eu aposto que receberá o devido castigo!”, berrou Zabini, antes de fechar a porta com força.
Draco deixou-se cair, com as costas apoiadas na parede, chorando muito.
Continua...

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