Segundo Dia

Capítulo 3 – Segundo dia

“Maldição, eu to com vontade de fazer xixi!”, esse foi o primeiro pensamento de Gina, assim que se pôs de pé. Olhou em volta e se perguntou como faria para essa missão, já que nunca havia tido... aquele treco no meio das pernas... e, por tanto, não sabia como usá-lo “Não pode ser tão difícil! Além do mais, lembre-se: até o Rony faz isso, não deve ser nada demais”.

Respirando fundo, ela caminhou em direção ao armário de Draco, vestindo-se como ele se vestiria, já que ele não tinha gostado muito da calça larga. Ela passou o gel rapidamente no cabelo e puxou-o para trás.

Quando se olhou no espelho e se viu, ficou satisfeita.

“Eu sou Draco Malfoy...”, disse ela, com uma cara de malvada que ficava ótima no loiro “E vou azarar toda a sua família de ruivos pobretões se não sair da minha frente, Weasley”, ela ficava assim grande parte do dia, ensaiando os “foras” que daria em si mesma, em Rony, Mione e Harry “Hum... Não posso me esquecer de encher muito o saco do Rony.”

A pontada veio de novo e Gina sentiu que se não fosse “tirar água dos joelhos” a sua bacia ia explodir. Começou a caminhar em direção ao banheiro dos monitores e lá ficou olhando um monitor do quinto ano fazer suas necessidades.

“Ele faz parecer tão fácil...”, pensou enquanto prestava mais atenção no menino.

O garoto começou a olhar assustado para o loiro, que parecia prestar atenção demais nele, o menino fechou a calça e saiu quase correndo do banheiro.

“Eles nem lavam a mão, que nojo!”, pensou Gina, enquanto se preparava para tentar fazer as suas necessidades.

“Certo... Ai que nojo... Eu tenho que segurar isso? Bom, tudo bem... É só uma vez... E mais quantas vezes ele quiser ir ao banheiro... NÃO TORNE AS COISAS MAIS DIFÍCEIS, além do mais, se eu não fizer isso, ele vai mijar nas calças e vai ser ainda pior. Certo... Bom... Calma... Não tem nada demais... AH QUE COISA NOJENTA! Credo! Credo! Credo! Credo! Pronto... Peguei... UGH, QUE NOJO... Agora é só esperar... AH MEU DEUS! COMO EU FAÇO ISSO PARAR? ALGUÉM ME AJUDA!”

“Se eu fosse você, eu mirava em algum lugar.”, disse um garoto que acabava de entrar no banheiro.

Gina, humilhada pela presença do garoto, seguiu o exemplo e, aos poucos, conseguiu controlar.

“Eu... Só estava... Um pouco distraído... OK?”, perguntou Gina, sem conseguir olhar nos olhos do rapaz.

O menino olhou para os lados, e depois soltou um suspiro aliviado ao ver que não tinha ninguém. Se aproximou um pouco mais de Gina:

“Eu sei do seu segredo.”

“Segredo? Que segredo?”

“Sobre você e a Weasley...”, disse ele, como se não quisesse terminar a frase por precaução.

“O que é que tem eu e a Weasley?”, perguntou Gina, mal humorada.

“Vocês trocaram de corpo, dã”, fez o menino, enquanto balançava a cabeça “Eu to aqui para te ajudar, mas se você não quiser...”

Gina ficou em silêncio, vendo o menino dar as costas e caminhar em direção a porta.

“Espera!”, o menino se virou “Você vai me ensinar a... fazer... necessidades?”, perguntou, olhando para o chão.


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“Gina! Acorda! Você não pode mais se atrasar!”, gritou Melanie, jogando um travesseiro na cara de Draco.

“Me atrasar? Para quê?”, perguntou Draco, mal humorado, chutando os lençóis e se pondo de pé.

“Para a nossa caminhada!”, berrou a loira, mostrando a sua roupa de ginástica “Ah, qual é! Você falou que queria ficar gostosona para o Harry, lembra?”

Draco estacou no meio do quarto.

“Essa tonta ainda gosta daquele trouxa?”, depois se virou e soltou um suspiro exasperado.

“Eu vou tomar banho e já to me arrumando.”

Draco entrou no banheiro e se olhou no espelho. Era impossível não admitir o quanto Gina era bonita. Os cabelos ruivos caíam como cachoeiras perfeitas até os ombros, os olhos castanhos brilhavam com intensidade, tinha um corpo perfeito e... ela era perfeita.

Com um suspiro, ele entrou no chuveiro e tomou banho, evitando ao máximo encostar em Gina.

Saiu de toalha e vestiu uma roupa de ginástica que Madeline já tinha posto em cima da sua cama, prendeu os cabelos num rabo-de-cavalo – que não era muito difícil de fazer – e saiu atrás da amiga.

As duas saíram correndo pelos campos de Hogwarts, enquanto isso, mantiam uma conversa que Draco tentava manter agradável, por mais que de vez em quando tivesse vontade demandar a loira à merda.

“E como vão as coisas?”, perguntou Madeline, enquanto prendia o cabelo em um rabo-de-cavalo mais apertado.

“Que coisas?”

“Entre você e os seus pais. Eles já estão menos putos com o Percy?”

“Ah... Eu... Não sei”, fez Draco, confuso, mas tentando não dar na cara.

“E por que você não escreveu no seu diário ontem? Você sempre escreve!”

“Ah, eu sei... Mas eu ando meio drogue... E esqueci a senha.”

“Nossa! É só você pôr Gina Potter. Como você foi esquecer?”, perguntou Madeline, revirando os olhos “Você ta muito estranha!”

“Eu ando um pouco distraída, só isso. Vai, vamos terminar isso logo!”

Madeline, hesitante, seguiu junto com Gina em direção aos portões de Hogwarts.


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Gina tomou um banho e saiu para o Salão Principal. Tinha que comer ou ia acabar morrendo desnutrida. Foi quando encontrou com Draco – em seu corpo – atrás de uma estátua.

“Vem aqui! A gente precisa conversar!”

Gina olhou para os lados e se aproximou.

“O que é?”

“Você precisa me passar todos os seus trabalhos! Você tinha um trabalho de poções para hoje! Sorte que eu consegui restaurar o meu trabalho do ano passado! Você é louca? E, a propósito, você terminou com a Pansy?”

Gina ficou olhando incrédula para Draco.

“Você só está a dois dias no corpo de uma menina e já está agindo como uma, sabia? Ta certo, eu tenho treino de Quadriboll hoje, a gente pode se encontrar às 19 horas, OK?”

Draco revirou os olhos contrariado.

“Ta bom”, resmungou, exasperado “Por que, com tantas meninas, eu tinha de trocar de corpo com você?”

“Como se eu também estivesse muito feliz!”

Draco deu meia volta e saiu de lá, e Gina ficou um minuto em silêncio.

“Por que aquela menina queria que a gente se desse bem? E porque eu não consigo me imaginar sendo amiga dele?”


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Quando as seis horas da tarde chegou, Gina estava exausta de dar foras nas pessoas. Já não agüentava mais ser Draco Malfoy. Queria seu corpo e a sua personalidade de volta.

Não agüentava mais as meninas suspirando por onde passava, e os meninos olhando para ele como se fosse uma doença e era simplesmente impossível olhar nos olhos do irmão e ver tanto desprezo!

Draco já estava sentado em um banco, olhando para o lago e arremessando algumas pedras nele.

“Fala logo, o que você quer?”, perguntou, sem olhar para Gina.

“Eu quero meu corpo de volta!”, disse Gina, com a voz chorosa, e sentindo as lágrimas vir aos olhos “Eu não agüento mais ser você! Eu repugno você e repugno ter de ser você! Eu quero ser eu de novo!”

Draco olhou para ela por um momento e depois ficou ferrado de raiva.

“Se você acha que eu estou gostando de ser você, é bom pensar duas vezes, Weasley! Eu detesto você e o seu jeito delicado de ser! Eu detesto tudo em você! E, se me dá licença, eu tenho uma merda de um trabalho de Artimancia que você, sua folgada, deixou para fazer na véspera. E eu vou ter que fazer.”
Gina bateu com os pés no chão.

“Eu não sabia que ia trocar de corpo com você, seu grosso!”

“Ah, vá se danar!”, berrou ele, se afastando dela rapidamente.

“Grosso de merda...”

“É uma estúpida, mesmo!”


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Gina chegou no quarto e se jogou na cama, só queria dormir um pouco.


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Draco se jogou na cama e fechou os olhos.

“Merda”.


Continua...