Onde Está Hermione?
Harry nem precisou esperar muito;cinco minutos depois ele ouviu um estrondo na sala.Correu até lá e se deparou com nada mais,nada menos do que Alvo Dumbledore saindo da lareira.Ele quase suspirou de alívio,mas estava desesperado demais pra isso.
-Professor,os Comensais,Hermione,os pais feridos...-Disse ele de um jorro.Dumbledore ergueu a mão num pedido de silêncio.
-Harry,Harry....se acalme,menino!Está tudo bem,tudo
sob controle.O ministério já foi informado e nós já tomamos as providências necessárias.Agora,nos resta esperar.
-ESPERAR?ESPERAR?!E DEIXAR HERMIONE NAS MÃOS DAQUELES COMENSAIS?ESPERAR ATÉ QUE ELA ESTEJA MORTA?!-Gritou ele completamente descontrolado,
mas Dumbledore não alterou um músculo da face.Quando falou,foi com a voz muito calma,o que irritou Harry mais ainda.
-Harry,os curandeiros do Hospital Saint Mungus já foram chamados para tratar dos Granger,o ministério já esta atrás de Hermione,não há mais nada a se fazer.
-COMO,NÃO HÁ MAIS NADA A SE FAZER?TEM QUE TER ALGUMA COISA,EU TENHO QUE AJUDAR,ACHAR ELA,EU NÃO POSSO DEIXA-LA SOZINHA AGORA!!!
-Harry,chega!-Disse Dumbledore,a voz dura.Com o choque,Harry se calou.De repente a expressão do diretor
se abrandou e ele disse,mais calmo.-Se acalme,Harry.Está
tudo bem,todos estamos fazendo tudo que é preciso para
achar a senhorita Granger,acredite em mim.Ninguém vai abandona-la aos Comensais,esteja certo disso.Eu sei que é muito difícil,mas realmente não há nada que você possa fazer agora,isso só iria piorar as coisas,entende?Agora,por favor,se acalme.
-Mas eu quero ficar por dentro do que está acontecendo, não posso simplesmente ficar aqui sentado sem saber de
nada,eu preciso saber o que está acontecendo com ela!-Disse ele exasperado.O diretor suspirou pesadamente e disse:
-Bom...bom,eu sei que é inútil tentar impedi-lo de saber o que se passa com a senhorita Granger,então,pode vir comigo se quiser.Prometo lhe informar de tudo.
-E o senhor e a senhora Granger?Eles estão feridos, precisam de ajuda!
-O Saint Mungus já está a caminho.-Ouviu-se uma batida na porta.-Veja,são eles.Vamos.
Dumbledore segurou o braço de harry e os dois aparataram no segundo em que a porta da casa era aberta.
Quando Dumbledore soltou seu braço,Harry abriu os olhos e se viu no meio do tão familiar escritório do diretor, que parecia exatamente igual à última vez que estivera ali, no fim do quinto ano,quando....quando Sirius se fora.Parecia ter sido a séculos,e ao relembrar o acontecimento Harry sentiu um forte aperto no coração,e seus olhos arderam.Ele logo tratou de pensar em outra coisa.
Dumbledore deu a volta em sua escrivaninha e sentou-se do outro lado em uma grande e confortável cadeira.Olhou Harry com seus óculos de meia lua por algum tempo,até que finalmente disse:
-Sente-se,Harry.-Não era um ordem,era um pedido.O garoto se sentou na cadeira em frente a Dumbledore e mirou o diretor,intrigado.Mas ao mesmo tempo muito preocupado. Dumbledore tinha no rosto uma expressão grave,dura,quase triste,e seus olhos não tinham o brilho habitual.Harry sentiu seu coração se apertar ainda mais,e ele apertou os braços da cadeira.
-E então,professor?Onde está Hermione?
-Eu não sei,Harry.
-Como,o senhor não sabe?-Exclamou Harry exasperado. Então fechou os olhos e respirou fundo,numa tentativa de ficar calmo.Quando finalmente reabriu os olhos,viu que Dumbledore o examinava com uma expressão curiosa no olhar:seria pena?Harry nunca chegou a saber.
-Escute,Professor Dumbledore,eu só quero saber o que está acontecendo.
-Harry,você me pediu pra ser franco,e eu o serei.Eu não faço idéia de onde a senhorita Granger possa estar,tampouco o ministério faz.Voldemort tem muitos esconderijos,e está além de minha capacidade adivinhar qual deles ele está usando para aprisionar a senhorita Granger.Porém,os aurores estão numa busca interminável em todos os lugar que os Comensais possam estar e,acredite,eles não são poucos;por isso eu lhe peço,Harry,que procure se acalmar e tenha paciência.Não é fácil,eu sei,mas se desesperar não vai ajudar em nada,só vai piorar as coisas.
-Quer dizer que o que vocês querem que eu faça é:me acalmar,ficar aqui quietinho no meu canto sem atrapalhar nem me desesperar enquanto Voldemort está fazendo sabe-se lá o que com a pessoa mais importante pra mim no mundo e deixar o Ministério e seus aurores tomarem conta de tudo.
É...realmente muito sensato.-Disse ele,beirando o sarcasmo.
Dumbledore, como sempre,era um poço de compreensão e paciência.
-Harry,eu não estou dizendo que é fácil,mas...
-O SENHOR NÃO SABE COMO É!O SENHOR SEMPRE PENSA QUE SABE COMO EU ESTOU ME SENTINDO,MAS O SENHOR NÃO SABE DE NADA,ESCUTOU BEM,DE NADA! POR UM ACASO JÁ TE PEDIRAM PRA FICAR CALMO ENQUANTO UM PSICOPATA DOIDO ESTÁ COM A PESSOA QUE VOCÊ MAIS AMA NO MUNDO E VOCÊ NÃO PODE FAZER NADA E SE SENTE O PIOR DOS SERES POR ISSO?
HEM?APOSTO QUE NÃO,NÃO É MESMO,PROFESSOR DUMBLEDORE?O SENHOR SE ACHA MUITO ESPERTO,MAS O SENHOR NÃO SABE DE NADA!DE NADA!-Harry estava de pé,mas não lembrava de ter levantado.Dumbledore parecia levemente chocado com o desabafo do garoto,que arfava, com a garganta ardendo.Olhou com ódio pra Dumbledore,
virou as costas e saiu do escritório batendo a porta, deixando o diretor ali sozinho com seus pensamentos.
Ele sabia que Harry não reagiria muito bem a tudo aquilo,mas não esperava tal explosão.Achara que com o decorrer do ano,ele se tornara mais calmo,mas percebeu que achara errado.Harry nunca deixaria de ser assim,explosivo,e ainda mais com a ameaça de Voldemort sobre a cabeça dele. Era demais para um garoto tão novo,e já tão cheio de ódio e sofrimento.Ele merecia uma vida normal,e Dumbledore, melhor do que ninguém,sabia que era tudo que ele queria.
Harry saiu do escritório de Dumbledore fumegando de raiva.Não acreditava como o diretor conseguia se manter calmo assim com Hermione, a sua Mione (e a o pensar isso ele sentiu uma pontada no peito) nas mãos daquele maníaco doente,que nesse exato momento poderia estar fazendo qualquer coisa com ela.Esse pensamento torturou Harry mais do que qualquer Cruciatus jamais poderia fazer.
E se ele estivesse fazendo algum mal á ela?E se ele estivesse torturando ela,ou coisa pior?E se ele tivesse a matado?Não,não pense nisso,censurava-se Harry.Mas era impossível,ele simplesmente não conseguia se desligar do que Hermione estaria passando agora com os Comensais.
Harry mal notava pra onde seus pés o levavam,e quando se deu conta estava nos jardins,banhados pelo sol da manhã. Como o céu pode estar tão azul,pensou ele,quando eu mesmo estou morrendo de dor e desespero?Mergulhado nesse mar de infelicidade e sofrimento,irremediavelmente sozinho e preso a ele?
Harry ficou caminhando pelos jardins,mergulhado em pensamentos por um bom tempo,até perceber que sentia fome.Mas não conseguiria comer,não descia nada.E,além do mais,ele não queria ver ninguém,falar com ninguém,só
queria ficar sozinho.Estava um pouco envergonhado por ter explodido,mas ele não pudera controlar.
Harry ficou caminhando até o anoitecer,quando resolveu voltar ao castelo.Se dirigiu ao dormitório masculino da Grifinória,deixou-se cair na cama e lá ficou,registrando meio por cima como era estranho estar ali sozinho,naquele anormal silêncio da Torre da Grifinória,sempre tão cheia e barulhenta.Então,Harry finalmente dormiu.
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