Olhares...



Passara-se uma semana desde sua chegada em Hogwarts. O ano letivo estava sendo cansativo, e Tiago já reclamava de uma disciplina de que também não gostava muito: Poções.

- Por que o Prof. Clabbert sempre começa o ano com poções extra-difíceis e pilhas de deveres? Tudo bem, estamos no ano dos N.I.E.M.s, mas sinceramente... – o garoto ouviu um muxoxo de impaciência, produzido por Snape.

- Ora, Tiago, devem ser ordens de Dumbledore, tente pensar assim... – disse Remo, procurando acalmá-lo.

- Remo, você diz isso só por que ainda não teve aulas esse ano. Sou obrigado a concordar com Pontas: os professores estão exagerando...-retrucou Sirius, arrancando um pedaço de pão com os dentes.

- Nem todos. – falou Tiago – As aulas de transfiguração estão excelentes.

- Pois eu sou obrigada a discordar de você, Tiago. – disse uma voz feminina.

Tiago engasgou-se com seu suco de abóbora e virou-se para trás, incrédulo.

- Lílian? E desde de quando você fala comigo por livre e espontânea vontade?

- Desde que venho caminhando até aqui para lhe dar um aviso e ouço você dizendo esses absurdos. Como você pode não gostar de Poções e ser fascinado por Transfiguração?

- Simples. Transfiguração é uma boa matéria. Já Poções... não é. – disse sorrindo.

Lílian abriu a boca para retrucar, mas Sirius a interrompeu:

- Mas o que,afinal,você veio avisar?

- A professora McGonagal me pediu para avisá-lo que a primeira partida será no dia 5 de Novembro, às dez horas.

- Contra quem? – perguntou Remo.

- Sonserina.

- Ótimo! – disse Sirius, espreguiçando-se – Tenho andado meio estressado ultimamente. Nada como uma vitória sobre Sonserina para acalmar os ânimos...

Tiago riu e acrescentou marotamente, olhando para Lílian.

- E agora eu tenho que cuidar para não fazer nada de errado na aula de herbologia...

Tiago viu os cantos da boca de Lílian estremecerem, como se ela quisesse sorrir. Mas antes que pudesse confirmar isso, ela já tinha dado as costas para eles.

Remo, Sirius e Pedro olharam intrigados para Tiago. Ele se surpreendeu.

- O que foi? – perguntou, mexendo nos cabelos.

- Como assim “tenho que cuidar para não fazer nada de errado na aula de Herbologia” ? – perguntou Pedro.

- Ah- disse Tiago, compreendendo. – Isso. Não é nada, não.

Sirius o olhou marotamente, mas foi Remo quem falou:

- Acho que temos que ir para a aula de Defesa Contra as Artes das Trevas – disse, consultando o relógio. – Pedro, eu estive pensando... Já que estou atrasado na matéria e você não a entendeu muito bem, poderíamos sentar juntos hoje. O que você acha?...Pedro??

Mas Remo não obteve resposta. Pedro não estava mais ali.

- Onde ele foi? Ele estava aqui agora mesmo! – exclamou Tiago, percebendo a ausência do amigo. Sirius continuava a observá-lo.

- Vou procurá-lo. – disse Remo prontamente. – Vejo vocês na aula!

Sirius esperou Remo estar ao pé da escada para se virar para Tiago e lançar-lhe um olhar curioso.

- Lílian falando com você, frases que só fazem sentido para vocês... Pontas, Pontas...o que está acontecendo?! – perguntou sorrindo.

- Sinceramente, - disse Tiago, bebendo o resto do seu suco de abóbora – acho que ela finalmente está começando a enxergar o óbvio: ela é louca por mim! – concluiu sorrindo.

- E você é muito convencido! – exclamou Sirius, atirando um miolo de pão no colega.

E os dois, rindo, rumaram para a aula de Defesa Contra as Artes das Trevas.

Sirius decidiu sentar-se com Remo, ao ver que o colega desistira de procurar Pedro e que precisava de ajuda na matéria. Deste modo ,Tiago ficou novamente sem dupla.

Olhou pela sala e viu o último lugar vazio: ao lado de Lílian.

Tomado de excitação, caminhou até ela e se sentou ao seu lado. Lílian olhou para ele, indignada.

- Qual é o seu problema?!

- O que foi que eu fiz?! – perguntou Tiago, realmente espantado.

- Vocês Marotos são quatro, até onde eu sei. Logo,podem formar duas duplas. Agora, me responde uma coisa: por que você veio se sentar comigo? – perguntou impaciente.

- Sinto desapontá-la... – disse Tiago, com um suspiro – Mas, se você olhar bem, hoje os marotos estão em três. Ali – e apontou para a dupla da frente, em diagonal – estão Remo e Sirius. Aqui – e apontou para si mesmo – estou eu. Como pode ver, Pedro não está presente. Logicamente, preciso sentar junto com alguém. E adivinhe: o lugar ao seu lado estava vazio. E como eu não enho absolutamente nada contra você, não vi por que não sentar aqui. Afinal, somos colegas há muitos anos. Entendeu agora?

Lílian lançou um olhar penetrante em Tiago. O garoto sorriu.

Nesse momento, a amiga de Lílian, Kelpie, a mesma que estava na ala hospitalar, entrou na sala. Quando viu com quem a amiga estava sentada, teve um ataque risadinhas, que não cessou nem mesmo com o olhar de censura que Lílian lançou a ela, até Kelpie se sentar.

- O que ela fez de errado? – perguntou Tiago, estranhando o olhar bravo de Lílian para a amiga.

Fingindo não ter ouvido a pergunta de Tiago, pediu:

- Você poderia colocar o tinteiro mais para o outro lado, longe de mim? Eu não quero ter que perder mais uma aula para lavar minhas vestes com você.

Mas Tiago apenas a olhou, sorrindo feliz. Dessa vez foi Lílian quem perguntou:

- O que foi?

- Você é genial sabia? – respondeu sorrindo mais que nunca, admirando Lílian com a cabeça apoiada na mão, como se ela fosse uma obra de arte rara e preciosa.

Lílian corou furiosamente e afastou o tinteiro de Tiago. E, apesar de ter anotado tudo o que fora passado pelo professor a única coisa de que foi capaz de se lembrar nitidamente daquela aula foram os olhares incansáveis de Tiago para ela.

Mas ela não poderia estar...não, isso era impossível. Ela era monitora, e ele um Maroto. Como poderiam...Não, isso com certeza era só mais uma alucinação de Kelpie.

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