O Plano do Auror
CAPITULO VINTE E TRÊS
O PLANO DO AUROR
Abril, Maio e Junho todo foi uma correria, para cima e para baixo, os três escolhidos da grifinória nem paravam mais na sala comunal, estavam estudando direto para o teste no mês seguinte.
Kain estava bem mais calmo que eles, tinha seus próprios problemas, e seu problema se resumia a uma certa silhueta gigante com dois metros de altura ou mais.
Naquela noite, Kain estava voltando da biblioteca, já eram mais de dez horas da noite, estava morrendo de sono e particularmente estava com muita fome.
Chegando a um corredor perto das escadarias móveis, havia uma estátua com uma velha sem um olho, Kain ficou a encarando por um bom tempo até que ele ouviu algo saindo do chão:
“Tu não escapará garoto, sua hora irá chegar, e meu servo irá lhe buscar até meu encontro!”.
Kain olhou para o chão e caiu sentado. Suas mãos tremiam e seus olhos pareciam revirados.
- Rellen! – veio uma voz de longe – o que está fazendo aqui?
Kain virou e era o professor Reverus. Ele estava com uma cara cansada e estressada, estava normal como sempre.
- Estava voltando para a sala comunal professor.
- Sentado? – perguntou sarcasticamente o professor.
- Na verdade eu escorreguei no seco e caí sentado – disse Kain automaticamente – estava com muito sono.
Reverus olhou para o garoto com uma cara estranha, sem feição ou sentimento algum, parecia uma pedra.
- Levante-se e vá dormir – disse o professor – presumo que a prova de Herbologia da sua turma seja amanhã na estufa não é?
- Sim professor – respondeu o menino – isso mesmo.
- Pois então vá dormir – disse Reverus.
Kain se virou e foi andando.
- Ah, senhor Rellen – disse Reverus – cuidado, que às vezes os chãos e paredes tem vozes e olhos que podem guiá-lo para caminhos sinuosos.
Kain olhou meio assustado para o professor, mas virou para o outro lado e foi embora.
Durante a caminhada para a sala comunal, o garoto estava preocupado com a voz que lhe perturbara naquela hora. Mesmo com sono, ainda estava bem esperto para algum ataque.
Quando ele colocou o primeiro pé na escada móvel, ela foi para uma direção que nunca fora... O corredor da câmara.
Kain nunca tinha ido até lá, só ouvia boatos sobre o ano de 1992 que fora um dos piores em Hogwarts, pelo fato de houver petrificações de vários alunos e que Harry Potter teria derrotado a besta petrificadora, O Basilisco, na câmara secreta, lutando até a morte com a espada de Gódrico Grifinória.
Ele olhou para o lado e viu o banheiro da Murta que Geme e a viu, o fantasma branco-perolado que andava triste pra lá e pra cá.
- O... Olá – disse Kain com certo medo da garota morta – tudo bem?
- Olá – disse ela – finalmente alguém veio me visitar depois de tantos anos...
- Desde quando você não vê alguém? – perguntou-a – quer dizer, vivo?
- Faz, faz tanto tempo – disse a garota gemendo e choramingando – acho que uns três anos...
- Você é a Murta não é?
-Sim... e você?
- Sou Kain Rellen da primeira série – disse o garoto se aproximando bem lentamente – por acaso, você viu uma silhueta bem grande com uma voz de lascar andando por aí?
A garota parou imediatamente de chorar e fez uma cara muito assustada e foi se esconder no pilar mais próximo.
- Por que?
- Porque eu acho que ele quer me matar – ele disse num tom bem simpático.
- SAIA DAQUÍ AGORA! – gritou Murta com Kain.
Ela não precisou repetir, o garoto foi embora antes mesmo de terminar o ‘agora’, e correu pelas escadas numa velocidade incrível, mas não era por medo, mas por certeza de uma coisa: O monstro estava na câmara novamente.
Na manhã seguinte, a turma de Kain estava muito entusiasmada para fazer a prova de Herbologia, porém, Jack estava fora do caso, tinha sofrido um acidente com um balaço problemático que atacou o corredor da sala de aula de poções.
- Kain – disse Julia – todos parecem bem alegres com a prova de Herbologia, não acha?
- É – disse ele – mas o que me mais preocupa é a maldita prova de Runas Antigas com o Reverus, ele começou a pegar direto no meu pé, ontem em encontrei ele no corredor, perto da estátua da mulher de um olho só.
- Idaí? – perguntou a garota.
- Ele disse que era pra eu ir pra sala comunal antes das seis – disse Kain – ele parece que pega no meu pé de propósito!
- Por que ele te mandou ir para sala comunal? – perguntou Julia com um tom de interessada no assunto.
- Eu não sei, ele disse que tinha alguma coisa a ver com as paredes e chãos que tem olhos e ouvidos ou algo assim.
E que subitamente veio a luz na cabeça de Kain...
- Kain – disse Julia – isso não é normal para qualquer um que tenha sã consciência, ouvir vozes nunca foi um bom sinal!
- E muito menos ouvir conselhos de alguém que sabe delas! – disse Kain.
Julia abriu os olhos com uma cara de “Meu Deus” estampada em sua face.
- Vamos, talvez encontramos alguma coisa seguindo ele! – disse Kain à Julia.
E os dois saíram do grande salão correndo para chegar à sala comunal e pegar o Mapa do Maroto no quarto de Kain.
- Kain, você tem certeza do que você acha? – perguntou Julia sem fôlego – você acha que um professor pode ser um assassino de alunos?
- Se ele é, eu não faço a mínima idéia – esclareceu Kain – mas posso lhe dizer uma coisa: aí tem!
Os dois saíram correndo pelos corredores até a sala de Deolyn para informá-lo sobre a pista de onde estava o monstro...
Chegaram na sala de Deolyn, estava deserta e muito, mas muito desarrumada, parecia haver sinal de batalha, e houve...
Deolyn estava jogado no vanto da sala, quase inconsciente viu os garotos entrarem na sala de DCAT, e disse:
- Estão meio atrasados não?
Os dois foram até ele socorrê-lo, ele estava ferido, com hematomas e inchaços no rosto e nos braços, parecia ter sido espancado ao invés de sofrer algum dano mágico.
- Professor – disse Kain – foi o monstro que te fez isso?
- Sim – mas ele quis me poupar – ele falou – só não entendo porquê.
Ele se levantou com ajuda de Kain e Julia e foram até a porta.
- Ele parece que foi chamado ou algo assim, parece ter sido interrompido...
- Kain, fique aqui com ele que eu vou chamar Madame Pomfrey! – disse Julia.
A garota foi chamar a enfermeira enquanto Kain e Deolyn ficaram escorados à beirada da porta.
- Sabe Kain – disse Deolyn – acho que se vocês não tivessem chegado aqui naquela hora, estaria bem pior do que já estou...
- Professor – disse Kain – eu vou caçá-lo...
- O quê? – ele exclamou.
- Farei isso, escuto vozes por aí, já me encontrei com ele várias vezes – ele disse – essa tarefa cabe a mim!
- Você sabe que pode ser expulso Kain! – disse Deolyn – ou até morrer!
- Expulso ou morto – disse o garoto com um tom de seriedade na voz – esse monstro vai ter o que merece!
Deolyn tentou falar, mas fechou a boca, tentou de novo, mas fechou, pensou e pensou e olhou nos olhos de Kain, verdes que queimavam uma coragem fulminante.
- Quando pretende fazer isso? – perguntou o professor.
- No dia da primeira tarefa – completando – da competição das dinastias.
- É daqui a uma semana Kain – ele disse - você sabe onde encontrar o bicho?
- Na câmara secreta – disse Kain.
- Mas a câmara já foi revistada, só há a sala do Basilisco e mais nada...
- E se houver algo a mais num outro túnel? – perguntou Kain.
E ele tinha razão. Hogwarts era imensa, a câmara é a tubulação secreta do castelo, deve haver muitas salas e corredores ali.
- Então eu tenho um plano – disse o professor – tome isso aqui.
Ele deu um tipo de esfera transparente e azul.
- Isto é um tradutor, você fala e ele traduz para a língua que quiser, e como sabemos, só entra na câmara quem fala a língua das cobras.
- Mas o único problema professor – disse Kain – é a frase certa para falar.
Mas Deolyn estava inconsciente, no caso, Kain teria que contar apenas com Julia e Jack.
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