Natal Em Hogwarts
CAPITULO DEZENOVE
NATAL EM HOGWARTS
Kain, Jack e Julia estavam no pátio do colégio, a neve caía como uma chuva lenta e branca, tão fria e aconchegante quanto o conforto que ali estavam, Kain estava praticando a sua Wingardium Leviosa em uma pilha de livros que fizera, o frio não estava tão forte para atrapalhá-lo, Jack e Julia estavam jogando Xadrez de Bruxo.
- Sabe – disse Jack – fico me perguntando, os ataques diminuíram muito, na verdade, desde aquele dia do comunicado, não tivemos nenhum. Será que capturaram o bicho?
Kain depositou os livros na coluna mais próxima e olhou para Jack.
- Não – disse Kain – provavelmente não, tanto porque o Diretor Auronel iria avisar.
Eles observaram a neve por um bom tempo, e Julia pigarreou.
- Porquê não procuramos as respostas sobre o bicho ou o que quer que seja? – perguntou ela.
Os dois se entreolharam, e olharam Julia que agora estava com uma cara séria.
- Bom – disse Kain – vamos lá, o treino ta ficando chato mesmo!
- pera aí! – disse Jack – vamos atrás mesmo da coisa?
Os dois olharam pra ele, e Jack abriu a boca, mas a fechou, tentou de novo, mas pensou, e disse – ta bom! – disse ele num tom preocupado.
Passaram o dia inteiro revistando o castelo, indo para cima e para baixo, era como se procurassem uma agulha no palheiro. Pararam em um corredor onde não havia som algum, e tinha um quadro, e uma porta do outro lado, Kain espionara o Mapa Do Maroto para alguma informação no corredor.
Havia uma legenda da porta ao lado deles, ela se chamava: Sala Precisa.
- Sala Precisa – disse Kain.
E abriu a porta e apareceu uma sala cheia de equipamentos mágicos para procurar coisas, radares mágicos, farejadores, detector de ondas malignas, espelhos antiperigo...
- Caramba – disse Jack – aqui tem tudo o que a gente precisa!
Realmente havia tudo do que eles precisavam, tudo, porém, não havia o monstro, mas tinha uma boa ajuda ali.
A sala era retangular, o teto era alto, e tinha um tom avermelhado, e era limpa como qualquer outra sala dali do castelo.
- Kain – disse Julia – tem a sensação que nós estamos sendo vigiados?
O garoto olhou a sala do chão ao teto, nada de estranho havia ali, porém, não deveria vir da sala, mas sim de fora.
- Não tenho certeza – disse ele – mas há algo de errado por aqui com certeza!
E viram uma silhueta se aproximando no corredor, passos pesados davam a sensação de terror que Kain havia possuído, naquela noite em que viu os dois olhos flutuantes.
- Alguém vem chegando! – disse Jack – escondam-se!
A sala mudara novamente, estava começando a ficar apertada, logo, em lugar de radares, vassouras apareceram, e ficou tudo escuro, agora estavam num armário de vassouras.
- Incrível! – exclamou Julia.
- Silêncio! – sussurrou Kain.
A silhueta passou, realmente era algo grande, na verdade era algo enorme, estava montado em patas, quatro patas, as da frente, mesmo em silhuetas, eram grossas e fortes, as de trás eram finas e rápidas.
- Cuidado! – disse uma voz fina e ao mesmo tempo arrastada.
- Cuidado com o quê? – disse a silhueta com uma voz aterrorizante.
- Sinto a presença de alguém por aqui! – disse a outra voz.
A silhueta desapareceu, um enorme alívio tomou conta do armário de vassouras, Kain já estava com a sua varinha pronta, e nem percebera.
À tarde, os alunos restantes no colégio, se dirigiam para o Grande Salão, e ajudar na decoração do mesmo. No entanto, Kain, ainda estava confuso, com um único pensamento que envolvia a sua cabeça: Porquê ninguém percebia a presença do monstro?
O salão estava cheio de alunos, era uma coisa muito bonita, a neve caía do teto mágico, dando a impressão que estavam lá fora.
- Pronto – disse Hagrid colocando o último enfeite na árvore de natal – está bonito Kain?
- Sim – afirmou ele – muito bom mesmo, mas Hagrid...
- Sim?
- Queria lhe perguntar – disse o garoto ao meio gigante – tem algum monstro que independente da luz, sempre fica parecendo uma silhueta?
Hagrid olhou desconfiado para Kain, parecia estar meio nervoso.
- Como assim? – perguntou o gigante.
- Bom, é que eu vi num livro, que tinham alguns monstros que sempre ficavam em forma de silhueta.
- Não acho q exista – disse Hagrid – pode ser uma magia, ou algum artefato que o deixe assim.
Kain pensara muito naquele dia, era como se algo não conseguisse passar por sua goela, estivesse entalado ali, e não quisesse sair mais, era uma dúvida tão banal, mas ao mesmo tempo tão importante, que o deixara confuso demais para tentar descansar aquela tarde.
Ficara deitado na cama olhando para a janela, vendo a neve cair. Jack e Julia foram passar o natal fora de Hogwarts, Kain se sentira muito solitário aquela semana, sem ninguém pra conversar, mas ainda preocupado com os possíveis ataques, mas que agora não fariam diferença, não havia muitos alunos no colégio.
- Ah, que chato! – disse para si mesmo – acho que eu vou dar uma volta nos campos!
Kain pegara sua Firebolt Booster e saiu para os campos gelados.
Seria uma ótima oportunidade de aumentar sua perícia em velocidade na vassoura, é o que ele fez, treinou algumas pegadas com umas pedras, fez vôos muito altos para aprender a suportar o frio.
Porém, de repente, o céu começara a ficar denso e escuro, parecia que o sol havia morrido. O campo ficara todo morto, e só a silhueta do sol restara no céu.
E, no entanto, uma rajada de luz fora disparada contra Kain.
- Mas o quê? – perguntou a si mesmo.
As nuvens ficaram mais densas ainda, tornando uma névoa cinzenta e impossível de ver o que havia ali, no caso, não estava perto do colégio.
- Mate-o! – disse uma voz arrepiante, parecia a da silhueta.
E de repente um homem vestido de negro, com uma máscara de crânio de uma caveira apareceu na frente de Kain.
- Avada... – ia completar o homem de negro, mas uma rajada de luz vermelha acertara-o, o jogando para longe de Kain.
Era Deolyn que havia lançado o feitiço de estuporamento no homem de negro.
- Kain – disse Deolyn com uma voz cansada e sem fôlego – você está bem?
- Sim – respondeu o garoto - como sabia que eu estava aqui?
- Eu estava observando os campos quando vi você sendo tragado por uma névoa negra – disse ele – agora fique perto de mim!
Os dois ficaram bem próximos um do outro, Deolyn estava com sua varinha em seu punho direito e Kain também, os dois estavam atentos para qualquer ataque.
- Abaixe-se! – disse Deolyn.
Kain pulou para o chão, uma rajada verde esmeralda passara bem rápido e acertara um fio de seu cabelo.
- Ele está consciente ainda! – disse Kain.
- Segure a minha mão! – disse Deolyn.
Kain fez, e Deolyn apontou a varinha pro chão, e disse: Ascendio!
Os dois subiram tão alto, que Kain teve de usar a vassoura para fazer um pouso sem machucados, enquanto Deolyn caiu agachado.
- Está bem? – perguntou o professor – é melhor sairmos daqui!
Os dois voltaram para o castelo.
A noite foi muito cansativa. Kain passara o tempo na biblioteca estudando (ao contrário do seu antigo colégio, que não tinha a menor vontade de estudar) com certa força de vontade, estudando feitiços estuporantes, levitação e até praticou o feitiço Lumus, já que não tinha muita habilidade com esse.
Auronel estava na mesa do comitê docente, conversando bem humorado com Deolyn, logo, Deolyn se levantara da mesa e fora até o garoto.
- O diretor deseja falar com você Kain – disse no ouvido dele – é sobre o acontecimento de hoje à tarde.
Depois do jantar, Kain rumou até o escritório do diretor, mas não tinha a mínima idéia onde era, até encontrar a professora Sharon (de Transfiguração) que estava lá perto.
- Olá Kain – disse ela com um sorriso meigo.
- Oi! – disse o garoto meio sem jeito.
Sharon era uma das únicas professoras que Kain tinha uma certa admiração, era uma pessoa de bom espírito, Kain sentia isso, se sentia bem perto dela.
- Suco de limão – disse a professora.
A gárgula se movera, dando passagem á uma escada circular, e os dois subiram.
Chegaram à sala do Diretor, seus objetos metálicos e mágicos funcionavam de acordo com os sons que saiam de um órgão que ficava no canto da sala, mas era estranho, porque o órgão tocava, mas não desferia nenhum som, apenas ficava mandando mensagens sonoras.
- Sente-se Kain – disse o Diretor, que estava atrás de uma escrivaninha de mogno, que tinha certo brilho ofuscante, mas ao mesmo tempo escuro.
Kain fizera, se sentou na poltrona mais próxima e encarou o diretor.
- Então – disse o diretor estudando o garoto pelos seus oclinhos de lentes pequenas – o que houve esta tarde?
Kain olhou para o diretor que tinha uma cara calma, porém, séria e muito intimidadora.
- Bem – disse ele – não sei dizer ao certo, eu estava praticando com a minha vassoura nos campos, mas eu fui tragado por uma...
- Eu sei muito bem desta parte senhor Rellen – disse o diretor num tom calmo e paciente – mas me diga uma coisa. Você tem alguma idéia porque o atacaram?
- Não senhor diretor – disse ele.
O diretor olhou para o garoto, e depois olhou para o chão, o estudando, com a mão no queixo e andando para um lado e para o outro.
- Você teve algum tipo de visão ultimamente? – perguntou o Diretor.
Kain sentiu uma agulha perfurar seu estômago, ele chegara a uma pergunta que Kain pensaria ser impossível ele desferir.
- Como assim? – perguntara Kain.
- Na ultima vez, você veio aqui porque tinha visto o monstro – disse o Diretor – não teve mais nenhum encontro, ou, alguma visão?
- Não...
O diretor parou um pouco e pensou, e disse – Professora Sharon, quero que a senhora faça um favor para mim.
- Sim? – perguntou ela.
- Conceda a este jovem, enquanto ele passar este natal aqui – disse o Diretor – um treino anti-estuporamento.
Kain olhou para a professora, e ela concordou com um aceno de cabeça.
- Mas professor – disse Kain – para que serve um treinamento desse?
O diretor olhou para kain, e disse – para salvar a sua vida. Achamos que o monstro está atrás de você!
Um terror invadiu o peito de Kain, parecia que seu coração ia explodir.
- Mas não se preocupe – disse Deolyn entrando na sala – daremos o melhor treinamento á você!
- Então está feito – disse o diretor com um tom calmo e alegre – as quartas às seis horas? Está bem para vocês?
Os professores concordaram, e o diretor disse – Mas que seja um segredo.
“Você terá treinos todas as tardes enquanto as férias durarem, as quartas entram assim que as aulas começarem, tudo bem?”.
- O.k. – concordou Kain.
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