Peninha, Felpudo, Safira e Cas



Capítulo 6: Peninha, Felpudo, Safira e Cascata


Os dias na Academia continuavam passando numa velocidade incrível, como se o Destino tivesse acelerado a queda da areia na ampulheta do tempo. As matérias que iam aprendendo eram demasiadamente complexas, porém, ainda assim, eram fáceis de serem entendidas, afinal, as mentes mais brilhantes para aquilo estavam concentradas ali, isto é, as pessoas que tinham realmente aptidão para a “coisa” conseguiam acompanhar o ritmo dos professores. E, como sempre, Harry, Rony, Hermione e Isabella ganhavam destaque e faziam por merecer o título de Quarteto Fantástico.


Já estavam na metade de setembro quando o clima começou a ficar chuvoso. Todas as manhãs, o aroma de terra molhada...do orvalho, tomava conta dos dormitórios e de todos os cantos do castelo de uma forma fascinante. Era impossível não acabar por adorar aquilo tudo.


Na manhã do dia 18, um domingo, Harry, Rony, Hermione e Isabella encontravam-se no dormitório, sozinhos. Estavam fazendo o último relatório de Venenos e Antídotos quando, de repente, o ruivo largou sua pena bruscamente sobre o pergaminho, fazendo com que um pouco da tinta, ainda fresca, borrasse.


- Ei...parem já o que estão fazendo. – pediu ele, após respirar fundo, como quem toma uma decisão extremamente importante.


- O que há agora? – indagou Isabella, que estava molhando a ponta de sua pena, verde-musgo, no tinteiro com tinta preta.


- Eu estive pensando em uma coisa. Aliás, eu e o Harry...mas colocamos a idéia de lado...


- E eu te dei ótimas razões para colocar essa idéia de lado. Rony, já conversamos sobre isso. Elas não vão topar. – interrompeu Harry, lançando um olhar um tanto quanto zangado para o amigo.


- Topar o que? – perguntou Hermione, olhando do marido para o amigo.


- Rony, cala essa sua boca. – resmungou o moreno.


- Não. – disse Isabella, encarando o namorado meio desconfiada e então voltou sua atenção para o ruivo. – Rony, fala. – pediu ela, curiosa.


- Somos o Quarteto Fantástico, certo? Como...Os Marotos, não é?


- Onde você está querendo chegar? – perguntou a mulher de cabelo castanho, olhando-o com desconfiança, como se já até pressentisse o que estava preste a escutar.


Harry encolheu-se na cadeira. Havia conversado com o amigo sobre aquele assunto após tomarem algumas doses de uísque de fogo. Não achou que ele o levaria a sério, mas pelo visto, se enganara. Além de ter certeza de que Isabella e Mione não aceitariam fazer parte daquilo...


- E como os Marotos...achamos que poderíamos explorar mais a fundo o castelo e fazer o Mapa Fantástico. – disse Rony, super animado e eufórico, tanto que seus olhos até cintilavam.


Isabella e Hermione entreolharam-se, como que se falassem através do olhar. As duas eram especialistas naquilo, como toda mulher é, e aqueles rapazes não compreenderiam aquilo jamais, como todo homem. Decididamente, era preciso um manual para entender as mulheres, pois elas mudam freqüentemente. Fazem e falam coisas que surpreendem...e nem Harry e nem Rony, duvidavam mais daquilo, principalmente depois do que ouviram:


- Bem, acho que não há nada demais nisso. Podemos tentar. – disse Isabella calmamente.


- Até aí tudo bem, meninas? – perguntou o ruivo, sem parar de sorrir.


- Como assim? “Até aqui”? – indagou Hermione, ainda mais desconfiada agora.


- Porque...tem a parte de animagos clandestinos... – respondeu Rony tentando manter seu sorriso e sua firmeza, buscando no amigo apoio, mas não o recebeu.


- A-HA! Eu sabia! Eu sabia! Sabia que ia acabar chegando aí! – exclamou Mione, completamente perplexa.


- Vocês não gostaram da idéia? – Rony estava ligeiramente desapontado.


- É claro que elas não gostaram da idéia, seu cabeça dura cheia de titica de coruja... – resmungou Harry, escrevendo febrilmente, quase enfiando a cara no pergaminho para poder sumir dali.


- Estaríamos quebrando...passando por cima de um mundaréu de leis! – exclamou Hermione.


Isabella, que até então estivera em silêncio, refletindo e pensando bastante, analisando com cuidado aquela “idéia”, abriu um daqueles sorrisos enigmáticos que fazem as pessoas se perguntarem o motivo que a fazia sorrir daquela maneira.


- Sabe...até que não é uma má idéia. – começou ela, bem calma.


- O que...não? – indagou Harry, erguendo a cabeça, completamente confuso e olhando a namorada.


- Não...


- Mas é claro que não é uma má idéia! É brilhante! – exclamou Rony, contente e aliviado por estar recebendo afinal algum apoio.


- Sim, Rony, é genial. – concordou Isabella.


- Isa...o que...mas...


- Mione, essa é a chave do sucesso em nossa carreira! Identidades secretas...faremos toda a diferença do mundo no trabalho! – vibrou a jovem.


- Eu não tinha visto por este lado...mas é ainda melhor. – comentou Rony, rindo divertido.


- Desse ponto de vista, é uma ótima idéia. – disse Harry, abrindo um sorriso agora e largando a sua pena também.


Isabella endireitou-se na cadeira e fitou a amiga com atenção, olhando-a nos olhos, de uma forma profunda e serena.


- Hermione, pense em como isso pode beneficiar, não apenas a nós, mas também, e principalmente, as pessoas que pretendemos ajudar e salvar. É por elas...


A garota respirou fundo. Sim, fora uma boa cartada, um ótimo argumento na verdade, tanto que concordou com aquilo e aceitou a proposta que Rony fizera.


Os quatro voltaram suas atenções para o relatório de Venenos e Antídotos, para que pudessem acabá-lo mais rápido e, quando finalmente terminaram, foram cuidar dos pormenores do plano deles. Concordaram que iriam explorar o castelo e criar o Mapa Fantástico em primeiro lugar, para que, dessa forma, pudessem encontrar um lugar onde conseguiriam praticar animagia sem serem descobertos.


E eles encontraram...Haviam se passado muitas semanas, seis, exatamente, para conseguirem explorar a Academia por inteira. Harry e Rony cuidaram da parte dos desenhos. Fizeram uma planta completa e autêntica do castelo. Já Isabella e Hermione ficaram com a parte dos feitiços. Não que tenha sido difícil, mas compreender os feitiços do Mapa do Maroto não foi nenhuma tarefa simples.


Flashback


- Isa…tente você. – resmungou Hermione, entregando o Mapa do Maroto para a amiga, bastante mal-humorada.


A jovem segurou-se para não rir, então apanhou sua varinha e encostou a ponta da mesma no pergaminho amarelado e velho.


- Aos senhores Aluado, Rabicho, Almofadinhas e Pontas, desejo que revelem os feitiços que compõem o Mapa do Maroto. – disse Isabella com um tom de voz brincalhão.


A moça se pôs a ler com atenção a mensagem que surgiu em tinta negra. Sorriu animada e entregou o mapa para a amiga.


- Estão aí. Os dois feitiços que eles criaram.


Hermione analisou os feitiços com cuidado.


- Mas...Isa...não estão completos. Digo, eles deram algumas informações mas, não tudo. – comentou ela.


- Não. Eu suponho que seja um teste. Querem ver se somos capazes de fazê-los. – disse a jovem, deitando-se na cama.


- Vamos mostrar pra eles do que somos capazes. – brincou Hermione.


Flashback



As duas ficaram exatamente quatro dias testando os feitiços e, quando conseguiram, receberam parabéns dos Marotos e elogios e mimos de Harry e Rony.


Na noite do dia 28 de outubro, uma sexta-feira, os quatro estavam no jardim do castelo. Estava muito frio, ainda que não estivesse nevando...ali nunca nevava. Queriam ficar sozinhos já que precisavam cuidar de um assunto que exigia sigilo absoluto.


- Rony, quer fazer o favor de guardar o mapa? – resmungou Hermione, que tinha as bochechas rosadas devido ao vento gelado que tocava sua pele como dedos invisíveis de um dementador.


- Mas está perfeito! – exclamou o rapaz, animado, fazendo fumaça sair da boca.


- Eu e Mione faremos alguns ajustes nele depois. – comentou Isabella com o seu costumeiro sorriso enigmático nos lábios avermelhados.


- Que ajustes? –perguntou Harry enquanto a abraçava por trás e apoiava o queixo no ombro direito da namorada.


- Vocês vão ver depois. Agora precisamos nos concentrar nas aulas de animagia. – disse Hermione, que estava sentada no colo do marido, que, por sua vez, estava sentado em um banco.


- Está decidido então? Será na Sala Perdida? – perguntou o ruivo.


- Provavelmente, mas acho que devíamos observá-la por algum tempo. Talvez mais pessoas saibam da localização dela. Talvez o Nicholas esteja errado...mais pessoas podem saber que ela existe. – sugeriu Hermione.


- Vamos observar por uma semana, enquanto isso podemos concluir nossas pesquisas sobre animagia. – disse Isabella.


- Mas vocês não disseram que já haviam descoberto a forma para nos tornarmos animagos? – indagou Harry, sem entender.


As duas mulheres trocaram olhares significantes e sorriram, como quem esconde um segredo muito importante.


- Digamos que estamos dando um passo no mundo da animagia que nenhum bruxo já deu. – disse Isabella misteriosamente.


- Ai Merlim...estou com medo agora. – brincou Rony.


- Tudo bem. Confiamos em vocês duas. – disse Harry.


- Ótimo! Começamos no dia 5 de novembro então. Vamos, Isa, precisamos terminar a pesquisa. – disse Hermione, tirando das mãos de Rony o Mapa Fantástico. – E precisamos fazer o último ajuste nisto.


As duas voltaram para o castelo e trancaram-se em uma sala de aula que era pouco utilizada. Era lá que guardavam o material da pesquisa e onde testavam alguns feitiços.


- Mione, acha que o feitiço vai dar certo? Quero dizer, o criamos hoje de manhã...


- Mas é claro que vai dar certo. – resmungou ela, meio tensa.


O feitiço servia para que, quando o mapa estivesse aberto e alguém tocasse com a ponta da varinha e um nome que havia ali, conseguiriam ouvir o que a pessoa estava falando. E, como Hermione dissera, o feitiço deu certo. Quando testaram, ficaram ouvindo a conversa de Harry e Rony.


- Ah cara, aposto que a Isa vai adorar. Desencana. Eu te apoio. – dizia Rony, entusiasmado.


- Certo. Só espero que ela não me entenda mal...Sei lá... – respondeu Harry, que, pelo visto, estava sem graça.


Isabella e Hermione guardaram o mapa.


- O que será que o Harry não quer que eu interprete mal? – perguntou Isabella, curiosa.


- E eu é que sei? – indagou a outra, dando mais uma olhada no mapa. – A Sala Perdida está vazia...


- Que bom, não?


As duas lembravam-se perfeitamente da noite em que elas, juntamente com Harry e Rony estavam explorando o castelo e, por acaso, ou talvez porque a própria sala os atraiu, encontraram a Sala Perdida.


Flashback


Passavam das onze horas da noite quando o Quarteto Fantástico estava explorando a Academia mais afundo. Todos andando no mais absoluto silêncio pelos corredores desertos das masmorras. Em fila indiana, Harry ia na frente, seguido por Isabella e Hermione, com Rony fechando o cortejo. Com a varinha em punho, usando lumus para iluminar o caminho, olhava com atenção e certa curiosidade para as paredes cobertas de quadros com molduras de madeira banhada a ouro.


Estava tudo normal, porém, um quadro chamou-lhe a atenção. Era negro e repleto de estrelas cadentes. Estreitou os olhos para observar melhor, chegando até a parar de andar. Olhando com atenção, podia ver...as estrelas estavam se movendo.


- Esse é o quadro mais estranho que eu já vi. – comentou ele num sussurro, parando diante do quadro.


Isabella e Hermione pararam também, deixando o rapaz no meio delas e Rony atrás, já que era o mais alto e conseguia enxergar por cima da cabeça da esposa. Todos os quatro pareciam estar enfeitiçados pelo quadro.


- Com certeza...Esses flocos de neve caindo como se fossem de verdade... – disse Isabella.


- Onde você está vendo flocos de neve? É um campo ensolarado cheio de flores que se mexem com o vento. – sussurrou Rony.


- Suponho que cada um veja algo então. Por que não vejo neve e nem campo. É um oceano...os peixes estão se movendo. – disse a outra mulher.


Harry abriu a boca para falar, mas mudou de idéia, preferindo ficar em silêncio, pois o quadro, que tinha quase dois metros de altura e o mesmo de largura, começou a mudar. Ficou azul-gelo, com vários ricos angelicais e, aquilo, os quatro podiam ver igualmente. Olhavam fixamente para o quadro, como se ele estivesse vivo e estivesse mantendo um contato visual com eles e não o contrário.


Lentamente, Isabella ergueu a mão. Antes que alguém pedisse para ela não tocar, ela o fez e, como se fosse a mão de um fantasma, conseguiu atravessar o quadro.


- Isa, tira a mão daí, já! – exclamou Harry.


- Claro que não, vamos... – chamou ela, atravessando a tela.


- Não...Isa...Ah Merlim...


Harry fechou os olhos e atravessou também. Quando tornou a abrir os olhos, estes ficaram marejados com o que vislumbraram. Era uma sala muito grande e luxuosa nos móveis que ficavam no centro. Havia mesas, cadeiras, dois sofás e poltronas. Mas não era aquilo o que o emocionou. O teto era o espaço, cheio de estrelas cadentes, planetas e luas. Na parede logo a frente era um campo com montanhas ao fundo, luzes coloridas tocavam os picos das montanhas, lembrando que já estava de noite naquele cenário. Na parede direita, uma floresta cheia de árvores cobertas de neve, assim como o chão. E, por fim, na parede esquerda, um recife, cheio de corais e peixes.


- Nossa... – murmurou Rony, de olhos arregalados.


- Que lugar...É perfeito... – comentou Harry.


- É a Sala Perdida que Nicholas falou! – exclamou Hermione, ao se aproximar da mesa e ler as inscrições gravadas na madeira. – “Apenas os merecedores lerão isto. Bem-vindos à Sala da Magia. Bruxos notáveis aqui passarão e coisas extraordinárias eles farão. Façam bom uso.”


Os quatro entreolharam-se, realmente impressionados.


- Acham que...mais pessoas vêm aqui? – perguntou Isabella quebrando o silêncio.


- Acho que não...mas de qualquer forma, é perfeita para as aulas de animagia. – respondeu Hermione.


Naquela altura, Rony já havia se distanciado dos amigos. Estava parado diante da parede na qual havia a imagem do campo. Respirou fundo, tentando se conter. Mas ali, tão perto...Podia ouvir o som suave do vento. Ergueu a mão e, quando foi tocar a parede, notou que a paisagem era real. Não havia nada que o impedisse de pisar na grama verde e caminhar por ali. E, sem medo algum, começou a caminhar pelo campo, sendo logo seguido pelos outros três.


- Caramba...imaginem de Dumbledore pudesse ter uma sala dessa...Um cérebro como o dele...o que não sairia dali? – brincou Harry.


- Ok...Mas nós estamos aqui...porque a sala nos julga merecedores. Vamos usufruir dela, como os outros fizeram. – disse Hermione com firmeza e um brilho no olhar.


Flashback



- Mione...?


- O que foi, Isa?


- Naquele dia...quando encontramos a Sala...foi lá que surgiu a idéia da animagia mais avançada, não foi? – indagou Isabella, observando a amiga com atenção.


- Sim, foi. – respondeu ela com simplicidade e um sorriso nos lábios.


- Foi o que pensei.


Ambas riram levemente e voltaram suas atenções para a pesquisa que precisavam concluir.


-*-*-*-


Era domingo...dia 30 de outubro...Dez e meia da noite...


Harry, Rony, Hermione e Isabella estavam na Sala Fantástica, o local, escolhido por eles, onde realizariam as aulas de animagia. Os dois rapazes estavam muitíssimos ansiosos. O que aquelas mocinhas andavam aprontando quando sumiam para fazer a tal pesquisa? Elas estavam com aqueles “malditos” olhares misteriosos e sorrisos enigmáticos, que os deixavam ainda mais curiosos do que já estavam.


- Bem, eu e a Mione estivemos pesquisando e achamos que conseguimos um método mais eficiente para nos tornarmos animagos. Vejam bem, não é eficaz, pois a velocidade como faremos isso é considerável e teremos uma vantagem...algo que nenhum bruxo ainda tenha feito, ao menos, se o fez, nunca foi revelado...Poderemos nos transformar em criaturas mágicas ao invés de simples animais. – contou Isabella, sorrindo super animada.


- Já disse que são as piradas mais geniais que eu conheço? – brincou Rony. – É fantástico!


- É, mas...o que quer dizer com “achamos que conseguimos”? – indagou Harry, um pouco preocupado.


- Não testamos ainda. Seremos as cobaias. – respondeu Hermione com simplicidade, ainda que, transmitindo total confiança na teoria que criou, juntamente com a amiga.


- O que? Mas, e se der errado? – exclamou o moreno de óculos, de olhos ligeiramente esbugalhados.


- Harry, nossa teoria tem tudo para dar certo. – respondeu Isabella pacientemente, com uma expressão serena na face de traços finos e delicados.


- Qual é Harry? Por quê isso agora? Eu confio nessas duas...Confio minha vida à elas. E você? – perguntou o ruivo, sério, ainda que sorrisse.


- Também, é claro. – respondeu ele rapidamente, sendo sincero.


- Então, pronto. Meninas, mãos à obra. – disse o outro rapaz, rindo divertido.


Os quatro acomodaram-se na mesa. Isabella abriu sua mochila e, de dentro dela, tirou muitas folhas de pergaminho e as dispôs na mesa. Eram anotações de tudo aquilo que deveriam fazer. Era perfeito. Uma teoria brilhante elaborada por duas mulheres geniais: Isabella Lestrange e Hermione Weasley.


- Primeiro teremos que preparar nossos organismos com a Poção Animalys. Isso qualquer animago deve fazer, mas, tem um “pequeno” porém aí. – dizia Hermione, enquanto mostrava a lista de ingredientes que eram usados na tal poção. – Acrescentaremos uma substância a mais na poção.


- Que substância? – perguntou Rony, passando os olhos pelo modo de preparo da poção.


- 5 gotas da Poção Dom Animalesco. Eu e a Mione a descobrimos em um livro da biblioteca...bem velho, mas isso não vem ao caso. Essa poção permite com que o bruxo que ingeri-la adquira os poderes da criatura mágica que ele escolher. Essa poção leva duas semanas para ficar pronta enquanto que a Animalys leva sete meses.


- Tudo isso, Isa?! – exclamou Harry.


- Tudo isso. – respondeu a jovem, sorrindo docemente.


- Depois disso vem a prática do feitiço Animalys. Primeiro com a varinha e o pronunciando, depois sem verbalizá-lo e por último sem a varinha. Calculamos que para nos transformarmos sem a varinha perfeitamente vai levar por volta de três meses. – concluiu Hermione.


- Ok, gente. É a hora da verdade. Todos aqui concordamos em prosseguir com isto, certo? – perguntou Harry, olhando um por um.


Os três concordaram com a cabeça, todos sérios.


- Vamos então. Temos duas poções para preparar. – disse o rapaz, sorrindo.


Os três riram divertidos. Estavam criando suas armas particulares para enfrentarem as Trevas. Iriam se prepararem, para surpreenderem Voldemort...acabar com seus planos e destruí-lo definitivamente, incluindo todos os seus seguidores.


- Iremos fazer tudo juntos, ok? Vamos começar primeiro a preparar a Poção Animalys. Levam exatamente nove dias para que todos os ingredientes sejam adicionados, com exceção da outra poção, é claro, que será acrescentada antes de bebermos. Depois nos revezaremos para verificar a poção e mexê-la nessa ordem. – disse Hermione, colocando diante de Harry e Rony o cronograma com o horário em que a poção deveria ser mexida e a maneira como os movimentos deviam ser executados.


Os rapazes notaram que ela deveria se mexida apenas uma vez por dia, durante quinze minutos, com os movimentos que constavam nas anotações.


- Quando nos acostumarmos e nos adaptarmos a esse “compromisso”, daremos início à Poção Dom Animalesco. Ela é bem mais fácil de ser preparada, se a compararmos com a nossa primeira poção, a Animalys. – comentou Isabella.


- E quanto à teoria? – perguntou Rony.


- Ela é bem simples. Se parar para comparar os ingredientes das duas poções e fazer uma relação de todos eles...


- Esta aqui. – sussurrou Hermione mostrando aos rapazes três folhas de pergaminho na qual continham a relação dos ingredientes que a amiga acabara de citar.


- ...vão notar que tratam-se de substâncias similares e que cujas moléculas são muito frágeis, facilitando na união de todas as substâncias sem maiores problemas. Da mesma forma com que vão se unir ao organismo de cada um de nós. – explicou Isabella.


- Temos uma dupla de gênios aqui. – comentou Harry, enquanto acariciava a coxa da namorada discretamente por baixo da mesa.


- Obrigada, Harry. – disse Hermione sorrindo. – Neste pergaminho aqui há uma lista das criaturas mágicas que achamos que podem ser muito úteis, por assim dizer.


- Já até sei o que Harry vai escolher: um Rabo Córneo-Húngaro. – brincou Rony.


- Cala a boca, Rony. – disse o rapaz de óculos, rindo.


- Eu e Hermione já escolhemos os nossos. – aviso Isabella. – Eu optei por uma fênix e a Mione por um unicórnio.


- Rony ficaria ótimo de pufoso. – brincou Harry.


O ruivo corou até as pontas das orelhas, enquanto que os outros três caiam na gargalhada.


- Me dê essa lista. – resmungou ele.


após uma boa e demorada lida, ele entregou o pergaminho para o amigo, enquanto anunciava o animal escolhido:


- Cavalo alado para mim está ótimo.


Depois, fora a vez de Harry escolher. Leu e releu a lista com muita atenção, vendo os pontos fortes e fracos das criaturas mágicas que ali constavam, acabando por optar por um grifo. Escolhas feitas, Isabella começou a fazer uma anotação na folha da Poção Dom Animalesco.


- Pena de fênix, pó de chifre de unicórnio, crina de cavalo alado e pena de grifo. – concluiu ela. – Podemos conseguir isto com facilidade em Thriümy.


- Temos todos os ingredientes da Animalys, tirando a Dom Animalesco. Podemos começar a prepará-la agora mesmo. – disse Hermione enquanto começava a abrir uma caixa de papelão que levara consigo. – Finite Incatatem!


A caixa voltara a ter o peso e o tamanho original. Dentro dela havia um caldeirão, uma balança de latão, instrumentos indispensáveis para o preparo de qualquer poção e alguns frascos de vidro que guardavam os ingredientes. Os quatro, juntos, começaram a preparar a poção, assim que Isabella dividiu as tarefas. Não faziam brincadeiras e mal falavam. Estavam extremamente concentrados no que estavam fazendo...nada poderia sair errado ali...


-*-*-*-


Novembro já havia chegado quando o clima esfriou ainda mais na ilha. A temperatura caíra para 10°C. Tudo bem que a maioria ali já enfrentara invernos bem mais rigorosos, mas era um frio considerável, portanto, abusavam dos agasalhos e as elegantes roupas de frio.


Uma pessoa que estava sempre deslumbrante era Isabella, aquilo ninguém podia negar. Era extremamente chique, fina e atraente. As roupas da estação a deixavam ainda mais charmosa. Mas tinha uma pessoa em especial que estava odiando aquilo...Harry achava que tanta roupa escondia o corpo escultural que ela possuía. E deixou aquilo muito claro quando a levou para a cidade mágica...


O casal estava em um dos quartos da Barracuda’s Hospedaria. Era uma espécie de hotel para aqueles que queriam fugir um pouco da tensão da Academia de Aurores e descansar um pouco. Porém, muitos casais, preferiam utilizá-lo como um motel, mas é claro que o casal em questão não estava ali com tal intenção...


- É bonito aqui. – comentava Isabella, que caminhava pelo quarto calmamente, ligeiramente interessada na decoração.


- É...eu também achei. – disse Harry, indo até ela e a abraçando por trás.


Os dois ficaram em silêncio, observando a cama. Agora, que chegara a hora “H”, o rapaz estava bastante sem jeito, por ser inexperiente. Tremendo, começou a abaixar o zíper da jaqueta que a namorada vestia, até que conseguiu livrar-se da peça, deixando-a cair no chão. É claro que a tremedeira dele não passara por despercebido.


- Acho que não gostou da minha jaqueta. – comentou ela, sorrindo, para descontai-lo.


- Prefiro você sem ela. – sussurrou Harry, virando-a para si.


Isabella ficou massageando os ombros dele, para acalmá-lo. Olhava-o nos olhos intensamente. Ela desejava aquilo. Estava sentindo falta de ter alguém que unisse o corpo com o dela. E esse alguém tinha que ser Harry. Há algumas semanas seus desejos estavam ficando cada vez mais difíceis de se esconder. Queria que ele se sentisse a vontade com ela.


- Ei...não precisa ficar nervoso... – disse ela com uma expressão serena no rosto perfeito que ela possuía.


- É a minha primeira vez...


- Não fique pensando dessa forma...Estou muito feliz por ser a primeira... – murmurou a moça, abraçando-o, colando o corpo no do namorado e iniciando um beijo, que foi ficando cada vez mais ardente.


Coube à Harry se entregar ao beijo de Isabella. Sentir o corpo dela...mas aquelas malditas roupas...Queria livrar-se delas imediatamente. Soltou-a, mas sem interromper o beijo, e foi tirando sua jaqueta, que, assim com a da mulher, foi parar no chão. Pararam de se beijar, ambos agora queriam se ver livres das vestes, para que assim pudessem sentir melhor o corpo um do outro. Sendo assim, não demorou muito e logo já havia peças de roupas, até íntimas, espalhadas no chão.


A jovem estava parada, olhando-o nos olhos, até que ele desviou o olhar e passou a observar seu corpo. Estava admirando-o, ela podia perceber pela expressão dele. Os bicos dos seios ficaram rijos e muitíssimos convidativos. Tanto que o rapaz não se demorou e passou a acariciá-los. Ela soltou um gemido baixinho, pois estava sensível até mesmo aos toques. As mãos delicadas deslizaram pelo peito de Harry, arranhou levemente a barriga bem definida dele até chegar no membro, que já estava completamente ereto.


Agora, quem havia deixado escapar um gemido havia sido Harry, pois a namorada começara a masturbá-lo. Ela sabia bem o que estava fazendo, pois ondas de prazer invadiam o corpo dele. Conseguiu se controlar, pois só com aquilo quase ejaculou. Mas parecia que a jovem estava querendo que aquilo acontecesse, já que começou a se empenhar ainda mais...Havia sentado na beira da cama e começara a masturbá-lo com a boca.


As sensações que ele sentia eram inéditas, completamente novas e muito, muito mais prazerosas. Os lábios avermelhados de Isabella envolvendo seu pênis, a ponta da língua passando levemente por toda sua extensão, os dentes arranhando-o com suavidade...Decididamente ele não conseguia mais se segurar. E não deixou de notar que seus gemidos haviam deixado a namorada bem “animadinha”.


- Ai Isa... – murmurou, um pouco rouco, enquanto a fazia deitar-se na cama e, em seguida, encaixava-se entre as pernas dela.


Mais uma vez se entregaram a um beijo, mas muito mais intenso e ardente que o anterior. Harry percebeu que a jovem estava demasiadamente excitada, pois não conseguia se conter, estava sempre fazendo questão de roçar as coxas nas deles, arqueava um pouco as costas, para encostar os seios em seu peito. E ele estava adorando tudo aquilo. Era como se ela estivesse pedindo por prazer. Assim sendo, ele não se demorou para atender seu pedido, ainda que não soubesse a forma correta de se fazer aquilo, mas não se importava, estava seguindo o seu instinto. Era seu corpo quem estava no controle.


O rapaz foi parando de beijar a namorada, deslizando seus lábios até o pescoço. Ali sabia que era um dos “pontos” de Isabella. Foi descendo devagar, bem lentamente, até o colo. Deu uma atenção especial aos seios dela. Foi um sacrifício para ele ter que descer e deixá-los. Mas aquele corpo escultural, que lhe pertencia agora, não deixava a desejar. A melhor parte foi quando começou a retribuir o que ela lhe fizera, mas começou logo com a boca. Suas mãos agarravam as coxas dela de forma provocante. A forma como ela se contorcia agora era demais. Seus gemidos instigavam-no a continuar. Havia perdido as contas dos orgasmos dela. E era ele quem estava fazendo com que ela sentisse aquele prazer todo.


Harry, que já estava mais uma vez com o membro rígido, completamente ereto, foi fazendo o caminho de volta até os lábios de Isabella, que ainda não conseguira largar o lençol da cama. Aconchegou-se entre as pernas que tanto amava e, olhando-a intensamente nos olhos, começou a penetrá-la lentamente, querendo que ela sentisse tudo. E aquela sensação é que quase o enlouquecera de prazer. Era fantástico. Extremamente delicioso. E foi ficando cada vez melhor, devido as estocadas.


O rapaz apoiou-se nos braços. Daquela forma conseguia fazer movimentos mais ágeis com o quadril. Fazer amor com Isabella no sonho foi muito bom, mas agora, de verdade, era mil vezes melhor. Então, tudo em sua mente sumira. Havia ejaculado pela segunda vez, mas agora, dentro dela. Ambos tremiam um pouco agora, mas não deixavam de sorrir. Harry beijou apaixonadamente os lábios da namorada e então deitou-se sobre ela. Com os carinhos que ela fazia em sua nuca e em seu cabelo, acabou adormecendo, mas sem antes sussurrar:


- Eu te amo...Isa...


Conseguiu ouvir um “Eu também te amo, Harry” e com aquilo, dormiu tranqüilamente.


-*-*-*-


As semanas começaram a se passar e, assim que dezembro chegou, o castelo ganhou uma decoração natalina. Não era tão bonita quanto a de Hogwarts, era mais simples, apenas para não passar em branco. Thriümy é que não poupara gastos com a decoração de Natal. Cheia de luzes coloridas, visgos nas portas das lojas, árvores de natal e muitas outras coisas. Estava linda, ainda que faltasse a neve.


Os futuros aurores tiveram duas semanas de folga, livres das aulas, mas foram atormentados pelos diversos deveres passados pelos professores, que exigiram receber as tarefas prontas na primeira semana de janeiro.


- Eles com esse papo de folga...É tudo lorota! Bando de caluniadores! – exclamava Rony, perplexo, quando deparou-se com a enorme quantidade de deveres que tinha que fazer.


Aqueles deveres realmente tomaram um bom tempo deles, ainda que Harry e Isabella começaram a passar todas as noites há hospedaria da vila mágica da ilha. Precisavam “descansar”, se livrar da tensão dos deveres. Eles sempre alegavam aquilo e trocavam olhares marotos.


Contudo, os dias foram se passando. Parecia que alguém muito endiabrado estava apressando as areias da ampulheta a caírem mais depressa. Quando deram por si, já estavam no fim de maio. A Poção Animalys estava quase pronta. O Quarteto Fantástico deu início a Poção Dom Animalesco, que ficou pronta na segunda semana de junho. E foi na semana seguinte que eles se reuniram, às onze da noite de quinta-feira, na Sala Fantástica.


- Bem gente...está pronta... – disse Isabella enquanto colocava na mesa quatro copos de vidro contendo um líquido laranja dentro.


Hermione veio com quatro frascos que parecia conter água do mar. Ela fitou os amigos, sorrindo animada. Abriu um frasco e despejou cinco gostas em um dos copos. As poções de fundiram e a coloração ficou azul anil.


- Essa é a sua poção, Harry. – disse ela, entregando o copo para o amigo.


Isabella abriu um outro frasco e despejou no copo. Outra fusão e a coloração da poção ficou branquíssima.


- Essa é a sua, Mione.


- Deixe aqui, Isa. Obrigada.


Naquele momento a garota estava despejando cinco gotas da Poção Dom Animalesco no terceiro copo. Após a fusão das poções, a cor tornou-se azul bebê. A mulher entregou o copo para o marido e logo se pôs a fazer a última fusão. A coloração da poção que continha no último copo ficou azul-gelo. Entregou o copo para a amiga e logo apanhou o seu.


- Todos juntos. Um. Dois. Três. – disse Rony.


Os quatro viraram suas poções goela abaixo. Era uma sensação diferente, como se estivesse flutuando, ainda que tivessem deixado o chão. Tal sensação durou vinte minutos. Se fosse a Poção Animalys normal, teria durado dez, mas...como não era, Isabella e Hermione haviam concluído que deveria durar mais tempo, devido às substâncias mágicas que colocaram.


Naquela noite, seus organismos já estavam preparados. Já podiam começar a praticar o feitiço Animalys para poderem se transformar em animagos. Porém, como eles não tiveram muito tempo no final do mês por causa dos exames, conseguiram começar a praticar somente em julho. A transfiguração nunca eram completa. Penas surgiam no corpo de Harry e no de Isabella também. Os cabelos de Rony ficaram brancos e compridos, como uma crina e em Hermione nascera um chifre de unicórnio.


Três meses passaram, já estavam em setembro. Na última semana do mês. Era a última aula de animagia. Era a hora da verdade. Iriam se transformar em animagos com perfeição, sem a varinha. O Quarteto estava mais uma vez na sala secreta. Todos um pouco apreensivos. Encontravam caminhando pelo cenário do campo com montanhas ao fundo. A luz da lua iluminava-os, assim como as luzes coloridas que lembrava auroras boreais e tocava os picos das montanhas. Estavam prontos para realizar uma façanha incrível.


- Chegou a hora...Nossa teoria será posta a prova agora. – disse Isabella, um pouco nervosa.


- Serei o primeiro. Se der alguma coisa errada...Bem, eu conto com vocês para me levarem à Ala Hospitalar o mais rápido possível. – disse Harry, entregando sua varinha para a namorada.


- Pode deixar, cara. – disse Rony, encorajando-o.


- Eu confio em vocês. Vai dar tudo certo. – sussurrou o moreno de óculos, olhando nos olhos de Isabella.


- Eu te amo. – murmurou ela com um sorriso carismático nos lábios.


Harry fechou os olhos, se concentrando. Estava tudo silencioso ao seu redor, o que ele achou muito conveniente. Respirou fundo. “Animalys!” pensou com toda sua força de vontade. Algo semelhante a uma rajada de vento fresco atingi-lo com suavidade no rosto. Sentia seu corpo sofrer uma mutação, mas sem dor alguma. No começo era meio estranho, mas nada de tão insuportável.


Quando tornou a abrir os olhos, via os amigos mais de cima. Harry havia se transformado em um grifo marrom, com dois metros de altura, medindo da pata até a cabeça, e com um porte forte.


- Uau Harry! – exclamou Rony, de olhos arregalados, o medindo de cima a baixo.


Harry tentou falar, mas conseguiu apenas grunhir. Ele raciocinava perfeitamente, entendia o que os três ao seu redor falavam, sem problema nenhum. Seus sentidos estavam bem aguçados. Abriu suas asas e fitou-as com curiosidade. Era fantástico! E, com maestria, levantou vôo.


O grifo pousou novamente alguns instantes depois. “Finite Incantatem!”, bradou Harry mentalmente e logo voltou ao normal. Lembrando que nada de roupas rasgadas e ainda estava com os seus óculos.


- Deu certo! – exclamaram Isabella e Hermione juntas, completamente elétricas agora e bem aliviadas.


As duas, saltitando, se abraçaram. Rindo, Harry e Rony as separaram e abraçaram suas respectivas mulheres, tecendo-lhes vários elogios.


- Tudo bem, minha vez. – disse o ruivo enquanto se afastava um pouco dos três.


Assim como o amigo, se concentrou e mentalizou com firmeza o feitiço Animalys. A mesma sensação da rajada de vento...Ao abrir os olhos, já era um belo cavalo alado, todo branco. Voltou a sua forma humana após voar por dois minutos. Em seguida foi a vez de Hermione, que se transformou em um unicórnio autêntico. Eufórica, correu velozmente pelo campo e, ao voltar até onde os amigos estavam, voltou a forma normal. Por último, foi Isabella. Ao se transformar na magnífica fênix branca, voou com uma pose majestosa.


Os quatro deixaram o cenário e retornaram até a sala. Todos falando e vibrando, se gabando de suas transformações. Sentaram-se à mesa e continuaram conversando.


- Ei. Agora só falta uma coisa. – disse Rony com um brilho nos olhos.


- O que? – perguntou sua esposa, meio perplexa, fitando-o como quem diz “Será que nunca está satisfeito?”.


- Nossos apelidos, oras.


Os três sorriram, aliviados. Concordaram em voltar até o cenário do campo para se transformarem um por um para que os outros três pudessem achar algum detalhe de onde tirariam o apelido. Harry foi o primeiro a se transfigurar.


- Hum...olha, tem essa pena rebelde acima do olho...Desse representar a cicatriz essa peninha. – comentou Isabella.


- É isso aí, Isa! Peninha! – exclamou Hermione.


Harry voltou a forma humana, sorrindo. Havia gostado do apelido. Depois foi a vez de Rony. Os três amigos tiveram que observá-lo por mais de cinco minutos.


- Acho que Felpudo...Olha essa crina dele... – disse o moreno de óculos.


A princípio Rony abominou o apelido, mas depois até que o achou simpático. Em seguida, Isabella se transformou. Ficou pousada no ombro do namorado, deixando que apenas os outros dois pudessem observá-la.


- Olha bem os olhos dela, Mione...Azulão né? Parecem safiras. – comentou o ruivo.


Isabella saiu do ombro de Harry e voltou a forma huma.


- Gostei de Safira, Rony. – disse ela, sorrindo.


- É? – indagou ele, surpresa.


- Uhum.


Por último, ficou Hermione. Harry a apelidou de Cascata por causa da crina também, que caía como cascata. Ali estava então o Quarteto Fantástico, formado por Peninha, Felpudo, Safira e Cascata.


- Pronto, espero que não esteja faltando mais nadam Rony. – brincou Harry.


- Não, agora está bom. – disse ele, rindo.


- Vamos indo, então? Amanhã temos aula. – disse o moreno de óculos.


- Vão indo vocês dois. Quero conversar com a Isa. – disse Hermione, calmamente.


Sem entender, um tanto desconfiados, os dois rapazes se despediram e saíram da sala, deixando as duas no cenário do campo. Em silêncio, Isa e Mione foram caminhando rumo as montanhas.


- Acha que podemos ir lá em cima? – perguntou Hermione, fitando o pico da montanha mais alta.


- Claro que sim.


Isabella se transformou em fênix novamente e segurou, com as patas, firmemente na blusa da amiga. Em seguida levantou vôo. Nem parecia que estava carregando alguém. Voava com graciosidade até e não demorou para alcançar o pico da montanha. Deixou Mione no chão e, assim que pousou ao seu lado, voltou a forma humana.


A vista era sensacional. As luzes eram ainda mais belas vistas ali de perto. As duas sentaram-se, lado a lado, no chão rochoso. Olhavam fixamente para as luzes, que refletiam magnificamente nos olhos de ambas. O silêncio que pairava ali entre elas começou a incomodar Isabella, que não conseguiu mais se conter e começou a falar.


- Mione, o que foi? – perguntou ela, confusa.


- Isa, eu venho querendo falar com você há algum tempo...mas nunca consegui. Quase um ano, na verdade... Desde que você e Harry decidiram ficarem juntos. – confessou a moça, encarando bem séria a amiga.


- Ok. Estou ouvindo. – disse a outra, endireitando-se.


- Isa...você esqueceu de verdade o Malfoy? – perguntou Hermione, ainda mais séria do que antes.


- Eu amo o Harry, Mione. – respondeu a mulher prontamente, mas um pouco perplexa com tal pergunta.


- Não foi essa a minha pergunta, Isabella.


- Bom, com a resposta que eu te dei, imaginei que conseguiria tirar a resposta. Se eu disse que amo o Harry, você pode concluir sozinha que eu consegui esquecer o...Malfoy.


- Concluir é fácil demais. Eu queria uma certeza, Isa. Você e o Harry são meus melhores amigos...mas se continuar enganando a si mesma e ao Har...


- Eu não estou enganando ninguém! Mione, eu amo o Harry. Se eu não o amasse, eu não teria levado essa história adiante, mas, como você mesma disse...quase um ano...


As duas jovens não estavam mais sérias, haviam se acalmado por fim. Olhavam-se nos olhos, procurando apoio e a verdade.


- Não faça o Harry sofrer, Isa...Ele já sofreu tanto...E eu sei que você também...


- Mione...


- Por favor, deixe-me falar. Eu vou me sentir muito, muito melhor mesmo se eu conseguir falar. Isa...estou com medo...por você. Medo de que quando voltarmos para Londres e você encontrar o Malfoy você...


- Mione, eu não...


- ...perceba que, no fundo, você nunca o deixou partir de verdade...nunca permitiu que ele saísse de seu coração porque ele foi, é e sempre será o verdadeiro amor da sua vida. O Harry também é, mas não como ele...


- Mione, não tente comparar o amor que eu senti pelo Malfoy com o amor que eu sinto pelo Harry.


- Tudo bem. – disse Hermione, respirando fundo logo em seguida. – Você sabe o que sente melhor do que ninguém.


- Com toda certeza.


- Fico feliz, Isa...


- Eu também, Mione...Eu também...


- Desculpe por qualquer coisa...Se eu te magoei ou te ofendi...sei lá...Não era o que eu queria...


- Sem ressentimentos, Mione. – sussurrou Isabella, sorrindo levemente, acalmando a amiga.


- Certo...Então vamos? Aqueles dois se ficam muito tempo longe da gente podem ficar malucos. – brincou a jovem.


Ambas riram divertidas e não se demoraram mais no local. Em questão de minutos se reuniram novamente com Harry e Rony no dormitório. Os dois falavam animados de suas transfigurações.


- A McGonagall teria um troço se visse eu me transformar daquele jeito tão perfeito. – se gabava Rony.


- Ah, cala a boca, Felpudo. – disse Hermione, rindo.


Os quatro ficaram conversando, mas tiveram que mudar de assunto quando os outros ocupantes do dormitório começaram a entrar para dormirem.


Isabella, quando foi se deitar, agora na nova cama de casal que compartilhava com o namorado, pensou que logo cairia no sono, mas não foi bem assim. A conversa que tivera com Hermione ecoava em sua mente.


“Isa...estou com medo...por você. Medo de que quando voltarmos para Londres e você encontrar o Malfoy você perceba que, no fundo, você nunca o deixou partir de verdade...nunca permitiu que ele saísse de seu coração porque ele foi, é e sempre será o verdadeiro amor da sua vida. O Harry também é, mas não como ele.”


A voz da amiga...ela dizendo aquilo...As palavras não saiam mais da cabeça de Isabella. Fazia tanto tempo que não pensava em Draco...”Por que ela teve que tocar no assunto?!” pensava ela, meio emburrada agora. Virou para o outro lado, não conseguia encarar Harry, não agora que pensava naquele loiro...


“ A Mione está certa até certo ponto...Eu nunca o deixei partir, ele simplesmente saiu do meu coração porque ele quis. Foi um erro dele, não meu. E ele não é mais o amor da minha vida...não é...”








N/A: E ai galeeeeera?? Tio Angel ta de volta... Mil perdões pela demora, mas fatalidades ocorreram e lhes darei uma satisfação. Vocês viram como esse cap foiu grande ne? Então, quando eu estava na metade, meu pc foi formatado, sem eu saber, conclusão: perdi o arquivo. Fiquei muito bravo e fiquei mais de duas semanas sem escrever uma linha se quer...Ai depois me faltou inspiração para a cena de Harry e Isa...sabem, tio Angel sofreu decepções amorosas e não estava no auge de romantismo. Conforme fui me recuperando, fui escrevendo. E aqui está o cap. Espero que tenham gostado...E gente, desculpe mesmo a demora. Prometo que antes do dia das mães eu posto o próximo cap, para compensar a demora desse. Tio Angel ta inspirado de novo \o/
Abraços para o Tiago e o Luís, valeu pelos comentários.
Ale Linda, obrigado pelo coment. Sua fic é demais, sabe que é minha escritora favorita.
Miaka, não precisa pedir desculpa hehehehehehe Obrigaduu pelo “talentoso”. Meu MSN : [email protected] me add lá mocinha.
Pà, minha princesa, adorei o coment. Desculpa por demorar pra postar...
Re...gatinha...o tio Angel te ama muito e espero que me perdoe pela demora...ok? Prometo que não farei mais isso. E quanto sua fic, ainda não tive oportunidade de ler, mas hoje mesmo vou passar lá e comentar. Beijos, te amo.
PS: Gente, atualizarei o blog com novas fotos, entrem lá hein www.sentimentos-inesquecíveis.zip.net

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