Uma noite ''quase'' perfeita
-É hoje!Está é a sua noite, Vítor!-Declarou Poliakoff.Os dois davam os últimos retoques em suas aparências, antes do Baile de Inverno começar.
-Esperro que sim.Focê non sape o custo que foi convidá-la parra o baile.Pensei que non conseguirria...
-Relaxe, Vítor!-Tranqüilizou Poliakoff, penteando a sua franja, em frente ao espelho da cabine.-Hoje, você não escapa.Todo mundo vai descobrir quem você convidou para ser seu par.Aí, meu amigo, vai precisar de muita coragem, para enfrentar o rojão de meninas, na sua cola.
-Eu sei, mas non vou me imporrtar nem um pouco.Agorra, non tenho muita certeza do que vai acontecer com Hermy-on...
-Hermy-on?Então é essa a garota?-Poliakoff deixou o pente de lado, e olhou para o amigo, querendo uma resposta.
-Non é exatamente ecste nome.Mas se querr mesmo conhecê-la tanto, focê fai ficarr feliz em saper, que ela virrá aqui, para irrmos juntos.-Vítor andou até o espelho de corpo inteiro, e se contemplou, de trajes vermelho vinho.Seus cabelos penteados para os lados, mesclavam inteiramente com suas botinas negras e lustrosas.
-Cara!Ela vai vir aqui?!No navio?!-Disse Poliakoff, surpreso.
-Hum, hum.
-Excelente!Vamos ver se ela está do seu nível...
-Eu sei muito pem, que ela é do meu nível, Ian.-Vociferou Vítor.Poliakoff se calou.-Ela é diferrente...especial, nunca vi nenhuma menina igual a ela, em toda a minha vida.Pom...que tal ecstou?-Perguntou para Poliakoff, se virando para o amigo olhá-lo.
-Muito elegante.-Elogiou Poliakoff, com uma certa ironia em sua voz.Vítor passou a sua colônia, nos pelinhos de suas costeletas e no pescoço, então consultou o seu relógio de ouro.
-Minha Nossa!Tenho que esperrá-la lá forra!Nos vemos depois.
-Tchau.-Despediu Poliakoff, vendo Vítor pegar seu casaco de peles e sair da cabine, correndo.
Vítor ainda não acreditava que finalmente, iria sair com uma garota que ele mesmo convidou, como um garoto normal faz.E ainda mais, com a garota mais especial de todas.Aquela que não fazia ponto na biblioteca por causa dele, que não ria feito bobo quando ele passava e que nunca pedira um autógrafo em todas as vezes que se falavam.
-Vítor.-Vítor se virou para o corredor que estava saindo, e da cabine número quinze, saiu Scarlett.Ela estava muito bonita, trajada de vestes carmim e seus cabelos haviam ganhado uma consistência boa; formando cachos ondulados e perfeitos.Ela usava o brinco falso em forma de coração, o objeto da armadilha da sedução de Scarlett.Vítor pensou em sair correndo, de perto dela, então se lembrou de que ela manteve em segredo, o que tinha acontecido entre eles.
-O quê foi?-Perguntou ele, pronto para agir, caso ela tentasse alguma coisa.Mas Scarlett apenas cruzou os braços diante dele.
-Com quem focê fai ao baile?-Vítor sabia que ela ia perguntar isso, pois não falara nem para ela, nem para ninguém com quem iria.E ao notar o castelo, Hermione provavelmente não contou para ninguém também.
-Focê fai saper, logo.-E começou a subir os degraus do corredor, mas Scarlett segurou o seu braço.
-Vítor...focê ainda pode desistirr de irr com ecsta menina que focê está indo!Larrgue ela, e eu larrgo o meu parr.Aí, famos juntos parra o baile!-Vítor não conteve a sua curiosidade.
-Com quem focê fai?
-Com Ianevski Poliakoff.-Respondeu ela, triste.-Mas se focê aceitar irr comigo, eu invento alguma coisa...
-Non.Poliakoff é meu amigo.Mesmo se non fosse, eu non deixarria de irr com o meu parr, parra irr com focê.-Vítor se soltou do aperto da mão de Scarlett, e começou a caminhar rapidamente, para o convés descoberto do navio.A garota não desistiu, o acompanhou.
-Eu non rrevelei parra ninguém o nosso segrredo!-Lembrou Scarlett, os olhos começando a brilharem.-Non é justo!
-Focê non fez nada mais do que deverria terr feito!-Rebateu Vítor, retirando a tampa do alçapão e sentindo o ar gélido da noite de Natal.
-Pois se focê non virr comigo, fou falarr parra todo mundo que focê me agarrou!-Vítor se virou rapidamente para Scarlett.Os seus olhos demonstravam medo.
-Focê no farria icsto. Non serria ton crruel a chegarr a ecste ponto!-Scarlett estava toda manchada no rosto, devido á quantidade de lágrimas que escorriam em seus cílios pintados de prata.
-Pois me teste parra focê verr!Experrimente!-Vítor começou a imaginar todo mundo comentando sobre o que aconteceu com ele e Scarlett.Virou-se para os jardins do castelo, que foram decorado para a ocasião, e viu um vulto aproximando-se ao longe.Não era ela, não podia ser Hermione.Justo agora.E se ela o visse com Scarlett?
Alguma coisa Vítor tinha que fazer.E rápido, pois agora, o rapaz podia ver a mão de Hermione à frente, segurando a sua varinha e derretendo o gelo na sua frente, com vapor.Scarlett ainda não vira Hermione se aproximar, ainda chorava e olhava Vítor com um ar de triunfo.O desespero do campeão era tal, que ele pensou em se atirar no lago, mas de nada adiantaria.Hermione estava muito perto agora.Vítor pôde sentir o cheiro doce de seus cabelos.Ia cometer uma loucura.
-Scarrlett, escuta: eu aparreço na sua cabine, depois do baile.Combinado?-A garota, automaticamente, deu um sorriso, formulando se a hipótese de Vítor era melhor.Para o alívio do rapaz, ela se decidiu rápido.
-Eu podia te obrrigarr a irr lá, de qualquerr jeito... mas como focê se convidou e parra focê ferr que eu non sou ton possessiva, eu concorrdo.Mas se focê non aparrecerr...
-Eu fou aparrecerr!Mas me deixa diverrtir no baile!Porr favorr!-Vítor empurrou Scarlett para as escadas do alçapão, e ela sorriu para ele, muito contente e triunfante.
-Vou te esperrar, meia noite e dez, querro focê na cabine quinze...
-SIM!-Irritou-se Vítor.-Ah!Acabei de me lembrar que Poliakoff que te dar uma coisa.Ele está lá, na nossa cabine.Vá!-Scarlett estudou Vítor, com o rosto manchado, e então sorriu.
-Focê non sape mentirr, Vítor.Pem... vou me maquiarr novamente.-Scarlett fez beicinho para Vítor, e desceu, cantando.
**Hermione estava sentindo muito frio, enqüanto caminhava pela neve densa.A mão que segurava sua varinha estava congelando, e os seus cabelos melavam em sua nuca, pois usara uma boa quantidade de poção capilar, para fazê-los ficarem lisos e brilhantes.
Vítor Krum a estava esperando no final do pranchão.Parecia um pouco nervoso, o que deixou Hermione meio desconfortável quando ficou de frente para ele.
-Oi.
-Oi.
Eles se olharam, depois desviaram o olhar para diferentes direções.Perto do lago, parecia estar muito mais frio do que distante dele.Hermione esfregou os braços com a mão, com muito frio.Por que não trouxera um agasalho?
-Tome.-Disse Vítor, oferecendo o seu casaco de peles cobrindo as suas vestes vermelhas.Hermione o pegou, agradecida e envergonhada, mas ainda sim, tremendo de frio.
-Obrigada.-E eles se olharam por mais uns segundos.
-Focê...um...está muito bonita.-Elogiou Vítor.Hermione pode ver seu hálito gelado se misturar com o ar rarefeito de inverno.
-Obrigada.Você está muito bonito também.-Hermione trocou um sorriso com Vítor, mostrando os seus dentes novos; muito feliz com a mudança.
-Non que subirr?Eu só estou esperrando o Karrkarrof.-Hermione andava curiosa para conhecer o navio, mas não sabia se era uma boa idéia aceitar, agora.
-Bem...se você quiser...
-Enton suba.-Ele deu espaço para ela passar, e depois a acompanhou.
O Navio de Durmstrang estava coberto de gelo.O velame negro estava manchado de branco, o cordame estava completamente congelado, e o chão de madeira escura havia adquirido uma nova camada branca de sustentação, cheia de pegadas.Hermione acompanhou Vítor até uma amurada mais próxima, se sentaram em sua borda, e passaram a contemplar o lago escuro e calmo.Sem ter algum assunto para dizer, Hermione mergulhou em seus pensamentos, e rezou para ter aprendido a dançar valsa corretamente, em um baile, nas suas últimas férias.Como gostaria de estar em seu dormitório, aconchegada em seus cobertores quentinhos e confortáveis.Observando o castelo, a garota avista a sua torre e aponta.
-Aquela torre, é onde eu durmo.
-Sérrio?Qual?
-Aquela que acabou de passar uma coruja.Ali.
-Ah.Engrraçado, eu olho muito aquela torre.-Vítor contemplou a torre que Hermione apontara, como se a quisesse memorizar.De repente, um barulho às suas costas, quebra o silêncio da noite.Era Karkaroff, com as suas vestes habituais e o cacho no cavanhaque.Atrás dele, saiu o restante da delegação.Todos trajados de diferentes tons avermelhados.Hermione pode ver muitos olhares a mirarem, mas não sabia se era de surpresa, de incredulidade, ou de desprezo.O preço de acompanhar Vítor Krum, seria pago em várias parcelas.Esta era a primeira.
-Vítor, meu rapaz!Eu gostaria que você me apresentasse esta linda jovem.-Karkaroff deu um sorriso amarelo para Hermione, mas a garota se preocupou foi com seus olhos frios.
-Ecsta, dirretorr, é Hermy-on Grrangerr.-Já de pé, Hermione fez uma longa reverência, inclinando-se para frente do seu vestido azul.Karkaroff não retribuiu.
-Ora...suponho que seus pais estejam orgulhosos de terem uma filha tão bonita como a senhorita.
-Obrigada.-Hermione estava com a impressão de que não estava agradando ao diretor, nem aos alunos as suas costas.
-Seus pais trabalham no ministério?-Perguntou o diretor.Hermione olhou para Vítor, e este ficou carrancudo, olhando feio para Karkaroff.
-Não...meus pais são...dentistas.-A reação foi como Hermione esperava.Muitos alunos fizeram cara de nojo, mas nada que superasse a amargura das falas de Karkaroff.
-Ah, claro.Dentistas.Trouxas.
-Exatamente.-Afirmou Hermione, querendo sair daquele navio o mais rápido possível.
-Acho que já ecstá na horra, non dirretorr?-Perguntou Vítor, friamente.Karkaroff mirou Hermione por um tempo, então voltou para Vítor, com aquele ar paternal.
-Sim, sim.Vamos todos que eu não quero chegar atrasado.
Hermione foi conduzida por Vítor e caminhavam na frente do resto da delegação e atrás de Karkaroff.A garota estava muito tensa, não sabia qual foi á reação de Vítor ao saber que ela era filha de pais trouxas.Isso poderia acabar com tudo.
Os tripulantes do navio e Hermione, atravessaram os jardins, que foram maravilhosamente enfeitados com fadinhas de verdade e uma grande estátua do trenó do Papai Noel, e cruzaram as portas de carvalho.Elas logo foram abertas para permitirem a entrada.Hermione se viu atraída por muitos olhares assombrados e incrédulos, mas mesmo assim, manteve o seu novo sorriso estampado no rosto para não deixar Vítor mal.
-Campeões aqui, por favor!-Chamou a professora Minerva, que estava vestida de vestes vermelhas.As portas do Salão Principal se abriram, e a aglomeração de estudantes entrou.Os campeões e seus pares estavam se preparando para se arrumarem em um cortejo, para entrarem logo depois que os outros estivessem sentados.Hermione e Vítor ficaram próximos de Harry e Parvati.A garota ficou entusiasmada por ver Harry, pois sabia que ele devia estar mais nervoso que ela.
-Oi, Harry!Oi, Parvati!-Hermione percebeu o choque de Harry e Parvati, aos seus olhos se encontrarem, e nem quis pensar como Rony reagiria.
A profª Minerva os preparou num cortejo, e de dois em dois, entraram no salão com os aplausos os seguindo até a uma mesa redonda, bem no fundo do recinto, onde os juízes estavam acomodados.O salão parecia uma grande caverna de gelo prateado; tão real que Hermione chegou a tremer, e sentiu o braço de Vítor, a apertando mais firme, como se quisesse parar a tremedeira.Quando ela e o rapaz se sentaram, Hermione parecia ter acabado de sentar em um cubo de gelo.Vítor sentou ao seu lado,e Karkaroff fuzilava Hermione com os olhos frios e apertados.Dumbledore porém, sorria para os campeões.
-Ficou muito bonita, a decorraçon, non?-Sussurrou Vítor, no ouvido de Hermione.A garota sentiu um arrepio mais forte no ouvido.
-É, muito bonito mesmo.-Concordou ela, aliviada por saber que a verdade sobre seus pais não produzira o efeito esperado em Vítor.Os dois ficaram se olhando por um tempo, então Hermione resolveu apreciar a mesa em que estavam.Havia um prato de cristal na sua frente, dentro dele, uma cartela, que só poderia ser o menu.
-Costeletas de porco!-Ordenou Dumbledore para o seu prato, claramente.Alguns segundos depois, o seu pedido apareceu em seu prato.
-Non há isso em nosso castelo...-Hermione virou-se para Vítor, distraída, mas o rapaz tratou de fazer concentrá-la nele.-...pom, temos um castelo também, non é ton grrande quanto este, nem ton confortável, acho.-Disse ele, esquecendo completamente do seu menu, enqüanto Hermione já havia pedido o seu pedaço de pernil com molho de cerejas.-Temos só quatro andarres, e as larreirras só são acesas parra finalidades mágicas.Mas a prroprriedade em que ecstá a escola é ainda maior do que esta, emborra no inverrno a gente tenha muito pouca luz solarr, porr isso não aprroveitamos muito os jarrdins.Mas no verrão todo o dia sobrrevoamos os lagos e montanhas...
-Ora, ora, Vítor!-Karkaroff sorriu para o campeão.Hermione prestou atenção em seu pernil.-Não vá contar mais nada, agora, ou a nossa encantadora amiga vai saber exatamente onde nos encontrar!
**Sem graça, Vítor resolve ordenar para seu prato, um grande pedaço de peru assado.
-Igor, tanto segredo... a pessoa poderia até pensar que você não quer visitas...-Vítor ficou feliz que Dumbledore estivesse tomado á atenção de Karkaroff, pois ainda estava sem jeito, por ter se empolgado demais, e descrever sobre Durmstrang, mesmo sabendo que a escola era muito zelada por Karkaroff.
-Então...você e os outros alunos de Durmstrang não estão estudando?-Disse Hermione, não querendo perder o fio da conversa.Vítor ficou feliz com a mudança de assunto.
-Não, eu e os outrros que vierram deixamos os nossos materriais no Instituto.Mas nós já sapemos muita coisa.-Vítor levou um pedaço de peru na sua boca, e assim que engoliu, prosseguiu na conversa.Estava achando muito gostoso, conversar abertamente com Hermione.Nunca sentira isso.
-E focê, estuda muito, Hermy-on?
-Ah, sim.Eu acho muito importante os estudos.Os meus amigos, têm vezes que não vêem isso.
-Por que, Hermy-on?-Vítor pode ver o sorriso de Hermione abrir-se para ele, um sorriso diferente do que ele viu no camarote, um sorriso muito mais bonito.
-Her-mi-o-ne.-Disse ela, claramente.Vítor se esforçou o máximo, por que esses nomes ingleses tinham de ser tão complicados?
-Herm-on-nini.
-Está bastante parecido.-Disse ela, virando o olhar.Com um solavanco no estômago, Vítor a viu sorrir para Harry Potter, junto a eles, na mesa.
Quando todos pareciam satisfeitos e cheios, Dumbledore se levantou e todos o imitaram.Com a varinha, o diretor arrastou as mesas redondas para o canto e conjurou uma plataforma para a banda As Esquisitonas poderem tocar os seus instrumentos musicais.De pé, Vítor ofereceu o braço á Hermione, e juntos com os outros campeões, foram para o centro da pista de dança.As Esquisitonas começaram a tocar uma música tristonha e lenta, então os dois se encararam, mas desta vez, com um olhar diferente.
Vítor não tinha escolha, passou uma mão na cintura de Hermione, e por ser mais alto do que ela, precisou curvar-se mais um pouquinho para ela poder passar a sua mão em seu ombro.A outra mão de Vítor, se uniu a outra de Hermione.Foi a sensação mais agradável e confortante que Vítor já tivera em toda a sua vida.A garota da sua vida estava ali, em seus braços, sendo conduzida, graciosamente por ele, como se estivessem flutuando.Vítor ficou feliz em ver que não era agora, o centro das atenções, pois muitos pares já haviam entrado na pista de dança.
O rapaz se sentia fisgado por aqueles olhos castanhos e penetrantes de que tanto apreciava; deliciosas lufadas do perfume suave de Hermione entravam em suas narinas, dando a Vítor, um anseio cada vez maior de pressionar Hermione contra o seu corpo, para ficarem colados um no outro.
Quando a música parou, mais uma rodada de aplausos invadiu o salão, e logo depois, a banda começara a tocar uma música mais movimentada.Talvez fosse essa a chance de que Vítor precisava.Ele pegou Hermione novamente, só que a fez chegar um pouquinho mais perto de seu corpo.Com o ritmo da música que tocava, era meio difícil mantê-la por perto.Mas mesmo assim, quando chegava á hora de ele segurá-la pela cintura, e levantá-la por uns segundos, sentia o seu coração bater mais forte, com um desejo ardente de seqüestrá-la e levá-la para bem longe dali, onde pudessem ficar todo o tempo juntos e sozinhos.
Vítor ficou espantado por notar que a música acabara de parar.Para ele, não havia nem começado, mas pelo visto, Hermione precisava de um tempinho de descanso.
-Nossa, você não cansa não, Vítor?-Perguntou ela, se abanando com as mãos e sorrindo.
-Pem...-Vítor pensou que se dissesse que ainda não estava nem um pouco cansado, iria causar um certo embaraço entre os dois.-É, estou, se focê quiserr, eu posso pegarr alguma coisa parra agente beberr.
-Eu quero sim, obrigada.-Hermione agradeceu e saiu da pista de dança, enqüanto Vítor foi em direção à uma mesa do canto do salão.
O que serrá que Hermi-o-nini gostarria de beberr?-Pensou Vítor, avaliando os muitos tipos de bebidas, em cima de uma mesa.Era numa dessas, do qual Vítor tinha que se conformar de que ainda não conhecia Hermione do jeito que queria conhecer.Decidiu optar por dois canecos de cerveja amanteigada, uma de suas bebidas favoritas.
Seria meio difícil encontrar Hermione no meio daquela multidão.Vítor tomou cuidado para passar bem discretamente, principalmente quando passou por Scarlett e Poliakoff, dançando.A garota parecia estar longe dali.Depois que Vítor dera uma volta inteira pelo salão, ele achou os dois amigos de Hermione, sentados em uma mesa, junto com uma garota morena.Ela deveria ter passado por ali, por isso, reuniu coragem e foi até a mesa.
-Onde está Hermi-o-nini?-Perguntou Vítor para qualquer um dos dois responderem.O ruivo estava bem emburrado, quando se dirigiu á Vítor.
-Não faço idéia.-Disse ele.-Perdeu ela, foi?-Vítor amarrou a cara.Hermione tinha que arranjar um amigo tão grosseiro igual aquele?
-Pom, se focê a virr, diga que apanhei as bebidas.-E saiu dali, decidido a encontrar Hermione e esquecer a grosseria desnecessária.
Por um acaso, a garota estava sentada em uma mesa bem distante da pista de dança, parecia estar meio chateada com alguma coisa, pois estava de frente para a parede de gelo, segurando um copo de água.Vítor caminhou até ela.
-Focê ecstá pem, Hermi-o-nini?-A garota se assustou e limpou o rosto escondido.Quando se virou para Vítor, estava sorrindo.
-Estou ótima.Acabei de me abastecer, para voltarmos a dançar.Vamos?-Vítor se irradiou de felicidade, sorriu para Hermione, deixou as cervejas amanteigadas e estendeu o seu braço.Ela o pegou, de boa vontade, e voltaram para a pista de dança.
As músicas foram ficando mais agitadas, do que as anteriores.Hermione parecia estar totalmente descontraída, depois da segunda música.Havia momentos que, seguindo o ritmo do som, eles se tocavam, corpo-a-corpo, e em certos momentos, seus rostos ficavam bem próximos.Vítor tinha certeza que Hermione completava-o, de alguma forma, e não queria desgrudar dela mais.Chegou a pensar que ela sentia o mesmo, mas com medo de estar equivocado, concluiu que a hora de confessar os seus sentimentos, por mais óbvios que fossem, não era agora.
Quando deu meia-noite, a banda parou de tocar e recebeu mais aplausos de pessoas que gostariam do prolongamento do Baile de Inverno, inclusive Vítor.Ele e Hermione caminharam até a porta do saguão de entrada, e lá, se viraram uma para o outro.
-Foi muito boa, esta noite, Vítor.-Disse Hermione, parecia sincera.
-Hermi-o-nini eu...-Vítor sentiu um desejo árduo de confessar a Hermione tudo o que sentia por ela, mas quando viu Scarlett passando por ele e mirando Hermione com fúria, se calou.-...foi muito bom parra mim também, Hermi-o-nini.-Hermione estendeu a mão para Vítor apertá-la, mas isso já não fazia mais parte de suas intenções; pegou a mão de Hermione, e delicadamente, a levou até os seus lábios e a beijou, sentindo o cheiro daquele perfume suave que o deixava renovado.Hermione ficou vermelhíssima, mas ainda sim, sorriu.
-Boa noite, Vítor.-Disse ela, assim que Vítor terminou de beijar a sua mão.
-Boa noite, Hermi-o-nini.-E ela retornou para o castelo.
Vítor parecia flutuar acima do gramado da encosta.Sentia-se o homem mais feliz do mundo.Mas algo faltou nessa noite mágica, algo essencial para uma noite ser perfeita.Tentando esquecer este pensamento sem escrúpulos, Vítor rumou para a cabine vinte e nove, onde não se importaria com nada que ninguém dissesse sobre o seu par, sobre a sua noite estrelada, sobre a garota de sua vida.
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