De Volta a Toca





Capítulo 1 - De Volta a Toca


“Parece que houve outro atentado próximo a estação de metro King Cross nesta manhã. O tempo continua nublado o que é um fato climático estranho para uma manhã de verão. Vamos entrevistar agora uma senhora que estava próxima ao local onde ocorreu o atentado...”
Valter desligou a TV e encarou Harry por alguns segundos.
- Por que mesmo você disse que teve que voltar mais cedo para casa esse ano?
- Hogwarts talvez terá de ser fechada! - disse Harry começando a subir as escadas e sentindo um aperto dentro de seu peito, não gostaria de citar a morte de Dumbledore - Voldemort voltou e está tão forte quanto antes!
- Voldemort não era aquele que... - começou Valter e Harry parou no último degrau e puxou a sua varinha.
- Aquele que matou meus pais, sim, ele mesmo!
Harry olhou para a cara de assustado de seu tio que trocou olhares assustados com Petúnia.
- Ele não está atrás de você, - disse ele caminhando até a escada e olhando fixamente para Harry - está?
- Pode-se dizer que eu estou mais atrás dele do que ele de mim! - disse Harry erguendo a cabeça e continuando a caminhar em direção a seu quarto.
Harry entrou no seu quarto e bateu a porta com força. Escutou os passou de seu tio subindo as escadas e parando na porta de seu quarto. Harry puxou a sua varinha e sentou-se na sua cama, esperando Valter adentrar, porém este não o fez.
Com um simples aceno da varinha Harry fez as coisas entrarem todas em sua mala, pegou a sua capa da invisibilidade e abriu a porta de seu quarto, não se surpreendendo ao ver seu tio Valter parado do lado de fora do quarto.
- Mas o que você está planejando... - começou olhando para a mala e parando seu olhar na varinha na mãe de Harry - Você não pode usar magias fora da escola!
- Saia do meu caminho! - ordenou Harry, mas o tio continuou parado na sua frente bloqueando a sua passagem.
- Não me diga que aquele velho caduco vai aparecer novamente aqui na minha casa e... ARREEEEEEEEE...
- Levicorpus! - gritou Harry fazendo Valter ficar de ponta cabeça gritando enquanto Petúnia e Duda subiam a escada correndo e parando, horrorizados, ao ver aquela cena.
- Faça-o voltar para o chão! - berrou Petúnia seguindo Harry enquanto ele descia as escadas - Você não tem para onde ir! Vai ser expulso daquela...
- Pode ter certeza que o Ministro da Magia anda muito mais ocupado com a volta de Voldemort do que com a expulsão de um aluno de Hogwarts! - disse Harry abrindo a porta e vestindo-se com a capa da invisibilidade, agora, se me dão licença...
Petúnia ficou olhando horrorizada quando Harry sumiu na porta de sua casa, porém Harry estava decidido a dar uma pequena lição neles, ainda que achasse que não deveria se preocupar tanto com eles, uma vez que, bem ou mal, foram eles que o acolheram durante esses quase dezessete anos de sua vida!
Harry continuou andando calmamente pelas ruas, imaginando como conseguiam viver aquelas pessoas que nem imaginavam tudo que estava acontecendo, Harry lembrou-se da última vez que deixara a casa dos Dursleys acompanhado de Dumbledore e lágrimas começaram a surgir em seus olhos verdes. Ele não tinha a mínima idéia de como faria para chegar a Toca e nem se deveria ir para lá. Como um súbito pensamento que acabara de invadir a mente de Harry ele se lembrou que poderia aparatar - ou ao menos tentar.
Harry fechou os olhos e tentou se concentrar o máximo que pôde. Não queria que aquilo desse errado! Não podia dar errado! De repente Harry sentiu a mesma sensação que sentira ano passado junto de Dumbledore, mas dessa vez percebeu que já estava se acostumando aquilo. No momento seguinte Harry sorriu e se viu na porta da Toca.
- Harry? - disse Rony levando um susto ao ver o amigo caído em seu quintal - Como você chegou aqui?
- Acabei de aparatar - disse Harry enquanto se levantava e arrumava seus óculos - Está tudo bem? Alguma novidade?
- Aqui está tudo ótimo! Uma correria para o casório de Gui e Fleur. Mamãe, Gina e Fleur estão no Beco Diagonal terminando de arrumar os últimos detalhes. Achei que você só viria para o casamento...
- Discuti com meu tio. Não agüentava mais ficar naquele lugar e ter que ouvir a cada noticiário “Foi algum dos teus que fez isso?” ou senão “Apostou que tem dedo de gente como você em todos esses acontecimentos!”
- Ah, entendo - disse Rony baixando a cabeça - Não deve estar sendo realmente fácil para você, bem...
- Harry Potter! - exclamou Arthur Weasley indo ao encontro do garoto - Que bom que você está aqui e seguro! Ficamos realmente preocupados com você! Você parece um pouco abatido, há alguma coisa que deseja me contar?
Harry encarou Arthur por alguns instantes e balançou a cabeça.
- Não, senhor. Sem novidades...
- Lamento muito tudo que aconteceu, Harry. Às vezes eu penso que se nós todos talvez tivéssemos ouvido o que você tinha para dizer nada daquilo realmente teria acontecido e...
- Pai - Harry ouviu Rony sussurrar para o pai em tom de censura e Arthur pareceu ter entendido.
- Sim, sim... Harry me desculpe pela inconveniência. Acho que você quer descansar um pouco, bem, vou deixa-lo um pouco com Rony, está bem? Mas quero que saiba que se precisar de algo pode contar comigo, está bem?
Harry ficou esperando Arthur Weasley se afastar e então se virou para Rony.
- Gina está bem? - perguntou ainda tentando não encarar o amigo que colocou a mão em seu ombro.
- Está sim. Ela diz que te entende e se coloca perfeitamente no seu lugar e sabe que você só está fazendo isso porque realmente gosta dela!
Harry sorriu tímido para o amigo.
- Seus pais sabem? - perguntou Harry com medo da resposta.
- Não, mas ficariam realmente felizes se soubessem! - Rony olhou para Harry e deu risada.
- O que houve? - perguntou Harry curioso.
- Eu nunca imaginei você namorando a minha irmã, Harry! Eu sabia quando ela gostava de você, mas nunca achei que você fosse olhar para ela...
Harry sorriu. No fundo ele também nunca havia se imaginado namorando Gina. Tudo aconteceu muito de repente e não estava nos planos dele.
Harry e Rony pegaram suas varinhas e se afastaram um pouco da vista de Arthur Weasley que tentava mexer num videogame quebrado.
- Ron, escuta - começou Harry olhando em volta para assegurar-se de que não havia ninguém por perto ouvindo - eu estou decidido, era o desejo de Dumbledore e assim o farei!
- Harry - disse Rony erguendo a cabeça - não importa o que você decidir, eu e a Mione já decidimos, nós estamos do seu lado e vamos continuar não importa aonde você for, não importa o que você faça ou pretenda fazer!
Harry sorriu orgulhoso do amigo e Rony também se orgulhou das coisas que acabara de dizer.
- Você tem idéia do que vai ou do que tem que fazer? - perguntou Rony ainda sorrindo orgulhoso de suas palavras. Harry riu da cara do amigo.
- Na verdade, não. - disse Harry - mas vou matar Voldemort da mesma maneira que ele matou meus pais! E vou treinar para isso!
- Você não quer dizer... - Rony encolheu-se um pouco ao ouvir o nome de Voldemort, mas depois voltou ao normal - Você não quis dizer... Usando uma maldição imperdoável, quis?
Harry apenas afirmou com a cabeça e Rony olhou assustado para ele e sem seguida olhou em volta.
- Harry, mas você não sabe usa-las! - disse Rony e Harry sorriu.
- Snape me disse - Harry respirou fundo e sentiu um ódio toma-lo por dentro ao se lembrar dele - que só é possível usarmos uma maldição imperdoável quando realmente temos o desejo e a coragem de matar e isso eu posso te garantir, Ron, que isso eu tenho!
Eles ficaram quietos por alguns segundos ao ver Arthur Weasley se aproximando.
- Bom, vocês não vão realmente querer entrar? - perguntou Arthur e eles apenas balançaram a cabeça - Eu tenho que terminar alguns relatórios para entregar ainda hoje ao Ministro da Magia, caso vocês precisem de algo eu estou na sala e, por favor, não me saiam daqui!
- Não se preocupe, pai! - disse Rony - Não sairemos daqui!
- Isso é bom... Isso é bom... Vocês sabem que não é que eu não confie em vocês, é só que, vocês sabem, em tempos como esse todo cuidado é pouco... Bem, eu sei que vocês me entendem...
Ele entrou na casa e Harry ficou observando uma aranha correr pela grama. Tomando cuidado para que Rony não a visse ele puxou a sua varinha e tentou imaginar que aquela aranha era Voldemort.
- Avada kedavra! - sussurrou Harry firmemente, mas nada aconteceu - Avada Kedavra!
Harry ficou observando Rony que ainda estava perdido em seus pensamentos e viu que a aranha havia se distanciado demais.
- Accio aranha! - porém desta vez Harry havia falado um pouco alto e Rony olhou para ele assustado, saltando para trás.
- O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO? - gritou Rony se afastando - VOCÊ FICOU LOUCO?
- Rony, quieto! - sussurrou Harry com medo que isso chamasse a atenção de Arthur - Veja: Avada kedavra!
Desta vez um pequeno filete de luz verde saiu da varinha de Harry fazendo a aranha ser arremessada para longe e se perder no meio da grama.



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