Encontros
DISCLAIMER: Não é meu! É tudo da J. K. Rowling.
AVISO: Este é um capítulo angustiante, com cenas de natureza adulta, e também contém spoilers do livro 6! Esteja avisado/a!
BETA READER: BastetAzazis - muito obrigada!
A/N: Capítulo Nove, é isso aí! :0) Snape vai ter um dia cheio de encontros desagradáveis e alguém finalmente descobre o segredo de Hermione. Quem? Como? Eu vou contar…
Capítulo 9: Encontros
Na manhã seguinte, os primeiros raios de sol que entravam pelas janelas da Ala Hospitalar banhavam Hermione, sentada numa cadeira ao lado da cama de Nathan. Eles não poderiam esperar que ela deixasse seu bebê sozinho, confinado a uma cama de hospital. Ela passara a maior parte da noite observando seu filho dormir e pensando no que fizera Nathan entrar na Floresta Proibida. Será que ele foi desafiado por alguém? Será que ele estava perdido? Será que ele estava fugindo de alguém que estava tentando machucá-lo? Até que finalmente ela caíra no sono, exausta, em algum momento da madrugada.
Nathan abriu os olhos e não reconheceu onde estava. Seus olhos viajaram pela sala até que seu olhar encontrou a mulher na cadeira ao lado de sua cama: sua mãe. Ela estava dormindo, desconfortavelmente pelo ângulo da sua cabeça. Nathan tentou chamá-la, mas só tossiu, acordando-a mesmo assim.
– Você está acordado! Graças a Deus! – ela disse, levantando-se da cadeira para envolver seus braços ao redor do filho. – Você me assustou, Nathan. Nunca mais faça isso!
– Sinto muito, mãe – ele respondeu, sua voz abafada pelo abraço da mãe.
– Como está se sentindo? – Hermione perguntou, afrouxando o abraço para verificar cada centímetro do corpo de Nathan.
– Pare de me paparicar, mãe. Estou bem – Nathan protestou.
– É, e também tem sorte de estar! – disse com firmeza. – O que você estava pensando, Nathan? Entrar na Floresta Proibida, à noite, sozinho? – questionou, mostrando-lhe o quanto estava brava, agora que já tinha confirmado que ele estava bem. – Você queria morrer ou coisa parecida? Você quase foi morto!
– Eu sinto muito, muito mesmo, mãe. Eu só... – Nathan não conseguia dizer para ela o que estava fazendo na Floresta. Parecia tão bobo agora que ele estava pensando direito. Que estupidez a dele ir lá sozinho; ele deveria saber disso. – Sinto muito – repetiu com uma voz baixa.
– O que você estava fazendo na Floresta Proibida? – Hermione perguntou.
– Estava… – Como ele iria contar para ela? – Eu-
– Vamos, Nathan. Eu não tenho o dia todo – ela insistiu.
Nathan suspirou. – Eu estava atrás dos unicórnios – conseguiu dizer.
– Por que, Nathan? Por que estava atrás de unicórnios, à noite, na Floresta Proibida, sozinho? – Hermione enfatizou, mostrando como ela estava no limite de sua paciência.
Nathan sabia que era melhor contar para ela agora. – Estava atrás dos unicórnios para pegar um pouco do seu pêlo. Eu sabia que o Professor Snape-
– Snape! Por que é sempre o Professor Snape, Nathan? – sua mãe interrompeu brava.
Ele mordeu seu lábio inferior. – Agora eu sei que foi estupidez! Mas parecia ser o plano perfeito na hora. Sinto muito – admitiu.
– Sim, foi estúpido o que você fez, Nathan – Hermione disse, elevando sua mão para esfregar os olhos. Suspirou.
– Ele me salvou – Nathan disse em voz baixa, depois que o silêncio ficou longo demais para ele suportar. – O Professor Snape azarou as aranhas gigantes e me carregou até aqui enquanto eu não podia andar – continuou, olhando fixamente para suas mãos entrelaçadas no lençol branco.
– Ele é um homem notável – Hermione acrescentou em uma voz macia, baixa. – Você disse aranhas gigantes? Acromântulas? Oh, Nathan, você sabe como esteve próximo da morte? Por favor, prometa-me que ficará longe da Floresta, não importa que idéia fascinante você tenha – Hermione perguntou, espremendo Nathan em outro abraço apertado. – Estou implorando – suplicou, olhando-o nos olhos sem soltá-lo de seus braços.
– Eu sei, mãe. Já admiti que foi uma idéia estúpida. Não tenho intenção de ser duas vezes mais estúpido e fazer isso de novo – Nathan assegurou-lhe.
– Ótimo. – Ela deu um beijo estalado em sua testa, libertando-o do abraço. – Porque a estupidez não lhe cai bem.
– Não, não cai – Nathan concordou, sorrindo maliciosamente para sua mãe. Ele sabia que ela ainda estava brava com ele, mas parecia que seu alívio era maior que a sua raiva. Ele também estava aliviado. Sua mãe estava certa; ele escapara da morte por um milagre, e o seu nome era Snape. Estava feliz por sua sorte.
Os barulhos vindos da porta da Ala Hospitalar desviaram a atenção de mãe e filho.
– Está acordado! – disse Harry, aproximando-se da cama de seu afilhado. – Então, está disposto a me contar o que diabos você estava fazendo sozinho na Floresta Proibida?
– Na verdade, não – Nathan respondeu. Não queria mais ninguém chamando sua atenção e dizendo-lhe como fora estúpido.
– Ele estava atrás de unicórnios, Harry. Queria pegar um pouco do pêlo deles para as aulas de Poções – Hermione o informou.
– Eu já sabia disso. Foi assim que fomos até ele para começo de conversa. Snape lembrou de ter comentado sobre isso com o Hagrid ontem, e suspeitou que Nathan pudesse estar na Floresta depois de ouvi-los – Harry disse.
– Então o Professor Snape sabia que eu estava lá por causa do pêlo de unicórnio? – Nathan disse, quando se deu conta. O Professor Snape acreditava que ele seria estúpido o suficiente para tentar recolher o ingrediente sozinho. – Meu Deus, que vergonha! Eu fiz papel de bobo! – acrescentou, escondendo o rosto em suas mãos.
– É, fez – Harry concordou. – Por que você fez isso sozinho? É isso que eu não entendo. Você não sabe que a Floresta Proibida é perigosa? Deveria ter levado alguém com você como retaguarda; um daqueles seus amigos, talvez.
Hermione estava olhando o Harry, sem acreditar no que ouvia. – Harry, esse é o melhor conselho que tem para dar a ele? Levar alguém com ele? Você deveria ser o padrinho dele, e não o seu melhor amigo! – ela repreendeu.
– Certo, você não deve entrar na Floresta Proibida de novo. Nem com seus melhores amigos – Harry disse à Nathan, e o menino virou os olhos para seu padrinho.
– Já disse que não tenho intenção de ir lá novamente, está bem! Eu não vou! – Nathan assegurou-os mais uma vez. O fato do Professor Snape saber da minha estupidez é punição suficiente para nem pensar em fazer isso de novo, pensou. Foi aí que percebeu que ainda não fora punido por quebrar as regras da escola. – Eu não acho que verei os jardins pelo resto do ano letivo, mesmo. Eu provavelmente ficarei em detenção até o verão – disse sarcasticamente.
– Provavelmente você está certo – Harry concordou, e Nathan suspirou.
Assim que o café da manhã estava quase na hora de ser servido no Salão Principal, o castelo ganhava vida mais uma vez, com alunos por todos os cantos. Os três ocupantes da Ala Hospitalar não notaram os meninos parados na porta da ala, murmurando um com o outro. Hermione foi a primeira a dar-lhes atenção.
– Estão procurando por Madame Pomfrey? – ela perguntou de onde estava, ao lado da cama de Nathan.
– É… não – disse Kevin nervoso. – Estamos aqui para visitar o Nathan, Sra. Granger.
Hermione, então, sorriu para os meninos. – Vocês devem ser Andy e Kevin. Entrem – encorajou-os.
– E aí – Nathan saudou seus amigos, que aproximavam-se da sua cama devagar.
– E aí Nathan, só queríamos ver você antes das aulas – Andy disse.
– Mãe, esse é o Andy e aquele é o Kevin – Nathan os apresentou. – Essa é a minha mãe, Hermione Granger – acrescentou desnecessariamente.
– Nós sabemos, Nathan – Kevin afirmou. Estendendo uma mão, disse – Prazer em conhecê-la, Sra. Granger. – Andy seguiu o exemplo.
– Ouvimos dizer que você estava na Floresta Proibida ontem à noite – Andy disse, a curiosidade evidente em sua voz.
– É, estava. Mas não quero falar sobre isso agora – Nathan respondeu apontando para sua mãe com um movimento, que ele achava ser discreto, de sua cabeça.
– Mas o que- ai! – Andy foi interrompido pelo cotovelo do Kevin atingindo suas costelas.
– Você ainda deve estar cansado agora, nós entendemos – Kevin disse rapidamente, enquanto Andy massageava suas costelas.
Madame Pomfrey entrou na ala por uma porta pequena que conduzia ao seu escritório. – Bom dia, Sr. Granger. Posso ver que está bem melhor que da última vez que o vi – disse, e começou a lançar feitiços diagnósticos em Nathan. – Bem melhor, mesmo.
– Tenho que ir ao Salão Principal para o café da manhã – Harry disse para a Hermione, acrescentando aos três meninos. – Espero ver vocês na minha aula hoje.
– Se ele tomar seu café da manhã e ainda se sentir bem depois – Papoula respondeu por Nathan, que revirou os olhos.
– Por que não me acompanham, meninos? – Harry perguntou e recebeu dois sorrisos entusiasmados como resposta. Harry sorriu também e deu um beijo rápido na bochecha de Hermione, antes de deixar a Ala Hospitalar na companhia dos Grifinórios.
Mãe e filho tomaram o café da manhã juntos. Conversaram enquanto esperavam Madame Pomfrey liberar Nathan, o que finalmente aconteceu duas horas depois. Hermione acompanhou seu filho através dos corredores e saguões do castelo com um sentimento de nostalgia. Ela realmente tinha saudades de Hogwarts, sua segunda casa. Parando em frente ao retrato da Mulher Gorda, Hermione deu outro abraço em Nathan e beijou o topo de sua cabeça.
– Sinto tanto a sua falta. Seja um bom menino e pare de se meter em encrenca, está bem? – ela disse, brincando com o cabelo de Nathan.
Nathan então sorriu. – Obrigado, mãe – falou, e dizendo a senha ao retrato, desapareceu atrás dele para dentro da Torre da Grifinória.
Hermione tinha mais uma coisa para fazer em Hogwarts antes de voltar para Londres. Tinha que encontrar Severo Snape.
A presença da Srta. Granger na escola perturbara Severo mais do que ele queria admitir. Ela trouxe-lhe de volta memórias do pior ano da sua vida. Passara muitas horas na Torre de Astronomia antes de voltar para seus aposentos nas masmorras ontem à noite. Não entrava naquela parte do castelo desde o dia em que Dumbledore morreu; desde o dia em que ele o matara. Mas ontem à noite retornara ao lugar; simplesmente ficara lá, observando a lua cheia e as estrelas que a rodeavam, torturando-se com coisas há muito feitas, há muito idas, há muito perdidas.
Será que ele poderia ter feito as coisas de outra forma? Certamente poderia. Ele vislumbrara várias possibilidades para os eventos daquela noite, e todos terminavam com sua morte. Não a de Dumbledore, não a de Potter, não a de Malfoy; somente a sua morte. Mesmo assim, ele vivera para cumprir o pedido de Alvo. Matara o homem que confiara nele com sua própria alma, e enterrara sua honra na tumba branca junto com seu único amigo.
Pouco mais de um ano depois disso, Severo encontrou-se redimido de seus crimes atrozes pela Suprema Corte dos Bruxos. Potter estava certo; ele deveria estar em Azkaban com o restante dos Comensais da Morte. Lá era seu lugar, com assassinos cruéis; não em uma escola, ensinando crianças inocentes.
Mas então, apareceu Hermione Granger, a pessoa responsável por tudo isso. Ela confiara nele quando ninguém mais confiaria. Procurou-o depois que deixara Hogwarts naquela noite. Trouxera-o de volta à reunião da Ordem, explicara e provara sua lealdade à Dumbledore, mesmo depois da morte do velho bruxo.
Apesar disso, ele provara mais uma vez que sua honra havia sido enterrada na noite em que matara Dumbledore. Ela confiara nele tanto quanto Alvo o fizera antes, e ele também a traiu. Ele a violara; a machucara para salvá-la. Ah, como ele se odiava; ele e as suas malditas escolhas. Ainda mais porque ela nunca o culpou; pelo contrário, fôra ela quem preparara a sua defesa para sua audiência. Ela, Hermione Granger, o livrara de Azkaban, o lugar de onde ele pertencia.
E agora tinha o menino, Nathan Granger. Ela ficava dizendo para seu filho o quanto ele, Severo Snape, era honrado, que herói ele era e toda essa baboseira. O menino deveria ter medo dele, o assassino cruel das masmorras, e não se sentir confortável em suas aulas, em suas detenções... em seus braços. O menino estava tão desesperado por seu reconhecimento que estava disposto a arriscar a própria vida para receber elogios dele. Dele, o seboso! E era tudo culpa dela.
Ele passara pela Ala Hospitalar depois de deixar a Torre de Astronomia e a encontrara lá, dormindo ao lado da cama do filho. Ele não entrara na ala, não com ela lá. Observara-a pela pequena janela na porta. Ela estava dormindo em Hogwarts para ficar com o filho, e isto fizera do resto da sua noite um inferno.
Ele ainda estava evitando-a na manhã seguinte. Estava no meio de uma aula dupla, a mesma que o filho dela deveria estar assistindo se não estivesse preso a uma cama de hospital... por causa dela, acrescentou mentalmente. Sim, porque é tudo culpa dela. É tudo culpa de Hermione Granger.
Snape foi trazido de volta de sua divagação pelo som de um pilão caindo no chão. Levantou de sua cadeira e rosnou para o infeliz aluno. – Oras, mas é tão difícil segurar os utensílios enquanto os usa, Sr. Bucknall. Cinco pontos a menos para a Sonserina por sua incompetência!
A surpresa estava na cara de cada aluno na sala de aulas. – O que aconteceu com ele? – Andy usou a voz mais baixa possível para perguntar ao Kevin, que estava sentado logo atrás dele.
– Não sei e nem quero saber, se ele está descontando pontos da Sonserina desse jeito! – Kevin respondeu num sussurro.
A aula transcorreu no mais absoluto silêncio, e sem mais nenhum incidente. Ninguém queria provocar o mestre de Poções quando ele estava de bom humor, muito menos agora, com um humor horrível desses.
– Vocês têm dez minutos para entregarem suas amostras, limparem suas bagunças e desaparecerem da minha frente! – Snape disse a todos eles quando a aula estava acabando.
Os alunos fizeram o que lhes fôra mandado o mais rápido que puderam; ninguém queria ser o último a sair da sala de aula e ser deixado sozinho com o Snape e seu mal humor, que era o pior que eles já haviam visto. Quando os últimos dois alunos deixavam a sala rapidamente, Hermione Granger apareceu na porta.
– Então você ainda está aqui – Snape disse como reconhecimento da presença dela.
– Estava procurando por você antes de voltar para Londres – Hermione disse entrando na sala de aula, andando em direção à mesa dele, onde ele estava sentado.
Ele levantou-se e começou a recolher os frascos que os alunos deixaram em sua mesa. – Já me encontrou – disse num tom de voz seco.
Hermione observava o homem à sua frente. Ela nunca mais o vira desde a audiência dele no Ministério, há mais de onze anos; o pai do seu filho. – Sim, eu o encontrei – falou, um pouco perdida com o que dizer agora que estava na mesma sala que ele.
A hesitação dela o irritava ainda mais. Ela poderia acabar logo com esse tormento, ele pensou, mas continuou a ignorá-la.
– Gostaria de agradecer pelo que fez ontem – Hermione disse, observando as mãos dele enquanto trabalhavam, colocando os frascos no engradado que agora repousava na mesa.
Mesmo esperando por isso, Snape sentiu como se tivesse sido atingido; as palavras dela o faziam passar mal. Parou de fingir que estava ocupado. – Não tem que me agradecer. É meu dever proteger os alunos – disse sem tirar os olhos de sua mesa.
– Eu sei, mas quero agradecer mesmo assim – ela insistiu, dando mais um passo em direção a ele.
Snape levantou os olhos e olhou para ela. Ela estava diferente de quando a vira pela última vez, como notou na noite anterior. Sentia-se desconfortável com a maneira que ela o encarava e baixou seus olhos, continuando com sua tarefa. – Se você já disse o que queria quando veio aqui, pode ir embora agora. Estou muito ocupado – disse, dispensando-a.
Hermione também abaixou sua cabeça, também se sentia desconfortável com o homem a sua frente, mas por razões completamente diferentes. – Vou deixá-lo com seu trabalho, então. Bom dia, Professor Snape – ela disse gentilmente e virou-se para sair.
Ele não respondeu, só ergueu sua cabeça para observá-la sair. Quando não podia mais vê-la, suspirou e relaxou a mão em volta do frasco que nem percebera que estava apertando. Ela se foi.
No terceiro andar, Nathan esperava por seus amigos ao lado da sala de aula de Defesa. Ele os viu no final do corredor. Eles o viram e sorriram, apressando o passo para alcançá-lo.
– Então você está de volta! – Andy saldou-o feliz.
– Sim, Madame Pomfrey disse que eu podia voltar às aulas – Nathan disse.
– Isso é bom, mas teve sorte de faltar em Poções. O Professor Snape estava muito assustador hoje – Kevin disse.
Aquela informação deixou Nathan apreensivo. – Você também acha, Andy? – perguntou.
– Bem, sim! Deveria ter visto como ele tratou o Bucknall por deixar o pilão escorregar. Descontou pontos da Sonserina e chamou-o de incompetente. Um Sonserino! – Andy disse exasperado.
Bem, isso não é bom, pensou Nathan. Sua mãe o fizera prometer que procuraria o Professor Snape e se desculparia com ele por sua idiotice, e ele concordara. Também queria se desculpar, mesmo sabendo que seria punido. Droga, ele merecia mesmo uma punição. – Que pena, porque terei que vê-lo mais tarde – disse.
– Mas por quê? – perguntou Andy.
– Preciso agradecê-lo por ter me salvado ontem – Nathan explicou.
– Ele salvou você? Pensei que tivesse sido Harry Potter! – Kevin disse, surpreso com a notícia.
– Não, o Professor Snape me encontrou e me salvou das aranhas gigantes. Ele também me carregou até a Ala Hospitalar porque eu não conseguia andar. Vocês deveriam ter visto como ele azarou aquelas aranhas! – Nathan não conseguia disfarçar sua admiração.
– Espera um pouco. Você está dizendo que o Snape, o mesmo Snape que dá aulas de Poções, o Sonserino bastardo, salvou você? Um Grifinório! Isto não faz o menor sentido! – Kevin exclamou confuso.
Nathan revirou os olhos. – Este é o único Snape que eu conheço – disse, trivialmente.
Naquele momento, Harry Potter entrou na sala de aula pela porta lateral que dava acesso ao escritório de Lupin. Vendo Nathan sentado com seus amigos, sorriu e disse – Fico feliz que conseguiu vir para a minha aula, Nathan. – Seu afilhado deu apenas um sorriso como resposta.
– Bem, acho que não é necessário que eu me apresente. Vamos começar com a aula, então. Vamos aprender alguns encantamentos de bloqueio defensivo hoje. Saquem suas varinhas – Harry instruiu. A turma estava quieta, olhando-o intensamente. Ele suspirou. – Certo, manda. O que vocês querem saber? – perguntou em resignação. Toda vez que vinha a Hogwarts para substituir Lupin, era a mesma coisa. Todos os alunos queriam saber sobre seus atos heróicos.
– Como foi encarar Você-Sabe-Quem? – uma menina na frente perguntou e todos ficaram atentos para ouvir a resposta.
– Foi algo que tive que fazer, então o fiz. Voldemort não me deixaria em paz enquanto vivesse, então tive que destruí-lo – ele explicou.
– Você usou mesmo a Maldição da Morte? – perguntou um Sonserino.
– Sim, usei – foi a curta resposta de Harry.
Nathan sabia que seu padrinho não gostava de falar sobre a guerra então ergueu sua mão. – Sim, Nathan? – Harry disse, um pouco surpreso.
– Por que parou de jogar quadribol e se tornou um Auror? – Nathan perguntou.
Harry sorriu para seu afilhado em sinal de agradecimento – Achei que estava na hora de colocar meus conhecimentos de Defesa Contra as Artes das Trevas em uso, e é isso que vamos fazer agora. Varinhas para fora! – A aula então progrediu para os encantamentos defensivos.
Snape não apareceu para as refeições no Salão Principal. Ele não queria ver mais ninguém naquele dia. Agora ele estava sentado na penumbra de seu escritório, esperando às nove horas para fazer sua ronda no castelo, antes de recolher-se aos seus aposentos para tentar esquecer este maldito dia.
O som da voz de Hermione agradecendo-lhe ainda soava em sua mente, junto com todas as coisas que ouvira ontem na Ala Hospitalar. Não perguntaria a ela, claro, mas ouvi-la dizendo que ele salvara o menino pelo menos uma vez antes estava intrigando-o. Ele tentou lembrar-se de cada um dos meninos que havia ajudado em todos esses anos. Não eram muitos, e ainda assim ele não conseguia descobrir. Balançou a cabeça, expulsando os pensamentos de sua mente. Não queria pensar mais nisso. Tentou mais uma vez se concentrar nas redações que estava corrigindo dos alunos do terceiro ano.
Ele conseguiu terminar algumas quando ouviu uma batida na porta. Ergueu a cabeça do pergaminho e amaldiçoou a interrupção. – Entre – rosnou.
A porta abriu-se e a figura de um menino apareceu, delineada pelas tochas no corredor. Enquanto a figura avançava para dentro da sala, Snape o reconheceu. – Granger – emitiu. Era tudo o que ele precisava para completar seu dia infernal; outro encontro com outro Granger.
– Boa noite, Professor Snape – Nathan saudou.
Tudo que Snape queria era se livrar dele o mais rápido possível. – O que você quer? – perguntou impacientemente.
– Quero me desculpar – Nathan disse em voz baixa. Movia-se com hesitação, evitando os olhos de Snape, sua timidez incomum traindo alguns de seus sentimentos.
Snape suspirou. O que há de errado com esses Granger? pensou, mas então notou a atitude do menino, ou falta de atitude, na verdade. Ele está... envergonhado? Ele então sorriu maliciosamente. – Deveria se envergonhar da sua idiotice. Pensei que você fosse mais que um Grifinório estúpido e descuidado, mas parece que eu estava enganado. Você é apenas mais um cabeça-oca. – Ele viu o menino literalmente recuar pela primeira vez. Isso não o satisfez como pensou que faria, e franziu a testa.
– Sinto muito – Nathan disse, com a cabeça baixa. – Eu fui idiota como um Trasgo e estou aqui para receber minha punição, senhor.
Ele está aqui para ser punido? Este era um pensamento confuso. Ninguém vem ao meu escritório à procura de punição, a não ser que eles sejam mandados... ou arrastados para cá. – Quem mandou você aqui? – perguntou então.
– Ninguém, senhor. – Nathan ergueu abruptamente sua cabeça para olhar para o mestre de Poções, em confusão.
– Então por que você veio? Você quer que eu lhe puna? – Snape perguntou, com um sarcasmo evidente na sua voz.
– Ninguém tem mais direito que o senhor – Nathan respondeu firmemente. – Foi você quem me salvou das aranhas e me carregou para a Ala Hospitalar. É lógico que você deva ser àquele a me punir – acrescentou.
Aquela declaração fez Snape erguer uma sobrancelha. – Cinqüenta pontos a menos para a Grifinória e um mês de detenções – ele declarou. Nathan não expressou nenhum som em protesto. – Você acha que será suficiente? – Snape acrescentou com um sorriso malicioso.
– Se está perguntando se isso me manterá fora da Floresta Proibida, então sim. Mas se está me perguntando se isso vai compensar minha idiotice, então eu bem que deveria passar o resto do ano em detenção, senhor – Nathan disse, seus olhos brilhando na luz da lareira.
Snape notou a raiva nos olhos do menino e não pôde evitar de admirar a espirituosidade de Nathan. – Acho que posso pular o sermão, então – disse, vagamente entretido.
– Minha mãe já cobriu esta parte, senhor – Nathan assegurou ao mestre de Poções.
– Talvez, mas ela é apenas um dos pais. E o seu pai? – Snape perguntou.
Nathan inquietou-se por um momento, desviando seus olhos do professor. Snape notou e chegou a suas próprias conclusões. – Ele é um Trouxa, então. Entendo.
– Não senhor, eu... – a voz de Nathan morreu, sem saber como explicar. Talvez fosse melhor se ater à verdade –, eu não sei quem é meu pai – ele disse numa voz bem baixa, esperando que Snape não o escutasse.
Mas Snape escutara, e estava franzindo a testa. – Você não sabe? – Snape disse, quase como numa resposta reflexiva à revelação. Ele não sabe quem é o pai dele? Sua mente tentava processar aquela informação. A Srta. Granger não sabe quem é o pai de seu filho? Aquilo lhe parecia impossível. Claro que ela sabe! repreendeu-se mentalmente. A sabe-tudo saberia quem é o pai de seu filho, não saberia?
Sua divagação mental foi interrompida por Nathan. – Mas tem sempre alguém para cumprir o papel dele em termos de disciplina. Desta vez foi o Tio Harry.
Snape ficou ali sentado, apenas olhando para o menino com uma mal disfarçada descrença.
Nathan estava começando a sentir um pouco de desconforto. Embora estivesse acostumado com a situação, ele sempre se sentia embaraçado no primeiro momento que as pessoas descobriam que ele não conhecia a identidade do próprio pai. Quase que lendo os pensamentos de Snape, Nathan disse – Minha mãe sabe quem é o meu pai, claro, mas ela não me diz.
Percebendo sua oportunidade e hesitando só um pouquinho, ele perguntou ao mestre de Poções – Você a conheceu quando ela estudava aqui, senhor. Você se lembra se ela namorou alguém no sétimo ano? – e então acrescentou num tom sarcástico, tentando disfarçar seu nervosismo –, Eu sei que ela namorou o Tio Rony, mas eu decididamente não sou um Weasley.
Snape estava examinando Nathan cuidadosamente agora. O menino não disse mais nada e só ficou ali em pé. Estes enigmas eram do tipo dos que o mestre de Poções gostava de resolver. Não, o menino decididamente não era um Weasley.
Ele observava Nathan como se estivesse vendo-o pela primeira vez. Observava sua forma esbelta, alta para um menino de onze anos, e seus dedos longos. Deixou seus olhos viajarem das mãos para o rosto do menino; queixo quadrado, boca cheia, nariz bem delineado e cabelos negros como carvão. E então seus olhos encontraram a escuridão dos olhos do menino. Era como se estivesse olhando num espelho. Snape finalmente confrontou suas lembranças daquele ano e tudo que estava vendo no menino ali, em pé na sua frente. Seus olhos se arregalaram. – Não! – disse, só um pouco mais alto que um sussurro.
A expressão estranha que passou pelo rosto do seu professor não passou despercebida por Nathan, mas ele disse simplesmente – Tudo bem, Professor. Parece que ninguém sabe, com exceção da minha mãe. – Ele agora se sentia exposto. Não queria ficar ali nem mais um instante. Foi até a porta, deixando para trás um Snape carrancudo que o encarava. – Vejo você amanhã, senhor. Boa noite – ele disse, pouco antes de fechar a porta atrás de si.
Snape ainda estava olhando fixamente para onde o menino estivera em pé momentos atrás, como se ainda estivesse vendo-o ali. Fechou seus olhos e todas as semelhanças entre ele e Nathan Granger passavam em sua memória como se as estivesse vendo numa Penseira. Nathan trabalhando em sua sala de aula; Nathan erguendo uma sobrancelha durante as refeições; os olhos e os cabelos de Nathan e suas mãos delgadas... – Não! Não! NÃO! – vociferou a última negação enquanto era forçado a reconhecer o que agora estava ostensivamente óbvio: ele era o pai do Nathan! Cobriu o rosto com suas mãos.
Como ela pôde fazer isso? Por que ela faria isso? Ela teve uma criança de um... De repente achava difícil respirar. Seu peito doía, seus olhos estavam cerrados. Bruscamente, levantou-se de sua mesa, derrubando a cadeira atrás de si. Agarrou o frasco de tinta que estava em sua mesa. – Como ela pôde fazer isso comigo! – berrou, e a tinta vermelha manchou a porta de seu escritório com o estilhaçar do frasco.
Colocou a palma de suas mãos nos cantos da mesa, procurando um pouco de equilíbrio, e baixou sua cabeça. Estava sentindo-se mal. Tentava respirar novamente, mas doía. Ele sofria com cada ar inspirado, com cada pensamento. Arruinei a vida dela. E de repente suas pernas não podiam mais agüentar seu peso, e ele caiu de joelhos, agarrando-se ao topo da mesa com as juntas dos dedos brancas pela força que fazia.
As imagens da noite em que Hermione fôra capturada por um grupo de Comensais da Morte passavam por sua mente. Ele podia vê-las como se estivesse passando por aquilo novamente. Um grupo de quatro homens mascarados, dois agarrando-a por cada braço enquanto ela lutava em vão para ser solta, entraram na reunião de Comensais congregados ao lado do Lorde das Trevas. Mal conseguia disfarçar seu terror pela garota quando ela fôra jogada com força no chão. Podia ver a satisfação no rosto distorcido de Voldemort. – A fã número um do Potter, mas que surpresa agradável – ele disse com aquela voz de réptil.
Snape colocara sua mente para trabalhar numa forma de salvá-la sem expor sua posição como espião, depois de tudo que passara para mantê-la; mas não conseguia pensar em nada. Assistia com horror dissimulado ao Lorde das Trevas lançar o Cruciatus nela, e enquanto os gritos penetravam sua mente, ele sabia que tinha que encontrar um jeito de salvá-la.
Voldemort declarara que ela não tinha mais utilidade para ele, depois de saquear totalmente sua mente por informações valiosas. Vira sua oportunidade então, quando um Comensal aproximou-se da garota no chão, já abrindo as calças. Tinha que fazer aquilo se quisesse mantê-la viva. Então o fez.
Desvencilhou-se da multidão que se formara ao redor dela e proclamou – Ela é minha. – Tinha que lembrar-se que esse era o único jeito. Soltou o cinto, abriu as calças e ajoelhou-se perto dela. Seus olhos encontraram-se com os olhos dela, manchados de lágrimas, e ele desviou seu olhar para concentrar-se na tarefa em mãos. Tinha que fazer isto se quisesse salvar a vida dela.
Ele a puxou para mais perto de si com força, e seu corpo encontrou o dela. A cada golpe dentro dela, sentia um pedaço de sua alma escapar de seu ser. Ela derramou lágrimas silenciosas enquanto a violava. Todavia, os Comensais da Morte ali reunidos deleitavam-se com o show, e quando acabou eles estavam famintos por mais.
Foi quando Snape agarrou o braço de Hermione com força e trouxe-a de pé junto com ele. Aproximaram-se do Lorde das Trevas e Snape disse – Quero esta sangue-ruim para mim, meu Lorde.
A criatura com cara de cobra pareceu considerar seu pedido por um momento. Os outros esperavam com expectativa. – Por que você a quer, Snape? – ele então perguntou.
– Ela me atormentou por seis anos, meu Lorde. Eu a quero como minha escrava pessoal. Vingança, meu Lorde – respondeu e apertou ainda mais o braço da Hermione para mostrar que era sério.
Voldemort pareceu gostar da exibição de posse. – Você pode ficar com ela, Snape, mas tem total responsabilidade por ela. Se ela escapar, você morre.
– É claro, meu Lorde – Snape disse e abaixou-se, forçando Hermione a se abaixar também, para beijar a barra das vestes de Voldemort. – Peço permissão para sair, meu Lorde.
Então, ele deixara a reunião levando Hermione. Ambos Aparataram na sua casa simplória na Rua da Fiação. Ele a levou para um dos pequenos quartos no segundo andar da casa e examinou-a, procurando por qualquer ferimento sério. Ela não dissera nada desde que ele a tocara pela primeira vez. Ele curara os cortes e hematomas menores o melhor que pôde, tentando não tocá-la além do necessário. Ele cobriu seu corpo inerte com um cobertor surrado, e fez menção de deixar o quarto por um momento. Tinha sua mão direita na maçaneta quando ela decidiu quebrar o silêncio – Obrigada.
Ele congelou no lugar ao ouvir aquela palavra desmerecedora vinda dela. Fechou os olhos por um momento e deixou o quarto, voltando somente para levar-lhe comida e alguns livros pelo restante de sua estadia. Ele não podia encará-la.
E hoje, a conseqüência daqueles atos acabara de deixar seu escritório; um filho, seu filho, um filho de um estupro. A raiva cresceu em suas entranhas, escapando por seus olhos quando se abriram mais uma vez, furiosos na luz da lareira. Levantou-se de sua posição ajoelhada, descontando sua raiva na mesa em uma tentativa de diminuir sua frustração. Se ele já não conseguia se perdoar antes, agora só o que queria era se enterrar, junto com sua honra e Alvo Dumbledore, na tumba branca perto do lago.
Hermione sentou-se em sua mesa no escritório em seu apartamento, sem saber do homem furioso lá em Hogwarts. Ela deixara o castelo logo depois que falara com Snape naquela manhã. Seu trabalho na universidade mantivera sua mente longe dos eventos do dia, mas sem distrações agora, não conseguia evitá-los mais.
Severo salvara Nathan sem saber que salvava seu próprio filho. Coisas do destino, pensou. Ver Snape trouxera-lhe de volta sentimentos que pensou que não tinha mais. Sentira-se desconfortável na presença dele. O fato de carregar um segredo de magnitude catastrófica também não ajudava nenhum pouco.
Ele não mudara muito desde a última vez em que o vira. Não fisicamente, e nem em seu comportamento, pelo que soubera por Nathan. O modo como a tratou na sala de aulas era mais uma prova disso. Por que ele não pode aceitar gratidão? pensou. Ele sempre vem com o discurso “era o meu dever”. Balançou a cabeça.
A imagem das mãos dele trabalhando com os frascos de poções veio então a sua mente. Ele ainda é habilidoso em cada movimento, pensou. Lembrou-se da primeira vez em que vira Snape, na sua primeira aula de Poções, quando era apenas uma aluna do primeiro ano. O discurso apaixonado, o modo como manipulava os ingredientes e utensílios... Fazia-a lembrar de Nathan. Suspirou, seu segredo a assombrando novamente.
Encontrar Snape depois de tanto tempo trouxera para frente de sua mente a noite em que fôra capturada por Comensais da Morte. Era uma memória dolorosa que assombrava seus sonhos e a fazia acordar com lágrimas nos olhos. Entretanto, enquanto consciente, Hermione não tinha medo da lembrança. Ela era grata pela presença de Severo naquela reunião, pois caso contrário estaria morta. Ele era o homem mais corajoso que conhecia.
A coragem dele excedera todas as suas expectativas naquela noite. Ela já estava resignada ao seu destino de ser estuprada e morta, quando ela ouviu a voz dele dizendo que ela era dele. Quando ele ajoelhara perto dela, ela sabia o que ele faria e, embora estivesse assustada, também confiava nele. Ela sabia que ele não gostara daquilo tanto quanto ela, mas que fizera o que tinha que fazer para salvar sua vida, e ela o agradecia por isso.
Sabia que ele lamentava o que fôra forçado a fazer pela maneira como a tratou depois. Nos nove dias que passara como sua hóspede, ele quase não lhe direcionara uma palavra. Ele não a olhou nos olhos ou passou mais que o tempo necessário no quarto que arranjara para ela. Ele a permitira acesso a sua extensa biblioteca, mas ela nunca o encontrara lá.
Mesmo depois que a guerra acabara, durante a audiência, trocaram pouquíssimas palavras. Naquela ocasião ela já estava grávida e havia decidido não contar-lhe. Ele nunca permitiria que ela levasse a gravidez adiante, e ela queria ter o bebê. Prometera a si mesma que contaria a ele quando a gravidez atingisse o ponto após o qual o aborto não poderia ser feito com segurança, mas não tivera coragem. O mesmo aconteceu quando Nathan nasceu e este segredo a assombrava ainda hoje.
Mas após isso tudo, ela ficou com o Nathan, o presente mais precioso que a vida poderia ter lhe dado. Ela almejava o dia que poderia contar-lhe sobre o pai, mas temia que este dia nunca chegasse. O que viu hoje em Hogwarts não foi muito encorajador. Snape não parecia ter mudado nenhum pouco; como poderia enfrentá-lo? Não sabia.
A noite que passara na cadeira ao lado da cama do Nathan estava começando a fazer efeito. Ela estava cansada e suas costas doíam. Levantou-se e deixou o escritório para um banho mais que merecido. Tinha que retomar o trabalho que negligenciara para atender ao chamado da Diretora. Amanhã será um dia cheio, pensou.
A/N: Sofrido, eu sei. Mas tinha que ser assim! Espero não ter ofendido ninguém com aquela pequena cena. Bom, agora vocês sabem o que aconteceu, então quero saber o que pensam de toda essa confusão. Deixem comentários! :0)
No próximo capítulo… Um Nathan desinformado vai enfrentar um mês de detenções com seu pai, agora muito bem informado.
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