dois minutos
Dois anos se passaram desde aquele dia e eu tava namorando com um cara que eu tinha conhecido há alguns meses. Ele era meio chatinho, mas dava pro gasto, eu não tinha o que reclamar. No dia do ano novo eu tava com ele no meu apartamento (eu finalmente tinha saído da toca). Ele tava escrevendo (escritor ) e eu tava falando no telefone.
-AHHHH! Eles vão olhar as minhas fotos! Eu nem acredito! –eu tava eufórica! E subindo pra me arrumar.
Eu fiquei alguns minutos tagalerando (vcs sabem como eu gosto de falar, principalmente quando eu tô nervosa) e ele tava meio chateado, mas eu decidi ignorar por que eu tava muito feliz. Até que de repente ele se levantou e foi até a porta.
-onde você tá indo? –eu perguntei.
-embora.
-por que? Você vai ter umas duas horas aqui sozinho aí você pode...
-não, você não tá entendendo: eu vou embora de vez. Eu sinto muito, mas pra mim não dá mais.
E ele foi embora assim! Sem mais nem menos! Como ele pôde? Se eu deixei ele bravo ele podia ter chegado e falado, ou pelo menos ter ficado feliz por mim! Ah! Que se exploda então!
Pra completar a entrevista foi horrível! Eu não conseguia me concentrar, eu ficava pensando o tempo inteiro numa azaração bem ruim pra lançar nele...depois eu fui contar tudo pras minhas amigas, é claro. Elas ficaram tentando me animar, me arranjar encontros ás escuras e um monte de loucuras, afinal era ano novo! Ninguém fica sozinha no ano novo!
É claro que eu não ia ter um encontro ás escuras! Então eu resolvi ligar pra todos os meus “amigos”, mas é claro, os poucos que me atenderam já tinham planos, até que eu encontrei um papel rabiscado dentro da minha agenda:
Draco Malfoy
555-3947
eu fiquei um tempo olhando pro papel. “isso é loucura” é claro que isso é loucura! “mas ele mudou tanto” “você mal conhece ele!” “eu conheço ele há 10 anos...” “mentira!”
de qualquer maneira meu lado mau ganhou e eu peguei o telefone e liguei:
a secretária eletrônica dele atendeu. Eu pensei em desligar, mas...
-droga...o que é que eu tô fazendo? Ah...ann..Draco? É a gina, eu liguei só pra...Esquece, eu vou desligar, tchau.
-olá Virginia. –ele falou com aquela voz sexy dele. Droga, ele tinha que atender!
-oi draco, ah...Eu tava aki remexendo as minhas coisas aí eu achei aquele papel daquele dia. aí eu pensei, o que será que ele tá fazendo? Aí eu resolvi ligar. –‘ na verdade eu queria era sumir”, eu pensei em dizer, mas eu me controlei.
-eu vou bem e você?
-é, bem...Você tem alguma coisa pra fazer hoje? É claro que tem, afinal é ano novo!
-na verdade não.
-não? Você quer sair?
-seria ótimo. Onde você está?
-em casa. Aqui na five street 555, apartamento 39.
-eu chego aí em dois minutos.
-certo. Tchau.
Literalmente dois minutos depois a campainha tocou, eu atendi.
-olá Virgínia. –era um cara que eu nunca tinha visto antes. Era um loiro, baixinho e gordinho.
-hã...Quem é você?
-draco malfoy.
-não mesmo.
-sou eu.
-cadê ele. – eu perguntei olhando por trás do tal gordinho.
-eu pensei que você ia me convidar pra entrar.- falou o verdadeiro draco saindo de trás de uma árvore. –obrigado. –ele disse pro outro.
-não era você.
-como é que você ia saber? Faz dois anos que a gente não se vê. –falou ele sarcástico.
-não importa. –eu disse puxando ele pra dentro.
Ele sentou no sofá e disse:
-bela casa. Pra uma fotógrafa.
-ah, quer dizer que você tá rico agora? – eu disse entregando uma bebida pra ele e me sentando no outro sofá.
-não, ainda tô duro, mas te ver com raiva paga tudo. – disse ele com aquele jeito cínico dele. Por que só ele conseguia ter mudado totalmente, mas sem deixar de ser plenamente ele mesmo, ou seja, aquele draco todo...Draco.
-hoje eu podia ter conseguido mudar isso. Eu tinha uma entrevista sabe.
-e como foi?
-eu estraguei tudo. Meu namorado me deu um chute logo antes da bendita reunião e eu só conseguia pensar numa azaração pra lançar no desgraçado. – eu disse meio amarga virando a minha bebida de uma vez.
-quer dizer que você tá sozinha.
-tô, e você?
-pelo visto, sim. – ele disse como se fosse o óbvio, o que na verdade era já que era ano novo e ele estava sentando no meu sofá conversando comigo sobre nada. – você não parece ter gostado muito desse seu namorado. Eu não tô te vendo se enterrar num balde de sorvete debaixo de um rio de lágrimas e lenços.
-eh eu não amava ele não, mas ele dava pro gasto. – eu disse dando um sorrisinho malicioso.
-muito bem weasley, tô vendo que de santa você não tem nada. – ele disse também com um sorriso malicioso; -é assim que eu gosto de ver.
-como você mesmo disse há alguns anos: nós não estamos mais na escola.
Nós rimos um pouco, bebemos mais um pouco eu disse:
-você quer sair?
-pra onde?
-por aí, dar uma volta.
-claro.
A gente pegou o meu carro e saiu por aí. A gente parou numa lanchonete, falamos mal dos alunos do nosso tempo de hogwarts até que eu me lembrei de uma festa que a Emily tinha comentado comigo que tinha hoje.
-ei, você quer ir a uma festa comigo?
-agora?
-sim, agora.
-claro. –ele falou num tom bem sarcástico olhando pras nossas roupas.
-não se preocupe com isso, eu acho que eu tenho alguma coisa no carro. – eu disse me levantando e saindo da lanchonete.
-ah, claro. Por que eu adoro as minhas vestes femininas.
-é lógico que eu tenho roupas femininas pra mim e masculinas pra você. – eu disse abrindo o porta-malas do carro.
-é bom saber que você anda sempre preparada, Virgínia. –sarcasmo - o/
-eram algumas roupas do Ryan que eu ia queimar, mas eu acho que servem em você.
-Ryan era o nome do seu namorado? Que nome gay. – ele disse pegando a camisa e a calça preta que eu tinha dado pra ele.
-draco não é um nome original se você quer saber. Dá licença? –eu disse apontando pra uma cesta de lixo atrás do carro.
-você quer que eu me troque atrás do lixão? – ele perguntou com uma cara de nojo.
-muito engraçado draco – eu disse rindo da cara dele. –mas você não acha que eu vou me trocar na sua frente.
- eu não me importo nem um pouco. – ele disse levantando a metade da blusa dele fazendo menção de tirar. Aliás, belo corpo!
-MALFOY! – ele abaixou a camisa de volta. – você é muito gostoso e tal, mas dá um minutinho pra mim?
-tudo bem weasley. Só por que você me chamou de gostoso. É claro que isso eu sempre soube, mas um elogio é sempre bom. –disse ele indo em direção ao lixão.
2 minutos depois...
-nossa, que senhor elegante eu tenho aki. –eu disse a ele. “realmente gato viu? Principalmente com aquelas roupas pretas.
-digo o mesmo senhorita. –ele disse beijando a minha mão. Eu tava num vestido longo também preto com uns detalhes em brilhantes.
-vamos?
Eu dirigi ainda um pouco até a gente chegar numa rua lotada de carros, uma música bem alta e um lugar realmente enorme, perto da praia. As pessoas estavam de roupa social e TODAS acompanhadas “ótima idéia trazer o draco”. Tinha muita bebida, um telão, muitas pessoas dançando...e tudo que você pode imaginar de uma festa de ano novo. Os rapazes tinham que deixar o seu relógio na entrada e no final da festa apenas, os poderiam pegar de volta. A gente dançou, bebeu, bebeu, dançou, bebeu, bebeu, dançou, dançou... resumindo: totalmente bêbados, aí ele me avisou:
-eu preciso ir ao banheiro! – ele falou no meu ouvido por causa da música.
-tem certeza? –eu olhei no relógio: 2 minutos pra meia noite!
-absoluta. –ele tava sem relógio é lógico que ele não sabia que faltavam dois minutos pra meia noite!
-é por ali. –eu disse apontando um local mais afastado. Eu peguei mais uma taça de champagne meio desapontada e virei de uma vez olhando ele se perder no meio da multidão. Todo mundo começou a fazer contagem regressiva: 60, 59, 58, 57, 56, 55... Eu ainda tentei procurar ele, mas tinha muita gente. Tava meio impossível.
-no final eu tô sozinha, como sempre. – eu disse desistindo. –5, 4, 3... eu senti uma mão fria me envolver pela cintura de repente e...1...ele me beijou. É lógico que eu beijei de volta. Ele tava com uma respiração meio ofegante (ele tava me procurando!), mas ele não parou, a gente ficou ali se beijando pelo que pareceu um ano inteiro ou apenas um minuto, sei lá depois a gente se separou devagar e ele disse:
-feliz ano novo.
Eu abraçei ele e respondi:
-feliz ano novo.
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