A Vingança da Mulher Gorda
Querido diário...
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!
Esse foi o primeiro som vindo de mim e a primeira coisa a se passar pela minha cabeça quando eu abri o Profeta de Hogwarts. (ritual que eu sempre evito por na minha opinião conter um conteúdo pobre e banal, perfeito para os fofoqueiros do colégio). E sabe por que eu o fiz? Porque a cara do Ron, que por sinal estava apenas procurando naquelas páginas sua distração para a aula de Herbologia que seria dali a 10 minutos, estava começando a me causar certo incomodo irreversível vindo de uma certa ansiedade misturada com as premonições doidas da doida da Trelawney e um certo medo que só o Profeta Diário conseguia causar no meio daquela maldita guerra que acontecia a alguns quilômetros de nós.
– Ron! O que foi? – eu exclamei batendo com força a minha taça de suco de abóbora na mesa tentando chamar a atenção do ruivo que começava a gemer nervosamente baixinho. Mas para minha total impaciência ao invés disso Harry também se juntara a ele atrás do jornal, trocando olhares preocupantes do jornal para mim, de mim para a merda do jornal de volta. – O que foi? – eu perguntei mais uma vez estressada.
– Matéria sobre aranhas. – disse Harry recolhendo o jornal e enfiando-o depressa dentro da mochila.
Eu fiquei encarando-os chateada como se ele ainda não houvesse dito o motivo de todo aquele desespero. Sim, porque ou Ron estava dando de comer para alguém invisível ao seu lado ou ele definitivamente esquecera o caminho até a boca. Porque o bolo de cenoura estava indo parar em todos os lugares menos no estômago dele. Matéria sobre aranhas? Matéria sobre aranhas? Como assim matéria sobre aranhas?
Tudo bem que é reconhecedor até pelos analfabetos que aquele lixo, que ousados e completos insanos insistiam em carinhosamente nomeá-lo de jornal, seria suficientemente ridículo e banal em publicar uma matéria dessa simplicidade. Mas conhecendo Harry do jeito que eu conheço, eu sabia muito bem que as narinas dele não haviam adotado aquela dança trêmula, imitação muito bem feita de uma respiração nervosa e desesperada e que por mais imbecil que Ron fosse, por Merlin, ele sempre soubera perfeitamente como levar a comida até a boca.
É claro que algo não estava normal. E me ofendia saber que eles realmente pensaram que uma mentira cabeluda e ridícula como aquela fosse dar certo comigo. Afinal, com quem eles achavam que estavam falando? Colin Creevey? Ok. O coitado pode ser ingênuo e não conseguir enxergar nada a não ser Harry-Todo-Poderoso-Potter, e isso ele estando a milhões de quilômetros de distância, mas creio que com um pouco de esforço até ele perceberia que aquilo era mentira. E não falo pelo fato de agora Ron estar indo com a taça de suco, a minha, em direção a orelha de Parvati, o que é realmente preocupante.
E mais, por que de alguma forma, todos naquela mesa começaram a achar que havia algo de muito familiar entre a minha cabeça e a matéria sobre aranhas? Por que por um momento eu podia jurar que estavam brotando Profetas de Hogwarts naquela mesa, como se os elfos do castelo estivessem os mandando no lugar da comida? E era automático: olhavam pro jornal e olhavam pra minha cara em fração de um segundo. E o que mais me desesperava, era que Ron começava a perder a cor aos poucos, conforme os murmúrios aumentavam naquela mesa. Mesmo que, infelizmente, graças ao inconveniente do Harry, que fazia questão de fazer barulhos irritantes com uma colher e mastigar barulhentamente, como se mingau precisasse ser mastigado, não me permitindo distinguir uma palavra.
Foi então que algo terrível passara pela minha cabeça, o que filhadaputamente se encaixava direitinho naquela situação. Afinal, só havia uma coisa da qual Ron tinha mais medo do que aranhas: eu.
– Harry me deixa ver esse jornal. – eu pedi com a voz fraca e com o olhar mais ameaçador que encontrei.
Não que o coitado, se é que minhas conclusões estavam corretas, tivesse alguma culpa sobre essa história, mas eu precisava ameaçar alguém no momento. E também porque eu sabia que se eu olhasse daquele jeito pro Ron, que já estava por demais transtornado e implorando por um enfermeiro do St. Mungus, ele se borraria todo o que seria uma ótima desculpa para os dois desviarem do assunto.
Às vezes a tamanha idiotice de Harry me faz pensar que se ele não fosse um clone de James Potter, ele nunca seria dado como filho de um maroto. Digo isso porque Harry quase tivera um filho na hora de me responder.
– Por... Por quê? Dever de casa sobre... Sobre aranhas? – é, os falecidos marotos deviam estar travando uma batalha consigo mesmos dentro da tumba. E Lupin, onde quer que estivesse, eu tinha certeza, estava cometendo suicídio naquele momento.
Ron gemera audivelmente mais uma vez. Eu preferi continuar encarando Harry que engolira seco, afinal se eu fosse dizer sempre o que me passa pela cabeça naquela escola, eu já haveria sido a alguns anos pendurada pelos cabelos na Torre de Astronomia com um cartaz: Por favor, Voldemort, nós imploramos: Expurgue a sangue-ruim! Harry percebeu logo que continuar a manter contato visual comigo por mais 10 segundos era seriamente arriscado e me dera derrotado o jornal.
Merlin, eu nunca em toda a minha vida desejei tão febrilmente estar errada sobre algo que eu tivesse em mente, como naquele momento. Eu senti que de alguma forma, meus cabelos deviam estar gritando em direção ao teto tamanho o arrepio que eu senti ao ver aquela foto, que na minha opinião por demais destacada, digamos que ocupava toda a página, de uma jovem que terrivelmente, desesperadamente, doidamente, bebadamente, safadamente, desinibidamente e muitas outras coisas terminadas em “mente”, era muito parecida comigo. Ela dançava e parecia cantar algo, que não se podia ouvir, mas que eu tinha uma vaga idéia do que era, em cima de um palco.
– AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH! – eu gritara, mas não se prolongou muito, porque Harry havia usado o Feitiço Silenciador em mim. Mas isso não me impediu de continuar gritando, mesmo que som nenhum saísse, mas minha boca continuara de um modo desesperadamente aberto.
– Isso, Hermione... Põe para fora vai, pode pôr. – disse Harry a minha frente incentivando meu ataque.
O que se resumiu em uma série de palavrões, xingamentos, maldições e maldições imperdoáveis que felizmente não puderam ser ouvidas por ninguém. Mas que Harry e Ron pareciam entender muito bem ao lerem meus lábios. Depois de longos minutos gesticulando com a boca, Harry pareceu tomar um pouco de coragem pra se intrometer na minha discussão com os Deuses.
– Está mais calma, Herm...? – eu gesticulei ferozmente algo como “EU PAREÇO CALMA??” e ele quase dera um salto de onde estava. – Hermione, calma. Se acalma... Respira...
“NÃO ME MANDE RESPIRAR! NÃO ME MANDE FICAR CALMA SEU FILHO DA MÃE!”, ele bufara entediado, realmente muito fácil bufar daquele jeito quando não se pode ouvir até onde minhas cordas vocais podiam chegar, não é? Depois de mais alguns longos minutos xingando a árvore genealógica do Harry, o que eu não me lembro exatamente no que tinha haver com a história, eu fiz sinal de que ele já podia me desenfeitiçar. Depois, é claro, de ouvir a piranha da Parvati dizer algo como “A Hermione ultimamente tem tido umas reações estranhas...” me olhando como se eu fosse uma doente fugitiva do St. Mungus.
– Quem foi? – foi tudo o que eu consegui perguntar com a voz rouca, o que não era justo, uma vez que ninguém me ouviu gritar.
– Não sabemos. No final da matéria está Anônimo. – disse Ron voltando na sua cor natural.
Ok, o que mais me restava? Olhei uma última vez pro meu bumbum fotografado que no momento parecia ter tomado vida própria e virei a página.
O Profeta de Hogwarts!
“De Grifinória à Bella, de Bella à Sonserina, de Sonserina à Símbolo Sensual Pop de Hogwarts.
Sim, novamente a Grifinória do 6º ano, Hermione Granger, muito conhecida por sua inteligência e destaque na escola e por sua muito comentada amizade com o muito comentado Menino-Que-Sobreviveu, que recentemente no Halloween se apresentara numa peça da escola (Bella & Vinic de Dragomir Jeton), onde nos surpreendera com seu imenso talento teatral e principalmente musical... Ainda mais recentemente, nos surpreendera novamente ao assumir publicamente seu romance para com, até então a última pessoa que poderíamos imaginar por sempre ser tão conhecida a inimizade do casal, sim, falo de Draco Malfoy, sonserino do 6º ano e monitor-chefe de Hogwarts.
A preferência de Hermione Granger por rapazes famosos sempre fora muito conhecida na escola, uma vez que se envolvera com grandes nomes como Harry Potter (capitão do time de Quadribol da Grifinória e vencedor do Torneio Tribruxo) e Vitor Krum (apanhador do time oficial da Bulgária e representante de Durmstrang no Torneio Tribruxo). Mas uma vez notícia em Hogwarts, logicamente a grifinória não poderia se despedir das páginas desse humilde Profeta e se dar ao luxo de voltar sua simples vidinha monótona. Não, a Srta. Granger queria mais, e desafiara tudo e a todos (incluindo seus melhores amigos: Ronald Weasley e Harry Potter) para viver desinibida (como temos visto) seu romance com o Sr. Malfoy.
Mais surpreendente e desinibida do que nunca, foi a calientíssima homenagem que a monitora da Grifinória fizera ao tão amado namorado no dia do seu aniversário.
Sim, como sabem, no último sábado 4 de novembro, Draco Malfoy uns dos sonserinos e estudantes mais desejados de Hogwarts, chegara a sua maioridade, e fora surpreendido com uma super comemoração pelos seus mais próximos. Os únicos também a terem a sorte de presenciar tamanho show da bela grifinória.
Muitos, porém, achavam que com esse namoro surpresa, Hermione Granger fosse se afastar do Potter, ou que fosse de fato converter Malfoy para o lado mais grifinório de ser, ou ainda que Draco Malfoy fosse “domar” a tão escandalosa grifinória.
Para começo de conversa, muitos sequer pensaram que esse namoro fosse durar. Mas surpreendentemente para calar a boca de todos o namoro não só anda mais firme que nunca como Hermione Granger, agora publicamente assumida, muito chegada num álcool (fontes dizem até que ela é ex-membro do ABAA – Associação dos Bruxos Alcoolicamente Anônimos ou Antes Bêbado Agora Acabado) é flagrada com incríveis demonstrações de amor.
Mas o comportamento rebelde e eloqüente da grifinória nos faz pensar se ela realmente merece tamanhas responsabilidades como a de monitorar a Grifinória. Todos temos presenciado as mudanças de comportamento da jovem, que por mais sensuais e surpreendentes que sejam nos fazem pensar seriamente se ela tem se envolvido com alguma química não legalizada no mundo mágico, perigosamente reconhecida no mundo trouxa. Sei que pode parecer exagero, mas seria justo deixarmos a atual celebridade de Hogwarts se envolver com esse tipo de conteúdo uma vez que a pouco saíra de uma clínica de recuperação (ABAA)?
Só esperamos que sua súbita fama não lhe suba a cabeça arriscando a sua saúde. Tanto porque sabemos que todo astro tem seus altos e baixos na mídia. Não que “ser manchete” seja difícil para a grifinória, pois nisso todos vimos, ela é uma especialista.
O que nos resta saber é: quem será o novo alvo da grifinória para subir popularmente? Se é que ela já não tem esse alvo em suas mãos. Porque como já foi provado a dois anos atrás, de amores duplos a bela Hermione Granger entende muito bem. Tão comentado foi seu triângulo amoroso envolvendo os famosos Harry Potter e Vitor Krum que teve direito a matéria no Profeta Diário (jornal bruxo).
A comunidade Durmstrang não pareceu se incomodar com tal manchete, nem os chegados a Potter pela audácia da jovem sedutora ao ajudar dois campeões do Torneiro Tribruxo de uma vez.
Mas será que a tão comentada e tradicional família Malfoy vai aprovar uma jovem sedutora e faminta por fama e poder como a bela grifinória? Será que é mais uma belíssima história de amor se apossando de Hogwarts? Como será que Potter está reagindo perante toda essa história? Pois todos presenciamos o estranho estado emocional em que o Menino-Que-Sobreviveu se apossou da última vez que fora traído publicamente dessa forma, com direito a desmaios e tudo. Que mais surpresas a bela Hermione Granger irá nos proporcionar esse ano?
Quem sabe um dia seus poderes de sedução cheguem até o Ministério da Magia.
Meninos de Hogwarts, cuidado! Você pode ser o próximo.”
– AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!
Era tudo o que eu consegui dizer novamente depois daquele artigo e dessa vez Ron me enfeitiçara.
– Isso, grita, xinga a vontade... Você tem esse direito. – dizia Harry calmamente me incentivando enquanto eu xingava meio mundo bruxo e santos de religiões que eu nem sabia se existiam. – É, o importante, Mione, é não ligar pra essa matéria estúpida. – disse Harry compreensivo. “NÃO LIGAR??” eu gesticulava com a boca. – É, fingir que não aconteceu. – “SE EU TE DER UM SOCO AGORA NO MEIO DA SUA FUÇA VOCÊ FINGE QUE NÃO ACONTECEU??” – Hermione, já era. Não podemos fazer mais nada agora...
– “NÃO PODEMOS? É SÓ ME DIZER QUEM É O EDITOR DESSE JORNAL FILHO DA PUTA!”, eu gesticulava novamente.
– Veja pelo lado bom, McGonnagal ainda está de viagem. – disse Ron, o que me aliviou um pouco o peito, mas só depois de eu “gritar” novamente:
- “COMO VOCÊ CONSEGUE ACHAR UMA MERDA DE UM LADO BOM NESSA PORRA??”.
– É. Se McGonnagal estivesse aqui você perderia o seu cargo de... – “ELA ME INTERNARIA, ISSO SIM!” eu gesticulava. – Ah, Hermione. Nem te acusaram de tanta coisa assim... – disse Ron tentando me animar, mas aí eu explodira mais ainda. “ME CHAMARAM DE DROGADA!”. Mas isso só contribuiu pra ele rir da minha cara.
– Bem, eu fui acusado de louco e problemático pelo Ministério. – disse Harry dessa vez, mas novamente eu explodira e graças a Merlin ninguém podia me ouvir ou os boatos de drogada se confirmariam. “LOUCA E PROBLEMÁTICA TODOS SEMPRE SOUBERAM QUE EU SOU, MAS DROGADA É SACANAGEM!”.
Eu só tinha de usar minha sensibilidade feminina, minha educação da qual meus pais cuidaram muito bem e da qual eu tenho feito muito pouco uso. Mas o importante naquela hora, andando pelos corredores em direção à Editoria do Profeta de Hogwarts, era me concentrar na minha calma, que eu sabia estar em algum lugar dentro de mim.
Eu respirei fundo em frente a porta da sala da Editoria e me encostei derrotada na parede ao lado. “Calma, Hermione. Calma. Precisa ter cal...” – mas a porta da sala fora explodida ao meu lado, fazendo com que Antônio Balazer, um corvinal do 5º ano e de aparência meio curiosa, lembrando um primo distante de Luna Lovegood, fosse jogado para fora dela.
– Por favor... Tudo bem... – dizia Balazer estirado ao chão para um vulto que passara por mim.
Ele estava completamente digno de pena, eu não consigo dizer onde era o topo de sua cabeça com toda aquela cabeleira jogada ao redor do pescoço, só sabia de uma coisa, eu não sentia um pingo sequer de pena dele. Pra falar a verdade, fora a primeira coisa a me divertir desde que o dia começara. Tal pensamento me fez pensar uma coisa: afinal, onde o Draco se metera?
– Eu não vou repetir, Balazer! – e minha pergunta fora respondida.
– Malfoy, entenda... Esse tipo de informação não deve ser revelada. – dizia Balazer lembrando terrivelmente Rabicho na Casa dos Gritos. – Você sabe muito bem que eu nunca publicaria isso se eu tivesse noção do que era, só me disseram que era sobre sua festa o que não achei nada demais, mas eu não li. Não tenho nada contra sua namorada, ela é até muito legal. – agonizava o idiota. – Por favor, tente se acalmar!
– Acredite, Balazer... Eu estou calmo! Esse sou eu calmo! – disse Draco numa fúria que chegou a arrepiar a minha espinha, lembrava realmente um Comensal. Nesta hora, eu não resisti e fui até os dois, olhando com total desprezo para Balazer que me olhou como se eu fosse o próprio Voldemort.
- Não! Tenha piedade! – Ele suplicara para mim. Céus, que impressão esse povo de Hogwarts tem sobre mim?
Draco ao me notar, abrira tamanho sorriso deixando completamente de lado seu ar de torturador nazista.
– Ah, bom dia. – disse ele, mas não houve tempo para resposta, estou começando a achar que eu devia parar de me preocupar em responder aos cumprimentos do Draco, afinal ele não tem parecido muito interessado neles.
Ele colara os lábios nos meus ao mesmo tempo em que sua mão meio áspera se enroscava na minha nuca e a outra na minha cintura. De repente tudo parara, eu não conseguia ouvir som nenhum a minha volta, apesar de ter certeza de que Balazer agonizava no chão. Meu peito começou a se encher de algo que parecia se espalhar por todo o meu corpo. O beijo era meigo e acolhedor e tudo em que eu conseguia pensar era nele, na boca dele, no beijo dele que se aprofundara cada vez mais ganhando um ritmo mais tenso. O beijo não parecia acabar nunca, eu devia ter criado guelras pelo pescoço e estar respirando por elas como um peixe, porque eu parecia não me preocupar com a respiração.
Eu tinha certeza que estava num campo, por mais que não pudesse sentir o chão aos meus pés e que ventava furiosamente, pois meu estômago parecia entrar em febre numa tremedeira só. Cada movimento dele, por menor que fosse, tinha conseqüências escandalosas sobre mim. Uma onda de choque me corria, como se nunca tivéssemos nos beijado na vida. E quando ele mordera meu lábio... Céus! É até obsceno tentar descrever aqui o que se passou pela minha cabeça. Ele fora se afastando aos poucos, e a cada dois milímetros de distância ele me depositava um rápido estalinho, até finalmente estarmos apenas com os rostos encostados, ele acariciando meu rosto.
– Eu estava te procurando. – ele disse com a voz arrastada, o que me causara mais uma onda de choques. Como se eu fosse a cidade de São Francisco sendo atacado por uma onda de terremotos a cada instante.
– Eu estou aqui. – eu respondi no mesmo tom, sem nem sequer responder duas vezes.
Ok, agora me responda. O que diabos está acontecendo comigo? Tudo o que eu mais queria naquela momento é que aquela merda de terra se abrisse e me engolisse por toda a eternidade! Porque eu não sou digna de ar puro, não sou digna de nada, e se tiver algo da qual seja digna, essa coisa é s minhocas comam meus olhos e eu comece a me decompor na mesma velocidade que os escaravelhos comem um pedaço de bife cru. Eu mereço a morte! E já que eu não tenho coragem nem capacidade de me matar o que me basta é matar o Draco... mais tarde.
Esse pensamento foi a resposta do meu cérebro ao ver aquele sorriso bobo e apaixonado do Draquinho.
– Onde estávamos? – ele se voltara para Balazer com sua incrível fúria e cara de nazista. – Oh, sim... – ele levantara Balazer do chão pelo colarinho. – Você tem três segundos, o que já é muito se você parar de agonizar que nem um rato, para me dizer quem foi o ser corajoso que escreveu aquela imundice!
– Eu não... não sei... não posso!!! É foi anônimo, usamos o anonimiatus para garantir a segurança de nossos correspondentes! Não tem como eu saber!!– Draco largara Balazer no chão com força bufando de ódio.
– Você... É um idiota, Balazer. Um idiota. – dizia o loiro se controlando, numa mistura de uma fúria e um pouco de pena daquele pobre ser.
– Desculpe, por favor, me desculpe...
– Isso, se desculpe por existir! – dizia Draco. – Mas você me conhece, Balazer. Eu não sou nem um pouco piedoso. – disse ele numa voz sombria que definitivamente lembrava um Comensal.
– NÃO! – eu gritei me pondo na frente daquele ser nojento agonizando no chão, uma vez que Draco apontara sua varinha. Draco parecia completamente confuso e transtornado e abaixara a varinha meio segundo depois de me ver a sua frente.
– Céus, Hermione, está maluca?
– O que você pretendia fazer? O que diabos deu em você? – eu brigava, com certeza era o mais novo Show de Hermione Granger em meio a Hogwarts.
– O quê? Por que está defendendo esse lixo? – ele perguntara completamente atordoado.
– Porque esse lixo já pediu desculpas e já foi bastante humilhado por você, e porque ele enfim não tem culpa de ser dotado de uma cabeça cheia de fumaça a ponto de usar um feitiço como o Anônimatus. Ele já foi bastante castigado, não acha?
– Não. Ele merece muito mais, Hermione. – argumentou o loiro
– Chega. A ofendida fui eu e eu decido que deixemos isso finalizado. E que quando acharmos o culpado eu mesmo cuide dele.
– Você é minha namorada, eu também fui ofendido.
– Pare de bancar o namorado defensor, você nunca se importou com o que acham de mim. Não tente bancar o bonzinho para cima de mim. – eu disse enojada da atitude de machão dele, como se agora fossemos namorados de verdade e eu não fosse apenas sua prisioneira.
Mas eu devia ter pensado duas vezes antes de dizer aquilo e me lembrar que se tratava de Draco Malfoy, porque ele parecera realmente atingido com aquilo. Eu vira seu maxilar se contorcer numa raiva contida e eu tinha certeza de que se olhar matasse eu já estaria enterrada e me decompondo naquele momento. Ele dera meio passo em minha direção, com as mãos trêmulas como se quisesse me estrangular, mas preferira se conter dando as costas e saindo enfurecido, abrindo caminho entre os muitos que assistiam.
Tudo o que eu conseguira fazer era olhar derrotada (credo como estou usando essa palavra hoje) para um ponto qualquer no chão sentindo aquela pontada no peito, como se alguém estivesse com um cortador de grama despedaçando as minhas veias e atrapalhando o fluxo de sangue, em conseqüência disso um frio insuportável. Merda! Culpa é uma palavra que definitivamente eu faria de tudo para apagar do dicionário. Falando nisso, quem foi o desocupado filho de uma vaca que inventou o dicionário? Aquele troço dá palavras pra tudo o que sentimos, o que quando falado se torna três vezes mais real e doloroso. Eu senti um puxãozinho na manga da minha capa.
– Olha, obrigado por ter me defendido, obrigado mesmo. Eu juro por Merlin que se eu soubesse o que aquele artigo diria...
– CALA A BOCA! – eu disse dando as costas também e seguindo pelo caminho contrário do de Malfoy. Sem paciência para falsidade.
Parecia que depois de ter tomado a maldita decisão, da qual eu não entendo até agora, de pedir desculpas àquela cobra asquerosa, aquela aula tomara um curso eterno. Runas Antigas era uma matéria que Draco cursava comigo e foi só eu ver que ele não aparecera para a aula que eu comecei a me desesperar notando a gravidade da situação.
“Ele não consegue nem sequer dividir a mesma sala que eu!” . Eu nunca implorara tanto mentalmente para que aquela aula terminasse, e as únicas palavras que eu conseguia distinguir vindas da professora eram “Então”, “Nunca” e “Logicamente” o que na minha cabeça não formavam algo com muito sentido. Pelo menos nada relacionado à Runas Antigas. As frases que mais se repetiam na minha cabeça no momento eram:
“Ok, nunca passou pela minha cabeça que ele realmente fosse ligar ou se sentir tão ofendido assim...; Tanto porque, logicamente falando, tudo o que eu disse é verdade...; Então por que eu me sinto tão envergonhada de exibir essa minha cara?...; Ok. não foi minha intenção ser tão rude, e ele nunca acreditaria nisso...; Porque logicamente eu sou a pessoa que mais o detesta no universo e eu deixo isso bem claro todos os dias...; O que se resume então em: é, Hermione, você se ferrou legal!...”.
Quando o sinal tocou, eu saí desesperada porta a fora e meio que o procurei em todas as salas, em todos os corredores, em todos os lugares... Ele desaparecera. E nos outros intervalos também, ele só apareceu no almoço e me olhou da mesa da Sonserina com tanto desprezo que eu me senti um inseto. Eu não tive coragem de ir até ele. Já era de noite e eu já tinha virado Hogwarts de cabeça para baixo atrás dele. Até que avistei Jack no fim de um corredor.
– Jack! – eu chamei correndo em sua direção.
– Hermione, tudo bem? – ele perguntou amigável.
– Sim. Você viu o Draco?
– Hmm.... Ele não parece muito a fim de falar com você.
– Onde ele está? – ele rira do meu desespero.
– Treino de Quadribol da Sons... Hei, espere! – eu não ia esperar, precisava mais do que nunca tirar aquele peso idiota do meu peito.
O que estava acontecendo, afinal? Um motim entre os meus sentidos? Quando dei por mim já estava no campo onde quase fora atropelada por um bando de sonserinos suados que iam em direção ao vestiário. Draco ficara por último agachado no meio do campo, guardando as coisas de quadribol. Eu fui até ele.
Fazia realmente muito, muito frio, e ele me olhou surpreso todo suado, com os cabelos loiros meio colados na testa de suor meio esvoaçando ao vento. Ele levantara me encarando ainda surpreso, mas mesmo assim chateado. Eu suspirara derrotada (de novo), desviando o olhar. Era muito vergonhoso.
– Eu agi mal. Você só estava me defendendo. – minha voz saía mais fraca e rouca do que o normal. EU SIMPLESMENTE NÃO ESTOU ACREDITANDO QUE ISSO ESTEJA ACONTECENDO! – Eu simplesmente falei um monte de merda já na defensiva, como de costume. Me desculpe. – eu me atrevi a olhá-lo enquanto ele continuava me encarando.
– Por que está pedindo desculpas? Achei que me odiasse. – ele disse com a voz rouca e com o olhar mais magoado que já vi. MERLIN!
– E odeio! Odeio o que fez comigo! Odeio o que está me obrigando a fazer! Sempre te odiarei! Mas... Eu sei quando estou errada... – disse agora olhando para o chão, era insuportável encará-lo. – E costumo admitir meus erros. Mesmo entre inimigos pode haver respeito...
– Céus, Hermione! Não somos inimigos! Quando é que você vai entender que eu te amo? Quando é que você vai aceitar que me ama também? – ele disse já chateado, tudo o que eu consegui fazer foi olhar furiosa para o nada, me segurando para não começar a xingá-lo. – Você é orgulhosa demais para admitir isso.
– Pois eu estou quebrando o meu orgulho pra te pedir desculpas! Será que dá pra prestar atenção nisso? – eu briguei já estressada.
– Eu presto atenção em tudo o que você faz. – eu engolira seco. MERDA! MERDA! MERDA! Não é ele! Ele é um falso!Está todo mansinho como na Ala-Hospitalar!
– Isso é discutível, sabe? – eu disse. Ele riu divertido se aproximando de mim e me puxando pela cintura.
– Eu aceito o seu pedido de desculpas. – ele disse travesso. – Mas com uma condição.
– Vai a merda, Draco! Eu já sou sua escrava! – eu disse revoltada saindo de perto dele e do campo de Quadribol. Eu ainda o ouvi rindo de longe.
– Nos vemos na monitoria, Mi! Quero dizer, isso se o Símbolo Sexual Pop tiver tempo. – se algum dia eu parecer querer pedir desculpas novamente para Draco Malfoy eu peço que me dêem um tiro na têmpora.
E é isso, Querido Diário. Estou aqui novamente no meio de minha monitoria escrevendo no meu diário porque é a única hora em que tenho sossego para isso. A Lua está minguante e calma, o peso do meu coração se foi. Eu simplesmente detesto ficar em dívida com alguém, ficar me sentindo culpada. Eu ainda não descobri quem foi que escreveu a matéria, mas sei que não vai demorar para tal aparecer.
**
Hermione é atrapalhada por uma coruja negra de grandes olhos azuis.
– O que a minha atual vítima por popularidade quer no momento? – Hermione dissera entediada recolhendo o pergaminho.
“Ei, drogada! (filho da puta!)
Reunião na minha sala agora.
Draco.
Obs: Esqueci de falar, obrigado pela linda e calientíssima homenagem no meu aniversário. Foi um aniversário inesquecível, acredite.
(Ele vai ver a calientíssima e inesquecível porrada que eu vou dar na cara dele.)
Obs2: Como o menino que sobreviveu reagiu perante toda essa história? Hasuahushaush...” (sem comentários..)
Draco terminava suas lições de monitoria-chefe, seus últimos comentários sobre a monitoração de Luna Lovegood, monitora da Corvinal. “O mundo está perdido”, ele deixara escapar em meio a suas anotações. Então batidas na porta o interromperam.
– E senhoras e senhores, no programa de hoje eu tenho a honra de receber a mais nova celebridade do ano: Herm... – começara ele divertido como que para um auditório apontando fantasticamente para a porta da sala. Mas não fora Hermione que entrara. – Pansy? – ele perguntara surpreso se recompondo e voltando pra sua mesa. – O que está fazendo aqui? Já passou da hora de ir para os dormitórios.
– Ora, Draco. Nós nunca ligamos muito para as regras... O que a Granger tem feito com você, hein?
– Eu só não quero trazer problemas para a Sonserina. – ele se corrigira nervoso enquanto continuava suas anotações.
– Eu queria falar com você. – ela começou com a voz arrastada se aproximando do loiro.
– Eu não quero falar com você! Você não acha que já nos trouxe problemas demais? Por sua causa Hermione foi parar no jornal de Hogwarts.
– Ultimamente Granger tem passado mais pelos jornais do que essa guerra. O que eu podia fazer? Ela queria cantar... E ela canta bem, achei que não teria problema.
– Larga de ser cínica! Você jogou ela no palco! Pensa que eu não te conheço? – brigara o loiro já em pé, mas Pansy fora se aproximando dele, acariciando-lhe os braços com os narizes quase se tocando.
– Para falar a verdade, eu não sei mais. – ela lhe disse ao pé do ouvido. – Você anda tão afastado, se esqueceu dos amigos...
– Se você fosse minha amiga não teria feito o que fez.
– Me desculpe. – ela disse roçando os lábios nos dele. – Eu achei que você fosse gostar. Não me culpe por não conhecer mais o seu gosto. Quem anda mudado é você... Quem anda nos privando de sua companhia é você, Draco.
Mas Draco se separara dela com tamanha velocidade como se ela tivesse uma doença contagiosa, pois Hermione estava ao pé da porta. E a tensão naquela sala fora grande.
– Eu só vim lhe trazer o meu relatório, Draco. – Hermione disse indo em direção a mesa tão indiferente como se Pansy nem existisse e deixando-lhe um pergaminho meio amassado, onde Draco podia ver sua tensão.
– Não. Pansy já estava de saída. Eu quero falar com você. – disse Draco o mais natural possível.
– Com todo o respeito, senhor monitor-chefe, mas eu não quero falar com você agora. – disse Hermione no seu mantido tom frio.
Draco por mais que quisesse gritar não o faria na frente de Pansy. Hermione saíra da sala deixando os dois sozinhos novamente. Draco olhara com raiva para Pansy.
– O que você quer?
– No momento... – ela começou. – Você. – ele dera uma risada seca sarcástica.
– Fora de questão, sinto muito.
– Eu não acredito que você prefere... Ela a mim. – ela disse agora nervosa jogando os cabelos curtos caindo nervosamente na cara.
– Eu tinha impressão de que era com ela que eu estava namorando, não você.
– a garota parecera levar um tapa na cara. E começara ameaçadora.
– Pois eu sei que esse namoro é forjado, Draco. Todos sabem! É obvio demais o ódio que ela sente por você.
– Você não tem lido os jornais ultimamente, tem? – disse ele distraidamente.
– Eu não sei o que você vem sentindo por ela, Draco, mas eu não acredito que você tenha se iludido a ponto de achar que ela realmente um dia viria a se apaixonar por você. – Draco parara de rir. – Você representa tudo o que ela mais odeia, Draco. Ela despreza você, sempre desprezou. Ela é uma grifinória, amiga do Potter, ela nunca aceitaria você, nunca veria suas qualidades. Para ela você é só mais um sonserino esnobe, um aprendiz de Comensal!
Draco não fazia idéia que cada palavra que ela dissesse ia doer tanto assim. Tudo lhe caía a garganta como um quadrado de gesso.
– E no dia que teremos de ir para guerra, Draco... Você acha que ela vai ficar do lado de quem? Do seu? – ela soltou um suspiro de sarcástico. – É melhor começar a rever seus conceitos, Draco. – finalizara antes de sair da sala.
Draco ainda ficara um tempo olhando para porta angustiado.
“E odeio! Odeio o que fez comigo! Odeio o que está me obrigando a fazer! Sempre te odiarei!”, Hermione batia em sua cabeça com aquelas palavras que agora lhe doíam muito mais. E logo a cena da noite anterior deles tomando impulso para se beijarem como se fossem namorados na despedida. Ele rira de lado. “Não, ela não me odeia... Não odeia...”.
– Eu odeio Draco Malfoy! Eu odeio Draco Malfoy! Eu odeio Draco Malfoy! – Hermione repetia para si mesma a caminho da Grifinória. – Canalha de uma figa! “Eu presto atenção em tudo o que você faz...” – ela imitara as palavras e a voz do loiro de modo debochado. – Que preste atenção na testa dele! Que não é nada pequena! Lula Milindris! – disse Hermione ainda nervosa para o quadro da Mulher Gorda.
– Fale mais baixo, pensa que está onde? Em casa?
– Lula Milindris! – repetira ela mais baixo.
– A senha mudou. – disse a Mulher Gorda. Hermione rira seca.
– O quê?
– Isso mesmo o que você ouviu, a senha mudou a cinco minutos atrás.
– Mas eu sou a única fora da cama... A senhora fez de propósito!
– Talvez se parasse de ocupar seu tempo desrespeitando os quadros do castelo, chegasse mais cedo a tempo de pegar a antiga senha. – disse a Mulher Gorda com ar debochado.
– ME DEIXA ENTRAR!
– Não!
– VOCÊ QUER QUE EU DURMA ONDE? NA SALA DE TROFÉUS?
– Isso não é da minha conta, sabe?
– SUA GORDA ASQUEROSA!
– Pelo visto o ABAA não te fez efeito. Também, lugar de loucos é no St. Mungus!
– E LUGAR DE QUADROS DE MULHERES OBESAS É NUM SPA!
– Hermione? – a castanha se virara com raiva e dera de cara com o loiro com um sorriso divertido na cara. – O que houve?
– NÃO É DA SUA CONTA!
– Francamente, menina. Tem quadros querendo dormir, sabe?
– VOCÊ É FEITA DE TINTA A ÓLEO TEM O DIREITO DE PERMANECER CALADA! – gritara a castanha.
– FRANCAMENTE, DE ONDE EU VENHO MENINAS DA SUA IDADE RESPEITAM OS MAIS VELHOS.
– E DE ONDE EU VENHO VELHOS QUADROS HORROROSOS COMO VOCÊ NÃO FALAM OU SE METEM NA VIDA DOS OUTROS! PARA FALAR A VERDADE NUNCA VI QUADROS TÃO HORROROSOS QUANTO VOCÊ!
– O que está havendo? – tentara Draco novamente.
– Olha quem está falando...
– PELO MENOS O MEU NOME NÃO É UM ADJETIVO E NEM SOU PREGADA NA PAREDE!
– Pelo menos eu não fui internada numa clínica para bêbados!
– NÃO, ELES TERIAM DE TER UM PÉSSIMO GOSTO PARA DECORAÇÃO!
– Ah, eu não vou ficar ouvindo isso. Com licença, tenho mais o que fazer. – disse a Mulher Gorda indo para o quadro adiante e desse para o outro até sair de vista.
– É! VAI LÁ SUA GORDA PINTADA A GUACHE, VAI ENCHER O SACO DA MONALISA PARA VER SE ELA SAI DAQUELA CARA DE BUNDA DELA!
– Hermione, o que houve? – perguntou Draco rindo.
– Aquela bovina não me deixou entrar!
– Tudo bem, você pode dormir comigo. – Hermione o olhara assassinamente. – Credo, você só pensa maldade! Vamos logo.
– O acusado de estar usando drogas sou eu ou você, Draco? Eu nunca dormiria no mesmo ambiente fechado que você. – ela dissera.
– E onde você pretende dormir? – ele disse divertido. Ela ficara sem fala. – Se ficar aqui fora pensando por muito tempo Filch vai acabar te achando. – ela ficara tensa ao ver que estava sem saída.
– Se você tocar em mim, Draco... Se você chegar perto de mim! Eu causarei muito mais dor do que Keanu Reeves em Matrix quando colocam aquele troço no umbigo dele.
– Matrix? O que é isso?
– Ah, esquece! – disse a castanha o acompanhando.
– Você tem uma idéia de tortura muito estranha.
– Desculpa, eu não cresci no meio de Comensais da Morte.
– Pois devia. Eles aprenderiam muito com você.
– O que você está fazendo aqui fora, afinal?
– Resolvi dar umas voltas, esvaecer as idéias.
– Idéias? Isso realmente deve ter sido difícil pra você. – alfinetou ela.
– Pelo menos eu não desconto a minha raiva nos quadros. – devolveu ele.
– O que você está querendo dizer com isso?
– Quero dizer que você saiu da minha sala se roendo de ciúmes e descontou toda a sua raiva no quadro.
– Ciúmes? Ha! Eu não tenho ciúmes de você, Draco, você não significa nada para mim, Pansy muito menos. Pegue quem você quiser!
– Não estávamos nos “pegando” se é isso o que você quer saber.
– Que ótimo, assim minha cabeça anda bem mais leve, sem chifres, não é? POIS OBRIGADA OU NÃO EU SOU SUA NAMORADA! – ela disse parando a sua frente. Ele rira.
– Eu sei, e a única garota que eu “pego”! – ele disse beijando-a ferozmente.
– Me sol... – mas Hermione não conseguira fugir.
Ele já a estava pressionando contra a parede num beijo apaixonado e feroz. Suas mãos apertando-a contra seu corpo. Hermione tentava não prestar atenção no beijo ou nos seus calafrios, mas era difícil. Já estava sentindo seu corpo esquentar e os lábios se envolverem de forma assustadora. Ela sabia que se ele chegasse a morde-lhe os lábios algo de muito grave poderia acontecer... Algo do qual ela não conseguia nem pensar. Tinha de parar aquilo.
– AHH... – gemera Draco, ao golpe de Hermione em suas “partes”.
– Hermi… Merlin! Ai...
– O que pensa que estava fazendo? Temos um trato!
– Foi mal, eu esqueci... – disse ele ainda gemendo de dor.
– Seu idiota.
– Se não tivermos filhos a culpa será sua...
Continua...
Comentários (1)
"Se não tivermos filhos a culpa vai ser sua."SHAUSHUASHUAHSUAHSUAHS NÃO CONSIGO PARAR DE RIRFIC LINDAAAAA
2011-10-16