Godric's Hollow



Harry sentia-se feliz. Acabara de deixar o lugar que mais odiava do mundo para trás e a sensação de voar em uma vassoura era a sua preferida. Ele parou apenas para tomar café no Caldeirão Furado, já que não tinha dinheiro de trouxa. O bar estava extremamente vazio, como da última vez em que Harry o vira, no verão passado.
Ao ver Tom, o dono do bar, Harry pediu apenas um chocolate quente e algumas garrafas de cerveja amanteigada para a viagem. O velho dono do bar lhe perguntou se não ia montar estadia em um dos quartos que haviam no Caldeirão Furado. Harry lhe respondeu que não e ao iniciar uma explicação do ocorrido na casa de seus tios, escutou passos e risadas vindos da escada que dava para os quartos da estalagem. Mal teve tempo de se esconder atrás do balcão e viu Fred e Jorge Weasley, os gêmeos irmãos de Rony, e se lembrou de que eles estavam morando na loja Gemialidades Weasley.
Harry se virou então para ouvir a conversa entre os gêmeos e Tom.
-Tom, aqui está o seu dinheiro pela nossa estadia nos quartos- disse Fred entregando ao velho alguns galeões.
-Mas vocês vão para onde?- perguntou o velho que parecia inconformado de ver seus únicos clientes indo embora.
-Tom, nós lhe explicamos que só estávamos dormindo aqui porque estávamos fazendo alguns ajustes na loja.- respondeu Jorge que parecia muito feliz de deixar aquele lugar.
Tom pegou o dinheiro das mãos de Fred e os gêmeos foram embora. Ao olha ao redor e não ver Harry o velho pareceu se assustar, mas o garoto saiu detrás da prateleira em que estava e Tom sorriu ao vê-lo, mostrando uma boca sem dentes. Harry lhe explicou que estava ali porque dali alguns dias completaria a maioridade e iria para “A Toca” reencontrar os Weasley e comemorar seu aniversário.
“Tomara que ele não encontre nenhum dos Weasley para avisá-los de que me viu”.
Pensou Harry.
O velho então lhe explicou que o bar estava vazio atualmente, todos tinham medo de Comensais andando por ali em tempos de guerra. Harry se sentou e esperou Tom lhe trazer o chocolate quente e as garrafas de cerveja amanteigada. Despediu-se do barman rapidamente e saiu novamente com o malão invisível e sua capa da invisibilidade, montado na Firebolt.
Harry seguiu por mais algumas longas horas voando na Firebolt e olhando o mapa atentamente para ver se continuava na posição certa. Harry avistou um pequeno vilarejo cercado por um bosque. Haviam algumas casinhas pequenas e com jardins floridos. Harry achou a aldeia um tanto pacata, por isso pouso numa clareira no bosque próximo a ela, antes de tirar a capa da invisibilidade e murmurar:
-Finite incantatem
Seu malão reapareceu novamente e Harry o fez pousar no chão com um pequeno baque. Retirou a capa da invisibilidade e guardou-a em seu malão. Ao acabar de fazer isso Harry olhou para o lado e viu a Firebolt, o que faria com sua querida vassoura? O malão estava cheio e não havia espaço para a Firebolt. Harry ficou alguns momentos até ouvir um barulho de passos atrás dele e sem saber o que estava fazendo murmurou, a varinha apontando para a vassoura:
-Reducio
Após terminar o feitiço e guardar a vassoura no malão, Harry mal teve tempo de guardar a varinha entre a calça e a cueca e ouviu vozes conhecidas cada vez mais perto:
-Francamente, se Rufo acha que eu vou deixar a Ordem para vigiar um lugar aonde ninguém nunca veio e nem Dumbledore se preocupava. Eu vou é voltar para a Sede da Ordem e você fica aqui sozinha Tonks.
-Quantas vezes preciso lhe dizer isso Dawlish? Era do gosto de Dumbledore que continuássemos obedecendo às ordens do Ministério. Você sabe que não podemos deixar transparecer que não concordamos com o Ministério, já que trabalhamos nele.
-Tonks, eu não sei o que o ministro quer aqui, será que ele acha que Você-Sabe-Quem vai voltar aqui para acabar com os túmulos de Lílian e Thiago? Eu sei que Você-Sabe-Quem é um psicopata, mas ele não chega a esse ponto.
-Ok então Dawlish. Pode voltar, mas eu vou continuar aqui. E você também ouviu o que Minerva nos disse na última reunião da Ordem. Harry pode estar vindo neste momento para cá. Arabella Figg ouviu dos tios de Harry que ele deixou aquela maldita família hoje e que Hermione Granger recebeu uma carta de Harry, dizendo que ele viria até o povoado onde o pai e a mãe moravam.
Harry parou estupefato com o que ouvira. Então mesmo após tudo o que ele havia provado todos insistiam em tratá-lo como uma criança? Por que todos achavam que ele não sabia se cuidar sozinho? Nem ao menos ver os túmulos dos pais podia?
Perdido nesses pensamentos Harry ouve um arbusto ao seu lado se mover e ouve:
-Psiu, ei Harry, vem aqui. Sou eu a Mione. Harry então olha e vê que uma farta cabeleira castanha sobe do arbusto.
Harry pega seu malão com uma das mãos e então ele se lembra do que lera ano passado. Rapidamente Harry coloca a mão nas vestes e tira cuidadosamente sua varinha, sem que Hermione veja seus movimentos Harry fala:
-Olá Mione, onde está o Rony?
-Ele está vindo também só que ele teve um probleminha no caminho já que ao tentar aparatar ele saiu um pouco longe- respondeu Mione em um sussurro se levantou do arbusto e olhou para Harry.
Harry não pôde deixar de pensar que a garota estava realmente muito bonita. Seus olhos castanhos estavam brilhantes e ela tinha ganhado mais busto e cintura. No que Harry achou que fosse um tom descontraído ele respondeu:
-Hum, Mione se lembra de quando eu beijei com a Cho ano passado?
A garota arregalou os olhos como se achasse a pergunta inesperada e disse:
-Sim Harry, mas não sei o porquê desta pergunta.
-Hum... Eu acho que posso lhe explicar. Eu não fiquei com ela.- ao dizer isso Harry pulou para o lado e mirando a varinha em Hermione gritou.- Estupefaça.
Harry ouviu barulho de pés atrás dele e pegou seu malão e a gaiola de Edwiges e colocou ao seu lado no arbusto. Escondeu-se o máximo que pode e abriu seu malão pegando a capa da invisibilidade cobrindo a sim mesmo e ao malão e a gaiola, os pés estavam cada vez mais perto. Então Harry escutou:
-Cuidado Dawlish. Pode ser uma armadilha.
Harry viu Tonks aparecer do outro lado da clareira e de repente a sua frente ouviu um Cract, Harry mal teve tempo de se virar e viu Dawlish a sua frente. Ao chegarem no centro da clareira Harry pensou rapidamente e saindo debaixo da capa e detrás do arbusto mirou em Dawlish, gritando:
-Petrificus Totalis
Harry viu Dawlish parar de se mover e ficar como uma pedra. Tonks se virou no mesmo instante e gritou:
-Estupefaça
Harry pulou para o lado e viu que Tonks abaixou varinha e disse:
-Olá Harry.- virou a varinha para Dawlish e murmurou- Finite Incantatem.
Dawlish voltou a se mover e disse:
-Calma Tonks. Nada lhe garante que seja mesmo Harry. Pode ser um Comensal com a poção polissuco.
-Não Dawlish, é Harry mesmo. Ele estava encoberto pela capa da invisibilidade de Thiago, por isso não o vimos.- disse Tonks se virando e ao deparar com Hermione deitada inconsciente e Harry a viu levantar a varinha novamente, em sua direção:
-Harry, o que Hermione faz aqui? Foi você quem a estuporou?- disse Tonks andando na direção de Hermione, mas com o olhar parado em Harry, como se desconfiasse de algo.
-Esta não e a Mione.- disse Harry com frieza.- Mione sabia que eu não fiquei com a Cho ano passado. Deve ser algum Comensal, Tonks. Mas me diga, o que você e Dawlish fazem aqui?
-Ordens de Rufo Scrimgeour. Ele nos mandou patrulhar as áreas do povoado. Mundungo está vigiando o vilarejo. E Harry, por que você nos atacou? Não havia me visto?
-Não.- mentiu Harry, andando na direção do centro da clareira.- Eu achei que eram mais comensais prontos para atacar, aí quando vi vultos eu me virei e ataquei.
-Bem... O que te traz aqui Harry?- perguntou Dawlish.
-Você sabe muito bem, Dawlish.- respondeu Harry friamente.- Eu vim ver o povoado onde meus pais moravam, como Tonks acabou de lhe dizer.
-Mas Harry porque você não avisou a nenhum adulto? Você poderia ser atacado por um comensal e quem sabe o que poderia ter acontecido com você.- replicou Tonks.
-Eu não avisei a ninguém além de Rony e Mione, pois sabia que vocês me impediriam. O que acho que não adiantou muito né?Já que vocês estão aqui.
-Harry ninguém está lhe impedindo de ver a aldeia onde seus pais moraram. Só não queríamos que você viesse sozinho. E acho que Rufo nos mandou aqui com esse propósito. Todas as corujas estão sendo verificadas pelo ministério.- completou rapidamente Dawlish ao olhar interrogativo de Harry.
-Ok então. Já que não vão me impedir de ver a aldeia eu vou andando.-disse Harry guardando sua capa no malão.
-Mas... Harry você não quer saber que comensal é este?
-Como?
Tonks mexeu em suas vestes e tirou um frasco com um líquido transparente de seu bolso.
-Veritaserum.- disse ela com um sorriso.
-Hum... Pode ser então.- Consentiu Harry.
Dawlish apontou sua varinha para “Hermione” que estava caída a um canto e disse:
-Enevarte
Hermione ergueu com uma certa dificuldade e Tonks virou rapidamente o frasco em sua boca. Após beber o líquido Hermione adquiriu um ar demente e se virou com um olhar vazio e sem vida, focado em um ponto qualquer.
-Nos diga quem é você?- disse Tonks.
-Meu nome é Walden Macnair.
-O que você é e o que faz aqui?
-Eu sou um comensal da morte. Estou aqui seguindo ordens do Lord das Trevas.
-Que ordens são essas?
-O Lord pediu-me que acompanhasse o trabalho dos aurores que foram enviados a Godric’s Hollow. Ele me disse que Harry Potter estaria aqui em breve, por informações de um espião vindo do ministério. Ele me pediu que prendesse Harry Potter e o levasse até ele.
-Hum... Acho que já está bom né, Harry?- disse Tonks olhando Harry com um sorriso.
-Dawlish você faria o favor de levar Macnair ou “Hermione” daqui?
-Sim.- respondeu Dawlish apontando sua varinha para “Hermione” e dizendo –Encarcerous
Após Dawlish aparatar com Macnair, Tonks se virou para Harry e acenou com a cabeça, como se pedisse que o menino a seguisse. Harry pegou o malão e a gaiola e foi andando atrás de Tonks.
Ao saírem do bosque Harry deparou com as casinhas que vira lá do alto. Harry foi andando atrás de Tonks até uma casa bonita e maior do que as outras da rua. Tonks abriu a casa e Harry entrou, seguido de Tonks, que exibia no rosto um sorriso agradável.
Ao entra na casa, Harry se deparou com uma espécie de sala antiquada. Harry sentiu uma sensação muito boa e se virou para olhar Tonks. Esta sorriu novamente para ele e disse:
-Após a morte de seus pais a casa estava destruída- disse Tonks olhando significativamente para Harry e com uma cara mais triste disse- Dumbledore mandou que reconstruíssem-na no final do ano em que você entrou para Hogwarts. Ele esperava que você pudesse morar aqui quando a guerra acabasse.
Harry observou cada detalhe da casa. Dumbledore nunca havia mencionado ela, e Harry nunca perguntara por ela também. Então ocorreu lhe uma idéia, sim era possível.
-Tonks- disse Harry com um sorriso fraco no rosto- tudo isto era dos meus pai?? Então quer dizer que sobraram lembranças deles?
Tonks olhou-o com pena e disse:
-Não, Harry. Tudo foi destruído naquela noite. Dumbledore apenas mandou que fizessem móveis iguais ao eu haviam antes da destruição.
Harry olhou então para tudo aquilo e pensou:
“Se ao menos eu pudesse morar aqui.”
Mas logo pensou na impossibilidade daquele pensamento. Nem Hogwarts com Dumbledore era tão segura quanto ele imaginava. Então ele sozinho ali numa casa de um vilarejo trouxa seria seguro?
-Ah, Harry.
-Oi.- disse Harry acordando de seus pensamentos.
-Você gostaria de dar uma olhada no vilarejo?
-Ah, sim, sim eu vou dar uma volta.
-Ok, eu posso te acompanhar? Eu já conheço uma boa parte dos lugares.
-Tudo bem.
Harry e Tonks andaram durante algum tempo sem falar nada até que Harry viu que Tonks queria conduzi-lo a algum lugar, pois ela virava sem nada dizer ao garoto, como se esperasse que este a seguisse. Harry o fez se sentindo aliviado de não ter que suportar um falatório em sua cabeça.
Tonks parou de repente e Harry levantou a cabeça e viu que a sua frente se estendia um muro baixo e branco. Ao lado havia um portão enferrujado com uma pequena placa em forma de um arco com os dizeres:
“Cemitério de Godric’s Hollow”
O estômago de Harry caiu, como se este tivesse levado um soco na boca do estômago. Harry entra e vê no fim duas lápides brancas e maiores que as outras. Ele anda na direção das lápides e vê escrito na da esquerda:
“Lílian Potter”
E logo abaixo uma foto de sua mãe com longos cabelos ruivos e os olhos verdes que Harry herdara. Harry viu que a mãe sorria e percebeu o quão bela ela era. Ao olhar para a lápide ao lado Harry vê os dizeres:
“Tiago Potter”
E como na lápide de sua mãe havia uma foto de seu pai que também sorria, os cabelos rebeldes como os de Harry e os óculos com olhos castanhos por baixo.
Harry se ajoelha e fica a contemplar as fotos dos pais até sentir que alguém coloca a mão em seu ombro, era Tonks. Harry continua ajoelhado e sente uma tristeza enorme invadir seu corpo. Ele tem vontade de se levantar e ir em busca de Voldemort mas sabe que isso não e possível. Harry sente uma lágrima silenciosa escorrer pelo seu rosto e chegar até seus lábios. Harry a limpa e se levanta indo em direção a casa de seus pais.
Ele percebe que Tonks corre atrás dele e o garoto então corre mais rápido para que não seja impedido de fazer o que queria. Ao ver a casa Harry tira a varinha do bolso e pensa:
-“Alorromora”
A porta se abre e ele entra tirando sua capa da invisibilidade de dentro e se cobrindo rapidamente. Aponta a varinha para o malão e murmura:
-Vingardium Leviosa
Harry abre o malão e tira de lá a pequena Firebolt e Pensa apontando a varinha para a miniatura de vassoura que estava na palma de sua mão:
-Densaugeo
A vassoura cresce até voltar ao tamanho normal e Harry monta nela escondendo-a com sua capa. Harry equilibrou o gancho da gaiola de Edwiges em sua vassoura e voou novamente.
Voou sm rumo durante algumas horas, mas depois, Harry tomou o caminho de Ottery St. Catchpole. Harry iria para a Toca, iria esperar o casamento de Gui e Fleur passar e ia em busca das Horcruxes. As quatro horcruxes restantes das quais três, ele Harry tinha conhecimento.
Nagini a cobra de Voldemort, a taça que pertencera a Helga Hufflepuff e a Horcrux que havia dentro de Voldemort. Harry iria esperar o casamento e continuaria a busca de Dumbledore pelas Horcruxes.
Foi com esse pensamento que Harry avistou uma estradinha de terra e uma casa torta e com porta e chaminés que saiam dos lugares mais inesperados. Harry pousou levemente e tirou a capa da invisibilidade ao mesmo tempo em que murmurava:
-Aparecium
Harry pousou o malão novamente no chão e guardou a capa e a vassoura que transformara novamente em miniatura no malão e foi um Harry um pouco mais animado que tocou a campainha.Alguns segundos depois uma garota que Harry pensara muito nesses dia aparece na porta. Era Gina.
-Olá Harry.- disse a garota com um sorriso.
Harry olhou para ela e viu que ela estava mais bonita ainda do que no ano passado.
-Olá Gina.- respondeu Harry dando um sorriso.
Novamente ele estava no segundo lugar que mais gostava e agora com Rony e Mione mais Gina ao seu lado. Harry deixou suas preocupações para trás ao ver aqule lindo sorriso e apenas pensou o quão bom seriam seus últimos momentos ali, antes da oranda em busca das Horcruxes.

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