O adeus aos Dursley



Em uma rua com casas bonitas e belos jardins, numa noite fria e calma onde o que todos mais querem é uma tranqüila noite de sono, se esconde um garoto com penetrantes olhos verdes e cabelos negros e rebeldes como os de seu pai e uma fina cicatriz em forma de raio no meio de sua testa.
Harry Potter, o menino que sobreviveu, agora chamado também de “o escolhido”, tenta não relembrar os acontecimentos dos últimos três anos vividos por ele. Harry luta contra o impulso freqüente de chorar pela perda de pessoas que ele considerava essências em sua vida.
Primeiro Voldemort, o Lord das Trevas, levou seus pai, Lílian e Thiago Potter. Há três anos levara Cedrico Diggory e há apenas dois anos levara o que Harry considerava a sua maior perda dos últimos anos, Sirius Black. Após a perda de Sirius Harry se sentira vulnerável novamente e lutara contra tudo para acabar com Voldemort. Mas seus esforços foram em vão, no seu sexto ano em Hogwarts Harry achara que ao descobrir o segredo de Voldemort, as Horcruxes, ele e Dumbledore poderiam derrotar Voldemort juntos, mas novamente o destino se mostrou desfavorável a Harry Potter. Alvo Dumbledore morrera e deixara Harry só na luta contra o mal.
O garoto sabia que Rony e Hermione gostariam de ajuda-lo a caçar as Horcruxes de Voldemort e Harry não poderia aceitar aquela ajuda, pois não queria pôr mais ainda em risco a vida de seus amigos. Após tudo o que Harry tinha feito, todas as lutas contra o Mal ele não podia negar. Estava enfraquecendo pela falta de pessoas como Sirius e seus pais.
Dali a duas semanas Harry Potter faria dezessete anos e a magia feita por Dumbledore para protegê-lo iria acabar. Então Harry tomaria o rumo de Godric’s Hollow, a aldeia onde os pais de Harry moravam. Harry sabia que teria continuar com todas as suas forças para acabar com aquela guerra iniciada novamente por Voldemort, A segunda Grande Guerra.
Harry tinha o desejo de sair dos Dursley naquele mesmo dia, mas sabia que comensais estavam vigiando a casa dos seus tios apenas na espera que Harry saísse antes de completar seus dezessete anos ou ficasse lá após atingir a maioridade, se tornando um alvo tão fácil como se parasse no meio de uma avenida movimentada esperando que nenhum carro o atropelasse.
Harry se culpava, em parte, pela morte de Sirius. Sabia que ao praticar Oclumência com Snape, não levara a matéria tão a sério e acabara indo para o Ministério da Magia levando amigos que quase morreram por ele lá. Harry se lembrava de Monstro, o odiado elfo doméstico que cuidava da casa no Largo Grimmauld, nº 12, Harry queria matar o elfo por ter seguido ordens de Belatriz, mas agora não podia ao menos sair de casa. A guerra sem Dumbledore estava perdida. Harry sentia ódio de tudo e de todos.
Veio a sua mente o grito de Belatriz e a imagem de um Sirius estuporado cambaleando e caindo no misterioso véu. Snape murmurando “Avada Kedavra” na direção de Dumbledore, a imagem de um homem, um grande homem caindo ao chão e logo após Harry correndo atrás daquele que se intitulava o “Príncipe Mestiço”. Harry sabia que Snape não era confiável, mas Dumbledore sempre confiara nele e Snape agora havia matado o homem em que Harry mais confiava no mundo.
Harry adormece absorto em seus pensamentos e sonha novamente com a cena do ministério e Sirius caindo no Véu. Com a morte de Dumbledore várias explicações foram deixadas para trás.O que era aquele véu? Harry queria ter o conforto de alguém ao seu lado, alguém como Gina Weasley, mas era arriscado namorar Gina em tempos assim, Voldemort poderia chantageá-lo e até mesmo matar Gina e se Harry perdesse mais alguém importante em sua vida não sabia se poderia suportar a dor. Pensando em todas essas coisas Harry é vencido pelo cansaço e acaba adormecendo.
Harry acorda e percebe que já sta claro. Ouve um pequeno barulho e olha ao redor em seu quarto e vê uma Edwiges contrariada olhando para um Pichitinho demasiadamente excitado.Harry corre e segura Pichitinho que piava feliz pelo quarto. Agarra a pequena coruja na palma de suas mãos e retira o pergaminho amarrado em sua perna e reconhece a letra de Mione:


Querido Harry,


Eu e Rony estamos na Toca e a Sra. Weasley pediu que escrevêssemos para que você viesse passar o resto de suas férias aqui. Rony disse que Fred e Jorge prometeram lhe dar uma vassoura nova e anda mais excitado que Pichitinho. Eu e Gina o esperamos para que possamos ir ao Beco Diagonal juntos e assim comprarmos nossos livros,


Beijos da sua amiga,


Hermione.


Obs.: Não comente nada com o Rony sobre quadribol a não ser que queira passar o dia inteiro conversando sobre vassouras de corrida.

Mesmo desanimado, Harry segui até sua escrivaninha e pegou uma pena e um pergaminho e rabiscou uma pequena resposta.

Cara Hermione,



Não posso sair de casa no momento tem comensais rondando por toda a região na espera de me pegarem desprevenido. Eu sinto muito mas decidi fugir com pó de flu para algum lugar mais distante e depois rumar para Godric’s Hollow a aldeia dos meus pais. Não vou voltar a Hogwarts esse ano pois lá não e mais seguro como antes.



Um abraço,
Harry.

Após despachar Pichitinho de volta a Rony e Hermione, Harry foi até seu malão e tirou de lá o velho álbum de fotografias que hagrid o deu no seu primeiro natal em Hogwarts. Ele parou na foto de casamento dos seus pai e ficou observando seus pais e Sirius. Harry sentiu uma infelicidade enorme e uma angústia caiu ate o seu estômago, fazendo o garoto expulsar todo o ar de seus pulmões. Harry então olhou para o malão e viu aquilo que ele precisava para ir embora sem nem ao menos ter que usar o pó de flu, que certamente daria certeza a Voldemort que Harry tinha deixado a casa dos Dursley.
Harry tirou do fundo de seu malão a capa da invisibilidade herdada de seu pai. Harry sabia que agora já podia praticar magia fora da escola e tendo apenas dezesseis anos pois estava em guerra. E de qualquer forma ele não voltaria para Hogwarts, então se fosse expulso não faria diferença alguma para o garoto.
Harry arrumou rapidamente suas coisas pegou outro pergaminho e sua pena e escreveu:


Hermione,


Eu estou saindo dos dursley amanhã, eu vou ir com a Firebolt até Godric’s Hollow e depois passo na Toca para o casamento de Gui e Fleur. Não tentem ir atrás de mim, pois se algo acontecer a vocês não vou me perdoar nunca.

Um abraço,

Harry.

Harry amarrou o pergaminho na perna de Edwiges e fazendo carinho na cabeça da coruja pediu:
-Vê se chega lá bem tá? Entrega isso pra Mione e fica lá até eu aparecer, viu??
A coruja concordou dando uma bicada carinhosa no dedo de Harry e saiu pela janela aberta.Harry desceu as escadas e encontrou os Dursley já a mesa tomando café. Ninguém pareceu notar a chegada do garoto, todos olhavam avidamente a televisão(agora nova pois Duda tinha jogado um prato na última ao ver seu programa preferido de Boxe ser cancelado para que o 1º ministro desse um aviso de extrema importância sobre os ataques misteriosos) e Harry começou a se servir de salsichas e ovos.
Tio Válter virou-se de uma vez para o menino e perguntou:
-Então, vai mesmo nos deixar ao fazer dezessete anos, como aquele velho caduco disse?
Harry sentiu uma têmpora em seu pescoço tremer violentamente, ele sabia que Tio Válter queria irritá-lo para que os últimos dias de Harry naquela casa fossem os piores possíveis. Sem poder se conter Harry se levantou de uma vez e respondeu:
-EU VOU SIM EMBORA, MAS ANTES DO QUE VOCÊ PENSA. E AQUELE VELHO CADUCO A QUEM VOCÊ SE REFERIU ERA DUMBLEDORE, O MAIOR DE TODOS O BRUXOS DESTE SÉCULO E AGORA ELE ESTÁ MORTO.
Tio Válter parecia assustado com o que acabara de ouvir, mas então ele apenas murmurou algumas palavras das quais Harry pôde entender algo como:
-Grande bruxo... aquele velho caduco...se morreu e porque não era grandes coisas...
Harry se levantou e foi até seu quarto, Pegou a gaiola de Edwiges com uma mão e a varinha na outra murmurou:
-Desaparecium.
Harry viu seu malão desaparecer diante de seus olhos então apenas apontou a varinha novamente para o lugar onde estava o malão e pensou:”-Vingardium Leviosa”. Desceu com a varinha apontada para a frente e seu tio se levantou rapidamente correndo em sua direção para evitar que Harry enfeitiçasse algo. Harry apenas disse:
-Adeus e agradeçam por não ter que me ver nunca mais.
Tia Petúnia apareceu na sala com sua cara de cavalo e apenas olhou para Harry. Duda estava atrás do tio Válter e Harry tirou a capa da invisibilidade do bolso e cobriu-se. Ao abrir a porta viu que não havia aparentemente nada estranho. Harry correu até seu quarto e pegou a Firebolt, montando nela e tomando o cuidado de encobrir a vassoura também harry percebeu que a capa era curta demais para os dois. Tirou a varinha do rumo do malão e apontando para a capa disse:
-Densaugeo
A capa se alargou o suficiente para Harry cobrir a ele e a Firebolt. Equilibrando o gancho da gaiola de Edwiges no cabo da vassoura harry tornou a apontar a varinha para o malão e sentiu um peso como o de uma pena, estava correto seria fácil ir até godric’s Hollow. Levantou vôo com a Firebolt e sentiu a capa esvoaçar ao seu lado. Finalmente ele tinha deixado os Dursley, Harry se sentiu livre e então tirando um mapa da Inglaterra comprado por Tio Válter no primeiro ano para a viagem até a cabana no mar, da qual foi salvo por Hagrid, Harry rumou até Godric’s Hollow.
Finalmente conheceria o lugar onde morou com seus pais durante um ano.

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