Em pratos limpos



- Como assim… - balbuciou a mulher, muito assustada.

- Helena me pediu para pegá-la. Vamos para o apartamento dela antes que a tempestade piore. – disse, ignorando a pergunta de Hermione, parecendo um tanto irritado com a descoberta.

Ele pegou as malas dela com certa facilidade e fez sinal para que ela o seguisse. Depois, colocou-as no porta-malas e abriu a porta para a “sogra”.

Entraram em silêncio. Ele ligou o carro e saiu do estacionamento subterrâneo. A chuva estava realmente muito forte:

- Então sua queda por meninas mais jovens não era só em Hogwarts, não é, Harry? – perguntou Hermione, quebrando o silêncio.

- Não entendi sua pergunta… - disse ele, com uma cara confusa.

- Como você é cínico… - disse, pegando um livro da bolsa e o abrindo no colo.

Alguns quilômetros depois, a estrada estava interditada e um guarda os mandou encostar:

- Bem… vocês terão que voltar para a cidade… tem onde ficar? – perguntou.

- Não temos, não… - respondeu Hermione, educadamente.

- É que a estrada só estará boa amanhã pela manhã... tem uns trailers para alugar ali perto... – disse apontando para um estacionamento – Vocês podem ficar por lá...

- É o jeito… - comentou Harry, não parecendo muito contrariado por ter que passar a noite com Hermione – E nós ainda temos muito o que conversar... – cochichou no ouvido da mulher, que estremeceu.

Ele fez uma curva e foi para o estacionamento, onde alugou o último trailer, de apenas um quarto.

Hermione olhou o relógio. Eram 6:10. Ela se sentou no sofá e voltou a ler:

- Algumas coisas não mudam, não é Mione? – perguntou Harry, um pouco mais à vontade após sentar-se em uma poltrona, na vertical com relação ao sofá de Hermione:

- Eu quem o diga, Harry… - disse, olhando friamente pra ele.

- Por que você está assim comigo? – indagou o homem.

- Hahaha… você não sabe, não é? Haha... como você é irônico, Harry... – desafiou, forçando uma risada.

- Então me diga... eu realmente não sei.

Ela olhou desafiadora para ele:

- Foi na noite da nossa formatura…querido, você precisa seriamente de um remédio para memória, porque eu venho sonhando com isso todas as noites da minha vida! – gritou, caindo no choro.

- O que? Mas eu estava no salão comunal... com o Rony...

- Conta outra, Harry. Eu só espero que não faça minha filhinha chorar... você sabe o meu nível de magia... não é só porque parei de usar que ela enfraqueceu...

- É verdade...

- Ta... suponhamos que eu acredite em você... o que isso poderia mudar? Você é noivo da minha filha! A última coisa que eu quero fazer na vida é magoá-la!!! – as lágrimas escorriam de seus olhos, embora ela tentasse, em vão, segura-las.

Ele a olhou nos olhos e fez a temida pergunta:

- Responde com sinceridade... Você ainda me ama?

Ela assustou-se ao ouvir a menção do verbo amar e a palavra sinceridade, juntas numa mesma frase:

- A verdade é que eu nunca te esqueci... mas eu amo mais minha filha! – disse, olhando-o com uma mistura de ternura com ódio.

Ele soltou um sorriso meio triste e eles se encararam durante alguns minutos, até que Hermione desviou o olhar.

Um pouco atordoada, a mulher se levantou e foi para o quarto, mas antes de entrar, disse:

- Conjure um colchão para você... pois no mesmo quarto que eu, você não dorme.

- Com medo de cair em tentação? – perguntou, esperançoso.

- Seu grande convencido! – disse friamente, mas a incerteza de suas palavras fez com que o moreno soltasse uma risada satisfeita.

Ela entrou no quarto, batendo a porta com força.

Harry se sentou no sofá e colocou os pés em uma cadeirinha que tinha por perto. Definitivamente ele estava no salão comunal com Rony na sua formatura. Do que Hermione estava falando? Será que ela havia pirado?

De qualquer maneira, ela tinha razão. Estava comprometido e gostava demais de Helena para querer feri-la de alguma maneira, mas sabia que só faria a moça infeliz com um casamento sem amor. Amava Hermione e sabia perfeitamente que não amaria mulher nenhuma além dela, afinal de contas, os anos passaram e ele não a havia esquecido.

Puxou a varinha e conjurou uma taça de vinho tinto e continuou perdido em seus pensamentos e mal notou que Hermione sentara-se a sua frente e o fitava com profundo interesse:

- Por que você mudou de nome, Harry? – perguntou, curiosa.

- O quê? – indagou o homem saindo instantaneamente de seu transe. – Ah, sim! É por que eu vim pra Itália a serviço do Ministério. Como eu sou espião, mudei meu nome. – respondeu com um sorriso amarelo – É sério... eu nunca suspeitei que fosse você... o nome Hermione não é tão comum, mas eu nunca lhe imaginei casada com um trouxa... afinal, eu nunca lhe imaginei casada a não ser comigo.

- Porque você não foi me procurar, se me ama tanto? – Perguntou desdenhosa.

- Por que imaginei que se você havia saído de Hogwarts era porque tinha um motivo realmente importante. Acredite, vontade não me faltou. Mas pelo visto esse motivo importante não passou de mera imaginação sua... – completou de modo vago.

- Olha, você vai casar com a minha filha e eu não quero mais falar sobre isso. – disse calmamente, fazendo a menção de se levantar.

Ele acompanhou seu movimento com os olhos e levantou-se de um salto, pondo-se em frente à porta do quarto:

- Antes eu preciso fazer isso, apenas para uma despedida.

Sem aviso, ele a puxou pela cintura. Ela sentia, extasiada a respiração daquele homem sedutor. Ele aproximou seus lábios dos delas, que foram perdendo levemente a resistência perante a vontade de se entregar. Ele lhe deu um profundo beijo, colocando toda sua saudade nele e ela lhe devolveu, com uma leve pitada de rancor. Ele a virou para lado da porta e a jogou na cama:

- Você não vai trair minha filha! E nem eu! Saia daqui! – disse, quase perdendo a calma, arrumando o cabelo desgrenhado.

- Se é isso que você quer... - disse, desapontado já virando de costas.

- É a coisa correta a ser feita, e depois de tudo o que você fez comigo, eu sequer deveria esta conversando contigo.

- Se é isso que você quer... – repetiu, destacando bem todo o seu desapontamento.

- Boa noite meu genro. – disse séria. Depois que ele saiu ela sussurrou para si mesma – Boa noite, meu amor...


............................Nota...........das.........autoras...............................


Não foi dessa vez, hein? Não haverão cenas NC nessa fic, uma vez que pretendo que pessoas de todas as idades a leiam.


Brigadão por lerem! Leiam outra fic da autora Letícia Potter que foi concluída: Harry Potter e o Medalhão do Poder!


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