O Plano de Sarah - Completo



O Plano de Sarah




Eram seis da manhã quando um despertador começa a tocar no dormitório feminino da Grifinória. Sarah estica o braço para desligá-lo quando percebe que não era o seu despertador que estava tocando.
-Lily – chamou, num murmúrio. – Lily, desliga isso!
O relógio foi desligado, e Sarah teve certeza que não era por sua causa. Contou até dez, e uma claridade imensa invadiu seus olhos, ainda fechados. Abriu-os lentamente, olhando para o teto. Uma felicidade imensa tomava conta dela vagamente. Ouvindo a porta do banheiro se fechar, ela se sentou na cama. Levanta-se, se espreguiçando demoradamente. Foi abrindo as cortinas e as janelas, deixou os raios fracos de sol e a brisa leve entrarem no quarto. A garota vai até seu malão e procura o uniforme para usar no primeiro dia de aula. Quando tirava a última peça de roupa dele, Lily saiu do banheiro, envolta em vapor d’água, com os cabelos molhados e enrolada numa toalha.
-Bom dia! – cumprimenta a ruiva, enxugando os cabelos distraidamente com uma outra toalha.
-Bom dia – disse Sarah, pegando suas toalhas e entrando no banheiro assim que a ruiva dá passagem a ela.
Enquanto a amiga estava no banho, Lily se trocava, pensativa. Sabia que aquele dia seria muito estranho. Angie lhe contara na noite anterior sobre o breve encontro de Sarah e Logan; não fora muito agradável. Embora a morena lhe tivesse dito que Sas o tratara com indiferença, sabia que isso não duraria muito, ainda mais se tratando da loura. A capacidade de perdão dela era imensa, e, como Strathmore era do tipo romântico, daqueles que parece levar um buquê de rosas no bolso por todo lado que anda, não duvidava que, na manhã seguinte, eles estariam juntos mais uma vez. Ouvira a amiga dizendo que não queria vê-lo nem pintado de ouro; mas isso foi no início das férias, e, como se passaram dois meses sem se ver ou se corresponder, apostava que a raiva de Sas já tivesse se dissipado e ela cederia com o primeiro olhar que Logan desse a ela.
-Lil – disse Sarah, saindo do bainheiro com uma cara estranha. – Estive pensando... Será que os marotos me fariam um favor?
-Aah, depende do tipo de favor – disse Lily, se recuperando do leve susto que levou quando a amiga saiu do banheiro, tirando-a de seu devaneio.
-Hum.
-Por que, o que você tinha em mente?
-Você vai ver – disse a garota, sorrindo. Lily riu fracamente; ela estava com uma cara estranha, como quem vai aprontar uma.
-Ah, não, você não vai me deixar curiosa, vai? – perguntou Angie, abrindo o cortinado de sua cama com uma cara de pidona.
-Pensei que você estava dormindo! – exclamou Sarah.
-Hã, quem dorme com esse maldito despertador e essa conversa? – disse a morena, numa cara engraçada.
-Lice? – disse Lily, apontando para a cama da garota, que ainda tinha o cortinado fechado.
-Li...ce? – Sarah abriu o cortinado dela e viu a cama vazia. – Ué, cadê ela?
-Realmente, o Frank fez mal a ela. – disse Angie, rindo, se dirigindo ao banheiro.

-Pontas... Po-o-ontas!... PONTAS, ACORDA!
O maroto continuou imóvel, com a cabeça enfiada embaixo do travesseiro. Remo bufou; é impossível acordá-lo de uma maneira limpa. Virou-se para a cama de Sirius, respirando fundo. Se acordar Pontas era difícil, acordar Almofadinhas era pior ainda. Chamou-o, gritou, berrou, mas nada. É pra apelar? Ta bem, vamos apelar...
-O DORMITORIO DAS MENINAS TÁ PEGANDO FOGO!
-O QUE?
Os dois pularam das camas, com caras espantadas. Olharam para Remo, que sorria.
-Bom dia! – cumprimentou, segurando uma risada ao ver as expressões mortíferas que se formavam nos rostos dos amigos.
-VOCÊ VAI VER O BOM DIA NA TUA FUÇA, ALUADO! – berrou Sirius, tentando se manter sério, pegando o travesseiro e jogando no amigo. – QUEM TE DEU O DIREITO DE ME ACORDAR? AINDA MAIS NO SUSTO?!
-Sirius, Sirius – disse Tiago, arrancando seu travesseiro da mão de Almofadinhas. – Não se bate em lobos com travesseiros.
-E se bate com que?
-Eu diria balaços, mas como não temos nenhum por aqui... – disse Pontas, com um sorriso maroto. Ele pegou a varinha de cima da mesa-de-cabeceira, com os olhos brilhando. – A gente podia azarar ele, o que acha?
-Acho uma ótima idéia – disse Sirius, sorrindo marotamente, pegando a sua varinha também.
Mas antes que sequer pensassem em qual feitiço usar contra Aludo, este convocou a varinha dos dois com um feitiço não verbal, no que os dois acharam um absurdo.
-Hei! – exclamou Sirius, enquanto tentava, inutilmente, segurar sua varinha.
-Querem parar de palhaçada e se arrumarem? – disse Remo, guardando as duas varinhas no bolso interno das vestes. – E Pedro, acorde pelo amor de Merlim! – ele brandiu a varinha na direção da cama de Rabicho, que ficou preso no ar pelo tornozelo e começou a gritar. Com um segundo aceno de varinha, o garoto caiu na cama, com um baque surdo e fofo, com direito a serem ouvidas as molas da cama gemerem ao receber o dobro de peso que geralmente suportavam. – Espero vocês lá em baixo. Têm dez minutos.
Dizendo isso, Remo saiu do quarto batendo a porta de leve.
-Vem cá, o Remo já ta na TDM? – disse Sirius, levantando uma sobrancelha, ligeiramente irritado. “TDM” foi o apelido simpático que Sirius colocou nos dias que antecedem a lua-cheia, em que Aluado fica com uma constante variação de humor. TDM é a sigla de “Temporada do Divertimento Maroto”. – Ou você quebrou o despertador dele de novo?
-Não, eu só... desregulei o horário... dos relógios dele. – disse Tiago, soltando uma seqüência de bocejos, andando devagar em direção à porta do banheiro.
-Então ele não tem reais motivos pra esse mal-humor logo cedo. – disse Sirius, passando à frente do amigo e entrando no banheiro antes que ele.
-Cadela duma figa! – murmurou Tiago, amarrando a cara. Sirius sempre demorava uma eternidade naquele banheiro. – Vê se não demora pra se arrumar, Cinderela! – disse, socando a porta algumas vezes.
-Nem te ligo! – disse a voz abafada de Sirius lá dentro.
Bocejando mais uma vez, Pontas voltou à sua cama, chutando as caixas de doces espalhadas pelo chão ao passar, se jogando na cama a fim de cochilar antes do amigo acabar o banho.

Encostado na parte de trás de uma poltrona, girando a varinha de Sirius numa mão e a de Tiago noutra, Remo sorria levemente. Não sabia exatamente porque sorria, mas algo dentro de si dizia que ele tinha muitos motivos pra ficar feliz.
-... Vai, Sas! Não seja má!
-Podem esquecer, eu não conto!
A porta que dava acesso ao dormitório feminino foi aberta, deixando três garotas sorridentes entrarem no salão comunal. Angie segurava um dos braços de Sarah e a balançava para frente e para trás, no que a loura se acabava de rir; Lily, por sua vez, olhava divertida e desaprovadoramente a atitude da morena.
-Conta, conta, conta, conta! – disse Angie, no mesmo ritmo que sacudia Sarah.
-Mas eu vou contar!
-Vai? – disse a morena, parando de sacudir a amiga e olhando-a esperançosa.
-Vou, claro. Mas não agora! – disse Sarah, sorrindo divertida ao ver a expressão no rosto da garota. A morena começou a sacudi-la de novo, no que Lily revirou os olhos.
-Bom dia, Remo! – cumprimentou a ruiva ao notar o maroto na sala.
-Oi Lily! – respondeu ele, sorrindo. Apontou para as meninas atrás da ruiva – Por um acaso Sarah escondeu alguma coisa da Angie de novo?
-Não – suspirou a ruiva, encostando-se à poltrona ao lado dele. – Sarah aparentemente ta com um plano maquiavélico na cabeça e não quer conter pra gente.
-Não vem coisa boa por aí, então – sorriu Remo, voltando a girar as varinhas nas mãos.
-Verdade – riu Lily, voltando seu olhar para as garotas, que agora se aproximavam.
-Remo! – cumprimentou Sarah, arrumando os cabelos, bagunçados devido à “seção balanço” de Angie.
-Oi Remo! – disse Angie, sorrindo para ele. O maroto retribuiu o sorriso, deixando, sem querer, uma das varinhas sair voando pelo salão. – Fazendo baliza com varinhas? – riu a morena, observando a varinha de Tiago dar três voltas em si e cair no chão perto à porta do dormitório masculino.
-É, mais ou menos – disse o maroto, convocando a varinha com um feitiço não-verbal.
-Preciso aprender a fazer isso. – comentou a morena.
-O que, baliza?
-Não! – riu ela – Feitiços não-verbais! Tentei fazer alguns no ano passado e não consegui.
-Ah, bom, não é nada realmente preocupante, já que isso é nível de sexto ano. – disse Remo, com aquele ar de inteligente charmoso que ele fazia sem sequer perceber.
-Mas é bem difícil. Como eu sei que vou precisar de ajuda pra aprender, vocês podem ir deixando um lugarzinho no horário pra me ensinar – disse a morena, sorrindo.
-Se precisar de ajuda, Angie, não hesite em pedir. – disse Remo, corando um segundo depois, quando sua imaginação voou e ele pode vislumbrar uma noite em que estivessem os dois, sozinhos.
-Ham... – fez Sarah, meio que pra chamar a atenção dele. O maroto se virou para ela. – Mudando de assunto... Por um acaso, essas não seriam as varinhas dos garotos, seriam?
-Minhas que não são! – sorriu Remo, no que a loura sorriu de soslaio.
-Pergunta estúpida...
-Pode apostar – comentou Lily.
-Lily dá um desconto pra tua amiga burrinha aqui, beleza? – comentou a garota, num tom divertido. Lily revirou os olhos, sorrindo. – Valeu. Isso significa que eles já acordaram, Remo?
-Se acordaram eu não sei, só sei que eu os chamei – disse o maroto, encolhendo os ombros.
-Certo... OK... Ótimo. – disse ela, distraída.
-Não há nada de ótimo nisso, mas tudo bem. – comentou Remo, sem entender.
-É que eu queria falar com eles, de preferência antes da primeira aula.
-Antes da primeira aula? Tivesse me avisado antes, aí eu teria acordado eles lá pelas quatro da manhã. Era alguma coisa sobre o plano maquiavélico? – quis saber o maroto, erguendo uma das sobrancelhas, divertido.
-Eles são os personagens principais nesse plano – disse a garota, os olhos faiscando e um sorriso maroto tomou conta do rosto dela.
-Personagens principais? – disse alguém atrás dela. Sirius, pelo visto, havia acabado de descer as escadas do dormitório. – Maravilha, finalmente meus talentos artísticos serão reconhecidos!
-Graças a Merlim que não é hoje que a gente vai presenciar essa catástrofe. – murmurou Lily.
-Cadê o Pontas? – perguntou Remo, olhando o amigo.
-Ta se afogando no chuveiro. – disse Almofadinhas, se postando ao lado de Sarah. Os lábios de Lily formaram as palavras “Merlim ouviu minhas preces”, os olhos virados para o teto, com uma expressão de gratidão neles, as mãos juntas para o alto, num gesto de gratidão. Enquanto Angie segurava o riso, Sirius se virou para a loura – Mas, e aí, em que peça eu vou atuar?
-Não estamos falando de teatro, Sirius, mas da vida real. – disse ela, o rosto inexpressivo.
-É, a gente tava falando sobre um plano – disse Remo.
-Um plano? Seu? – olhou para Aluado. Não esperou por respostas. – Porque se for, não vai dar certo, já vou avisando.
-Não é meu, sua anta-vírus. – disse o garoto, fechando a cara. – E meus planos dão certo.
-Ah claro. – disse Sirius, irônico. – Tão certo quanto às visões do professor de Adivinhação.
-Ora, cale-se, o plano não é do Remo, é meu – irritou-se Sarah, quando Aluado ia respondê-lo.
-Seu?
-Sim.
-Seu? – ele tinha uma expressão incrédula e divertida no rosto.
-Sim, Sirius Black, meu! E não se atreva a perguntar de novo! – disse a loura, fechando a expressão do rosto a cada segundo.
-E que plano é esse?
-Ela não quer contar – disseram Remo, Angie e Lily em uníssono. Sarah tinha um sorriso culpado e divertido, ao mesmo tempo, se é que é possível, no rosto, enquanto Sirius fazia uma expressão estranha.
-Tem certeza de que esse plano existe? – Sarah exibiu uma expressão cansada, como se esse papo de tentar convencer os outros de que seu plano era bom estivesse desgastando-a.
-É claro que existe!
-Então porque não conta?
-Porque quero que vocês saibam na hora certa. – disse, exibindo uma expressão triunfante.
-E quando essa hora vai chegar? – disse Sirius, fingindo consultar um relógio inexistente no pulso. – Vejamos... Dia trinta e um de setembro as vinte e cinco horas?
-Não tem dia trinta e um de setembro... – disse um Pedro recém-chegado, parando do outro lado de Sirius. – Tem?
-Não, não tem, Pedro. – disse uma Lily paciente, enquanto os outros reviravam os olhos.
-Mas então, porque você disse que o plano da Sarah só vai ser executado nesse dia, Sirius? – perguntou o garoto lentamente, com uma expressão confusa. – Se ele não existe?
-É exatamente o ponto, Pedrinho! – disse Sirius, sorrindo para ele. – O dia não existe, assim como o plano da Sarah!
A garota nem lhe deu ouvidos.
-Pedro, onde está o Tiago?
-Ele mandou dizer que já estava vindo. – disse ele simplesmente.
-Ele pediu pra você avisar que já estava vindo, ou mandou você dizer que estava vindo? – perguntou Remo, desconfiado, desencostando do sofá.
-Ele mandou dizer. – disse o gordinho. – Mas não acho que ele esteja vindo mesmo... Ele tinha fechado o cortinado quando eu saí. – disse, encolhendo os ombros, como se dizendo que não tinha nada a ver com o ato do amigo.
-Francamente! – disse Remo, seguindo para a porta do dormitório masculino.
-Coitadinho do Tiago – comentou Sirius. – Escolheu um péssimo dia pra enfezar o Remo.
-Ele acordou de mal-humor? – perguntou Angie, quando uma porta batendo em algum lugar acima deles fez-se ouvir.
-Péssimo humor. – comentou, com um sorriso em discordância com a sua cara de pesar. Alguns instantes depois, Remo voltou seguido de um Tiago amassado. Aparentemente, Pontas pensara na possibilidade de cochilar antes do primeiro horário, desconsiderando o fato que era amigo de um cê-dê-efe certinho e rígido com horários. – Tentando escapar da primeira aula?
-Você acha que eu seria capaz? – perguntou Tiago, olhando Sirius divertidamente.
-Só não acho como tenho certeza!
-Reveja se o seu “certômetro” está regulado direito, Almofadinhas!
-Santa perfeição de vocabulário – resmungou Lily, revirando os olhos, enquanto Tiago se virava para ela, sorrindo.
-Minha flor, sei que você se sentiu muito ofendida por eu não ter falado com você primeiro esta manhã – disse ele, chegando mais perto da ruiva e passando o braço pelos ombros dela. Lily fechava a cara e corava a cada segundo que passava, sob os olhares divertidos dos amigos. – mas é que temos que calar alguns cachorros que ficam chorando pela gente!
-Esse veado se acha – murmurou Sirius, no que Tiago fechou a cara. Só que não chegou nem perto da cara que Lily fazia; estava com uma cara que assustaria um trasgo, e estava muito vermelha também.
-Tira o braço, faz um favor, Potter. – disse ela num tom de voz raivoso e controlado. Tiago sorriu marotamente para a ruiva.
-Sabia que você fica linda quando ta nervosinha desse jeito? – comentou, inclinando a cabeça de leve e sorrindo ainda mais, se é que isso é possível. A ruiva fechou os olhos com força, aparentemente pedindo paciência a Merlim. Tiago a olhou de um modo falsamente preocupado. – Eu tenho a leve impressão de que você vai explodir a qualquer segundo, Lily.
Os outros marotos explodiram em risos, enquanto as meninas se seguravam ao máximo para não caírem na risada também. A ruiva bufou de raiva, se virou e saiu do salão comunal. Sarah e Angie a seguiram, respirando fundo para não rirem.
Remo balançava a cabeça negativamente, depois de se recuperar do riso, com uma cara séria.
-Por que você gosta tanto de irritar a Lily? – perguntou.
-Aluado, eu amo ver aquela ruivinha irritada – disse ele, num sorriso entre o sincero e o maroto.







-Pensei que você fosse gritar com o Potter – disse Angie, quando a ruiva estava mais calma, já quase na porta do Salão Principal, alguns minutos depois.
-Ah, não, não vale a pena. Ele não escuta. – comentou a ruiva, com um ar irritado. – Além do que, eu disse que não ia gritar com ele. Meu distintivo está em jogo e não vou perdê-lo por causa do arrogante e surdo do Potter.
-Ah é, eu tinha esquecido. – disse Angie, no instante em que entraram no Salão.
-Aaah, Lily, olha! – comentou Sarah, olhando para a mesa da Lufa-lufa, sorrindo de orelha a orelha. A ruiva seguiu seu olhar e corou de leve. – Um dos caras mais fofos de Hogwarts está olhando para a garota mais fofa de Hogwarts pra que eles possam tomar café juntinhos e formarem um dos casais mais fofos de Hogwarts!
-Pelo visto você gosta da palavra “fofo”. – comentou a ruiva, evasiva.
-Ah, é pra expressar o quão fofo vocês são quando estão juntos! – disse ela, piscando um olho. A ruiva revirou os olhos, com uma cara divertida, depois foi se juntar a Amos.
Angie olhava Sarah de soslaio. A loura não notou no principio, perdida em pensamentos por uns segundos. Depois se virou para a morena.
-Que foi?
-Não foi ontem mesmo que você disse que a felicidade da Lily não estava com o Amos e que você queria separá-los? – perguntou Angie, com as sobrancelhas erguidas.
-Eu nunca disse isso. – disse a loura, como se tivesse sido ofendida, se dirigindo à mesa da Grifinória. Angie olhou-a com uma cara séria, e a loura sorriu. – Quero dizer... Eu realmente não acho que a Lily vai ser feliz com o Amos, mas fora de Hogwarts, entende? Por enquanto, eu sou a primeira a apoiá-los. Mas não me peça pra assistir esses dois casando. Sabe, Lílian Diggory não é um nome sonoro. – comentou a loura, servindo-se de suco de maçã e torradas.
-Sei. Então, esse plano tem a ver com os dois? – perguntou a outra, levando um garfo cheio de ovos mexidos à boca.
-Quê? Não! Nada a ver...
-Então tem a ver com o que?
-É algo totalmente diferente.
-E quanto àquela história de que você queria que os dois não ficassem juntos?
-Bom... quanto a isso... – a loura pousou o copo levemente. – Sabe... Lá na casa do Tiago... ela tava estranha, entende... Do meu ponto de vista aconteceu alguma coisa e eu quero saber o que é. Daí, o que tiver que acontecer se o Diggory descobrir já não é mais da minha conta. Eu só acho que poderia ser alguma coisa pra acabar logo de vez com essa historinha dela com ele.
-Eu fiquei tontinha. – comentou Angie, encarando o prato.
-Nunca disse que as minhas teorias eram simples de se entender! – sorriu a loura.
-Você é maluca.
-Também te adoro! – disse a loura, no que as duas começaram a rir, no mesmo instante em que os Marotos entravam no Salão. Mais da metade das garotas que estavam ali presentes se viraram para olhá-los, rindo bobamente, cochichando umas com as outras, acenando para eles ocasionalmente.
Eles seguiram até onde as meninas estavam e se sentaram. Sirius, que adorava aquele tipo de tratamento, acenava e sorria para as garotas ao longo do salão. Pedro parecia entediado com tudo aquilo, exceto, claro, quando seus olhinhos miúdos viram um prato de omeletes à sua frente. Remo não parecia muito à vontade com toda aquela atenção voltada para ele; cinco anos andando com aqueles garotos e, ainda assim, sentia-se como desconcertado, mas aliviado, até certo ponto, por saber que aquela atenção não estava voltada somente para ele. Tiago estava indiferente com aquela recepção. Há mais ou menos um ano que ele não ligava para as garotas daquela escola, a não ser uma em especial; a única que achava aquilo tudo um exagero e ridículo, a que achava que ele merecia ser tratado como qualquer outro, se não pior do que os outros, porque ele não era nada além de um garoto mimado e egocêntrico. Lily. E por falar nela...
-Cadê a estressada? – perguntou ele num tom descontraído, porém com um olhar que o contradizia. Sarah e Angie se entreolharam: ele não sabia, e nem deveria saber sobre Lily e Amos. Como se elas conseguiriam esconder isso por muito tempo...
-Aah, ela foi...
-Tá por aí...
-Na biblioteca, provavelmente, pegando mais uma centena de livros pra ler antes das férias de Natal. – disse Angie, atropelando as palavras ligeiramente. Ele pareceu engolir, e o fato de ele estar de costas para a mesa da Lufa-lufa ajudou. Tiago encolheu os ombros e se serviu de suco de laranja.
O olhar de Sarah cruzou com o de Remo e ele não parecia entender. Nada passava despercebido pelo Maroto, de fato. Ele franziu o cenho, indicando a ruiva com as sobrancelhas. Sarah fez que não com um movimento mínimo de cabeça. O maroto desviou os olhos para Angie e a morena fez um gesto com a mão, como se cortasse a garganta, querendo dizer que o assunto estava encerrado. Ele encolheu os ombros, não antes de olhar mais uma vez para a mesa dos canários. Pedro, que estivera a observar os amigos, fez uma cara cômica, olhando para a mesa que o outro olhara, pouco antes de voltar sua atenção para o próprio prato.
-Remo... – O maroto levantou os olhos para Sarah mais uma vez, que encarava o prato com uma expressão pensativa – você sabe que dia é a próxima visita a Hogsmeade?
-Acho que é em outubro, Sarah, porquê?
-Ah, nada não, só pra saber mesmo... – disse ela, com uma sombra de sorriso no rosto.
-Como se a gente realmente acreditasse que você quer saber das coisas só por saber – disse uma voz risonha atrás deles.
-Lene! – exclamou Angie, se levantando a abraçando a amiga. Marlene McKinnon era uma garota da Corvinal do mesmo ano que eles, de cabelos castanhos escuros e lisos até os ombros, com olhos cor de mel. Ela fazia parte da rodinha de amigas em que as garotas do sexto ano da Grifinória costumavam andar. – A gente não te viu ontem no trem!
-Sabe como é, de vez em quando a gente tem que variar de companhia. – disse ela, sentando-se ao lado delas na mesa. – Até porque, começar o ano com a Lily gritando na minha cabeça é pedir demais!
-Como foram as férias, Lene? – perguntou Sirius. Ela levantou o olhar; apesar do leve sorriso em seu rosto, seus olhos ficaram ligeiramente frios e tristes. Marlene fora, no ano anterior, uma das muitas vítimas de Sirius Black; mas, apesar de muito chateada por ele tê-la dispensado, não deixou de andar com a turma de sempre.
-O mesmo de sempre; tempo quente, acordando tarde, os livros empoeirando na prateleira, morrendo de tédio a maior parte do tempo. Também teve a viagem para Espanha com os meus pais, que foi um saco também.
-Por que será que as férias são sempre iguais? – perguntou Angie, cortando o clima chato que se instalara por segundos na mesa.
-Essa é uma daquelas suas perguntas sem resposta? – perguntou Sarah.
-Não faço idéia. – respondeu a outra, sorrindo.
-Considere isso como um “sim” – disse Tiago.
-Considerado.
-E os N.O.M.’s, Lene, como foi? – perguntou Remo, no que Sirius e Tiago reviraram os olhos com um suspiro. Ele era incorrigível.
-Ah, nada mal. – respondeu a outra, encolhendo os ombros. – Três Es, quatro As e dois Ds.
-Você foi bem!
-Ser amiga das duas garotas mais inteligentes da escola tem que ter algum resultado! – disse ela sorrindo, piscando para Sarah; ela e Lily arrastaram as amigas para a biblioteca todas as tardes depois das férias de Natal do ano anterior, tamanha era a vontade de ter bons resultados nos N.O.M.’s.
-Já fica avisada que esse ano e o ano que vem vão ser piores. – disse Tiago, falsamente sombrio. – As neuróticas vão ficar mais obcecadas pela biblioteca agora que os N.I.E.M.’s estão mais próximos.
-Xi, Angie, a gente ta ferrada! – disse Lene, abafando o muxoxo de Sarah “eu não sou neurótica!”. Ela olhou para trás e se levantou. – Gente, eu vou indo. Flitwick está distribuindo os horários.
E se afastou, e quase no mesmo instante Lily se aproximou e sentou-se onde a outra estivera antes.
-Minha flor! Você apareceu, finalmente! – exclamou Tiago quando ela se sentou, sorrindo de orelha a orelha. Mas a ruiva nem lhe deu atenção.
-São meus olhos, ou a Lene ta mais bronzeada? – perguntou a ruiva, olhando para as meninas, enquanto Sirius murmurava algo que soava muito como “mau jeito de novo, Pontas”.
-Ela foi pra Espanha, deve ser por isso. – respondeu Sarah.
-Jura? Estranho, ela tinha dito que não ia viajar nas férias.
-Ela disse isso? Não to lembrada... – disse Angie lentamente, com um olhar vago.
-Porque será que isso não me surpreende? – perguntou Lily, rindo, acompanhada por Sarah.
-Lily – interrompeu Tiago; a ruiva olhou pra ele com o mínimo interesse –, minha linda flor, raio de sol que ilumina minha vida...
-Desembucha, Potter. – cortou ela, interrompendo o que seria uma longa lista de apelidos melosos para ela. Atrás dela, Sarah, Remo, Angie e Pedro tentavam não rir da expressão no rosto de Lílian, que ficava cada vez mais vermelha.
-Onde é que você estava? – perguntou ele finalmente, com um sorriso de dar raiva em budista. Lily olhou para o alto, implorando por paciência, bufando.
-Na mais completa paz antes de precisar falar contigo... – disse ela para o teto.
-Aah, Evans, eu sei que você aprecia muito conversar comigo! – disse Tiago, enquanto Lily abaixou o olhar. Ele lhe deu uma daquelas piscadelas com um outro sorriso no rosto. Ela bufou mais uma vez, tornando a corar.
-Por que cargas d’água vocês escolheram sentar justo aqui? – reclamou a ruiva em voz baixa para as amigas, que sorriam pra ela bobamente.
-A gente sabe como você adora sentar perto dos Marotos, então... – disse Angie, piscando e encolhendo os ombros para a amiga. Lily enterrou a cabeça nos braços, que estavam cruzados em cima da mesa. Os outros a ouviram bufar de raiva.
Poucos segundos se passaram quando a Profª McGonagall chegou com os seus horários. Demoraram um pouco mais do que de costume para pegá-los, já que eles tinham que escolher, entre as matérias que foram bem nos N.O.M.s, quais iam estudar. Tiago e Sirius escolheram aquelas que eram necessárias para ser tornarem Aurores. Com desanimo, Lily escolhera as mesmas.
-Ótimo, não é, ruivinha? Vamos às mesmas aulas! Vou poder continuar a te ver o dia todo. Não é demais? – disse Tiago, com um sorriso de orelha a orelha, enquanto Lily corava lentamente, a expressão fechada, quando recebia a relação de horários da mão da professora.
-Ah, claro. Demais. – disse ela, num tom de enterro. – Vou perguntar ao Prof Slughorn se vamos estudar venenos potentes esse ano.
Sarah, Angie e Remo sufocaram risadas, embora Pedro e Sirius rissem abertamente.
-Sr Pettigrew, que matérias irá cursar este ano? – perguntou a Profª McGonagall, com uma expressão irritada. Pedro parou de rir e corou.
-Ah... as que eu passei...
-Em quantas matérias você passou, Rabicho? – perguntou Sirius, enquanto a professora arrumava o horário para o garoto.
-Três. – disse Pedro, simplesmente, ainda levemente corado, enquanto recebia o papel da professora.
-Bom, já é alguma coisa. – disse Sirius, voltando a atenção para seu prato de ovos com bacon.
Remo pediu para cursar todas as matérias em que passara, mas fora com Sarah que eles se surpreenderam.
-Runas? Pra que raios você vai estudar Runas? – perguntou um Tiago boquiaberto, enquanto ela guardava o horário na bolsa.
-Eu gosto de Runas. – disse ela, encolhendo os ombros.
-Mas isso não justifica...
-O horário é meu, Tiago, e eu curso as matérias que me convém. E não me é agradável ficar discutindo quais matérias estão ou não na minha grade escolar. – disse Sarah, olhando o maroto com um ar irritado, com uma expressão indiferente. Tiago tinha uma expressão indefinível.
-Mau jeito de novo, Pontas. – disse Sirius, entre a expressão de riso, e de enterro.
-Sou sua fã! – disse Lily, apertando a mão de Sarah, no que ela sorriu marotamente.
Remo fazia uma cara de ela-tá-certa, enquanto Angie tentava não rir enquanto falava para a professora que matérias queria cursar.
-Não se mate de estudar, Angie! – disse Sirius, quando a professora se afastou. – Vai ficar atolada em livros esse ano, hein!
-Fazer o que? – disse a morena, checando qual seria sua primeira aula. Ela não escolhera muitas matérias. De fato, não escolhera quase nenhuma.
-Não se esforce demais, queremos você inteira no campo de quadribol. – disse Tiago sorrindo.
-Sim, senhor! – disse ela, fazendo continência.
-Porque escolheu tão poucas matérias? – perguntou Remo.
-Preguiça de estudar é um bom motivo? – disse Lily, no que Ângela estilhara-lhe a língua.
-Não vou precisar de muita coisa pra estudar já que quero seguir carreira no quadribol. – disse ela para Remo.
-Você... não tava brincando? – perguntou o maroto, espantado. Para ele, aprecia um crime jogar anos de estudo para o alto e fazer carreira em esportes.
-Não. – disse ela, sorrindo e sacudindo a cabeça negativamente. – É algo em que eu sou realmente boa.
-Mas...
-Não gaste sua saliva, Remo. – interrompeu Lily, com um leve suspiro. – Não vai convencê-la do contrário.
-Agora ele vai começar o discurso “mas isso é jogar tudo pro alto!” – disse Sirius para Pedro e Sarah, os mais próximos dele.
-Mas jogar tudo pro alto não faz sentido! – insistiu Remo.
-O que foi que eu disse?...
-Eu disse isso pra ela. Disse que, depois que a carreira esportiva acabar, ela vai viver às custas do pai; disse também, que a maioria dos jogadores caem no esquecimento e se tornam garçons. Mas quem disse que ela me escuta? – disse Lily, olhando a amiga, irritada.
-Sabe qual é a melhor parte de eu me tornar uma inútil? – disse a morena, fazendo pouco caso das palavras de Lily e Remo, quando o sinal tocou. Ela se levantou e se espreguiçou. – Tenho meu primeiro horário livre na segunda-feira. – e bocejou. – Acho que eu vou voltar pra cama... Até mais, cê-dê-efes.
-Odeio quando ela faz isso. – disse Lily, olhando irritada a amiga se afastar.
-Eu queria um horário livre agora. – disse Tiago, enquanto se levantavam e pegavam as mochilas.
-Por que? – perguntou Pedro.
-Aula de Poções. – disse Pontas, com desanimo. Sirius suspirou pesadamente.
-Por que é que eu não resolvi seguir carreira no quadribol também? – reclamou o moreno, seguindo para as masmorras, onde as aulas aconteciam, seguidos pelos outros.
-Não vem com a gente, Pedro? – perguntou Tiago, parando no meio do caminho, quando Rabicho ia subindo a escadaria de mármore. Ele sacudiu a cabeça.
-Ora, e porque não? – quis saber Sirius, parando também. O mesmo fizeram os outros três.
-Adivinhação. – disse Pedro.
-Você vai cursar aquela matéria inútil? – admiraram-se Pontas e Almofadinhas juntos. Ele acenou positivamente com a cabeça. – Por quê?
Pedro deu de ombros e continuou a subir.
-Maluco. – murmurou Sirius, retomando seu caminho.
-É, existe gosto pra tudo na vida... – suspirou Tiago.
-Odeio ter que concordar com vocês, mas é loucura querer continuar naquele curso. – disse Remo, sério.
-Ah, Adivinhação é legal. – disse Sarah. Os marotos a encararam com expressões incrédulas no rosto. Ela deu de ombros e sorriu. – Dá pra dar umas risadas.
-Olhando por esse ângulo, Adivinhação é uma matéria para entretenimento. – disse Sirius, com o cenho ligeiramente franzido.
-Vocês são uns loucos! – exclamaram Lily e Tiago juntos. A ruiva fez uma expressão de nojo, em seguida, e tapou a boca com as duas mãos como se tivesse tido um palavrão, ou coisa pior. Tiago, por outro lado, sorriu abertamente, de orelha a orelha.
-Viu o que eu disse, ruivinha? Fomos feitos um pro outro! Estamos até pensando em uníssono!
-Ai que horror... – disse Lily por fim, com uma expressão de terror e nojo. – Eu preciso de um exorcista!
-Um exo-quem?
-Meu Merlim, Potter, ou você é muito burro, ou você é muito burro.
-E qual a diferença? – perguntou Sarah, mal abafando as risadas de Sirius.
-Nenhuma. – disse a ruiva, sorrindo.
Eles chegaram na porta da sala de aula e esperaram em fila. Ainda não havia ninguém ali. Sirius e Tiago jogaram as mochilas no chão e se sentaram, segundos antes de Alice e Frank aparecerem no final do corredor, seguidos de perto por Marlene e uma garota de cabelos cacheados dourados da Lufa-lufa.
-Deus é pai! – exclamou Lily quando viu os amigos se aproximarem. – Quanto mais companhia, menos tempo tenho que passar com esses acefálicos.
-Quem vê você falando desse jeito até pensa que não gosta de andar com eles. – disse Marlene, sorrindo.
-Credo, Lene! Quem foi que te disse essa calunia?
-Nem te conto! – riu a morena.
-Oi Lina! – disse Sarah para a garota de cabelos cacheados. Emelina Vance também fazia parte da turma das garotas; tinha olhos castanhos claros.
-Oi meninas! – disse ela, sorrindo. – Marotos. – disse ela, sorrindo em direção aos garotos, no chão, e Remo, encostado na parede.
-Oi, Em...
-Cadê a Ângela? – perguntou Alice.
-Não vai fazer este curso. – disse Sarah.
-Sortuda...
-E aí, Frank, o que nos conta? – perguntou Sirius, olhando para o moreno, esticando o pescoço ao máximo para cima.
-Nada, cara. – respondeu Frank, sentando-se no chão ao lado deles. – As férias foram quase iguais a do ano passado.
-Quase iguais. – disse Sirius, com um sorriso maroto, no que Frank sorriu e corou de leve.
-Então...
-Frank, você... – começou Tiago, mas parou, olhando mais para frente no corredor. Sirius e Frank se viraram para olhar também. Remo, que até então estivera lendo um livro de Feitiços que tirara da mochila, levantou o olhar estranhando a repentina interrupção na conversa dos garotos.
-Essa não... – exclamou baixinho. Tiago e Sirius levantaram de um salto. As garotas se calaram também.
Um grupo de alunos vinha para se juntar aos outros, porém não faziam parte da turma. Severo Snape, Lúcio Malfoy, Oscar Mulciber, Antônio Dolohov e Earl Avery andavam como se fossem bravos soldados prontos para uma batalha.
-Ora, ora, ora. – desdenhou Snape, quando pararam a dez passos de distancia dos marotos. Frank também se pusera de pé. – Vejam só quem é que está aqui, se não são os heroizinhos patéticos da Grifinória e sua turma de perdedores.
-Tiago, Sirius! – alertou Remo, quando os amigos ergueram as varinhas mais rápido do que o olhar dos presentes, e os sonserinos também o fizeram. Pontas tinha sua varinha apontada diretamente para Snape, enquanto Sirius apontava a sua varinha ora para um, ora para outro.
-Meça suas palavras, Ranhoso – rosnou Tiago, com a varinha firme, e Snape tinha a sua apontada para o maroto.
-Potter, abaixe essa varinha! – alertou Lily, mas ele fingiu nem ouvir.
-Vai fazer o quê, Potter? Lançar faíscas em mim? – zombou Snape, com um sorriso torto nos lábios finos.
-ESTUP... – Tiago engasgou; sua voz sumira. Por um breve segundo, os presentes pensaram que Lily o azarara de qualquer maneira, mas essa suposição saiu voando pela janela ao verem a varinha de Malfoy apontada para Tiago.
-Perdeu as palavras, Potter? – riu Malfoy, enquanto Mulciber, Dolohov e Avery gargalhavam feito trasgos. No segundo seguinte, com um lampejo, Malfoy ficou com um corte no rosto; ele passou a mão no corte, com uma expressão de raiva, olhando Sirius, que sorria.
-Dá pra fazer mais um – disse Almofadinhas, brandindo a varinha a esmo, sorrindo.
-JÁ CHEGA! – explodiu Lily, erguendo a própria varinha, enquanto Malfoy, Snape e Sirius tornavam a erguer as deles; Tiago continuava a engasgar ao lado de Sirius, aparentemente forçando para a voz sair, enquanto Pedro e Remo se mantinham de fora, e as garotas e Frank apenas observavam. Sirius acenou a varinha na direção de Pontas e ele tossiu com força, com a voz recuperada. Erguendo-se direito, Tiago apontou a varinha para Malfoy, com uma expressão nada amigável. – Eu disse chega, Potter! – repetiu a ruiva.
O maroto fingiu-se novamente de surdo e, com um novo lampejo, Malfoy estava pendurado no ar pelo tornozelo. A varinha dos outros quatro sonserinos se ergueram mais uma vez, e as varinha de Tiago e Sirius ainda estavam em punho.
-O que está acontecendo aqui? – perguntou a voz do Prof Slughorn; a porta de sua sala de aula fora aberta naquele instante e o professor se encontrava ali, olhando a cena.
Fazendo uma cara de inocente que convenceria até a Profª McGonagall, Tiago acenou disfarçadamente em direção a Malfoy, que caiu no chão com um estrépito.
-Malfoy tropeçou nas vestes, professor. – disse ele, num tom inocentemente convincente, dando um leve sorriso. O louro levantou o rosto, neste instante extremamente vermelho, talvez de raiva ou talvez porque batera com força no chão.
-Ora, Lúcio, talvez seja aconselhável encurtar suas vestes, se anda tropeçando nelas! – disse o Prof Slughorn, num tom jovial. Os sonserinos estavam com as expressões fechadas, como se tivessem engolido palha-fede, Malfoy se levantando ainda muito vermelho, enquanto Sirius e Pedro tentavam não cair na gargalhada. Remo olhava Pontas com um olhar severo, embora o clima de severidade em cima do maroto era quebrado pela sua força por tentar não cair na risada também. Lily estava escandalizada, com a boca aberta de indignação, olhando do professor para Tiago, e dele para Malfoy. Ela também ficava cada vez mais vermelha. As outras meninas e Frank estavam encostados na parede oposta, como se não tivessem nada a ver com isso, apenas observando. E, um a um, eles foram entrando na sala.
-Você me paga – rosnou Malfoy baixinho quando Tiago passou por ele. O moreno fingiu que o outro fazia parte da parede e seguiu Sirius para as carteiras ao fundo da sala.
Bufando, Lily sentou-se em uma carteira mais ou menos no meio da sala e não melhorou de humor até o professor Slughorn passar a eles o que iriam fazer aquela aula.


Uma hora e meia mais tarde, as garotas esperavam por Lílian do lado de fora da masmorra cinco, conversando alegremente. As aulas de poções sempre rendiam boas piadas para elas: a cor dos cabelos de Lina mudaram para azul, tingidas pela fumaça que saíra de seu caldeirão; Lene fora atingida por um dos marotos pelas costas com algo mal-cheiroso, aparentemente vítima de uma mira mal-feita, uma vez que, quando fora atingida, estava próxima a Snape; e Sarah simplesmente não parava de espirrar e coçar as costas das mãos, desconfiada de que tinha alergia à alguma coisa que adicionara em sua poção.
-Argh, essa coisa fede pra caramba! – reclamou Marlene mais uma vez, tentando olhar para as próprias costas. Alice retirara o que quer que fosse de suas vestes, mas o cheiro simplesmente impregnara-se nela. – Eu juro que mato o Potter quando eu o vir!
-O Potter tem mais promessas de morte do que qualquer outro ser vivente na Terra. – comentou Emelina, risonha. Ela parecia não se incomodar com a cor azulada em seus cabelos louros. Simplesmente achara graça quando se olhara no espelho.
-E por falar em Potter, a Lily não vai sair nunca dessa sala? – perguntou Sarah, levando as mãos aos cabelos para não coça-las mais. Naquele segundo, a ruiva saia da sala de Poções.
-Quando é que eu virei sinônimo de Potter? – perguntou, colocando as mãos na cintura.
-Quando você saiu esmurrando o pobre coitado masmorra afora. – disse Emelina; a ruiva perseguiu o moreno por toda masmorra, logo após a entrega das poções feitas ao professor, dando-lhe socos e tapas aonde alcançava, por ele ter derrubado uma das poções que estavam empilhadas nas paredes da masmorra, em cima da garota.
A ruiva bufou e jogou a bolsa por cima dos ombros.
-O que Slughorn queria? – perguntou Sarah, quando todas as cinco saíram em direção à aula de Defesa Contra as Artes das Trevas.
-O mesmo de sempre – disse Lily, em um tom indiferente. – Dizendo que eu tenho um futuro promissor, que pode me ajudar a chegar ao topo em pouco tempo. E que eu me daria melhor na Sonserina. – completou com uma careta.
-Eca! – exclamou Lina. – E o que você disse?
-Disse que eu preferia comer um sapo de verdade à sequer me imaginar naquela Casa, é claro.
-Boa resposta. – comentou Marlene, enquanto Emelina ria. – Argh! – exclamou mais uma vez, fazendo uma careta de nojo. – Acho que vou correndo à Torre da Corvinal trocar de vestes antes da próxima aula começar; não vou conseguir ficar na aula fedendo desta maneira!
-Vá lá – disse Alice bondosamente – Diremos a Keating onde você foi.
A garota agradeceu e saiu correndo pelo corredor.
Abraham Keating era o novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas da turma. Desde que começaram a escola, tinham tido cinco professores diferentes, e eles não duravam mais que um ano letivo; corriam boatos por toda Hogwarts que o cargo estava amaldiçoado.
As garotas chegaram à porta da sala no exato momento que o sinal tocou; os marotos não estavam ali. Ângela acenava da fila que entrava, deixando-se ficar para trás para espera-las.
-Bom dia, meninas! – cumprimentou ela, sorrindo. – Lina, o que houve contigo?
-Ah, minha poção explodiu na minha cara e fiquei assim – comentou a garota, enquanto elas entravam na sala e sentavam-se às carteiras costumeiras, no meio da sala. Angie riu.
-Combinou com você!
-É, coloque uma roupa púrpura e saia por ai aos pulos que você vai ficar divina! – comentou Sarah, rindo também.
Naquele instante, os Marotos entraram correndo na sala, vermelhos e rindo à beça. Lílian cruzou os braços quando eles passaram.
-Aprontando alguma? – perguntou ela, num tom autoritário.
-Que isso, Evans, imagine! – disse Sirius, entre uma risada e outra – Nós, aprontando?
-Que idéia mais ridícula e absurda! – disse Tiago, sentando-se na carteira logo atrás dela. – Nós nunca fazemos nada!
-Somos santos, Evans, ninguém nunca lhe disse isso? – disse Pedro, rindo-se, sentando-se na carteira logo atrás de Tiago, enquanto Sirius tomava seu lugar ao lado deste.
-Santos, sei! – disse ela, revirando os olhos. Depois se virou por completo na carteira para olhar Remo, que acabara de sentar-se ao lado de Pedro, já com o riso controlado. – Você deveria se envergonhas, Remo! Como é que você autoriza-os a aprontar pela escola na sua companhia?
-E quem disse que eles aprontaram? – disse Remos, encolhendo os ombros e sorrindo para Lily. A garota fez uma expressão incrédula e se virou para frente mais uma vez, no mesmo instante que o professor adentrava a sala.

O dia foi correndo lentamente, pontuado de risos e reclamações - a maioria por parte de Lílian. Uma vez que ela não podia gritar com Tiago, ou com qualquer dos outros Marotos, ela fechava a cara e desaparecia, surgindo, segundos depois, acompanhada por um professor. E, por mais rápida que fosse ao trazer um professor - ou, em uma das ocasiões, Mackenzie, o monitor-chefe -, quando chegava ao local onde ele estivera aprontando, ele simplesmente não estava à vista. O que, à altura do jantar, já deixara a ruiva louca de raiva.
-Por que é que ele tem sempre que se safar de uma bronca? - ela exclamou ao sentar-se na mesa da Grifinória na hora do jantar.
-Porque ele tem um monitor para encobri-lo? - arriscou Alice, se sentando à sua frente, olhando para onde os marotos estavam sentados, rindo alto. Lily bufou.
-Honestamente, eu não sei como o Remo tem a cara de pau de deixá-los impunes sempre!
-Mas nem sempre eles saem impunes. - contrapôs Angie, sentada ao lado de Alice. - Eles já foram pegos várias vezes no ato.
-É, mas eu gostaria que ele tivesse o bom-senso de parar de acobertá-los. - resmungou Lily para seu prato.
-Pode ser impressão minha - disse Sarah, sentada ao lado da ruiva, em um tom divertido - mas eu achei, por um momento, de que você é doidinha pra ter em sua casa a cabeça do Potter empalhada.
-Sabe que isso não é uma má idéia? - exclamou a ruiva enquanto as outras três riam.
-Meu Deus, e eu achei que isso fosse uma fase passageira! - disse uma garota, sentando-se do outro lado de Lily. Ela tinha cabelos curtos e de um tom castanho claro, emoldurando o rosto bonito que tinha, com olhos azuis esverdeados.
-Nossa, Dorcas, onde foi que você se meteu? - perguntou Angie, sorrindo para a amiga. - Não vimos você o dia todo!
-Sabe como é, sétimo ano não é fácil! - disse Dorcas Meadowes, encolhendo os ombros em um gesto de quem se desculpa, sorrindo de leve para elas.
-Essa não, sessão terrorismo! - exclamou a morena, tampando os ouvidos quando Lily abriu a boca para dizer alguma coisa.
As quatro riram.
-Será que não dá pra vocês serem nerds depois do jantar? Eu estou mesmo a fim de apreciar o meu pastel. - disse ela, apontando para o prato e olhando-as fingindo-se de severa.
-Você nem gosta de pastel! - indignou-se Alice; o prato de Ângela continha apenas salada de alcachofra que tinha na mesa alem do pastel de carne e rins.
-Ora, pudera vocês sempre falam de provas quando eu tento comer um!
Um pigarro sobrepôs às risadas que seguiram o comentário da morena. Elas ergueram as cabeças e viram, parado com um uma expressão estranha no rosto, Logan. Sarah ficou séria tão rápida quanto uma luz que queima.
-Será que eu posso falar com você? - perguntou ele com, as meninas sentiram gosto em constatar isso, um leve quê de nervosismo. Elas viraram-se para olhar a loura e seus queixos caíram ao ver que sua expressão suavizara.
-Por que não? - disse, ao se levantar. Sarah deu uma leve piscadela para as amigas ao passar, seguindo para fora do salão com o garoto.

-... O cara, o cara nem percebeu o que foi que o atingiu! - riu-se Sirius, sem ar de tanto rir, sobrepondo-se aos sons das gargalhadas de Tiago e Pedro. Remo apenas olhava o moreno, com uma expressão divertida. Ele balançou a cabeça quando ele parou de falar.
-Sabe Almofadinhas, um dia ele vai vir atrás de você querendo vingança. - disse ele, voltando-se para o seu prato.
-Que venha eu vou... - mas o que ele iria fazer, eles não souberam. Sirius emudecera, acompanhando Sarah sair do salão com Logan, boquiaberto. - O que é que ela 'tá fazendo com aquele panaca do Stressmore?
Os outros três levantaram o olhar para vê-la já quase fora de seu campo de visão - Tiago quase caiu do banco ao virar quase inteiramente o corpo para trás para poder ver do que Sirius estava falando.
-Eu sei lá. - disse Pedro, encolhendo os ombros. - Ele é namorado dela, não é?
-Tecnicamente. - respondeu Remo.
Sirius amarrou a cara, parecendo um cão enraivecido. Tiago não se surpreenderia se ele rosnasse e babasse a qualquer momento.
-Que foi, Almofadinhas? Tá com ciúmes? - alfinetou Pontas.
Sirius balançou a cabeça como se espantasse uma mosca - ou, Tiago achou mais provável, como o cachorro sacudindo água para fora dos ouvidos.
-Eu? Com ciúmes? Da Conrhoy? - ele soltou uma daquelas risadas que soavam como latidos. - Faz-me rir, meu caro Pontas!
-É, mas você tá com cara de cachorro que viu um carteiro! - riu-se Remo. Sirius atirou-lhe o guardanapo que estava sobre a mesa na cara.
-Não fala besteira, Aluado. Isso é coisa do Rabicho, não pega bem pra sua reputação!
-E nem pega bem pra sua, ficando de ciuminho de uma garota! - alfinetou Remo, jogando o guardanapo de volta para Almofadinhas.
-Vem cá, vocês não receberam um Feitiço para Devanear sem vocês notarem na aula de Feitiços? Porque vocês tão delirando.
-Admita Almofadinhas, você foi fisgado.
-Ou quem sabe uma Poção da Incoerência...
-Eu não pensei que eu fosse viver para ver este dia.
-Aluado, controle os seus hormônios, faz um favor? - exclamou Sirius, entre o irritado e o divertido. Tiago e Pedro deitaram na mesa de tanto rir. Remo sorriu divertido.
-Isso é pelos longos dias que você tirou com a minha cara, meu caro amigo.
-Caro amigo o caramba, eu to quase socando a tua cara! - exclamou ele.
-Sirius, que culpa tem o Aluado se você está apaixonado? - perguntou Tiago, sorrindo marotamente para o amigo. Este segurou Pontas pelo pescoço e fingiu estrangula-lo.



I couldn't stop laughing, no I just couldn´t help myself
Não posso parar de rir. eu não posso parar
See you messed up my mental health I was quite unwell
Você mexeu com a minha sanidade, eu tava bem mal!


-Tá legal, sua vaca, quem é você e o que fez com a Sarah Conrhoy? - perguntou Angie no momento em que a garota voltava a se sentar com elas, fingindo ameaçar a loura com uma faca. Sarah apenas riu.
-Então, o que ele queria? - perguntou Lílian, olhando a amiga, interessada.
-Pedir desculpas. - disse a loura, indiferente, tomando um gole de seu suco.
-Não brinca!
-É sério?
-E o que você disse?
Disseram Marlene, Alice e Emelina, que haviam se juntado às outras quatro quando a loura abandonara a mesa, quase ao mesmo tempo, enquanto Lily e Angie se entreolhavam. Dorcas olhava Sarah com uma sobrancelha erguida.
Sarah apenas encolheu os ombros.
-Me diz que você disse que ele é um panaca! - disse Angie, em um tom entre o risonho e suplicante, enquanto ela juntava as mãos e as sacudia em frente da loura, como se implorasse por algo. Todas riram. - Por favor!
-Eu não disse isso! - exclamou a garota, fingindo um tom ofendido. Angie se endireitou e soltou um gemido de desapontamento. - Eu disse que ele é um arrogante e prepotente, convencido e completamente irritante!
-Já ouvi isso em algum lugar... - disse Dorcas vagamente, enquanto olhava para Lílian, que ria.
-Convivência! – riu-se a loura.
-E o que mais? – perguntou Ângela, fazendo gestos para que a amiga continuasse.
-Bem... – começou Sarah, enquanto as outras se penduravam no que ela dizia. – Ele pediu desculpas, certo? E eu disse que ele era um garoto arrogantemente convencido e idiotamente prepotente...
-Eu ia enrolar a língua pra dizer isso! – comentou Lily, cortando a amiga, no que as outras riram. Sarah continuou.
-... Daí ele disse mais uma meia dúzia de galanteios, pedidos de desculpas e críticas a si mesmo...
-Daria tudo que ver isso... – disse Alice baixinho, no que Emelina e Marlene murmuraram alguma coisa, concordando.
-... Então eu disse que o perdoava...
-COMO É QUE É? – perguntaram as seis ao mesmo tempo, em um tom alto que chamou a atenção das pessoas que se sentavam mais próximas a elas. Sarah sorriu serenamente.
-Você andou fumando erva? – perguntou Dorcas, olhando-a com uma sobrancelha erguida.
-Não! – riu-se a garota.
-Então você cheirou bosta de dragão demais na aula da Sprout, porque você não está batendo bem da cabeça! – exclamou Angie, com uma expressão entre a indignação e o nojo. A loura riu ainda mais.
-Por que você fez isso, Sas? – perguntou Lily, indagando-se se a amiga teria sido submetida a um Feitiço da Memória.
-Porque era pra ser feito! – disse ela, em um tom que chegava ao óbvio. Ela olhou as amigas e como nenhuma delas pareceu entender, ela continuou. – Olhem, ficando de boa com o Strathmore, ele vai aonde vou, certo? Daí uma ótima oportunidade para a vingança!
-Um segundo – disse Angie no momento em que ela parara de falar – eu perdi a parte que diz por que você perdoou o cretino!
-É, Sarah, eu não entendi nada – disse Lina, no que todas concordaram.
-Pensem comigo: eu o perdoei – disse Sarah lentamente, chegando a curvar-se sobre a mesa para ter certeza de que todas a ouviam –, portanto, ele vai pensar que estamos de volta. E vocês sabem como ele me segue como um cão sem dono escola afora. – elas murmuraram, concordando, e Lílian teve certeza de que todas as outras seis estavam se lembrando de como o garoto ia com Sarah para cima e para baixo, no que Dorcas, que era do mesmo ano que ele, tinha sempre que lembra-lo que ele não precisava cursar o quinto ano novamente. – E, um dia, talvez, por um acaso – recomeçou Sarah, com um leve sorriso – topemos com alguns marotos arruaceiros revoltados da vida que descontariam sua frustração na primeira pessoa de quem eles não gostam!
Segui-se um silencio depois dessas palavras, no que Angie, Emelina e Alice sorriam, trocando olhares, enquanto Marlene e Dorcas apenas fitaram Sarah, como se elas fossem suas fãs número um a partir daquele momento. Lílian, porém, interveio.
-Você tem ciência de que a batata dos marotos está assando e que qualquer coisinha que eles foram pegos fazendo, qualquer monitor que estiver presente vai fazer questão de levá-los a McGonagall imediatamente!
Sarah apenas sorriu mais ainda.
-Lily, eu te amo tanto! – disse a loura em um tom falsamente apaixonado, no que as outras meninas riram menos a ruiva. Ela olhava a amiga com uma sobrancelha erguida, com uma expressão que ela geralmente usava quando estava perto de Tiago. – Conto com a sua palavra de que você não vai dedurar os meninos para a tia Mimi?
-Tia Mimi? Meu Merlim, ser vizinha do Potter realmente afeta seu cérebro! – disse Lílian em um muxoxo. Mas não conseguiu conter um sorriso. – Digamos que eu vou ficar temporariamente cega.
-Você é demais! – disse a loura.



I was so lost back then
Eu estava tão perdida, naquele tempo,
But with a little help from my friends
Mas com uma ajudinha dos amigos
I found a light in the tunnel at the end
Achei a luz no fim do túnel


Os dois dias seguintes passaram extremamente depressa para a maioria das pessoas, porém, para Sarah, eles pareceram se arrastar pelo resto do mês. Ela nunca havia se dado conta de como a companhia de Logan era irritante. Embora, em uma parte bem distante de seu cérebro, ela tinha ciência de que ela costumava ser uma pessoa estressada simplesmente porque ele a acompanhava sempre.
A garota não deixou de andar com suas amigas nos intervalos das aulas, como se na esperança de que ele não a seguisse por toda parte, mas ele não parecer entender a deixa. Andava ao lado de Sarah e, por vezes, tentava pegar na mão da garota, mas ela simplesmente colocava-as no bolso das vestes, no que ele era obrigado a fazer o mesmo, de cara fechada. Por sorte, ela conseguia se livrar dele no horário das refeições.
-Eu não agüento mais! – disse a loura ao se sentar ao lado de Lílian na hora do jantar quarta-feira, logo após deixar o garoto na mesa da Lufa-lufa.
-Diga agora que estávamos erradas ao chamá-lo de “mais chato que verme”. – disse Angie em um tom divertido, enquanto olhava a amiga.
-Eu estou pagando todos os meus pecados tendo que andar com ele outra vez. – resmungou Sarah, afundando a cabeça nos braços cruzados em cima da mesa. – É torturante!
-No ano passado você não diria isso... – disse Alice, meio que cantarolando, no mesmíssimo tom de Ângela.
-Já deu pra entender! – exclamou a loura em um tom abafado, no que Alice e Ângela sufocaram risadas.
-Eu não entendo porque você continua com ele. – disse Lily em um tom displicente.
-Eu já expliquei... – começou a garota, levantando a cabeça para a amiga, mas ela a interrompeu.
-Quero dizer que eu não entendo o porquê disso tudo! – disse a ruiva, séria. Angie e Alice pararam de rir. – Pra que é que você quer fazer o que quer que seja que você quer que os Marotos façam com ele?
-Porque – disse Sarah, endireitando-se na cadeira, falando lentamente, como se falasse com alguém bem obtuso – eu quero causar a ele o que ele causou a mim!
-Mas isso não faz sentido! Não era você que vivia dizendo que a vingança não vale a pena? – perguntou Lily, olhando a amiga e começando a ficar irritada com ela. A ruiva referia-se à época que as primas de Sirius viviam em cima dela, fazendo comentários e piadas de mau gosto sobre a ruiva. Lily vivia doida para se atracar com Narcisa e Belatriz, mas Sarah lhe disse para não descer ao nível delas e fazer exatamente o que elas queriam. “Além do que” dizia ela “vingança não vale a pena”.
-Isso não é vingança, Lily! – disse a loura, que hesitou por um segundo, aparentemente pensando no que dizer a seguir. – É pagar com o mesmo galeão!
-Dá na mesma... – resmungou a ruiva com raiva, mas a loura não ouviu. Ela olhava para a entrada do Salão Principal.
-Meninas, vocês me dão licença? – disse, levantando-se e saindo em direção às pessoas que saiam naquele instante.
-Claro – disse Angie, acenando para ela, divertidamente -, vai encontrar seu amante!
Sarah fingiu não ouvir o comentário da morena, nem as risadas que se seguiram a ele.
-GENTE! – exclamou ela em voz alta para os Marotos, que pararam e se viraram. Ela saiu correndo pelo salão até parar derrapando na frente de Tiago, segurando-se nas vestes do maroto para não perder o equilíbrio.
-Seção agarramento é só depois das dez, Sarah, se não se importa! – disse o garoto, sorrindo para ela, no que ela o soltou.
-Engraçadinho... – ofegou ela, se endireitando.
-Casou de ficar grudada no Stressmore, Conrhoy? – disse Sirius, em um tom divertido. Tiago trocou um olhar com Remo, que acenou discretamente com a cabeça.
-Para dizer a verdade, sim. – disse ela, olhando cada um deles, até mesmo Pedro, que até então ainda estivera na mesa, comendo, e se juntava a eles naquele instante. Os quatro se entreolharam ao notar o olhar meio que febril da garota. – Estão a fim de azarar alguém?
-Quem, você? – disse Tiago em um tom divertido, no que Sirius e Pedro riram. – Com prazer! – acrescentou depressa, puxando a varinha.
-Não a mim, cérebro de explosivim! – disse Sarah, entre o tom risonho e o irritado. – Stressmore!
-Desde quando você o chama assim? – perguntou Remo, olhando-a intrigado, mas com um quê de riso na sua voz.
-Desde que eu descobri que ele é um panaca.
-Demorou demais pra você perceber isso – disse Sirius, em um tom estranho. Sarah não notou isso, mas Tiago ria silenciosamente às costas do moreno.
-Quando, Conrhoy? – perguntou Pedro em um tom ansioso.
-Amanhã. No nosso horário livre logo após o café da manhã. – disse ela, dando um leve sorriso maquiavélico.
-Está combinado. – disse Sirius, divertido e com os dedos já coçando para azarar aquele idiota. Tiago notou que era quase o mesmo tom que ele usara com Yang naquela manhã.
Sarah sorriu ainda mais, inclinou a cabeça para o lado e se afastou.
Tiago olhou para Remo, e depois para Pedro, e ele e o último soltaram risadas altas. Remo balançou a cabeça e Sirius olhou-os, sem entender.
-O que foi?
-Nada não! – disseram ambos, seguindo para o saguão. Sirius se virou para Remo, que balançou a cabeça.
-Nem tente entender... É demais pra sua capacidade de entendimento. – e se afastou também.
Sirius revirou os olhos e afastou os cabelos ligeiramente da testa antes de seguir os amigos.






As meninas do sexto ano da Grifinória estavam sentadas na mesa de sua respectiva Casa, terminando o café da manhã. Alice olhava distraidamente a mesa da Corvinal, suspirando silenciosamente uma vez ou outra. Ângela comia seus ovos mexidos com uma lentidão extrema, olhando para o espaço, aparentemente pensativa. Lílian segurava a varinha com a mão direita, segurando o garfo desajeitadamente com a esquerda e tentava encher o copo à sua frente de água, enquanto, ao mesmo tempo, tentava não derrubar ovos na roupa. Sarah apoiara um livro de Aritmancia em uma jarra de suco e lia-o, absorta.
-Sarah – disse Angie depois de vários minutos olhando para o nada, voltando-se para a loura e ficando intrigada – por que é que você está lendo um livro de Aritmancia? Você nem faz esse curso!
-Hum? – fez a garota, levantando o olhar para a morena e parecendo ligeiramente perdida. Um segundo depois, olhou da amiga para o livro, e depois se voltou mais uma vez para a morena. – Não sei! Deu vontade.
-Você é estranha...
-Você tem alguma dúvida disso? – disse Alice em um tom risonho, voltando o olhar para as duas.
-Não! – riram-se as duas.
O barulho estrondoso de algo pesado de metal – muito provavelmente, de uma armadura – ecoou pelo salão e quase todas as cabeças se viraram para a porta, incluindo as quatro garotas. Alguns minutos depois, ofegantes e risonhos, entraram por ela os marotos, cada qual mais vermelho do que o outro. Eles passaram por elas a caminho de quatro cadeiras vagas, juntas, e, quando eles emparelharam com as garotas, Tiago levou uma mão aos cabelos e bagunçou-os com os dedos, sorrindo elegantemente para Lílian. A ruiva bufou, corando visivelmente, aparentemente de raiva, porém derramou uma boa quantidade de ovos nas vestes.
-Ô meleca! – praguejou Lily, jogando o garfo estrondosamente no prato. Ela acenou com a varinha e os ovos desapareceram, sequer deixando vestígios que tinham caído ali. A ruiva pareceu ligeiramente irritada quando levantou o olhar para as amigas, que riam da expressão dela – Dava pra eu ser mais desastrada?
-Desastrada, sei! – riu-se Ângela, sem fôlego.
-Acho que o termo certo é “distraída”! – disse Alice, olhando a ruiva divertidamente.
-Distraída?
-É, pelo Potter! – completou Sarah, sorrindo maliciosamente para a ruiva, no que ela fechou a cara.
-Eu não fui distraída pelo Potter! – disse a ruiva, inflando de indignação.
-Tá bom, acreditamos mesmo em você – disse Sarah, fingindo-se de séria, enquanto as outras duas riam.
-Ah-ah – fez Angie, parando de rir e olhando para as costas de Sarah e Lily. – Chegada de um chato em três... dois.. um.
Logan sentou-se ao lado de Sarah, no que a loura fez uma expressão extremamente contrariada.
-Olá meninas! – cumprimentou ele, no que somente Alice e Lily resmungaram em resposta. Ângela apenas olhou feio para o garoto, bufando. – Do que vocês estavam rindo?
-De coisas que não te interessam. – alfinetou a morena.
-Ang. – disse Lílian em tom de aviso, embora ela tivesse rido silenciosamente junto com Alice um milésimo de segundo antes. A morena encolheu os ombros em um gesto de indiferença.
-Pelo visto você não mudou nada, Andrews. – disse Logan, com frieza. Angie estreitou os olhos para ele.
-Pelo visto você não deixou de ser um desgraçado – disse a morena no mesmíssimo tom.
O garoto lhe lançou um olhar furioso, depois se virou para Sarah.
-Você tinha que escolher melhor as pessoas com quem anda.
-Sabe Sas, eu concordo totalmente! – comentou Angie, embora encarasse Logan. Fechando a cara mais ainda, o louro se levantou o que, com certeza, ele pensara que fora uma ação impressionante.
-Encontre-me lá fora. – disse para Sarah, que tinha virado o rosto para esconder o riso. Ela acenou com uma mão para demonstrar que ouvira e ele se afastou.
-Me diz que você vai fazer alguma coisa urgentemente em relação àquele pateta! – resmungou Ângela por entre os dentes.
-Claro! – disse a outra, puxando a bolsa para perto de si.
-Ainda bem!
Alice e Lily balançaram as cabeças e sorriram se entreolhando. Ângela não era muito boa em esconder o que sentia, ainda mais quando se tratava de Logan: ela simplesmente o odiara desde o primeiro momento que o vira.
Sarah retirou de sua bolsa um pedaço de pergaminho e uma pena. Escreveu alguma coisa ali, dobrou o papel da mesma maneira que uma criança trouxa faz com papeis avulsos, em um aviãozinho de papel. Deixando-o sobre a mesa, pegou a varinha e fez um meio aceno, mais parecido com um floreio, e o aviãozinho levantou vôo.
-Belo plano Sarah! – resmungou Angie, olhando a amiga com um ar entediado - Vai bater no Strathmore com um aviãozinho de papel?
-Não – disse a loura, sorrindo – vou acertar outra pessoa. Fique olhando!
Observada pelas amigas, ela apontou a varinha para a direita e o aviãozinho foi voando naquela direção, até bater na cabeça de Remo.
-Ai – resmungou o maroto, esfregando o local onde fora atingido, olhando para o aviãozinho sem entender muito bem. Ele o pegou, olhando confuso para o longo da mesa. Quando viu Sarah fazer um breve aceno com a cabeça para ele, Remo sorriu e se virou para os outros, que riam escandalosamente de qualquer besteira que Sirius dissera.
-Hei gente! – disse ele, curvando-se sobre a mesa para que eles pudessem ver o pergaminho também. Antes que ele pudesse desdobrar o aviãozinho, Tiago o tomou de sua mão e o leu. Olhou marotamente para Sirius e murmurou.
-É hora do show.
Os olhos do moreno brilharam maliciosamente, e se virou na cadeira, olhando para as portas do Salão, com um ar de um cão de caça que vira sua presa. Olhando de volta para Tiago, Sirius sorriu da mesma maneira que o amigo.
-Demorou!
Ambos levantaram-se ao mesmo tempo e marcharam para fora do Salão como se estivessem indo para uma real batalha. Enquanto eles saiam, as meninas viraram as cabeças, os acompanhando com os olhos. Outras garotas, aquelas que nada sabiam do que se passava até o momento, também os acompanharam com o olhar, mas de um modo sonhador. Quando eles não mais estavam à vista, as sextoanistas da Grifinória se entreolharam.
-Eu não vou perder isso por nada! – disse Alice, com empolgação.
-Nem mesmo se Merlim aparecer lá no saguão e gritar: “isso você não pode ver, Osbourne”? – perguntou Ângela em um tom divertido.
-Aí é que eu vou ver mesmo! – riu-se a garota.
Rindo, as quatro se levantaram mais que depressa e saíram do salão. No meio do caminho, Marlene, Emelina e Dorcas se juntaram a elas, com sorrisos divertidos e olhares curiosos. A essa altura, a confusão já estava armada...

-Hei Strathmore! – gritaram Tiago e Sirius ao mesmo tempo, as varinhas muito bem seguras nas mãos, escondidas nos bolsos, os sorrisos malevolamente marotos direcionados para o louro mais à frente.
Logan, que estava encostado em uma parede, de costas para as portas do Salão Principal, sobressaltou-se e olhou para trás. O louro olhou-os com uma expressão entre o desanimado e o irritado.
-O que é? – perguntou ele em voz alta, uma vez que os marotos estavam a mais de vinte metros dele, estreitando os olhos.
-O que é? Eu não sei... – disse Tiago, fingindo pensar. As pessoas que saíam ou iam para o salão principal para o café pararam para olhar. As garotas estavam do outro lado do saguão, em um semicírculo, olhando a cena se desenrolar. Pontas virou-se para Sirius – O que você acha que é, Almofadinhas?
-Uma besta quadrada, é isso que eu acho que é. – disse o outro, em uma pose arrogante, em um tom de nojo.
-É, acho que é isso que ele é – comentou Tiago, virando-se para Logan, olhando-o com raiva. Este, por sua vez, os olhava com indiferença.
-Nada que venha de vocês me atinge – disse Logan em um tom monótono.
-Jura? – ironizo Sirius, dando um passo para frente. – Vamos ver, então...
O moreno sacou a varinha mais que depressa e a apontou pra o louro, no que apareceu um corte em seu rosto, assim como aparecera no rosto de Malfoy.
-Agora fiquei confuso! – Tiago disse em voz alta, em um tom engraçado, virando-se para Sirius, que sorria de soslaio.
Strathmore colocou a mão no corte, com uma expressão entre o chocado e o raivoso. Meio segundo depois, ele sacou a varinha e um raio de luz vermelha foi em direção à Black, mas Tiago o desviou com um Feitiço Escudo. Então o moreno de óculos apontou-a para o louro, que foi empurrado com força para trás; como estivera perto da parede, chocou-se com ela forte e dolorosamente, escorregando até o chão com uma careta.
No segundo em que Logan ia ao chão, Tiago olhou para trás por instinto. Levou as mãos aos cabelos quando discerniu as madeixas rubras perto das portas do salão; notando esse movimento repentino, Sirius se virou para a mesma direção em que o amigo olhava e viu Lily e as amigas reunidas. Ele balançou a cabeça. Um segundo depois, ele e Tiago se viram cruzando o ar do saguão, aterrissando três metros longe de onde estavam inicialmente, indo parar perto de onde as garotas estavam.
Um gemido de dor percorreu pelas pessoas que os assistiam.
Sirius sentou-se depressa e, acenou para a direção de Logan, mais uma vez em pé. Um lampejo depois e o louro estava pendurado no ar pelo tornozelo, como Snape ficara muitas vezes. O saguão explodiu em risadas quando eles viram a cueca vermelha de bolinhas brancas que o garoto usava.
-Muito bem, já chega. – disse Lily em um tom autoritário, cruzando os braços enquanto os marotos se levantavam do chão.
-É, Lil, eu concordo. – comentou Sarah, adiantando-se alguns passos. – Acho que já é o suficiente.
You know you did it
Você sabe que fez isso
I'm gone
Eu fui
To find someone to live for in this world
Procurar alguém por quem viver neste mundo


A loura olhou para Tiago significantemente, com um leve aceno de cabeça, e o moreno, com uma ligeira careta de desgosto, voltou a varinha mais uma vez para Logan e fez um aceno. O louro, por sua vez, caiu mais uma vez, pesadamente no chão de pedra, protegendo a cabeça com os braços. Zonzo, sentou-se lentamente e olhou para a garota, estupefato.
-“Suficiente”? Quer dizer que isso foi idéia sua?
-Claro! – exclamou Sarah, olhando-o como se fosse a coisa mais obvia a se pensar. Logan ficou olhando-a, incrédulo. – É um pequeno preço que você teve que pagar pelo que me fez.
-Pelo o que eu te fiz? E o que foi isso? – o saguão de entrada ecoava com os passos lentos de Sarah até Logan, todos os espectadores em silêncio.
-Você achou mesmo que ia sair com uma garota pelas minhas costas e eu não ia ficar sabendo? - Ela parou de frente ao garoto, sentado no chão de pedra, olhando-o com altivez. – Você não sabe com quem está se metendo.

I wanna man by my side
Eu quero um homem do meu lado
Not a boy who runs and hides
Não um menino que corre e se esconde
Are you gonna fight for me?
Você vai brigar por mim?
Die for me?
Morreria por mim?
Live and breathe for me?
Viveria e respiraria por mim?
Do you care for me?
Você se importa comigo?
'Cause if you don't then just leave
Porquê se não, vá embora


Logan se levantou, olhando Sarah, lívido.
-Então é isso? – ele olhou em volta lentamente antes de voltar a falar. - Você pede para os seus amiguinhos me humilharem, termina comigo desse jeito, se vira e vai me deixar aqui, sem poder lhe dar uma explicação?

So since I'm not your everything
Então, já que eu não sou tudo pra você
How about I'll be nothing
Que tale eu ser nada?
Nothing at all to you
Absolutamente nada pra você!


-Por favor! – Sarah revirou os olhos e falou em um tom de desdém – A última coisa que preciso no momento é de você choramingando aquelas mesmas desculpas esfarrapadas de sempre. – ela ergueu a cabeça de um modo orgulhoso e, mesmo sendo mais baixa que ele, olhou-o de um modo que o fez encolher ligeiramente. – Preciso de alguém com caráter do meu lado, alguém que esteja lá quando eu precise e que saiba o que faz. E não um chorão como você. Eu nunca signifiquei nada pra você e, finalmente, você não significa mais nada pra mim. Então, faça-me um favor. Vai viver a sua vida e me esquece, Logan!
Ela frisou a última frase, em um tom ligeiramente mais alto do que o anterior. Dirigiu-lhe um último olhar de nojo e se virou, deixando o louro pestanejando, plantado onde estava. Algumas garotas, principalmente Ângela, Lílian, Alice, Marlene, Dorcas e Emelina, aplaudiram Sarah quando ela se aproximava dos outros. Até os marotos fizeram o mesmo.
-Mandou bem, Sarah! – a cumprimentou Dorcas, sorrindo orgulhosamente para a amiga quando esta estava próxima. A loura sorriu de volta, de uma maneira aliviada.
-Sabem – disse a loura, ainda sorrindo de leve – foi bem mais fácil do que eu pensei que seria.
-E então – Lily passou o braço pelos ombros de Sarah quando emparelharam -, como você está se sentindo?
-Maravilhosamente livre!
-Isso pede uma comemoração! – Angie jogou-se do outro lado de Sarah, pendurando-se no seu ombro livre. A morena olhou por cima do próprio ombro e sorriu. – Marotos?
-Pode contar com a gente, Andrews. – Sirius juntou-se a elas, pendurando-se em Ângela. Ele inclinou-se para frente e sorriu de soslaio. – Não é, Pontas?
-Claro, meu caro amigo! – sorriu Tiago, abraçando Lílian pelos ombros. A ruiva fechou a cara enquanto o moreno lhe sorriu de leve. Pontas continuou a se dirigir à Sirius. – Bebidas por nossa conta!
-Pode crer!
-Se querem saber a minha opinião – interpôs Remo, enfiando-se entre Sarah e Lily de uma maneira cômica – eu deixaria essa comemoração pra mais tarde.
-Sempre um estrega-prazeres, hein, Aluado? – disse Sirius olhando Remo com desagrado.
-Ora, Sirius, muito lisonjeiro da sua parte. – disse o outro com sarcasmo. – Acontece que, se McGonnagall nos pega matando aula por causa de bebedeira, estaremos todos fazendo as malas amanhã.
-Quem disse que estamos matando aula? – perguntou Marlene, levantando uma sobrancelha.
-Bom, não estamos. – Remo encolheu os ombros. Depois ele ergueu o pulso e consultou o relógio. – Mas tecnicamente estaremos em três... Dois... Um...
O sinal tocou naquele momento. Eles se entreolharam e saíram correndo para as salas de aula.





Nota da Autora:
Músicas usadas na capa/capítulo:

Smile - Lily Allen
Gone - Kelly Clarkson
Walk Away - Kelly Clarkson
Irreplaceable - Beyoncé

~~

Eu sei, eu sei, eu demorei muito a escrever o capítulo. Mas, pensem, 24 páginas com a FUDEST pairando acima da minha cabeça, eu até que não estou tão ruim, não é?

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.