Mansão Potter

Capitulo três.

Conhecendo os Potter

 

O Noitebus parou diante uma casa muito grande e bonita. Lílian desceu do ônibus de três andares, e foi andando pelo jardim. Não era à-toa que Potter era mimado. Morava numa mansão! Olhou para os lados e viu canteiros de flores diversificadas. Rosas vermelhas, brancas, cor-de-rosa, amarelas, margaridas, girassóis rodeando algumas arvores, tulipas, copos-de-leite, havia ipês roxos, rosas e amarelos; e, em um lugar de destaque naquele jardim lindo, havia lírios. Muitos e muitos lírios. Poderia jurar que havia mais lírios do que qualquer outro tipo de flor ali. A ruiva sorriu; além de lírio ser o significado de seu nome, ela adorava aquela flor. Mas logo parou de sorrir. Eles estão na propriedade do Potter... pensou, franzindo o nariz. Se não estivessem, ela iria para onde estavam as flores e ficaria lá a tarde toda.

-LILY! – um grito vindo de sua direita a assustou. Em sua direção vinha Sarah, correndo feito uma maluca. Do seu lado e ligeiramente atrás, vinha Sirius Black. – SOCORRO!

-Qu...? – ela olhou de novo e viu Tiago correndo atrás dos dois. Parecia furioso e molhado. Ela se divertiu vendo sua melhor amiga e um maroto sendo seguidos por um metido a besta. Ela riu ainda mais quando Sirius ultrapassou Sarah, mas tropeçou, fazendo com que a loira caísse em cima dele. Tiago se jogou no chão junto com eles, esmagando-os intencionalmente. A ruiva se aproximou, cautelosa.

-Ai... Tiago sai de cima! – dizia Sarah, tentando
empurra-lo para longe.

-É, chispa, Pontas! – disse um Sirius esmagado. – Só a Sarah pode ficar em cima de mim. – disse ele, recebendo tapas da loira.

-Vocês dois me pagam! – disse Tiago. Ele ficou mais um pouco em cima dos dois, metendo o cotovelo em Sirius, já todos estapeado por Sarah. Tiago, com a mão livre, bagunçava o cabelo da loira.

-Ai, Lily, socorro! – chamou ela novamente. Dessa vez, Tiago ouviu. Quando ouviu o nome “Lily”, se levantou imediatamente. Passou a mão nos cabelos, no que a ruiva revirou os olhos.

-Boa tarde, Lily! – disse ele, dando um sorriso lindo para ela, mas ela fez pouco caso.

-Boa tarde, Potter. – respondeu educadamente. Ele já estava radiante quando ela disse – Ah, e se não se importa, é EVANS! – ele ia dizer algo, mas suas palavras foram abafadas por um grito. Sirius segurava Sarah, aparentemente, para ela não sair de onde estava.

-Me larga, Sirius! – gritou ela, dando tapas em seu braço. Ele pareceu nem ligar, não mudou de posição. A loira olhou para a ruiva,
indignada – Não vai me ajudar, não?

A ruiva se aproximou dos dois e estendeu a mão para a amiga, que a segurou imediatamente. Quando de pé, Sarah suspirou, aliviada.

-Brigada, amiga – disse, depois se virou para ela e a abraçou. – Que bom que veio!

-É bom te ver ao ar livre! – disse Lily. Ultimamente, a amiga vivia trancada dentro de casa e não queria ver ninguém. – Desencanou?

-Com certeza! – respondeu animada.

-Bom te ver, Lílian – disse Sirius que se levantara.
– Mas você podia ter chegado um pouquinho mais tarde... AI! – ele recebeu
outro tapa de Sarah. – Ou, seus tapas estão ficando fortes, sabia? – disse
o moreno, esfregando o local em que ela batera.

-Eu tenho treinado...

-O, dó, tá doendo? – disse Tiago, fazendo uma voz muito engraçada. Ele chegou perto do amigo e esfregou o braço dele.

-Tá me estranhando, Pontas? – disse Sirius, afastando a mão dele muito bruscamente. – Hum, eu não esperava coisa diferente de um veado... – Tiago olhou feio para Sirius. – VIADINHO! VIADINHO! – começou a gritar, e a correr.

-VOCÊ VAI VER O VIADINHO! – gritou Tiago de volta, correndo atrás dele. – VOLTA AQUI, SEU CACHORRO MISERAVEL!

-Ai, meu Deus, eles não crescem nunca – suspirou Lily.

-Ah, mas é engraçado, vai – disse Sarah, rindo do
dois bobocas que estavam correndo em volta do chafariz. Quando eles saíram do chafariz e começaram a correr em volta da propriedade, Sarah se virou para a amiga – Então, cadê tua mala?

-Aqui – disse, indo em direção a ela. As duas começaram a arrastar a bagagem de Lily para dentro da casa.

-Humpt! Nem pra ajudar, aqueles dois – disse Sarah, quando eles passaram por elas, ainda correndo. Já pareciam muito cansados. Ambos se apoiaram numa arvore, tentando recuperar o fôlego. Quando as meninas começaram a subir o malão com dificuldade pela escada é que eles caíram em si.

-Querem ajuda? – gritou Sirius, de longe.

-Pensei que não ia perguntar! – gritou Sarah de volta. Eles foram indo à direção das duas, e elas se afastaram do malão.

-Putz, Lílian, o que tem aqui?

-Minhas coisas – disse ela, ficando levemente vermelha; não conseguia viajar com pouca coisa.

- A gente a carregou sem reclamar! Vocês são muito moles. – disse Sarah, andando do lado deles.

-Essa mala tá um absurdo de tão pesada. – reclamou Tiago.

-Sarah tem razão. Larga de ser mole, Potter! Alias, não tá fazendo mais do que sua obrigação – disse Lily. O moreno olhou pra ela, não entendendo bulhufas. – Afinal, a casa é sua – explicou.

Os dois foram bufando até o fim da escada, chegando na soleira da porta, que foi Sarah que abriu.

-Só para vocês não dizerem que não fizemos nada... – disse ela.

Eles largaram a mala numa parede perto da porta, e ficaram ofegando por um tempo.

-Vem – disse Tiago, quando recuperou o fôlego (de novo), agarrando o braço de Lily. – Te mostro onde vai ficar.

-Mas, e a mala?

-Deixa-a aí – e começou a andar, arrastando Lily, que por sua vez, arrastava Sarah; ela não ia ficar sozinha com Tiago de jeito
nenhum! Sirius seguiu os três. Tiago acelerou o passo quando chegaram a uma escada.

-Potter, vai devagar! – disse Lily, que tropeçou e
quase caiu. Ele diminuiu, mas logo acelerou o passo novamente.

Estavam passando pelo corredor do primeiro andar. Tiago estava praticamente correndo ali.

-Você teve duas enormes corridas agora mesmo, não tá cansado, não? – disse Sarah para ele.

-Não – disse ele, agora realmente correndo.

-AAAHHHH – a corrente não deu certo; Lily tropeçou novamente e dessa vez, caiu, levando consigo, Sarah. Logo depois, um Sirius distraído caiu por cima delas. Ficaram se debatendo no chão, um empurrando o outro.

-Sirius, sai de cima! – disse Sarah.

-Eu tô morrendo esmagada – disse Lily numa voz
abafada. (Tiago estava, para variar, rindo muito).

Sirius conseguiu se levantar, depois estendeu a mão para Sarah. Ela olhou-o um instante depois pegou sua mão.

Tiago, por sua vez, chegando mais perto, estendeu a mão para Lily. Ela olhou-o, como fizera Sarah, só que por mais tempo, mas aceitou a ajuda. Ele ficou ali segurando a mão dela por mais um segundo; foi quando ela percebeu isso e a puxou.

-Vai demorar muito pra chegar no meu quarto?

-Não, é no andar de cima – respondeu Tiago. Ele se virou e foi andando, e os outros o seguiram. Agora que ele conseguiu fazer com que caíssem, andava devagar.

Lily deixara os outros ficarem entre ela e Tiago.
Prometera a si mesma que manteria uma boa distancia entre os dois quando possível. Por ela, ficaria muito para trás, mas Sarah ficava puxando e chamando a amiga quando ela se distanciava.

Enquanto andavam, passavam por muitos quadros, nos quais Lily não deixou passar que, em alguns, continham donos que se pareciam com Tiago. (Alguns ela podia jurar que poderia ser ele, se não estivessem com barbas, cabelos brancos e tudo o mais).

-Aque estams, Mademoiselle Evams­ ­– disse Tiago, fazendo uma ridícula imitação de sotaque francês, enquanto abria a primeira porta no segundo andar.

-Come pedidô, a senhorrita ficarr com um quarte grrande, mas longê do Monsie Potterr. – disse Sirius, imitando o mesmo sotaque besta.

No quarto havia uma cama de dossel, como as de Hogwarts, mas o cortinado era azul escuro. As colchas e os lençóis eram brancos. Nas paredes, as cores eram de um azul claro. A escrivaninha era de madeira, pintada de marfim. Assim como o guarda-roupa, o dossel da cama e a penteadeira dali. Lily ficou meio abobada.

-Como você sabia que eu gostava de azul, Potter?

-Não sabia – disse Tiago dando um daqueles sorrisos maroto para ela. – Foi no chute.

-Na mosca – disse Sirius.

-Eu sou demais – disse Tiago, passando a mão pelos cabelos, muito charmosamente. Lily revirou os olhos. Convencido pensou. – Então, Lily, o que achou?

-É Evans, Potter – disse ela, com um quê de raiva na voz. – E...V...A...N...S – ela soletrou cada letra lentamente, escrevendo-as no ar. Foi a vez de Tiago revirar os olhos.

-Certo Evans. Gostou do quarto, Evans?

-É... – ela olhou a sua volta. – Bonitinho.

-Ah, qual é, Evans. Bonitinho? – ele parecia decidido a irrita-la com o próprio sobrenome, pelo visto. – É o
melhor que pode dizer, Evans?

-É o melhor que você vai arrancar dela – disse Sarah, num tom ligeiramente risonho. – É o jeito dela de dizer: “Lindo!
Maravilhoso! Amei!”. – as ultimas três palavras ela fez uma voz esganiçada. Lily fuzilou-a com o olhar.

-Menos, Sarita, menos. Muito menos. Quase nada. Cala boca logo, vai.

-Sarita, não, por favor! Odeio esse apelido.

-Por que? Sarita é tão bonitinho. – disse Sirius.

-Logan me chamava de Sarita.  – disse ela, num tom irritado. – E eu tô querendo me
esquecer de que, um dia, ele olhou na minha cara, então, colabora.

-Então, Evans, quer conhecer a casa? – disse Tiago, mudando totalmente de assunto.

-Por mim, tanto faz.

-Que tal começarmos pela cozinha? – disse Sirius.

-Com fome de novo, Almofadinhas? – disse Tiago, olhando para o amigo, fingindo severidade.

-É... Acho que estou com “Pedritite”.

-Pedritite? – perguntou Lily. – Black, essa
palavra não existe.

-Existe sim. É a doença do Pedro. É conhecida também como SFA.

-SFA? – perguntou Sarah. – O que raios é isso?

-Síndrome de Fome Aguda.

-Sirius, você de boca fechada é um poeta. – disse
Sarah.

-Obrigada Sarah. Quer que eu recite uma poesia para você?

-Não faça nossos ouvidos de pinico – disse Tiago. – Ô, cadelinha, não era pra gente estar indo pra cozinha?

-É mesmo, viadinho. Vamos indo? – disse, dando o braço para Tiago, que o aceitou. De braços dados, eles foram andando corredor afora, na frente das meninas.

-Casa grande, a do Patético Potter, não é? –
comentou Lily, baixinho para os marotos não ouvirem.

-É... – disse Sarah, distraída. – Lily, por que você
não pára de chamar o Tiago de Potter só um pouquinho? Vocês se conhecem há seis anos, quase. Já num tá na hora de você chamá-lo pelo primeiro nome?

-Ah, Sarah, é porque... – começou Lily, mas sua voz morreu. Queria dizer que, se chamasse ele de Tiago, seria uma batalha ganha a ele. Outra coisa, já se acostumara a chamá-lo de Potter... Mas,
principalmente, chamá-lo de Tiago traria a tona pensamentos que, há dois anos, ela mantinha muito bem adormecidos no fundo de sua cabeça. –... Sei lá! Não acho que tenha intimidade suficiente com ele. – mentiu.

-O. K. então... – disse a amiga, pouco convencida – Mas, evite chamá-lo de Patético Potter na frente dos pais dele... 
Sabe, perguntas embaraçosas...

Elas seguiram Tiago e Sirius (ainda de braços dados) até o andar térreo. Viraram à esquerda e se encontraram na frente de uma porta tipo Vai-e-Vem pintada de branco. Quando entraram, Lily viu que a cozinha era tão bonita quanto o resto da casa. Era grande, toda em branco de piso espelhado.Havia uma mesa de dez lugares feita de madeira de carvalho. Bem no centro dela, havia um vaso (em cima de uma toalha cheia de detalhes) com tulipas. A sua direita havia um armário que ia do teto ao chão, em tom salmão. A sua esquerda, um fogão a lenha, uma pia e uma espécie de mini-bar, no qual uma das laterais estreitas da mesa estava encostada. A parede oposta a ela (lily) parecia feita de vidro. Uma segunda olhada e a ruiva viu que era uma porta de correr que ia do teto ao chão, de um canto da cozinha ao outro. Dois elfos domésticos cozinhavam alguma coisa naquele fogão que deixava todos com água na boca.

Sirius e Tiago, que haviam chegado primeiro, sentaram-se mais ou menos no meio da mesa. Lily e Sarah deram a volta nela e se sentaram na frente deles. Só que Lily escolheu ficar de frente a Sirius, claro.

-Tiago, você chamou a Alice e o Frank? – perguntou Sarah.

-Nem me dei ao trabalho. Frank está viajando e a Alice só ia vir se ele visse, então... – disse Tiago, encolhendo os ombros.

-Aqueles dois tão num grude só, né? – comentou
Sirius.

-Ainda vai dar em casamento...

-Já pensou, os dois casados, que bonitinho? – disse Sarah para Lily.

-Uma graça! – disse Tiago, fazendo uma careta.

-Oi Lily! – disse Sarah, olhando para Tiago. – Me
conta, o que você tinha na cabeça para tingir o cabelo de preto, cortar ele
desse jeito, colocar óculos e agir feito idiota? Porque, sinceramente, você tá
ridícula!

-Ai, você queria que eu tingisse meu cabelitio de loiro? – disse Tiago, falando com uma voz fina, imitando Lily, que ria da cara de besta que ele fez; alias, todos estavam rindo dele.

-Ia ficar lindo – disse alguém na porta. Os quatro
olharam. Era uma mulher de estatura média-alta. Tinha cabelos castanhos
avermelhados lisos até a metade das costas e olhos azuis claros.

-Oi tia Alana! – exclamou Sirius, se levantando e a abraçando.

-Tenho cara de tia? – disse ela, sorrindo do comentário dele.

-Bom, antes ter cara de tia do que de avó, não é – disse Sirius.

-Credo, Sirius, vira essa boca pra lá! – disse Tiago, enquanto a mulher ria e abraçava Sarah.

-Ah, não Tiago, eu quero um netinho, viu?

-Vai sonhando, Sra Potter, vai sonhando.

-Oi – disse a Sra Potter, chegando perto de Lily. –
Alana Potter, sou mãe daquela coisa ali.

-Lílian Evans – disse a ruiva, rindo do que a outra
dissera.

-Ah, então você é a famosa Lílian de quem essa
turminha não pára de falar.

-Acho que sou – disse Lily, tentando absorver o que Sra Potter dissera; do que eles ficavam falando que incluía ela no meio? Lily olhou para Sarah, que evitou seu olhar.

Sra Potter deu a volta na mesa e ficou atrás do
mini-bar.

-Sarah, como estão Samantha e Samara? 
- perguntou Sra Potter, se referido às irmãs mais velhas da loira.

-Muito felizes. Elas passaram na Academia de Aurores na semana passada.

-Hum, colegas novas. Bem que estamos precisando de gente nova. Moody não pára de pegar no pé dos veteranos. Espero que estejam com disposição para aturar o velhote.

-Ele é tão paranóico quanto dizem? – perguntou
Sirius.

-Um pouco... De mais da conta.

-Coitada das gêmeas – comentou Sarah. Ela gostava muito das duas. Lily dizia, brincando claro, que invejava ela ter irmãs tão legais quando ela mesma tinha um karma.

-Falando em carreira, você pensa em seguir a mesma que suas irmãs?

-Hum... Não tenho certeza... Andei pensando sobre isso, mas acho que já tem Conrhoy demais na Academia de Aurores. Queria algo diferente; meu avô foi Auror, meu pai é Auror, minha mãe é Auror, minhas irmãs são Auror... Tá mais que na hora de quebrar essa tradição.

-Eu acho legal seguir a mesma carreira que meus pais – disse Tiago. – Afinal, temos o mesmo gosto por aventuras desse tipo.

-Mas, pra conseguir chegar na Academia, tem que estudar muito
e se esforçar até o ultimo fio de cabelo. – disse Sra Potter. – E, por
falar em estudar...

-Tava demorando – murmurou Tiago.

-... quando chegam os boletins dos N.O.M´s?

-Devem estar estourando por aí – disse Tiago,
desanimado.

-Quem tá estourando? – perguntou um homem que acabara de chegar na cozinha. Lily não tinha duvida nenhuma de que aquele cara era o pai de Tiago: era a cara dum e o focinho do outro.

-Os boletins, Allan, os boletins. – disse, dando um
selinho no marido.

-De quem? – perguntou distraído.

-Da minha mãe – disse Sra Potter, olhando para ele incrédula. – Foi ela quem prestou os N.O.M´s há um tempinho, sabe.

-Tô com a cabeça na lua hoje... – comentou Sr Potter, sorrindo.

-Problemas? – perguntou Tiago.

-Muitos, mas nada que interesse um adolescente de dezesseis anos.

-Mas eu tô interessado! – exclamou Tiago, olhando para o pai que sentara-se ao lado dele. Este lançou ao filho um olhar de não é pro teu bico, e Tiago fez cara de tá bom, já calei.

-Por que é que você está todo molhado, Tiago? –
perguntou Sr Potter. Tiago olhou para si mesmo, como se nem tivesse reparado.

-Foi uma brincadeirinha – disse o moreno, levantando o rosto e olhando de Sirius para Sarah, que abafavam risinhos.

-Sirius, da próxima vez, joga lama – disse Sra Potter, sentando-se ao lado do marido. O filho olhou pra ela com cara de você não tem dó do seu próprio filho?

-Mas, vê se faz o serviço direito: pega daquelas
esverdeadas que cheiram mal – disse Lily.

-Boa idéia! – exclamou Sirius.

-Você é cruel, ruivinha – disse Tiago. Lily teve que respirar bem fundo para não gritar com ele, mas lançou-lhe um olhar mortífero.

O jantar foi muito divertido. Tiveram conversas de variados tipos, e riram muito. Tiago herdara muito de seus pais: do pai, a aparência (e o charme) e da mãe, o humor. Eles se davam muito bem.

Depois da refeição, os garotos foram para os jardins novamente. Já escurecera, o que deixava o jardim mais bonito ainda, com algumas tochas acesas aqui e ali.

Caminharam os quatro durante uns dez minutos. Deve ser um Record pensou Sarah. Lily não gritou com Tiago até agora!

-Ai, caramba! – exclamou ela alto, batendo a mão na testa.

-Que foi? – perguntou Lily.

-Tenho que voltar pra casa; eu não trouxe nada!

-Ah, não, Sarah! Não me deixe aqui com esses dois! – implorou Lily.

-Busca tuas coisas amanha! – disse Sirius, que também parecia chateado com a idéia de Sarah ter que ir embora.

-Não dá, gente! – disse a loira, mas quando viu o
desespero na cara de Lily, somente com a idéia de ser deixada com Potter e
Black, disse – Eu vou e volto em quinze minutos!

-Ida e volta, você quer dizer – disse Tiago. –
Quinze minutos é o tempo que você leva para atravessar o bosque!

-E outra: tá escuro. Acrescente mais uns dez, porque você vai daqui até lá tropeçando em raízes. – disse Sirius. Mais um argumento e ela desiste pensou Lily, vendo a cara da amiga.

-Isso eu tiro de letra – disse ela, desapontando Lily. Vendo a cara da ruiva, Sarah teve uma idéia – Vem comigo, Lily?

-Aham – respondeu sem hesitar. Tudo para ficar longe do Potter.

Sem mais uma palavra, antes que os marotos começassem a argumentar de novo, as duas deram as costas e foram em direção a Mansão Conrhoy.

Realmente, pensou Lily, não era muito diferente da Mansão Potter. Mudava que o jardim (não só ele, como a casa toda) tinha uma decoração meio oriental. E os quadros do lado de dentro.

O quarto de Sarah era de um tom lilás claro e tinha renda em tudo quanto é lugar: nas colchas e lençóis, nas cortinas, na
toalhinha da escrivaninha. Tinha alguns quadros da sua amiga por ali, e várias fotos em porta-retratos em cima da mesa-de-cabeceira. Enquanto a loira arrumava suas coisas, Lily foi ver as fotos. Havia fotos do primeiro ano em Hogwarts, do segundo, do terceiro... (resumindo, de todos os anos). Havia fotos de duas garotas idênticas que a ruiva reconheceu como as gêmeas. Elas não deviam ter mais que dezessete anos na foto. Havia fotos dos Marotos, até. Gosto é gosto, não é pensou. Também havia uma foto de um garoto alto de cabelos loiro-avermelhados e de olhos castanhos que estudava no sexto ano (sétimo, se formos contar qual iriam estudar aquele ano) e que era da Lufa-lufa. Lily conhecia-o muito bem, ele era Logan Strathmore, o namorado, quer dizer, ex-namorado de Sarah.

A historia da separação deles era um tanto complicada, mas muito comum no mundo todo: Sarah o havia visto na festa de formatura do ano anterior com uma garota do mesmo ano e da mesma Casa que Logan (detalhe, Sarah e Logan ainda estavam juntos) Lily não entendera muito bem o que Sarah estava dizendo naquela noite, pois chorava muito, mas o que deu a entender era que Logan estava beijando aquela menina bem na frente dela. A coitadinha da sua amiga passou a semana que se passou depois daquele baile, a viajem de volta de Hogwarts e as duas últimas semanas chorando por aquele garoto. Descarado, idiota pensou Lily, lembrando do que a amiga sofrera Burro, egoísta, desgraçado, filho duma...

-Vamos Lily? – disse Sarah, com uma mala na mão, tirando Lily de seu devaneio.

-Vamos... – disse, se levantando e seguindo a amiga. Quando já estavam entrando no bosque, Lily perguntou – Sarah, por que você ainda tem uma foto do Logan no teu quarto?

-Ah – disse a loira, suspirando tristemente – Eu nem reparei. Pensei que tinha tirado, já. Acho que fiz só a menção de tira-lo de lá. Logo, logo, aquela foto vai para no lixo. Acho melhor queima-la, assim não tem erro, o que acha?

-Queima! – disse, com determinação.

-Chega de ficar guardando lembranças dele... Cansei. Antes de irmos a Hogwarts eu vou queimar tudo que ele me deu. Tudinho, até aqueles bichinhos de pelúcia.

-É uma pena queimar bichinhos de pelúcia. – disse
Lily, saltando uma raiz exageradamente grande fora da terra.

-Realmente – disse Sarah, abaixando-se para passar debaixo de um galho baixo de uma macieira. – Mas, foi aquele traste que deu, então, já era.

Elas andaram mais uns dói ou três minutos até
avistarem novamente as luzes do jardim dos Potter.

-Vocês demoraram – disse Tiago.

-Encontraram um urso no caminho? – perguntou Sirius.

-Não. – disse Sarah. - Mas acabamos de encontrar duas antas. Serve?

Tiago e Sirius fizeram caretas engraçadas, que fizeram Sarah e Lily caírem na risada.

-Vamos entrar? – sugeriu Tiago.

Os outros três concordaram e o seguiram de volta para dentro.

-Deixa que eu levo isso – disse Sirius, tirando a mala da mão de Sarah.

-Não tá pesada. – protestou ela. – Tá querendo dar uma de cavalheiro?

Sirius apenas sorriu para ela e seguiu um pouco mais à frente, com Tiago.

-Você entendeu isso? – perguntou Sarah, olhando para Lily.

-Entendi tanto quanto você – respondeu a ruiva.

-Ele tá estranho... Não acha?

-Acho que ele quer só ser simpático.

-Hum – fez Sarah. Elas seguiram os garotos e subiram para seus respectivos quartos, que eram ambos no segundo andar.

Lily ficou acordada mais um pouco, deitada em sua cama. Essas férias prometiam ser interessantes. Pra começar, ela estava na casa do Patético Potter. Passara uma tarde lá e não gritara com o moreno nem uma vez. Sarah não estava mais chorando por Logan. Sirius estava agindo simpaticamente para com a loira. Tudo indicava que o dia seguinte seria tão interessante quanto esse. Para completar aquela loucura total, só faltavam Remo Lupin e Ângela, que deveriam chegar logo. Vai ser interessante, pensou, quando virou-se para o lado e dormiu.

"Times New Roman";mso-ansi-language:PT-BR;mso-fareast-language:PT-BR;
mso-bidi-language:AR-SA">No andar de cima, Tiago estava feliz da vida. Sua ruivinha viera. Tinha algo melhor para acontecer naquelas férias? Tem, pensou ele, com um sorriso. Ficou ali, com seus botões até dormir.

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Oi, gente, desculpa a demora, eu fiquei um tempão empacada no mesmo ponto, tentando descobrir como eu ia continuar. Mas o importante é que eu terminei e agora eu tô postando isso para vocês. Desculpem qualquer erro meu, depois eu arrumo.

Nesse cap deu pra notar que eu sou muuuuuuuito detalhista, neah!! Eu não resisto a entrar em detalhes!! Qualquer coisa, vcs puxam minha orelha, blz?

FELIZ ANO NOVO atrasado uns dias para vocês!! COMENTEM, PLIZZZZZZZZ!!!Milhões de bjuxx pra vcs

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