Flagra
Capítulo XXI – Flagra
Alguns pernoitaram na mansão Snape após a festa. Estes foram: a família Weasley (com exceção de Carlinhos, que tinha de voltar para a Romênia, e Gui, que foi embora com Fleur), Lupin, Tonks, Hermione e Dumbledore também. Além de Diana, Snape e Harry é claro.
No dia seguinte não acordaram muito tarde, logo todos estavam à mesa do café, tomando um delicioso desjejum feito pelos cinco elfos trazidos de Hogwarts para preparar a festa, que também ficaram na casa e partiriam com Dumbledore. Dentre eles estava Dobby, que não apareceu durante a festa por sua própria opção.
- Foi para não atrapalhar a festa do senhor Harry Potter, senhor. – repetiu o pequeno elfo vestido com um suéter Weasley, meio surrado, mas muito limpinho, batendo palminhas enquanto Harry abria o presente dado por ele, que por sinal estava muito mal empacotado.
- Dois pares de meias, Dobby! – falou o menino sorrindo, não se sabia se de agradecimento ou de diversão por ver quatro meias, cada uma com uma cor diferente – São… São muito bonitas, obrigado.
- Que bom que o senhor gostou, meu senhor. Foi Dobby mesmo que fez, foi. Dobby está melhorando nisso!
- Eu percebi, os desenhos estão ótimos! Deixe-me ver, um pomo de ouro na vermelha, livros na verde, uma peça de xadrez na branca, e AD na roxa! Está muito bom mesmo.
- É uma para cada atividade de Harry Potter!
Hermione, Rony e Gina, que estavam com Harry na cozinha, riram baixinho.
- Agora Harry Potter deve voltar para a mesa do café com seus amigos, senhor. Tem muita coisa boa lá. Dobby vai acabar de servir os senhores. O trio voltou para a sala de jantar, que estava com a mesa do café. Todos estavam lá. A não ser Dumbledore, Diana e Snape.
- Alguém sabe por que Diana ainda não se levantou? – perguntou Tonks tomando um gole de seu suco de abóbora – Ela costuma acordar cedo.
- Ora, deixe-a Ninfa. – falou Lupin acarinhando a mão da namorada – A festa ontem foi até tarde. Diana deve estar descansando um pouco mais. Assim como Dumbledore, o diretor roncava altíssimo quando passamos em frente ao seu quarto não foi?
- É verdade. – concordou a bruxa rindo – Até me assustei. Parecia que tinha um trasgo dormindo ao lado! – todos riram.
Aparentemente ninguém tinha notado, ou ligado, para a ausência do dono da casa. A não ser Harry.
- O que será que houve com Snape? – sussurrou Harry para Rony – Ele também não está aqui.
- Ora, também deve estar dormindo. – respondeu o amigo baixinho.
- Duvido, ele não dorme. – falou Harry despreocupadamente bebendo um pouco de seu chocolate quente.
- Como assim? – questionou Rony curioso.
- Sei lá. Mais uma das bizarrices dele. – tomou mais um gole do chocolate – Só sei que ele não dorme. Acredite, eu tenho certeza. Há um mês que passo todas as minhas noites no mesmo quarto que este morto-vivo.
- Acho isso muito estranho… - insistiu o ruivo.
- Aposto quanto você quiser que ele não está dormindo.
- Eu não quero apostar nada não. Só me dou mal em apostas, até hoje devo uma caixa de sapos de chocolate para Diana. Mas ainda quero ver isso com meus próprios olhos. Venha, vamos achar o quarto dele.
Os dois meninos pegaram alguns pães de mel da mesa e se levantaram comendo.
- Aonde vocês vão? – inquiriu Hermione os seguindo – Você não vem Gina?
- Eu não. Com certeza eles vão arrumar problemas, e eu não quero estar no meio quando o castigo vier. – falou sorrindo e comendo um bolinho.
Rony explicou a Mione o que pretendia enquanto andavam pela casa, e a menina, naturalmente, protestou.
- Se Snape está acordado vai ver que vocês o estão espionando, e os dois vão tomar uma baita bronca, ou coisa pior.
- Não se formos mais espertos. – falou Harry entrando no quarto onde dormiu.
O rapaz voltou com uma garrafa e um pedaço de pano.
- Com isso, podemos vê-lo através de qualquer coisa, mas ele não pode nos ver. Presente de Fred e Jorge.
- As Gemialidades sempre tem a solução!- brincou Rony.
- Isso não vai dar certo…
- Ora, então volte Mione. – sugeriu Rony.
- Agora eu já estou aqui mesmo. – falou a menina, a curiosidade falando mais alto que a razão.
- Mas qual será o quarto dele? – perguntou Harry.
- Eu li em um livro de arquitetura, - falou Mione – que, normalmente, o quarto principal é o último do corredor, já que é o mais espaçoso.
O trio se encaminhou para o final do corredor que terminava em uma porta.
- Se você está certa, deve ser aqui. – disse Harry – Vamos ver se Hermione Granger ainda mantém o percentual de 100% de acertos.
Mione ficou um pouco vermelha. Harry pôs um pouco do líquido no pano.
- Acho que vocês têm que esfregar junto comigo pra ver também.
Os três puseram as mãos sobre o pano molhado e o passaram na porta, à altura dos olhos (não os de Rony, que teve que abaixar um pouco para ficar na mesma altura que os amigos). E quanto mais eles molhavam a porta mais aquela parte dela ia ficando transparente, e transparente, até que certa parte da madeira ficou completamente invisível.
Ao ver o que havia dentro do aposento além da porta, Rony arregalou os olhos e seu queixo caiu um pouco deixando a boca aberta, largou o pano.
- Vocês… Vocês estão vendo isso? – perguntou Hermione muito vermelha.
- Eu… eu não acredito… - falou Harry deixando o pano cair.
Apesar da porta ficar a um canto do quarto, chegando um pouco para o lado, o trio contemplava, através do pedaço invisível da madeira, Snape coberto só até a cintura por colchas negras deixando à mostra seu tronco e braços nus, dormindo, de conchinha, com Diana (apesar de não poderem ver seu rosto, reconhecia-se que era ela por seus longos cabelos castanhos que estavam soltos) que, também coberta só até a cintura, vestia uma camisa de abotoar branca, aparentemente dele.
- Isso… Isso não aconteceu… - falou Harry esfregando os olhos como se pudesse fazer com que a visão sumisse.
- O pior Harry é que… Que aconteceu sim… - disse Mione ainda olhando para a cena.
- Pode… Pode ser uma ilusão criada pela invenção dos gêmeos! – tentou Harry.
- Se liga Harry, nem eles seriam capazes de inventar tal coisa… - conformou-se Mione parando de olhar o casal – Pára de babar Rony! – falou a menina levantando o queixo do namorado que não conseguia dizer uma só palavra.
- Eu… eu acho melhor a gente ir embora… - disse Harry.
- Eu não sei. – falou Mione – Do jeito que os dois estão, vão dormir a manhã inteira, logo, logo, você tem que ir Harry, se outra pessoa encontrar o Snape e a Diana, vai dar uma confusão danada. Não é melhor avisar a alguém?
- Não, eles tão aí juntos porque querem. – falou Rony recobrando os sentidos – Vão ser descobertos só por culpa deles mesmos. Confusão danada vai dar é se o Snape descobrir que a gente o viu na cama – o garoto fez uma careta – com a nossa futura professora de Herbologia, que, diga-se de passagem, não sei o que viu nele.
- A Mione tem razão Rony. – disse Harry – Eu disse, e repito, que o Snape não dorme, e se esta for a primeira noite em muitas que ele faz isso? Ele parece estar com o sono pesado, e se ele não acordar tão cedo? Já sentiram falta de Diana, se ela demorar demais, os encontrarão, com certeza. E duvido que Snape queira ser encontrado. Vai ser um grande problema, para todos, se isso acontecer.
- Então o que faremos? – perguntou Rony – Não podemos acordá-los, iriam nos descobrir. Também não podemos contar pra ninguém… Eu realmente não vejo solução…
Os três puseram-se a pensar por um momento. E então um ronco alto no antepenúltimo quarto assustou os garotos.
- Dumbledore! – falou Harry – Mas é claro! Ele vai saber o que fazer. Vocês podem ir, eu falo com ele. Assim, se der problema, menos gente se mete em encrenca.
- Já tô indo. – Falou Mione andando pelo corredor. – Vem Rony.
- Já vou, eu encontro com você lá embaixo. Quero falar um negócio com o Harry.
- O quê?
- Coisa de homem Mione, coisa de homem.
A menina desceu à contragosto.
- O que foi? – perguntou Harry.
- Eu tenho uma idéia. E se a gente ficar aqui e bisbilhotar um pouco mais com esse líquido maravilhoso que os meus irmãos te deram?
- Pode ser… - Harry ponderou por um momento – É… Ninguém vai perceber, a gente entra no quarto aqui ao lado. Deve ser esta mesma parede nos dois aposentos. É só torcer pra não ter nenhum móvel na frente dela do outro lado.
- Ótimo. Te espero aqui então. – falou Rony entrando por uma porta lateral carregando a garrafa e o pano.
Harry respirou fundo entrou devagar no quarto onde estava o diretor. O velho bruxo dormia a sono solto, de barriga pra cima e com a boca aberta.Os braços por cima do lençol que o cobria até o peito. Usava uma toquinha roxa sobre os longos cabelos brancos.
- Diretor? – chamou Harry – Diretor Dumbledore? – chamou um pouco mais alto – Diretor Dumbledore! – chamou ainda mais alto.
-Uhm, ãhm… - resmungou o velho abrindo os olhos devagar e limpando a saliva que lhe escapava pelo lado da boca com as costas da mão - Quê… Harry…? - sentou-se na cama saindo dos lençóis, vestia um camisão roxo de mangas compridas com pequenas estrelas prateadas que combinava com sua touca – Harry, meu rapaz, o que faz aqui? O que aconteceu?
- É que… Eu nem sei como dizer diretor… Me desculpe por te acordar senhor… É que… É que já não é mais tão cedo e Snape e Diana estão dormindo aí ao lado juntos, tenho medo que alguém os ache na mesma cama. – falou tudo de uma vez só, para não perder a coragem.
- Severus está… dormindo? Com… Diana? – sorriu Dumbledore
- É, foi isso que eu disse.
- Tem certeza de que ele está dormindo?
- Aham.
Dumbledore sorriu ainda mais.
- Concordo plenamente com você Harry. Eles não devem ser encontrados por ninguém. Vou acordar Severus.
O velho bruxo se levantou, calçou chinelos, vestiu um roupão combinando com suas vestes de dormir e saiu do quarto. Mas não sem antes apontar a varinha para a cama e fazer com que ela ficasse arrumada.
- Obrigado por me avisar Harry, Mas devo perguntar, como você soube disso?
- Eu… - Harry baixou a cabeça – Eu os espionei professor.
- Isso é muito, muito feio, meu menino. Mas eu o perdôo. Muitos fazem isso. Não seria eu a te julgar por um erro que tantos comentem. Só tente não fazer isso de novo. Agora vá Harry. E não conte a ninguém o que viu.
- Tudo bem professor. Só vou pegar uma coisa no quarto.
Harry foi para o quarto onde dormiu e Dumbledore entrou no quarto de Snape. Quando o menino percebeu que o diretor havia fechado a porta, deu meia volta e entrou no quarto ao lado do do mestre de poções, juntando-se a Rony.
- Você demorou. – reclamou o amigo.
- Ah, vê se não reclama. Quem teve que ir acordar o Dumbledore fui eu.
Os dois pegaram a garrafa e o pano e puseram-se a esfregar a parede que o aposento onde estavam compartilhava com o quarto de Snape. O concreto foi clareando, clareando, até que parte da parede ficou completamente transparente.
Os dois observaram o quarto. Tinham uma visão perfeita, não havia nenhum móvel obstruindo a cena, e a cama ficava bem de frente para a parede de onde estavam olhando. Podiam ver os dois, deitados de lado, o corpo de Snape muito junto às costas de Diana, um braço dele sobre o corpo dela abraçando-a, o braço dela sobre o antebraço dele. A mão delicada de Diana enlaçando os dedos grandes de Snape. E podiam ver também Dumbledore parado, de braços cruzados, contemplando a cena por um momento.
- Ah, tenho orelhas-extensíveis! – falou Rony baixinho – As levo para todos os lugares que vou.
- Ótimo! Assim também poderemos ouvir!
Rony abriu a porta do quarto onde estavam e as passou por baixo da porta de Snape, bem escondidinho. Depois voltou ao seu posto repassando um fio para Harry. Os dois puseram os fios cor de carne nos ouvidos.
Dumbledore se movimentou em direção à cama.
- Severus, meu menino, - falou - Merlim sabe o quanto me dói fazer isso, mas você tem que acordar. Severus. Severus, meu rapaz, levante-se!
Snape abriu os olhos lentamente e a primeira coisa que viu foi aquela aparição vestida de roxo, de cabelos e barba brancos e enormes, totalmente despenteados. Sua primeira reação foi assustar-se. Depois foi que percebeu quem era.
- Dumbledore…? – falou esfregando um olho – Diretor! O que… O que faz aqui? –Sentou-se na cama. Vestia apenas uma cueca samba-canção de seda preta.
Rony e Harry riram baixinho.
- Acho que já é hora de você e Diana se levantarem. Já estão começando a sentir falta de vocês, e daqui a pouco você tem de partir com Harry. Se ficarem mais muito tempo aqui, logo um curioso qualquer irá descobrir porque os dois não apareceram para tomar café.
Snape olhou de si de cueca para Diana que ainda dormia ao seu lado, e dela para Dumbledore novamente.
- Eu… - argumentou – Ela… A gente… Eu tenho uma explicação para isso professor.
Dumbledore sorriu.
- Calma, meu rapaz, calma. Vai acabar acordando a moça e nós não queremos que isso aconteça. Eu não estou lhe pedindo explicação alguma. Vocês são maiores de idade, donos dos seus narizes e não precisam prestar contas a ninguém. Pelo contrário, eu dou um enorme apoio à união dos dois. Só penso que se vocês demorarem a descer os outros vão começar a especular sobre o que estão fazendo. A não ser que você não se importe…
- Não… Digo, Sim… Quer dizer… Nós já vamos descer professor, obrigado.
- Disponha, disponha. Não se demore sim?
- Pode deixar.
Dumbledore saiu pela porta deixando Snape e Diana à sós. Snape foi ao banheiro, e, a julgar pelo barulho, deve ter escovado os dentes, e, muito provavelmente lavado o rosto, pois voltou com os fios de cabelo perto do rosto molhados. Sentou-se na cama e observou por um momento a mulher ali deitada, passou delicadamente a mão no rosto dela, afastando uma mecha de cabelo que lhe caía sobre os olhos.
- Desperte minha sílfide… - falou acariciando o corpo dela com uma de suas mãos.
Diana abriu os olhos devagar, e sorriu ao ver Snape. Ela virou-se devagar, ficando de barriga para cima, ele passou uma perna por cima do corpo de Diana, fazendo, assim, com que ela ficasse entre suas pernas. Snape deu um sorriso torto e beijou-lhe a boca.
- Eca… - falou Harry – Ela nem tinha escovado os dentes… E aquele mau-hálito matinal?
- Ih rapaz, isso agora é coisa do passado pra elas, – comentou Rony observando o longo beijo do casal no cômodo em frente – outro dia sem querer eu ouvi que tavam todas as mulheres reunidas na cozinha em volta das novidades de beleza e higiene do mundo mágico, dentre eles tinha uma poção que erradicava o mau-hálito. Até daqueles brabos de cebola. Era só tomar de tempo em tempo que você acordava com a boca cheirando a hortelã, menta, tutti-frutti, ou qualquer outro sabor que você queira. Agora, cá entre nós, mesmo que o Snape tenha escovado os dentes, eca é alguém beijar ele.
Harry riu baixinho. No outro cômodo, Snape segurava a nuca de Diana em uma das mãos e uma nádega dela na outra e ela tinha as duas mãos em seu pescoço. Ele levou as duas mãos às costas dela e fez com que se levantasse, ficando os dois sentados na cama. Ela no colo dele.
- Putz… Mas o Snape ein? – implicou Harry – Tá mandando ver…
- Também… Deve ter tanto tempo que ele não faz isso… - zombou Rony – Tá tirando o atraso né…
Os dois riram.
No outro cômodo Diana levou suas mãos à camisa que usava para desabotoá-la, Snape interrompeu o beijo e segurou as mãos dela.
- Não… Não dá. Eu tenho que ir.
- Ah… Não faz isso… - falou ela sorrindo.
- Não, estou falando sério. – insistiu Snape – Eu adoraria. Adoraria mesmo. Mas realmente tenho que ir.
- Ah fala sério! – reclamou Rony – Agora que ia ficar bom! Ela ia tirar a blusa, cara!
- Larga de ser pervertido Rony! – zombou Harry.
- Eu tenho que levar o Potter embora. – continuou Snape – E já é tarde, a gente dormiu demais. Daqui a pouco alguém vai perceber. Acho melhor ninguém saber o que aconteceu. Sabe como é esse pessoal fofoqueiro. Imagine quando começar o ano letivo, o que dirão do professor de Poções e a professora de Herbologia?
Diana sorriu abertamente.
- É. É verdade, concordo. – ela deu mais um curto beijo nele e depois saiu de seu colo, sentando-se ao seu lado.
- Mas esta sede quer dizer que você apreciou a noite que passou comigo? – instigou Snape com um sorriso safado nos lábios.
- Se eu gostei? – ela continuava a sorrir – Foi a melhor noite que já tive com alguém.
Snape então segurou o rosto dela com as duas mãos e os dois se beijaram mais uma vez.
- Vou tomar um banho. – disse Diana separando-se de Snape – Tem certeza de que não quer vir comigo? – sorriu.
- Isto é tentador… - levantou uma sobrancelha – Muito tentador. – sorriu – Mas eu realmente penso que não devemos descer juntos. Então é melhor me aprontar e descer logo. Você toma banho sem pressa, e depois desce. Assim ninguém desconfia.
- Tudo bem. Mas eu quero ressaltar que isso é maldade. – brincou sorrindo, deu-lhe um selinho e desceu da cama. Usava apenas a blusa de Snape cobrindo-lhe apenas o suficiente para não ficar nua. Foi desfilando até o banheiro, sob o olhar de cobiça do bruxo com quem havia dormido, e os olhares pasmos dos meninos. As bonitas pernas de pele macia totalmente desnudas, as curvas de seu corpo delineadas sob o fino tecido branco da camisa, os longos e lindos cabelos castanhos caindo-lhe até o meio das costas. Snape custava a acreditar que ela tinha se entregado a ele de forma tão bonita e tão apaixonada. Harry e Rony não acreditavam que ela tinha se entregado a ele.
Diana entrou pela porta do banheiro e a fechou. Dando fim à visão do anjo que desfilava na frente dos três. Snape se levantou da cama e andou decidido até a porta.
- Aonde ele vai? – perguntou Harry baixinho.
- Sei lá.
Houve barulho de porta abrindo ao lado e se fechando em seguida. A porta do quarto em que estavam os dois meninos se abriu e um Snape só de cueca apareceu ali. Cruzou os braços sobre o peito nu e com sua voz mais letal proferiu:
- Será que agora que os dois têm imagens suficientes nos seus cérebros para ficarem trancados no banheiro por pelo menos meio mês, será que podem ir embora? – ironizou.
- Nós… Er… - tentou Harry.
- Eu não estou pedindo explicações Potter. Estou expulsando os dois do aposento. Fora daqui. – completou sem alterar o tom de voz.
Os dois saíram do quarto aos atropelos.
- Eu fico com isso. – falou Snape segurando as orelhas-extensíveis – E lembrem-se: para vocês contarem a alguém o que viram aqui, terão de assumir que estavam me espionando. E se vocês assumirem que estavam me espionando, terão problemas muito, muito sérios.
- A… A gente não conta pra ninguém… Po-pode deixar. – disse Harry – Eu juro.
- Acho bom. – concluiu Snape seco.
Os dois sumiram pelo corredor e Snape voltou ao seu quarto.
- Como será que ele descobriu? – perguntou Rony enquanto desciam as escadas de dois em dois degraus sem olhar para trás.
- Eu não sei como ele faz isso, é impossível esconder alguma coisa daquele sebento.
- Mas até que ele não foi tão mau dessa vez né? Podia ter nos dado um castigo muito pior. – disse Rony já lá embaixo – Por que será que ele aliviou a nossa barra? Será que a noite foi tão boa assim a ponto de melhorar o mal-humor costumeiro dele? – completou rindo.
- Acho que não. – falou Harry sorrindo – Imagine só. Se ele nos castiga, a gente conta pra todo o mundo mágico o que a gente viu. Duvido que Snape queira que isso aconteça.
- É verdade. E a gente então não conta nada pra ninguém né?
- É bem melhor que não. Não sei do que ele seria capaz se descobrisse que fizemos isso.
- Fizeram o quê? – perguntou Hermione chegando com Gina.
- Nada Mione. – Respondeu Rony – Absolutamente nada.
- O que vocês estavam fazendo lá em cima hein? – perguntou Gina abraçando Harry. – Nós já íamos procurar por vocês. Os dois não devem ficar andando sozinhos pela casa do Snape, pode ser perigoso! – brincou imitando a voz da mãe.
- Estávamos dano uma olhada nos meus presentes. – disse Harry dando um selinho na namorada.
- E isto é que era coisa de homem? – indagou Mione.
- É que eu queria conversar algumas coisas com o Harry. – respondeu Rony.
- Ai, que é isso? Interrogatório? – brincou Harry – Vem, vamos aproveitar o pouco de tempo que ainda tenho antes de ir embora.
Os quatro foram lá para fora aproveitar o Sol. Lupin e Tonks já tinham partido. Logo depois desceu Snape. E quando já estava tomando uma caneca de café na varanda foi que Diana “se levantou”. Assim que Diana apareceu para tomar café, Dumbledore despediu-se de todos e também se foi, com seus cinco elfos. Logo depois foram todos da família Weasley com Diana e Mione. Sobrando só Snape e Harry na mansão.
Os dois estavam levando os presentes de Harry para baixo, Snape ia encolhê-los para que os Dursley não percebessem quando entrassem na casa com eles. Chegando lá embaixo levitando os pacotes o bruxo implicou:
- Quer dizer que você e a Weasley… Se deu bem Potter, até que ela é bem bonitinha.
- Não amola.
- Ora, garoto, até uma lesma como você, uma hora ou outra tem que conseguir alguém não é.
Harry revirou os olhos. Decidiu responder na mesma moeda.
- É. A gente está namorando, e eu gosto bastante dela. Agora falemos de vo… Digo, do senhor, quer dizer que o senhor e a Diana…
- Não enche Potter. – Snape fechou a cara.
Harry riu.
- Ora, professor, - brincou ainda mais – eu sou homem como você…
- Não, - interrompeu Snape – Você é um garoto chato e inconveniente de 15 anos.
- Acabei de fazer 16. – sorriu.
- Que seja.
- Tudo bem professor. Eu já sei de tudo mesmo. Contar, eu não vou contar pra ninguém. Então se você quiser falar, eu ouço. Sem problemas. – zombou Harry – Conversar sempre é bom.
Snape olhou para Harry com ar de desprezo e, depois de levar os presentes já encolhidos para o carro, os dois partiram de volta à casa dos Dursley.
Já tinha se passado metade do caminho, e nenhum dos dois havia dito uma palavra sequer. Harry então olhou para Sanpe que dirigia o carro muito pensativo e deixou vir à tona a pergunta que lhe coçava a garganta desde a visão do quarto.
- Professor, o senhor disse que não dormia, mas hoje você estava dormindo pesadamente…
- Não pergunte o porquê disso garoto. – interrompeu o bruxo seco – Nem eu sei.
- Como não sabe?
- Simplesmente não sei. – respondeu vagamente, e parou por um momento, como se estivesse pensando sobre assunto, continuou a falar, em tom de reflexão – Só sei que há anos sou assombrado por pesadelos e mal estares durante a noite. São pesadelos muito reais, sobre coisas terríveis que realmente acontecem, aconteceram ou que sei que acontecerão. E sob a perspectiva de ter de vê-los toda a noite, eu comecei a perder o sono, até chegar ao ponto atual, de só cochilar por poucos instantes durante a madrugada apenas para ser atormentado e acordar novamente. Todos os dias isso acontece. Já havia até me acostumado a descansar meu corpo sem ter que dormir. Tinha horas em que eu nem sabia distinguir direito se eram pesadelos ou visões macabras que eu tinha ainda acordado.
- Mas então o que aconteceu na noite passada?
- Já disse que eu não faço idéia. Depois que eu e ela… que nós… Ah, você sabe. Depois do acontecido, passamos alguns momentos em silêncio apenas um lado do outro, lembro-me dela ter me dito que estava exausta. Então eu me levantei, pus a primeira peça de roupa limpa que encontrei em minhas gavetas, e ia me sentar na poltrona perto da lareira, para deixar que ela descansasse. Falei para que dormisse, que eu iria ficar ali para não atrapalhar. E ela respondeu sorrindo, com essas mesmas palavras, “não vou dormir numa cama enorme como essa, que não é minha, e depois de tudo que aconteceu aqui, sozinha”. Disse que estava com um pouco de frio, pediu uma peça de roupa que eu pudesse emprestar e pediu também para que eu ficasse ao seu lado, apenas ficasse ali. Não precisava fazer nada, só servir de companhia. E depois que ela dormisse, eu podia me levantar e deixá-la ali, que era só até ela adormecer, que ela queria repousar ainda em meus braços. Então eu peguei uma de minhas camisas e dei para ela vestir, sentei ao seu lado e ela deitou a cabeça em meu colo. Lembro dela ter se enroscado cada vez mais e mais em mim, até que nós dois estivéssemos deitados mais uma vez, e depois só me recordo de Dumbledore me acordando…
Snape até agora não compreendia totalmente ao certo o que tinha acontecido, tentava organizar seus pensamentos em sua mente. Nem percebia direito que os estava pensando alto, e nem que os estava contando para uma das pessoas que mais o irritava. Depois de alguns momentos em silêncio, continuou:
- O que aconteceu esta noite foi diferente de qualquer outra experiência que tive. Foi bom, muito, muito bom. Mas foi além do mero prazer carnal. Foi algo que transcendeu o corpo, e entorpeceu minha mente, me levou para um outro lugar, como um universo paralelo, não sei ao certo… Só de senti-la em meus braços, de me sentir nela, e saber que Diana era minha… Só minha… Pelo menos naquele momento… Isso não se compara a nenhuma outra sensação que já tenha feito parte de mim…
Harry olhou para Snape e sorriu.
- Você está gostando dela!
Snape olhou para o garoto por um momento, como se só percebesse que ele estava ali agora, como se voltasse à realidade.
- É óbvio que não. – falou de volta a seu tom de voz frio.
- É, você não está simplesmente gostando não. Esta gostando muuuuito, dela.
- É claro que não. – insistiu Snape – Foi só uma transa, uma transa como outra qualquer… Só que um pouco diferente…
- Se é diferente não é como outra qualquer né!? – instigou Harry – Dã. Por que esta seria diferente senão pelo fato que você gosta de verdade dela?
- Eu… Eu sei lá. A verdade é que não estou gostando dela e ponto. Simplesmente não posso estar gostando dela…
- E por que não? Não há regras nos sentimentos meu caro professor, - zombou o garoto fazendo voz de falsete – a não ser que todos têm o direito de amar, e de serem amados.
Snape bufou.
- De onde foi que você tirou essa filosofia barata moleque? Que eu saiba não ensina este tipo de idiotice em Hogwarts.
- Foi de uns filmes trouxas melosinhos que a minha tia assiste… - Harry olhou pela janela encabulado – Ah, fala sério, - tentou desculpar-se – tem dias que não há o que fazer… E a TV fica no volume mais alto… Aí sabe com é né…
Snape levantou uma sobrancelha.
- Acho melhor darmos esse assunto por encerrado.
Harry não insistiu. O carro já estava chegando. E tudo que o garoto precisava saber para tirar suas próprias conclusões, agora já sabia.
N/A: Oia eu aki di novu. Pedindu dsculpas mais uma veix. Eh q eu andei meio enrolada, tinha td scrito mas nom tinha tempu de passar para o pc. Mas agora tah aeh. Cap. Novu. Speru q tenham gostado. E, mt em breve, eh noix em Hogwarts!!!!! Bjs. Coments please.
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