Uma, duas, várias surpresas



Capítulo XX – Uma, duas, várias surpresas...

As luzes se acenderam e muitos rostos apareceram sorrindo para Harry. Entoaram um “parabéns pra você” meio desafinado, mas muito alegre, enquanto o menino tentava computar direito o que estava acontecendo.
- É uma festa… surpresa… pra mim? – perguntou meio sem jeito.
- Não… Pra mim. – resmungou Snape de braços cruzados.
- É claro que é pra você Harry! – falou Diana ignorando o reclame de Snape e puxando o menino pela mão – Vem, entra.
- Você não achou que a gente tinha esquecido né? – disse Mione enquanto Harry entrava na sala muito enfeitada com fitas, balões e luzes coloridas. O menino foi acolhido por uma multidão de abraços e parabéns, estava tão aturdido que nem percebia direito quem estava ao seu redor.
- Foi tudo idéia do Dumbledore. – comentou Rony ao lado do amigo que admirava a decoração – Ele achou que pelo menos uma vez na sua juventude você tinha que ter um aniversário normal, como o de qualquer bruxo adolescente.
- Demais… - admirou-se o garoto olhando para tudo à sua volta. – Ele… O Dumbledore… Está aqui também?
- Claro. – disse a voz rouca e doce do velho bruxo atrás de Harry que olhou imediatamente para ele – Como perder tantos doces e diversão juntos? – sorriu – Parabéns meu menino – completou abraçando o aniversariante – Eu sei que esses últimos anos de sua vida têm sido um pouco agitados, mas mesmo assim merecem ser comemorados. Devo dizer que a idéia pode ter sido minha, mas foi Diana, Hermione e Gina que organizaram e enfeitaram tudo, um ótimo trabalho por sinal. – Diana e Mione ficaram um pouco vermelhas – É só para os íntimos, coisa pequena mesmo. Mas acho que vai gostar.
Harry sorriu para o diretor. Estava tão feliz. Como pudera pensar que seus amigos haviam esquecido de seu aniversário?
- Venha. – chamou o bruxo – Vamos abrir logo os presentes! Assim todos podem lhe dar os parabéns e depois aproveitamos a festa.
Dumbledore levou o trio, Diana, e o resto da multidão, até uma sala lateral onde havia uma pequena pilha de presentes.
- Vamos, sente-se. – ele apontou uma poltrona de veludo negro de frente à pilha – Gente, silêncio, vamos deixar que o aniversariante se delicie com seus presentes.
Harry sorria muito. Olhou para todos ao seu redor, o primeiro que enxergou foi Hagrid, enorme no meio de todos, com seu paletó peludo e sua gravata laranja, toda família Weasley (menos Percy) juntamente com Fleur (de mãos dadas com Gui), Gina sorria para ele, Tonks (de cabelo rosa) e Lupin juntos, Neville, Luna, McGonagall, Moody, e um Snape muito mal-humorado e emburrado encostado na parede e de braços cruzados. No total devia haver cerca de umas vinte pessoas.
- Parece que o convite da Cho se perdeu no caminho – murmurou Rony sorrindo para Harry.
- E então, - falou Dumbledore esfregando as mãos e sentando-se ao lado de Harry no braço da poltrona – Vamos começar?
- Claro! – disse o menino sorridente pegando o menor de todos os pacotes, que estava em cima da pilha, embalado com um papel roxo berrante. – De quem é esse? - perguntou levantando o pacotinho.
- Meu! – falou Tonks agitando as mãos. Chegou perto do menino e lhe deu um beijo na bochecha. – Parabéns lindinho.
Harry abriu o pacote, e ali havia dois espelhos.
- São espelhos de duas caras – disse a mulher de cabelos rosa – Dê um pra quem quiser e poderá falar com esta pessoa a hora que tiver vontade, é só chamá-la, ou ela chamar você.
Harry se lembrou do espelho de duas caras que Sirius havia lhe dado... Como seria bom se tivesse seu padrinho ali, comemorando com ele… Mas não deixou a tristeza o abater. Avançou para o próximo pacote.
- Este é meu! – Hagrid se aproximou a passos largos em direção a Harry e enlaçou o rapaz num forte abraço de quebrar costelas – Tudo de bom pra você Harry! Você sabe como eu te gosto não é meu rapaz? Você vai adorar o meu presente!
Ele soltou o menino.
- Hagrid… - disse Harry desconfiado – o pacote tem furos… E está se mexendo… É… É um animal?
- Ora, abra. Vai perder toda a graça se eu disser.
Todos ficaram apreensivos. O menino, com medo, pôs o pacote, que pesava um pouco, no chão. Algo dentro da caixa ronronou. Snape atentou melhor os olhos, Dumbledore ajeitou os óculos na ponta do nariz. Harry abriu a caixa devagar. Ali dentro estava a criatura mais estranha e fabulosa que já tinha visto. Tinha cabeça de leão, corpo de cabra e cauda de dragão, tudo isso em proporções infantis. E olhava para Harry com olhos sonhadores e alegres, como um filhote, que era o que aparentava ser.
- Mas o que é… - exclamou o menino.
- Achei que você precisava de um animal de estimação mais animado que a Edwiges. Com quem você pudesse brincar um pouco.
- É um filhote de Quimera Hagrid! – ralhou Mione – Como espera que Harry crie um animal desses numa casa? E ainda por cima trouxa? Ele agora ainda é pequenino, deve ter poucos dias, mas e quando atingir idade adulta?
- Eu… Bem…
Snape levantou uma das sobrancelhas e sorriu cinicamente.
- A pergunta da srta. Granger é muito pertinente meu caro amigo. – disse Dumbledore para o gigante – Mas creio que encontraremos um jeito de cuidarmos desse belíssimo espécime em nossa escola. Harry poderá vê-lo quando quiser. Tudo bem pra você Harry?
- Claro. Leve-o com você. Quer dizer… - consertou o menino ao olhar para o rosto chateado do amigo gigante – Tenho certeza de que ele vai ser muito mais feliz aos seus cuidados Hagrid. O visitarei sempre que puder quando voltar para Hogwarts. O gigante ficou em silêncio por um momento.
- Se é assim tudo bem. – Hagrid levou suas mãos grandes à caixa e retirou o filhote que era do tamanho de um cão pequeno, embalando-o em seus braços. – Mas ele precisa de um nome…
- Deixe-me ver… - pensou Harry – Snuffles! – Rony e Mione olharam para ele surpresos, Dumbledore sorriu – Vai se chamar Snuffles! – completou o menino animado.
- É, gostei. Vamos Snuflles, vamos observar o Harry abrir o resto dos presentes. – falou Hagrid acariciando a pequena juba do bicho que ronronava feliz com o carinho.
- Deixe-me ver o próximo. – pegou uma caixinha de veludo vermelha.
- Esse aí foi a gente que comprou. – Falou Fred.
- Mas considere de toda a família Weasley. – completou Jorge.
Harry abriu a caixa.
- Uau! É um pomo de ouro! – exclamou.
- E original! – disseram os gêmeos juntos.
- Muito obrigado! Eu adorei!! – Harry sorria muito.
- Tem um que é especial da gente. Vindo dos produtos que nem foram para as prateleiras de nossa loja ainda – falou Jorge chegando bem perto. Ele entregou a Harry uma garrafa com um líquido esbranquiçado. E sussurrando para que ninguém pudesse ouvir, falou – Deixa qualquer coisa invisível, qualquer coisa mesmo, mas só pra você, por um tempo. É só esfregar o que você quer que desapareça com um pano umedecido com isso aí. – Harry sorriu, guardou a garrafa e pegou o próximo pacote.
- Este é meu. – falou Mione.
Harry abriu. Era uma linda capa bruxa de viagem, marrom, com feixes de prata.
- Valeu Mione!
- Se ajusta ao seu tamanho magicamente, e se quiser mudar a cor dela também dá.
- Brigado mesmo.
Harry ainda ganhou um tabuleiro de xadrez bruxo feito de pedra sabão, de Diana (“Rony me disse que vocês gostam de jogar”), uma câmera fotográfica de Lupin (“este modelo é meio antigo, mas são sempre úteis, dá pra revelar o filme em qualquer papelaria ou livraria bruxa”), um broto de guelricho já plantado de Neville (“pra se um dia você precisar de novo”), botas de couro de Dragão de Gui (“nunca saem de moda”), um perfume de Fleur (“um homem tem de estarrr muito cheirrroso sermprre…”), uma assinatura vitalícia de O Pasquim, de Luna (“sei como você gosta da revista, ninguém tem uma assinatura dessas, é exclusiva sua”), dentes, garras e escamas de diferentes dragões de Carlinhos (“dizem que dá sorte, e são dificílimos de se conseguir”), um livro intitulado “Auror – dando a vida para salvar vidas” de McGonagall (“pode ajudar na sua futura profissão”), e, de Moody, ganhou um espelho de inimigos de bolso (“Vigilância constante!”). Por fim sobraram três pacotes.
Harry pegou um comprido, com uma embalagem verde cheia de estrelas.
- Este é meu. – falou Dumbledore sorrindo – Achei que já estava na hora de você ter um.
O menino rasgou o papel revelando uma caixa branca comprida de papelão. Abriu a tampa e tirou dali de dentro um lindo chapéu cônico de bruxo, azul marinho com detalhes bordados em linhas de prata.
- É muito bonito! – disse admirando o presente. O colocou na cabeça – Ficou bom?
- Perfeito. – falou Dumbledore olhando o menino – E este é de Fawkes. – o bruxo tirou do bolso um frasquinho com um líquido transparente e deu a Harry.
- São mesmo…
- São. São lágrimas dele. Ele anda muito triste ultimamente, achou então que suas lágrimas deveriam ser bem utilizadas.
- Nem sei o que dizer…
- Então não diga. Só saiba como usar esta preciosidade.
- Eu saberei. Pelo menos espero. – concordou Harry sorrindo.
O garoto pegou o penúltimo pacote que, aparentemente havia sido empacotado em casa mesmo, mas era muito jeitoso.
- Esse é meu. – falou Gina. Harry olhou para ela quase que imediatamente. – Mamãe me ensinou e ajudou a fazer.
Dentro do pacote havia um suéter, de cor azul escuro, com um hipogrifo feito de forma quase perfeita em cor cinza claro na frente. Junto ao suéter havia um pequeno cartão, e com uma letra muito bem desenhada estava escrito: ”Para a pessoa que mais gostei na vida. – Gina”. Harry abriu um sorriso de orelha a orelha.
- Brigada Gina… É muito lindo… - Harry tirou o chapéu e a blusa que vestia, ficando apenas de camiseta, vestiu o suéter por cima dela e depois pôs o chapéu de novo. Gina sorriu. – Até combinou viu!?
Todos sorriram. Faltava agora o último pacote. E faltava quem? Pensava Harry. O garoto não fazia a menor idéia de quem fosse o remetente do presente. Pegou o pacote de embalagem escura.
- Meu. – disse Snape seco. Todos olharam para ele desconfiados e bruxo fez cara de surpreso para a reação de todos. – Ora, achei que seria muito mal educado de minha parte vir a uma festa e não presentear o aniversariante. Mesmo que não seja de minha vontade estar aqui.
- Foram os votos de feliz aniversário mais bonitos que já ouvi. – ironizou Diana.
Snape semi-cerrou os olhos em direção a ela por uns momentos, depois desviou o olhar. Todos riram baixinho.
- Tá… - Falou Harry – Então eu vou abrir…
Dentro do pacote havia uma pequena bacia de pedra com inscrições nas bordas. Estava vazia.
- É… Uma penseira? – perguntou o garoto surpreso.
- Achei que você também gostaria de pôr os pensamentos em ordem de vez em quando, mesmo que tenha poucos na mente. É pequena como a minha, mas é bem útil. – Snape se aproximou do rapaz – E… Vou lhe dar também uma lembrança que, com certeza, não vai me fazer a menor falta. Mas você deve gostar.
Snape tirou um frasquinho vazio de dentro do bolso e tirou a rolha. Levou a varinha à têmpora e puxou um fino fio prateado da mente. O colocou dentro da garrafa, a arrolhou, e deu para Harry.
- É um jogo de quadribol com a participação do Potter pai em seu último ano. – Snape crispou os lábios – Sonserina versus Grifinória. Você só vai conseguir assistir ao jogo da arquibancada da sonserina já que é uma memória minha, mas é um preço que terá que pagar. Lembro-me que perdemos o jogo, - comentou despreocupadamente – mas foi graças a algumas arbitrariedades do juiz, tenho certeza.
Lupin sorriu.
- É um jogo… Da Grifinória… Do meu pai? – falou Harry emocionado.
- Não Potter, é um jogo do meu pai. Por acaso você é surdo garoto? – implicou Snape – Pega logo o frasco antes que eu me arrependa.
Harry pegou frasco e olhou para a substância enevoada dentro dele como se pudesse ver seu pai ali.
- Muito obrigado professor… - voltou seu olhar para Snape que tinha os lábios crispados quase que numa careta - Foi… Foi uma das melhores coisas que já ganhei na vida.
Harry se levantou, tinha vontade de abraçar Snape, mas não ia fazer isso jamais. Então, na falta de outro gesto de carinho que pudesse ter com o bruxo, estendeu a mão. Snape olhou para a mão do garoto por um momento, meio receoso, depois estendeu a sua também e a apertou, mas logo depois soltou. Harry sorriu.
- Bem, - falou Dumbledore muito sorridente interrompendo o silêncio – acho que agora já podemos aproveitar a festa não é? Estou faminto.

A festa de Harry estava ótima, muita bebida, comida, e diversão. Havia música bruxa, que Rony havia trago, e música trouxa, que Mione havia trago. Fizeram alguns jogos, que ficaram por conta de Tonks e os gêmeos. E havia também um lado um pouco mais intelectual com o Sr. Weasley, Lupin, Carlinhos e quem mais quisesse participar da conversa. Em certo momento da festa Tonks interrompeu a festividade:
- Gente, atenção aqui! – falou alto levantando os braços – Tem uma coisa que esqueci de dizer, mas que é muito importante!
Todos olharam para ela.
- Há dois dias atrás foi aniversário de Diana! Temos que comemorar também!
Todos agora voltaram seus olhares para a moça.
- Por que você não falou pra gente Diana? – disse Mione.
- Ah, eu não vi necessidade… Tonks! Você é uma linguaruda! E além do mais a festa é do Harry!
- Ora, - falou Dumbledore – pois ela está mais do que certa em nos contar! Aniversários sempre devem ser comemorados! Não há motivo para não festejar os dois na mesma festa! Vamos gente, vamos todos cantar parabéns para Diana!
Todos entoaram mais uma vez a tão conhecida canção, só que dessa vez para Diana.
- Pena que é tarde demais para você ganhar tantos presentes quanto eu.… - brincou Harry sorrindo.
- Mas ainda dá para fazer algo especial, - disse Dumbledore – que tal uma dança com cada um de nós? A começar por mim claro.
Diana sorriu ao ser levada pela mão pelo diretor para o meio do salão. Depois de Dumbledore ela dançou com Harry, com Gui, com Lupin, com Rony e até com Neville, até que tivesse dançado com todos os homens presentes na festa, sempre se divertindo muito.
- E você? – perguntou Lupin a Snape, que estava sentado na varanda da casa tendo como companhia apenas uma garrafa de uísque de fogo já pela metade – Não vai dançar com a aniversariante?
- Creio que seria detestável ter de fazê-la dançar comigo. – respondeu seco – Um péssimo presente de aniversário.
- Não seja tão azedo Snape…
- Então não me faça ser.
- Pois bem, fique aí, aproveite a sua bebida. Eu vou aproveitar é a festa. – falou Lupin voltando ao interior da casa.
E Snape continuou ali. Olhando pro nada, pensando em coisa alguma, e com a companhia de ninguém.
Na festa todos se divertiam. E num canto da sala Harry e Gina conversavam timidamente sem que ninguém notasse.
- Eu adorei o cartãozinho… - falou Harry um pouco vermelho. Gina sorriu. – Mas nele dizia “para a pessoa que mais gostei”, quer dizer… Você não gosta mais?
- Eu… - ela baixou a cabeça encabulada – Eu ainda gosto muito de você Harry… É que… É que você nunca quis nada comigo então eu…
Harry pôs a mão no rosto de Gina e ela olhou nos olhos dele.
- E seu eu disser que agora quero? – falou ele encabulado.
Gina deu um pequeno sorriso e Harry a beijou ignorando a existência de mais umas dez pessoas na sala. Todos então passaram a notar o casal, e uma chuva de assovios e gritinhos de “uhuu” se fez no aposento. Os dois se separaram muito vermelhos e sorrindo envergonhados. Por sorte nem Rony, nem Mione, e nem o senhor e a senhora Weasley estavam ali.
- Não precisam se incomodar com a gente não! – falou Tonks animada – Vai continua, continua! Tava tão bonitinho!
Todos riram, até o mais novo casal.
- O que aconteceu aqui? – perguntou a Sra. Weasley entrando com seu marido no aposento. Harry engoliu a seco, respirou fundo, se era pra ser, então que fosse da maneira certa. Ele pegou na mão de Gina e se aproximou dos pais dela.
- Sr. Weasley, Sra. Weasley, eu… Eu quero namorar com a filha de vocês.
Molly Weasley sorriu e fez uma cara de “eu já esperava por isso”. Arthur Weasley olhou bem dentro dos olhos de Harry por um momento como se não estivesse acreditando.
- Bem, algum dia isso teria que acontecer. – falou ele recobrando a postura simpática de sempre – E então que seja com alguém que eu realmente aprovo.
Harry sorriu.
- Muito obrigado Sr. Weasley.
- Ai, pai, te amo! – disse Gina abraçando o pai – Eu tô tão feliz!
- É isso que importa minha filha, a sua felicidade. E Harry, é a minha filha. Minha menina, minha única menina. Espero que não a machuque.
- Para a Gina eu só desejo o bem Sr. Weasley.
- Para o seu bem é melhor que sim. – falou Gui sorrindo – Não se esqueça de que ela tem seis irmãos.
Todos riram.
- Então um brinde ao mais novo casal de Hogwarts! – falou Dumbledore levantando seu copo. Todos repetiram o gesto saudadando os dois. Harry e Gina deixaram a sala de mão dadas sorrindo muito.
- A gente tem que contar pro Rony. – falou Harry – Ele tem que saber por nós.
- É verdade, – concordou Gina – e a Mione também.
- Eu tenho medo. A Mione eu sei que vai gostar, mas será que o Rony vai reagir bem?
- Ah, ele não tem nada a ver com isso. O namoro é nosso, oras. Quem tem que gostar ou não é a gente.
- Mas eu não quero perder amizade dele.
- Se ele não gostar de início, com o tempo acostuma. Você sabe bem como é o Rony.
Eles foram encontrar os dois sentados numa escada da casa (que era muito grande) conversando.
- A gente tem que contar pra eles Rony…
- Mas eu não sei como é que o Harry vai reagir…
- Você está com medo é?
- Não! É só receio…
- Pior vai ser se nós ficarmos escondendo. A gente não tem que ter medo. Não estamos fazendo nada de errado.
- O que vocês estão escondendo de mim hein? – perguntou Harry sorridente.
- Nada Harry, nada. – falou Rony de imediato.
- Ora Rony, deixa de ser medroso. – ralhou Mione – Nós temos uma coisa pra contar.
- Nós também! – falou Gina animada.
- Contem vocês primeiro – disse Rony.
- Não, contem vocês – disse Harry.
- Contamos nós! – falaram Gina e Mione juntas. As duas sorriram ao falar ao mesmo tempo.
- Nós estamos namorando! – falaram juntas mais uma vez. As duas sorriram novamente e se abraçaram. Harry e Rony se olharam com os olhos arregalados.
- Já não era sem tempo… - disse Harry sorrindo.
- Como assim? – indagou Rony.
- Ah, só você que não percebia que a Mione gostava de você… E que você gostava dela.
- Ah! E você? Que demorou cinco anos pra enxergar a minha irmã? E, aliás, é a minha irmã, você tem noção disso? Tem certeza do que está fazendo?
- Absoluta.
- Bom… então se é pra ela namorar alguém, que seja o meu melhor amigo.
Os dois se abraçaram também sorrindo.
- Ai, isso é tão bonito! – falou Hermione.
- Legal, a Mione estragou o momento… - disse Rony soltando Harry – Aprende uma coisa, homens não têm momentos bonitos.
- Ah, nada a ver… - falou Gina.
- Mas digam, - disse Harry interrompendo a pequena discussão – há quanto tempo vocês estão namorando?
- Faz uns dez dias… - respondeu Rony – A gente não queria que ninguém soubesse… Ainda vamos falar com o pai e a mãe.
- Vocês enganaram até a mim! – reclamou Gina fingindo uma cara de mágoa – Que horror!
- E vocês? – perguntou Mione tentando obter uma maneira de revidar o reclame de Gina – Já estão juntos há quanto tempo?
- Deve fazer uns dez… - respondeu Harry olhando para o relógio - … minutos. E eu já falei com os seus pais Rony. É melhor você se apressar para legalizar a situação de vocês também. – brincou.
- Viu Rony? Eu disse que a gente tinha que falar pelo menos com os seus pais! – falou Mione dando um tapinha no menino – Mas você é medroso demais pra isso…
- Assim não dá Mione! Você é muito controladora! Eu quero terminar o nosso namoro! – brincou Rony.
Hermione fez uma cara de surpresa.
- Tô brincando, tô brincando. –consertou o menino levantando as mãos.
- Só quero ver quando o Rony tiver que ir falar com os pais da Mione! – comentou Gina – Vai acordar até doente!
- Nem me fale… Nem me fale… - disse o menino pondo a mão na cabeça.
Os dois continuaram a conversar durante um bom tempo até irem cada casal para um lado.
Do lado de fora da casa Snape se levantou, abandonou o resto da garrafa de uísque, andou um pouco pelo terreno tentando afastar alguns pensamentos de sua mente. Apesar de ter bebido bastante, não tinha nada nada de bêbado, talvez já estivesse tão acostumado a ingerir álcool que este já não o abalava como antes. Deu a volta para entrar pela parte de trás da casa, não queria ser incomodado por ninguém.
Entrou na casa e ao passar por um dos corredores encontrou Harry e Gina encostados na parede, aos beijos. Levantou as sobrancelhas surpreso e aconselhou:
- É melhor irem com calma. Vão devagar, não pulem etapas. – os dois se separaram olhando para o bruxo muito vermelhos – Ir com muita sede ao pote nunca dá muito certo.
Os dois não disseram nada, apenas se deram as mãos e sumiram pelo fim do corredor.
- Crianças… - resmungou Snape para si mesmo.
Andava agora no segundo patamar da casa, em direção ao seu quarto. Não tinha a menor paciência para festinhas e aniversário. Quanto mais para uma festinha de aniversário para Harry Potter. Pensou em descansar um pouco, apenas ficar sem fazer nada e sem ser importunado por ninguém.
Notou que sua porta estava destrancada. Levou a mão ao sobretudo e, segurando firmemente sua varinha dentro das vestes, entrou no aposento..
Deu uma olhada rápida pelo quarto, não havia ninguém ali. A grande cama de lençóis negros muito bem arrumados à frente, no centro do aposento. Uma lareira apagada a um canto com uma poltrona de veludo negro em frente, um guarda-roupa de madeira escura na parede oposta, tudo estava no seu devido lugar. Mas através da porta fechada ao lado do guarda-roupa, via-se luz. Quem quer que fosse o invasor estava no seu banheiro.
Andou até ele sem fazer barulho. Colocou a mão sobre a maçaneta e, com varinha em punho, escancarou a porta entrando no cômodo e falando com vigor:
- Quem é você, e o que faz no meu banheiro?
- AAAAAAAAHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! – Gritou uma mulher de dentro do box de vidro transparente tentando tampar sua nudez com as mãos.
- Diana!? – exclamou Snape sem jeito. Se suas bochechas já não estivessem desacostumadas, ele teria ficado vermelho. Virou de costas rapidamente para que a mulher pudesse se compor – O que faz aqui?? – perguntou de costas pra ela.
- Eu… Ai que vergonha… É que os elfos derrubaram uma bacia de ponche em mim e… - Ela procurava uma toalha ou algo com que pudesse se tampar – Você… Tem uma toalha que eu possa usar?
Snape foi até a porta e pegou um roupão negro e felpudo que estava perndurado ali.
- Tome. – Disse ainda de costas, com o braço estendido para trás – Deve servir.
- Como eu dizia… - continuou ela enquanto vestia o roupão – Alvo disse que eu poderia tomar um banho aqui enquanto os elfos limpavam minhas roupas. Falou que não tinha problema nenhum, que era um quarto um dos quartos de hópedes. Eu não sabia que era seu… Se soubesse nem teria vindo.
Snape crispou os lábios.
- Pode virar. – Disse ela saindo do box.
Snape virou de frente para Diana. Como ela era linda… E não era a primeira vez que pensava isso. Os longos cabelos castanhos molhados caídos nos ombros, os olhos claros, a pele macia, só de pensar que ela estava nua por baixo de um roupão seu sentia pulsações no baixo ventre. “Pare com isso Severus” repetiu para si mesmo “Está agindo como um adolescente”.
- Olha, mas pode deixar que eu já vou tá? – A voz de Diana o trouxe de volta à realidade – Não quero te incomodar.
- Ora, largue de besteira – falou Snape saindo do banheiro e sendo acompanhado por ela – Todo mundo lá embaixo na festa vai adorar as suas novas vestes, negras e fofas, com “SS” prateados gravados sobre o peito.
Diana olhou para si vestida com o roupão que lhe ficava extremamente grande e riu baixinho.
- É verdade, seria tolice. Mas não tem problema, eu espero pelas minhas roupas em outro aposento.
- Posso não ser uma companhia muito boa, mas não mordo ninguém, sabia srta. Castellani? – disse Snape com uma sobrancelha levantada – Se quiser, pode ficar.
Diana ponderou por um momento e depois decidiu.
- Então eu fico.
Snape se encaminhou para a janela e ficou ali, olhando para o céu, mas sem realmente enxergá-lo. Diana o seguiu.
- O céu está tão bonito hoje… - ela admirava as estrelas.
- Se você acha… - falou Snape com descaso.
- Pena que está frio… - disse ela esfregando os braços.
Snape virou-se, apontou a varinha para a lareira e a acendeu.
- Pois se sente. Vá se aquecer. – voltou a olhar para o céu.
Diana sentou-se na poltrona de frente a lareira aproveitando o calor que emanava do fogo. Os dois ficaram por um tempo assim, calados, cada um em seu canto. Até que o instrumental de uma música começou a tocar.
- Quer dançar Snape? – falou Diana levantando-se.
- Sério?… - respondeu ele com ironia sem nem se mover.
- Ora, vai ser divertido. – disse puxando-lhe pela mão – E além do mais, você me deve uma dança, todos dançaram comigo, menos você.
- Tá… Eu vou então… - concordou relutante.
No meio do quarto Snape segurava a mão direita de Diana em sua esquerda, ele tinha a mão direita nas costelas dela e ela tinha a mão esquerda no ombro dele.
Uma voz meio rouca e ao mesmo tempo aguda começou a cantar:

When I look into your eyes
(Quando eu olho dentro dos seus olhos)
I can see a love restrained
(Eu posso perceber um amor reprimido)
But darlin' when I hold you
(Mas, querida, quando te abraço)
Don't you know I feel the same
(Você não entende que eu sinto o mesmo?)

'Nothin' lasts forever
(Nada dura para sempre)
And we both know hearts can change
(E nós dois sabemos que os sentimentos podem mudar)
And it's hard to hold a candle
(E é difícil segurar uma vela)
In the cold November rain
(Na chuva fria de novembro)

We've been through this such a long, long time
(Nós estamos nessa há tanto, tanto tempo)
Just tryin' to kill the pain
(Simplesmente tentando acabar com a dor)

But lovers always come and lovers always go
(Mas amantes sempre vêm e amantes sempre vão)
An no one's really sure who's lettin' go today
(E ninguém realmente tem certeza de quem está indo embora, hoje)
Walking away
(Andando por aí)


Snape a desejava, ah, como a desejava, mas não sabia o que era sentir além disso. Nunca tinha sentido nada mais que desejo por ninguém. Tinha medo de não poder dar a Diana tudo que ela queria, o que realmente merecia. Se ele nem sabia o que era gostar direito como poderia gostar dela? E se não tinha certeza se gostava dela que direito tinha de querê-la para si?
Diana também o queria, o queria muito. Mas depois do que tinha acontecido na Toca… Não queria se machucar de novo… A desilusão que teve com seu noivo tinha sido demais para uma pessoa só… Mas como deveria ser bom estar nos braços de Severus, como ela desejava estar junto a ele… Ela levou suas mãos para os ombros de Snape, e ele desceu suas mãos para a cintura dela sem que parassem de dançar. Havia ainda uma certa distância entre seus corpos, mantinham o olho no olho o tempo todo, sem dizer uma palavra sequer.

When it takes the time
(Quando tivermos calma)
To lay it on the line
(Para botarmos isso em ordem)
I could rest my head
(Eu poderia descansar minha cabeça)
Just knowin' that you were mine
(Simplesmente por saber que você era minha)
All mine
(Toda minha)

So if you want to love me
(Então se você quiser me amar)
Then darlin' don't refrain
(querida, não se contenha)
Or I'll just end up walkin'
(Ou eu simplesmente terminarei andando)
In the cold November rain
(Na chuva fria de novembro)

Do you need some time... on your own?
(Você precisa de um tempo... consigo mesma?)
Do you need some time... all alone?
(Você precisa de um tempo... totalmente sozinha?)
Everybody needs sometime... on their own
(Todos precisam de um tempo... consigo mesmos)
Don't you know you need sometime... all alone?
(Você não entende que precisa de um tempo... totalmente sozinha?)


Snape aproximou seu corpo do de Diana, abraçando-a pela cintura, sem que deixassem de dançar. Ela enlaçou seus braços no pescoço dele e deitou sua cabeça no ombro do homem. Ele podia sentir o cheiro de seu sabonete vindo do corpo dela. Ela sentia o corpo quente dele abraçando-a. Sentia-se como se nada importasse mais e como se, ali, nos braços dele, fosse o lugar mais seguro e confortável do mundo.

I know it's hard to keep an open heart
(Eu sei que é difícil manter um coração aberto)
When even friends seem out to harm you
(Quando mesmo os amigos parecem te fazer mal)
But if you could heal a broken heart
(Mas se você pudesse curar um coração partido)
Wouldn't time be out to charm you?
(O tempo não pararia para te cativar?)

Sometimes I need some time... on my own
(Às vezes eu preciso de um tempo... Comigo mesmo)
Sometimes I need some time... all alone
(Às vezes eu preciso de um tempo... totalmente sozinha)
Everybody needs some time... on their own
(Todos precisam de um tempo... consigo mesmos)
Don't you know you need some time... all alone
(Você não entende que precisa de um tempo... totalmente sozinha?)

And when your fears subside
(E quando seus temores se acalmarem)
And shadows still remain
(E as sombras ainda permanecerem)
I know that you can love me
(Eu sei que você poderá me amar)
When there's no one left to blame
(Quando não sobrar ninguém para culpar)
So never mind the darkness
(Então não se preocupe com a escuridão)
We still can find a way
(Nós ainda podemos encontrar um caminho)
'Cause nothin' lasts forever
(Porque nada dura para sempre)
Even the cold November rain
(Nem mesmo a chuva fria de novembro)

Don't ya think that you need somebody?
(Você não acha que precisa de alguém?)
Don't ya think that you need someone?
(Você não acha que precisa de alguém?)
Everybody needs somebody
(Todos precisam de alguém)
You're not the only one
(Você não é a única)
You're not the only one
(Você não é a única)


Apesar da música ter acabado, os dois continuavam dançando devagarinho, apenas sentindo um ao outro. Nenhum deles queria que aquilo terminasse.
- Severus… - chamou Diana levantando a cabeça sorrindo. Snape a olhava nos olhos como se fosse a primeira vez que a visse – Eu acho que… Que a música acabou…
Snape a interrompeu com um beijo que foi generosamente retribuído. Ele a beijava carinhosamente como se quisesse acariciá-la com seus lábios, ela retribuía de forma provocante, instigando-o a tomá-la para si cada vez mais.
- Desculpe… - Ele interrompeu o beijo com dificuldade – Eu não posso fazer isso… Simplesmente não posso… eu devia ter me controlado… E…
- Sssssssssshhhhhhh..... – fez Diana levando o dedo indicador aos lábios dele e o calando – Não vou deixar que você faça isso… Não de novo.
Foi a vez dela o beijar. Snape não pôde mais resistir. A beijava avidamente, quase sedento. Suas mãos corriam todo o corpo de Diana, a acariciando. E ela permitia, correspondendo à altura, descobriu-se verdadeiramente apaixonada por ele. E ele não pôde mais negar que tudo o que mais queria era tê-la.
Snape levou as mãs às pernas dela e a suspendeu nos braços. Ainda a beijando, a carregou até a cama e a deitou ali carinhosamente.
- Tem certeza de que é isso que você quer? – perguntou de forma irreconhecivelmente doce.
- Há tempos que não há nada que eu mais queira…
- Eu não tenho nada além do meu corpo para te oferecer…
- Para mim, por enquanto, já é suficiente…
Snape a cobriu de beijos e carícias e, por uma noite, fez de Diana a mulher mais feliz do mundo.

N/A: Oie genti!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Num falei q essa semana eu postava de novo????!!!!! Olha eu aki!!!! Com esse capítulo gigaaaaaannnnnte. Speru q tenham gostado!!!!! Ah, a música q tah aih eh November Rain (Chuva de novembro), do Guns’n’Roses, eu axei q combinava com o Sevvie e a Diana. Genti, comenta aeh!!!!!! Mil beijos!!!!!!!!

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