O quarto do monitor
Aquela primeira semana de aula passou realmente rápido. Gwenda estava aos poucos se recuperando da perda dos pais e para isso contava mais do que nunca com suas amigas. E também as aulas cada vez mais exaustivas desviavam a atenção da menina do sofrimento. Como todos os sextanistas da Grifinória conseguiram os NOM´s que precisavam e agora teriam que cursar apenas as matérias específicas de cada profissão, a quantidade de aulas diminuiu consideravelmente para a maioria dos alunos (apesar dos deveres terem aumentado em igual proporção).
Lily era exceção. Ela era, de longe, a aluna mais atarefada de Hogwarts. Como não tinha certeza ainda da profissão que iria seguir, decidiu continuar com todas as matérias excluindo apenas Adivinhação e Aritmancia. Tinha ainda suas obrigações de monitoria além de suas incansáveis pesquisas na biblioteca.
Há dias Lucy tinha desistido de tentar estabelecer algum tipo de contato com a amiga. As raras vezes que se encontravam no salão comunal, Lily estava atolada de deveres. Quando não tinham deveres ela estava monitorando os corredores. Tarde da noite quando a ruiva resolvia voltar da biblioteca Lucy já estava dormindo há horas, e em todas as aulas Lily começou a sentar sempre na carteira mais próxima do professor, lugar que a loirinha não senta nem sob tortura.
Elas ainda teriam os momentos de troca de aula para conversar, mas Lily sempre saía acompanhada de um professor e tinha passado a semana inteira sem almoçar ou jantar, apenas fazia lanches rápidos na cozinha.
Naquela noite Lily voltou mais cedo da biblioteca, ao entrar no salão comunal passou os olhos rapidamente à procura de Lucy e não demorou muito para encontrá-la junto com o grupo mais barulhento do salão comunal: os marotos. Apesar de Lily estar completamente cansada por causa da rotina dos últimos dias, deixou um tênue sorriso escapar dos seus lábios quando se deu conta que nem o Potter teve oportunidade de atazaná-la ainda.
Mas por outro lado esteve muito afastada de seus amigos, lembrou com um aperto no coração que uma de suas melhores amigas tinha acabado de perder a família e ela ao menos parou para perguntar como ela esteve nos últimos dias. Ao olhar mais uma vez para os marotos, percebeu o quanto Remus estava abatido, com certeza a Lua Cheia estava chegando...
- Boa Noite Lily! – gritou James bagunçando os cabelos quando viu a ruivinha se aproximar.
A ruiva revirou os olhos ‘estava bom demais pra ser verdade’.
- É Evans pra você, Potter! Precisa que eu soletre?
- Não precisa, não vou te chamar de Evans mesmo!
- Pois deveria, para o bem da sua integridade física!
- Uh! Ameaçando minha integridade física ruivinha? Adoraria experimentar, sabia? – piscou um olho.
Lily ficou vermelha de raiva. Enquanto isso Lucy se encolhia na poltrona, Sirius tampou os ouvidos, Petter indiferente a tudo que acontecia à sua volta continuou comendo e Remus apenas colocou de lado o livro que estava lendo até então.
- SEU PERVERTIDO, MANÍACO, ARROGANTE! EU DEVERIA TE ENFORCAR LENTAMENTE COM MINHAS PRÓPRIAS MÃOS, FAZER PICADINHO DE VOCÊ E JOGAR PRA LULA GIGANTE...
- Nossa, meu lírio! Você está realmente com instintos assassinos hoje, hein? – James falou alargando o sorriso. Olhou ao redor, todos no salão comunal tinham parado o que estavam fazendo para prestar atenção na briga.
- PRIMEIRO POTTER, EU-NÃO-SOU-SEU-LÍRIO!! SEGUNDO,MEUS INSINTOS ASSASSINOS SÃO LIBERADOS CADA VEZ QUE VOCÊ CRUZA O MEU CAMINHO.
E saiu bufando em direção ao dormitório feminino.
- Lily, não... – Lucy tentou alertar a amiga, mas ela já estava longe.
- Você devia ter avisado. – comentou Remus voltando a atenção para seu livro.
- Eu tentei. Vocês viram. Mas o Potter deixa ela tão nervosa, que ela não dá nem chances de conversa.
- Hei, eu não deixo ela nervosa, ela fica assim porque tenta inutilmente resistir ao meu charme. – falou ele “arrumando” os cabelos.
- Será que ela vai voltar verde como a Lucy? – Rabicho se fez presente.
- Eu não volt...
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHH! – todos olharam para a escada do dormitório feminino.
Lily apareceu correndo no salão comunal.
- O quê... O quê fi-fizeram naquele qua-quar-quarto? – perguntou arfando.
- Eu tentei te avisar Lily! – Lucy começou a rir – Nossa! Quando eu voltei do dormitório também estava com essa mesma cara de quem engoliu uma bomba de bosta?
Os marotos caíram na risada e Lily fechou ainda mais a cara.
- Não ri não Lucy, você estava pior. – falou Sirius e foi a vez de Lily rir com gosto.
- Gente, mas o que aconteceu lá? – Lily perguntou já um pouco descontraída - Soltaram uma criação de gambás no nosso dormitório?
- Quase isso Lily. Alice e a Gwenda estavam testando alguns feitiços e alguma coisa saiu errada.
- Muito errada você quer dizer, né Lucy? – Rabicho podia simplesmente continuar comendo...
- Onde estão elas agora? – perguntou Lily.
- Foram procurar a professora McGonagall. – respondeu Remus prontamente - Elas tomaram banho, passaram perfume, mas o cheiro não saiu de jeito nenhum. O salão comunal ficou infestado desse cheiro horrível quando elas passaram.
- E agora, onde é que a gente vai dormir? Eu não ponho tão cedo meus pés naquele dormitório. – Lily fez uma careta de nojo.
- Você pode dormir na minha cama se quiser Lily, tem bastante espaço pra nós dois – falou James alargando o sorriso.
Mas antes que Lily pudesse ter outro ataque, Lucy interveio:
- Sem gritos Lis! – Lily fez uma cara de quem dizia ‘quem ia gritar?’ – Eu fui procurar a McGonagall e ela vai dar um jeito no nosso dormitório ainda hoje à noite, ela só vai salvar a vida das nossas amigas e já vem pra cá.
- E a Brent? – Lucy parecia fazer um esforço pra lembrar de quem Lily estava falando – Já viu o estado do nosso dormitório?
Emily Brent era colega de quarto das quatro amigas. Mas elas nunca se deram bem. A situação piorou no 4º ano quando ela e Lily tiveram uma discussão acalorada e desde então nunca mais se falaram. Emily era o tipo de garota que parecia estar na escola para qualquer coisa, menos para estudar.
- Não tenho visto ela há dias. Até pensei que ela tinha resolvido grudar em você que nunca mais deu ar da graça aqui no nosso salão comunal.
- Muito engraçado Lucy! – disse Lily cruzando os braços.
- Lily, não está muito desconfortável ficar aí em pé? Se quiser pode sentar aqui ao meu lado. – James apontou para o espaço vago entre ele e Rabicho.
- Prefiro sentar no chão, Potter.
- Sentar ao meu lado com certeza é mais agradável. E eu não mordo, sabia?
- Não morde, mas é o ser mais insuportável que eu conheço. E de qualquer maneira não teria espaço pra mim no sofá, você ocupa dois lugares, Potter, um pra você outro pro seu ego.
Algumas risadinhas foram ouvidas. Para evitar mais discussão, Lucy pediu pra Sirius se sentar ao lado de James, deixando o lugar livre para Lily.
Logo Lucy estava fazendo ‘trancinhas’ no cabelo da Lily, enquanto a mesma travava uma conversa entediante com Remus sobre a última aula de poções. James, Sirius e Rabicho resolveram jogar Snap Explosivo.
Aos poucos o salão comunal foi esvaziando até só sobrarem eles ainda acordados. Sirius foi o primeiro a levantar, fazendo um estranho alongamento
- Bom meninas, nós já vamos subir porque amanhã vai ser um longo dia. – disse enquanto piscava quase imperceptivelmente para James, que logo entendeu e se levantou também.
- É verdade! – bateu a mão na testa como se tivesse lembrado de algo – Hum, Lily meu lírio, você não se importa se eu me retirar?
- Já vai tarde Potter! – falou ela sem desviar os olhos de Remus.
- Falando assim parece até que você não se importa se eu estou aqui ou não. – disse ele fingindo mágoa.
- Pra falar a verdade eu me importo – agora ela se virou totalmente pra ele, enquanto James abria um enorme sorriso – Qualquer lugar sem a sua intragável presença é a oitava maravilha do mundo. – e se virou novamente pra Remus.
- Bom já que a minha amada ruivinha não se opõe... Boa noite. Remus, estamos te esperando.
E subiu para o dormitório junto com Sirius. Rabicho parou no meio do salão, indeciso se seguia os outros dois ou esperava Remus, por fim resolveu subir também.
Depois do que pareceu horas que todos os marotos tinham saído, o retrato da mulher gorda abriu revelando uma professora McGonagall extremamente chateada.
- Senhoritas Evans e Eyelesbarrow, sinto informar que não conseguimos tirar aquele cheiro desagradável – fez uma careta – das suas amigas, então nem adianta tentar o dormitório de vocês. Vamos ter que esperar até amanhã cedo pra tentar outros métodos.
Lily se levantou.
- Professora McGonagall, onde nós vamos passar a noite?
- As senhoritas Reed e Martindale vão passar a noite em um leito na enfermaria. Vocês duas e a senhorita Brent por ordem de Dumbledore vão passar noite em um dos quartos de monitores que está desativado há alguns anos.
- Como vamos avisar a Brent? – perguntou Lily. Professora McGonagall deu uma rápida olhada pelo salão comunal e Lucy percebendo o perigo, interveio.
- Não precisa Lily. Quando ela soube o que aconteceu no nosso dormitório, foi passar a noite no dormitório das amigas dela do quinto ano. – e virando-se para a professora Minerva – Ela foi dormir cedo, então acho que não tem necessidade de acordá-la, não é mesmo?
Lily fez uma expressão de incredulidade e McGonagall parecia refletir sobre o assunto. Por fim decidiu:
- Não. Acho que não tem necessidade de acordar a senhorita Brent só para mudar de quarto. Então, por favor me sigam vocês duas, vou mostrar onde vão dormir.
A professora seguiu na frente, Lily esperou ter um pouco de distância da professora para perguntar
- Por que você fez isso, Lucy?
- Isso o quê Lily? Salvar a pele da nossa colega de quarto?
- Você mentiu para a professora McGonagall.
- Lily, e o que você esperava que eu fizesse? Falasse “nossa professora, agora a senhora está com um problema bastante difícil, já que encontrar a Emily é praticamente impossível, por que ela passa a noite em qualquer dormitório menos no nosso”? Lily, a Brent ia ter um problema sério, isso se não fosse até expulsa!
- Olhando por esse lado... Mas e quando ela voltar para o dormitório? Vai ficar muito brava de ninguém ter avisado.
- Eu duvido muito que ela resolva passar essa noite no nosso dormitório. Não sei se você já percebeu, mas desde o início das aulas a cama dela não foi desfeita nenhuma vez.
A professora Minerva parou em frente a uma tapeçaria, tocou em algum ponto que as duas amigas não conseguiram ver e na mesma hora uma maçaneta apareceu no canto direito. Elas entraram e seguiram por um corredor estreito e comprido até parar novamente, agora em frente a um quadro que tinha a pintura linda. Uma feiticeira toda envolta em peles brancas sentada num lugar de destaque em um belo trenó puxado por duas renas tão brancas quanto a neve que tomava conta daquele lugar tão mágico. Mas alguma coisa naquele retrato causava calafrios...
- Choro de Mandrágora. – O quadro deslizou para o lado e a Professora Minerva entrou seguida de perto pelas duas alunas.
Era um amplo aposento que lembrava o salão comunal da Grifinória, no centro havia um sofá e algumas poltronas em volta. Em um canto mais afastado havia uma mesa de estudos e, para a alegria de Lily, uma estante que ocupava uma parede inteira cheia de livros. No lado oposto havia um cama de solteiro igual à da Grifinória, mas os lençóis ao invés das tradicionais cores vermelho e dourado, eram brancas com o brasão de Hogwarts no centro. McGonagall fez um movimento com a varinha e outra cama idêntica apareceu. Entre elas havia outra porta que, provavelmente, levava ao banheiro.
- Vocês ficarão aqui até que a situação no dormitório de vocês volte ao normal. Eu preferia deixa-las em qualquer outro aposento, mas Dumbledore insistiu que eu as instalasse aqui – era visível que a professora achava um absurdo a idéia do diretor - O que vocês precisarem de roupas e materiais é só me comunicar que eu providencio.
- Muito Obrigada professora McGonagall – agradeceu Lily e apontando para a estante de livros – aqueles livros nós podemos usar para pesquisas?
McGonagall deu um sorriso nervoso antes de responder.
- Fique a vontade, senhorita Evans. A única restrição é que esses livros não devem, em nenhuma hipótese, sair deste dormitório. – Lily concordou com um aceno de cabeça – Também devo alertá-las que ninguém além de vocês duas e da Senhorita Brent podem entrar aqui.
- Fique tranqüila professora. – Lucy respondeu tentando encerrar logo a conversa.
McGonagall deu mais uma rápida olhada em todo o dormitório e antes de sair avisou:
- A senha do quadro muda todos os dias. A de domingo é “beijo de dementador” – e fechou a porta atrás de si.
- Nossa, as senhas desse dormitório são um pouco fatais, não? – Perguntou Lucy sorrindo, se jogando no sofá.
- Lugar mais estranho esse, isso sim.
- Estranho, Lily? Eu achei que você tinha gostado, é o único dormitório que eu conheço que tem uma estante recheada de livros.
- Exatamente por isso. A escola tem uma biblioteca enorme – Lily sentou em uma poltrona próxima à de Lucy – por que teriam livros em um dormitório e que não podem sair daqui?
- Talvez não queiram que se misture com os da biblioteca, sei lá.
- E porque um quarto sem uso há anos, como a professora mesmo falou, mudaria de senha todos os dias? – disse Lily se dirigindo à estante de livros.
- Realmente, é algo pra se pensar. Agora que você falou, não parecia que a professora estava um pouco apreensiva antes de sair?
- Não é pra menos – falou Lily ao abrir um livro sem título que tinha puxado da estante.
- Porque?
- Esses livros. São... são de Artes das Trevas. – Lily levantou os olhos do livro e mirou Lucy com preocupação.
- Sério? Lucy correu pra perto da estante também.
Lucy pegou outro livro sem título da estante e abriu. Começou a ler com uma expressão séria e depois de folhear algumas páginas, abriu um enorme sorriso.
- Lily, esse é o livro que eu pedi a Merlin, simplifica o estudo de feitiços não verbais. Olhe só. – e virou o livro para que a amiga pudesse ver.
- Nossa, dessa vez você foi realmente convincente, Lucy.
- O que você quer dizer com isso?
- Você falou tão sincera, que parecia ser verdade. Cheguei até a ficar feliz, você sabe que eu também tenho um pouco de dificuldade com os feitiços não-verbais, não sabe?
- Mas Lily, eu estou falando a verdade. – olhe aqui – e apontou para uma tabela intitulada “como executar feitiços não-verbais de forma simples e eficiente”.
- Deixa ser boba, a página está em branco. – Lily falou rindo e Lucy fechou a cara.
- Lily, fala a verdade pra mim, você não está vendo nada mesmo, ou está só querendo curtir com a minha cara?
Lily, percebendo que a amiga não estava brincando também ficou séria.
- Estou falando a verdade Lucy, eu estou vendo a página em branco.
- Não entendo. Será que esse livro tem algum tipo de feitiço?
- Pode ser... talvez todos tenham...
Lily puxou outro livro da estante, viu com pesar que era outro livro de Arte das Trevas.
- E então?
- Outro livro de artes das trevas.
- Me deixa ver – Lucy pegou o livro da mão de Lily e o livro estava em branco.
- Lis, esse livro também está em branco, só que agora pra mim.
- Talvez o feitiço seja para que só a pessoa que pegar o livro possa ler.
- Pode ser... cadê aquele primeiro livro que você pegou? Quero ver se ele também está em branco.
- Está ali em cima da mesinha.
Lucy abriu o livro e para a sua surpresa conseguiu ler o livro. Mas ao contrário do que Lily falara, o livro tinha um guia simplificado de transfiguração de objetos.
- Lily, não deve ser este. Não tem nada de Arte das Trevas neste livro.
- É esse sim Lucy, eu o larguei em cima da mesa quando você pegou aquele guia de feitiços não-verbais. – Lucy deu um fraco sorriso.
- Talvez então hoje eu esteja com sorte para guias. – Lily a olhou curiosa – esse aqui é um guia de transfiguração de objetos.
- Não pode ser... – Lily ficou pensativa. - Mas, será?
- Será o que Lily? Tem como você conversar comigo?
- Talvez... – Lily ergueu os olhos para Lucy – Será que esses livros funcionam como a sala precisa?
- Você quer dizer passar três vezes na frente dele pra ele mostrar o verdadeiro conteúdo?
- Que comentário mais sem sentido Lucy! O que eu quero dizer é, será que esses livros nos ensinam só o que estamos precisando?
- Pode ser, pra mim mostrou tudo o que eu mais preciso aprender: transfiguração e feitiços não-verbais.
- Mas e quanto aos meus livros? Pra que eu precisaria de Arte das Trevas?
- Tem certeza que os livros aparecem pra você como Arte das Trevas? Talvez não seriam Defesa Contra as Artes das Trevas?
- Tenho certeza. – Lily foi até a estante novamente, pegou um livro da última prateleira e leu – “Aprenda a intensificar seu Cruciatus” – Lucy arregalou os olhos e Lily folheou algumas páginas – “Como amaldiçoar objetos”, “Como invocar Inferis”. – Lily fechou o livro com um estrondo.
- Credo Lily, o que você quer com isso?
Lily não respondeu. Andou lentamente até uma das poltronas e lá ficou por um bom tempo perdida em pensamentos.
- Hum, Lily... – a ruiva virou o pescoço – sabe aquela pesquisa que você tem feito?
- Sim.
- Er... bem... tem alguma coisa a ver com maldições?
- Não. É sobre... – Lily hesitou por um momento.
- Tudo bem. Se você não pode me contar ainda, eu entendo. – Lucy foi pra perto da amiga – Mas me responde uma coisa – Lily fez que sim com a cabeça – Esse assunto que você está pesquisando, é muito importante pra você?
- Sim, é muito importante. Tem algumas coisas me incomodando e eu preciso descobrir...
- Então Lily, eu sinto te informar, mas a solução dessa sua pesquisa vai estar nessa estante.
- Mas eu não consigo ver a ligação que esse assunto tem com Arte das Trevas.
- Então amiga – Lucy se levantou da poltrona – faça o que você faz de melhor: pesquise! Agora o que você acha de irmos dormir? Daqui a pouco deve amanhecer o dia...
- Pode ir dormir Lucy, se eu tiver que achar alguma coisa nesses livros, tem que ser hoje, né? Tenho certeza que McGonagall rapidinho vai dar um jeito no nosso quarto.
- Lily, quando a professora McGonagall nos trouxe já tinha passado da meia-noite. A senha de hoje é choro de mandrágora, e a de amanhã é beijo de dementador, portanto você tem dois dias para a sua pesquisa.
- Mesmo assim, vou pesquisar um pouco hoje mesmo.
- Tudo bem. Aquela porta será que é de um banheiro?
- O que mais poderia ser?
- Desse quarto Lily, a gente pode esperar tudo...
As duas caíram na risada.
Lucy tomou banho e logo foi dormir. Lily passou muito tempo em cima dos livros fazendo pesquisas e mais pesquisas...
Estava em uma espécie de montanha, andava pelo lugar como se o conhece desde pequena, era como se ali tivesse passado sua infância ou um período muito feliz...
Haviam árvores imensas por todos os lados, árvores que ela jamais encontraria na Inglaterra, um vento suave e relaxante soprava levantando algumas poucas folhas envolta dela. Ao fundo um barulho confortante indicava que estava próxima a um pequeno riacho.
Lily olhou pra trás e sorriu. Seguindo-a havia um imenso animal. Nunca poderia ver algo ao mesmo tempo tão belo e terrível. Quanto tempo ficaram se encarando não saberia dizer...
- Seja bem-vinda à Nárnia, filha de Eva. – falou uma voz tão profunda que a terra estremeceu.
Não havia dúvidas de que a voz vinha do Leão.
- Nárnia? O que é Nárnia?
- Um mundo. Um mundo como o seu.
Lily assentiu. Não saberia explicar o porque, mas tinha certeza que o Leão falava a verdade.
- Eu te vi... na escola... Porque estou aqui? – perguntou receosa.
- Por causa da sua missão filha, seu mundo precisa de ajuda, e essa ajuda virá de Nárnia.
- Como Nárnia vai poder nos ajudar?
- Você ainda vai voltar aqui. Com mais tempo...
- Não sei como encontrar Nárnia.
- Na hora certa isso vai acontecer. Apenas lembre das três palavras.
- Que pa...
- Voltaremos a nos encontrar, filha. Não se preocupe, na hora certa...
De repente tudo começou a girar muito rápido. Lily sentiu um baque e levantou a cabeça assustada.
- Nárnia... – sussurrou – que lugar lindo...
N/A:
Olá! Eis a primeira visita de Lily à Nárnia. Confuso? Nem tanto... O próximo capítulo é um dos meus preferidos...
Giulia, muito obrigada pelos comentários... estou rindo até agora! Vou te responder no e-mail, ta? Gygy Potter, não morra! Por favor!! (rsrs) Aqui está o capítulo novo... e próximo vem logo, logo...
Muitos beijinhos pra todos os que estão lendo! E por favor comentem, hein? Eu PRECISO da opinião de vocês, mesmo que seja crítica!!!
Próxima atualização: 15/12
anúncio
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!