Reencontros



Capítulo 1 – Reencontros


- Lily! Lily! Acorda! Lily! ACOOOOOORDAAAAA!!
- Hã? – Lily pulou quase meio metro ao ouvir o grito de sua melhor amiga – Ficou doida Lucy? Quer me matar de susto?

Lucy caiu na risada. Adorava acordar a amiga e ver a expressão assustada e nervosa de Lily. As duas eram amigas desde o primeiro instante que se viram, era aquele tipo de amizade que você tem a impressão de que já conhece a pessoa há muitos anos apenas não a tinha encontrado ainda.

- Quer parar de rir! Precisa gritar que nem uma maluca assim pra me acordar? Peraí, você não estava na França?

A loirinha fechou a cara. Lucy era um pouco mais baixa que Lily, tinha os olhos cor-de-mel e o cabelo, ondulado e comprido, de um dourado que combinava muito bem com a cor dos olhos.

- Lily, acho que esse sonho que você tava tendo com o seu amado perturbou o seu juízo. Eu voltei da França ontem! Te liguei à noite lembra?
- Que amado?
- James! – a ruiva fez uma careta - Você rolava de um lado pro outro na cama e falando: “ai, como é bom, nossa, porque eu demorei tanto pra experimentar...”, só podia ser um sonho com o seu amado Potter. Agora que tipo de sonho hein Lily? Não quero nem imaginar, seria demais para uma pobre menina ingênua como eu ouvir!

Lily parecia que ia explodir de tão vermelha que ficou.

- Senhorita Eyelesbarrow, eu te PROÍBO de sequer MENCIONAR a o nome daquele ser abominável debaixo do teto da MINHA CASA! Quanto mais fazer INSINUAÇÕES como essas a meu respeito!! E o dia que você – apontou o indicador para Lucy – for uma ‘pobre menina ingênua’ eu vou ser coroada a Rainha da Inglaterra.
- Ta bom Lily, ta bom. Mas me conta então, com o que você estava sonhando?

Lily que já estava voltando à cor normal tornou a corar.

- Eu? Bem... hum... Sorvete, isso sobre sorvete!
- Sorvete Lily? Por favor né? Você não sabe nem mentir? Como você pode estar sonhando com sorvete e falar o que falou se você adora sorvete? Eu não nasci ontem. Se é que você não sabe...
- Deixa de ser maldosa! Eu estava sonhando que ia a uma sorveteria e experimentava sorvete de bacalhau!
- Bacalhau? Isso é no mínimo... nojento!
- Exatamente! Era o que eu pensava no meu sonho por isso demorei tanto pra experimentar o tal sorvete de bacalhau. Mas quando experimentei fiquei me culpando de não ter experimentado antes! Aliás, estou até pensando em ir à sorveteria experimentar sorvete de bacalhau – falou enquanto levantava da cama e trocava de roupa – o que você acha Lucy?
- Acho que você está me enrolando. – arqueou a sobrancelha e como não teve resposta continuou - E também acho uma péssima idéia você ir à sorveteria e pedir sorvete de bacalhau, simplesmente pelo fato de que vai ser o seu atestado final de insanidade Lily! Depois disso ninguém mais vai poder contestar sua internação no St. Mungus.
- Há, há, há, estou morrendo de rir! –disse fechando a cara – Vamos mudar de assunto? Eu tava com tanta saudade de você! Como foi sua viagem?

Lucy ficou ainda mais empolgada.

- Foi ótima Lily, você vai ficar maravilhada com as histórias que eu ouvi dessa vez de ‘mon grand-père’ sobre bruxaria na França. É muito engraçado ver ele contando como se fosse um expert no assunto!
- Você nunca vai contar que é bruxa?
- E matar ele de susto? Não, eu amo muito meu avozinho, deixa ele pensar que está me contando histórias terríveis de bruxos pra me deixar com medo – fez uma cara de assustada e as duas caíram na risada – mas tem histórias reais fascinantes Lily!
- Estou louca pra ouvir mas meu estômago ta roncado desesperado, que tal comer alguma coisa?
- Eu já comi quando cheguei. Tomei café da manhã com a D. Daisy. Ela ficou muito feliz de ter a terceira filhinha dela de volta ao lar – disse apontando para duas pesadas malas que estavam perto do guarda-roupas de Lily.
- O que significa isso? – perguntou Lily fingindo indignação.
- Que eu vou passar o resto das férias com você! Isso não é maravilhoso?

E sem esperar a resposta da amiga, Lucy saiu do quarto!

- Lily, vamos logo, você não estava morrendo de fome? – gritou do corredor – E pare de fingir que não está contente! Tudo o que você pediu a Merlin nessas férias foi que ele me mandasse pra cá pra acabar com a chatice que estava sua vida convivendo o dia inteiro com a Petúnia!
- Convencida! – murmurou enquanto calçava o tênis.




Uma hora depois as duas estavam em um ônibus que levava a um bairro afastado do centro de Londres.

- Ainda não acho que nós deveríamos ir à casa da Alice sem avisar!
- Deixa de ser chata! É na surpresa que está a graça, cara Lily. Olha só, se eu tivesse te avisado que ia pra sua casa hoje, não teria presenciado aquele seu sonho revelador! Sobre sorvete de bacalhau – completou ante o olhar fulminante da ruiva.
- Mas você poderia ter chegado na minha casa e encontrado alguém que você não gosta, por exemplo, aí você ia ficar muito chateada e se arrepender de não ter me avisado que viria.
- Então é isso!
- Isso o quê? Que sorriso é esse Lucy?
- A palavra ‘James’ te diz alguma coisa?

A ruiva corou.

- Eu quero saber o que aquele imbecil, egoísta, abusado, pervertido tem a ver com o que eu falei!
- Tudo ‘mon ami’. Absolutamente tudo! Você não quer ir à casa da Alice porque ela e o Potter são vizinhos e você não quer correr o risco de encontrar ele por lá! Foi exatamente isso que você disse!
- Você merecia um prêmio por ser tão esperta, sabia? – falou séria, mas depois abriu um imenso sorriso – então, vamos nós duas direto pro Beco Diagonal sem passar na casa da Alice? Por favor Lucy?
- Agora que eu não vou mesmo Lily!
- Ainda se diz minha amiga! – Lily deu às costas à Lucy e se dirigiu para o fundo do ônibus.
- Você que estaria sendo uma amiga muito desnaturada de nem ao menos passar na casa da Alice por causa do idiota do Potter, como você o chama – comentou Lucy quando alcançou a ruiva.
- Eu o chamo assim por que ele é! Mas tudo bem, vamos à casa da Alice! – deu um meio sorriso e se sentou perto da janela.

Lucy fez uma estranha dancinha da vitória e depois se sentou ao lado da amiga, passando o braço por cima dos ombros da ruivinha.

- Eu sempre ganho!
- Porque você é muito chata! Não tem como discutir com você!
- E você me ama! Do jeitinho que eu sou! – Lucy abriu seu maior sorriso.
- Ai Merlin, onde você estava quando essa doida atravessou o meu caminho!
- Ele devia estar ocupado com coisas mais importantes. E você bem que me merece, nem que seja como castigo por implicar tanto com o Potter...
- Você dá voltas e voltas e acaba sempre no mesmo assunto desagradável! – Lily se virou para a amiga e segurou-a nos ombros, a voz aumentando a cada palavra - Será que é difícil pra você entender que eu não suporto aquele garoto? Que ao menos nas minhas férias eu quero esquecer da existência do ser insuportável que você faz questão de lembrar a cada 5 minutos?
- Eu vejo as coisas anos-luz à sua frente Lis, você ainda vai descobrir que ama esse “ser insuportável” e vai me agradecer por te abrir os olhos.
- Eu vou agradecer se você mudar de assunto. Virar o disco...
- Você é quem manda – Lucy abriu um sorriso triunfante – De quem você está afim então?
- Dos meus livros! Só penso em namorar eles esse ano!
- Isso é o que você pensa mocinha. Não mesmo! Sua paranóia no período passado já foi demais pra mim. E os NOM´s nem bem acabam você já quer se enterrar nos livros de novo? Eu-não-vou-deixar! Vou te apresentar um monte de gente legal e te desencalhar esse ano!
- Hei! Encalhada uma ova! Estou solteira por opção! E a senhorita, hein?
- O que tem eu? – perguntou Lucy franzindo o cenho.
- Fica falando de mim, mas morre de amores por um certo maroto, né?
- Sirius? Bom, não é novidade que eu gosto dele. Ao contrário de você eu não tento esconder o que sinto.
- Eu não escondo nada! – e ignorando a expressão incrédula da amiga, continuou – e se você gosta dele, porque não se declara?
- Hum, Lily, acho que chegou o nosso ponto – desconversa.
- Como? Ah, sim, entendi.

Desceram do ônibus quase em frente à casa da Alice. No caminho passaram em frente à casa de James que estava tão quieta e silenciosa que parecia abandonada.

- Talvez ele esteja na casa da Lice... – Lucy comentou risonha.

Lily corou.

- Estou começando a achar que é você quem está afim do Potter e fica me usando como desculpa! – disse Lily tentando reverter a conversa.
- Lily, o meu interesse no Potter se restringe ao melhor amigo dele, não precisa ficar com ciúmes, ta?

Lily ficou ainda mais vermelha.
Chegaram em frente da casa da Alice e quando Lily ia tocar a campainha, Gwenda apareceu na sacada.

Gwenda Reed é considerada a patricinha do grupo. Está sempre bem arrumada, pronta para ir a qualquer lugar a hora que for. Sua mãe, Diana Reed, é uma famosa estilista bruxa e a menina cresceu em meio à moda. Gwenda tinha a pele branquinha, olhos azuis e cabelos extremamente negros e lisos que caem até um pouco abaixo do ombro. Era de uma tradicional família bruxa e seus pais tinham uma grande admiração pelo mundo trouxa, adoravam as visitas de Lily e Lucy, ambas nascidas trouxas.

- Até que enfim! Achei que tinha desistido Lucy!
- Você sabe o quanto a Lily é enrolada, né?
- Peraí, eu vou descer pra abrir pra vocês.
- Como assim “achei que tinha desistido Lucy”? – perguntou Lily indignada – você mentiu pra mim? Já tava tudo combinado?

Lucy não agüentou mais e começou a rir descontroladamente.

- Lucy, quer parar? Pára de rir da minha cara! Deixa de ser louca!
- Ai Lily – começou Lucy se recuperando da crise de riso – a sua preocupação em não encontrar o Potter, sua cara de desespero são impagáveis! – e recomeçou a rir.
- Lucy Eyelesbarrow! Você me fez acreditar que ia encontrar o Potter aqui só pra rir da minha cara? Quer saber de uma coisa? Relações cortadas! – Lily cruzou os braços e virou para o portão.

Antes que Lucy pudesse retrucar, Gwenda abriu a porta.

- Lily! Tudo bem? – abraçou a amiga – Espero que não esteja brava da pequena peça que te pregamos.

Lucy foi mais rápida na resposta.

- Ela está furiosa! Cortou relações comigo, você acredita?
- De novo? Lily está sempre cortando relações com você Lucy – falou Gwenda bem humorada.
- Um complô. Minhas próprias amigas unidas contra mim! Aquele chapéu seletor está velho mesmo, vocês deveriam estar na Sonserina!
- Deixa de ser exagerada Lis, e o chapéu nos colocou na casa certa sim! Só tendo muita coragem pra ser amiga da monitora pimentinha Lily Evans! – disse Gwenda.

Todas riram. Gwenda continuou enquanto encaminhava as ‘visitas’ para a sala:

- A Alice está trocando de roupa, aí nós já vamos.
- Faz tempo que ela está se arrumando?
- Duas horas! É que ela tem esperança de encontrar um certo moreno passeando pelo Beco Diagonal...
- Ai Frank... – suspiraram as três juntas e depois caíram na risada.
- Porque vocês não vieram de pó-de-flu? – perguntou Gwenda.
- Petúnia. Jogou fora todo meu estoque de pó-de-flu.
- Já disse pra você colocar um feitiço no seu quarto pra ela não entrar lá enquanto você está em Hogwarts – disse Lucy enquanto deitava no colo de Gwenda.
- É fácil pra você falar, né? Eu que seria expulsa de Hogwarts caso fizesse magia fora da escola.
- Lily, porque você não pede pra ‘tia’ Jane? – Gwenda entrou na conversa.

‘Tia’ Jane é como as meninas carinhosamente chamavam dona Janeth Martindale, mãe da Alice.

- Porque seria um abuso – Lily respondeu simplesmente.
- Como estou? – perguntou Alice do alto da escada.

As três se viraram pra ver e Lucy, que deu um pulo do colo de Gwenda pra poder ver melhor, foi a primeira a responder:

- Uma gata! Se o Frank não te pedir em namoro hoje Lice, dá um chute na bunda dele e manda a fila andar!

Alice corou com o comentário da loirinha.

- Obrigada Lucy! E você, hein? Não está muito bronzeada pra quem passou as férias na França, não? Suspeita essa história... – Alice falou enquanto abraçava as amigas.
- Oh! Você descobriu o meu segredo! – Lucy colocou a mão na testa e fez cara de alarmada, no que as quatro riram.
- A conversa ta muito boa, mas vamos indo? Temos uma tarde longa de compras pela frente! – falou Lily enquanto se dirigia à lareira. Lucy que estava logo atrás dela reclamou:

- Podem passar mil anos que eu não vou me acostumar a viajar de pó-de-flu! É muito incômodo!
- Você prefere uma chave de portal? Mamãe sempre deixa uma pronta.
- Chave de Portal, Lice? Merlin me livre! Não sei qual dos dois é o pior...
- Mas não tem a inconveniência de sujar a roupa – falou Gwenda
- Vamos de chave de portal hoje. – Lily falou decidida.

Alice indicou uma flor artificial em cima da lareira.

- Prontas? – Alice perguntou e as outras três balançaram a cabeça afirmativamente – quando eu disser ‘três’. Um... dois... três!

As quatro amigas seguraram a flor e foi como se um gancho invisível puxasse elas pra frente numa velocidade incrível... tudo rodava rapidamente, até que sentiram um baque!

- Chegamos! – Gwenda foi a primeira a se levantar, ajeitou as vestes e estendeu a mão para ajudar Alice.
- Merlin! Não me lembra em nada o Beco Diagonal que eu conheci há cinco anos atrás. – Lily falou tristemente ao constatar várias lojas abandonadas, algumas com portas e janelas quebradas.

Sem contar que as poucas pessoas que faziam compras tinham olhares assustados e desconfiados.

- Vamos Lily. – Lucy guiou a amiga pelos ombros, também assustada com a transformação que tinha sofrido o Beco Diagonal, um dos lugares que as amigas consideravam mais empolgantes do mundo bruxo.

A tarde passou muito rápido. Compraram os materiais para o ano letivo, se abasteceram de doces, Lily e Gwenda fizeram uniformes novos (os antigos já estavam curtos), se divertiram com os títulos dos livros de maldições da Floreios e Borrões: “aprenda a azarar – 10 passos para uma amarga vingança”, “guia prático de 1001 torturas contra seu inimigo”, as meninas tiveram que arrastar Lily pra fora da loja, pois ela queria comprar todos os livros para usar contra ‘o Potter’.

Antes de irem embora, passaram na Florean Fortescue para tomar sorvete e Alice e Gwenda quase sufocaram de tanto rir quando Lucy contou do sonho com sorvete de bacalhau de Lily.

- Pois se existisse, faria o maior sucesso – disse tentando se defender.

Para a alegria de Lily e infelicidade de Alice, nem Frank, nem os marotos deram o ar da graça.

Pararam com suas compras junto à lareira do Caldeirão Furado para se despedir.

- Vocês têm certeza de que não querem ir lá pra casa? Só temos mais 5 dias de férias mesmo. – pediu Lily pela terceira vez naquela tarde.
- Lily, não posso mesmo, minha mãe iria ficar sozinha já que meu pai só volta de viagem na semana que vem. Tenho que fazer um pouco de companhia pra ela, já que vou passar 10 meses fora de casa – disse Alice em tom de desculpas.
- Gwenda?
- Lily, você tem a Lucy – Lily fez uma careta e Gwenda e Alice riram – vou ficar e fazer companhia pra Lice.
- E porque eu tenho que ficar com a pior de todas?- perguntou olhando significativamente para Lucy que estava concentrada abrindo um pacote de feijõezinhos de todos os sabores – Merlin deve ter alguma coisa contra mim!

Alice e Gwenda riram mais uma vez e Lucy fingindo de desentendida pediu:

- Lily querida, você pode abrir esse pacotinho pra mim? Não sei porque eles fazem umas coisas tão ruins de abrir! – falou indignada.
- Não falei? – Lily abre facilmente e devolve pra Lucy que fica radiante – Você ouviu o que eu falei?
- Hã? Claro que ouvi! Mas ignorei completamente. Às vezes você fala algumas coisas sem sentido mesmo.

Lily resmungou um ‘eu mereço’ enquanto Lucy se despedia de Alice e Gwenda, e entrava na lareira.

- Casa dos Evans – falou enquanto jogava o pó-de-flu.

A última coisa que as três amigas viram foi Lucy mostrando língua para a ruiva antes de ser envolvida por uma fumaça verde e desaparecer.

- Tchau meninas – Lily abraçou as amigas e antes de entrar na lareira completou – estejam na plataforma 9¾ dia 1º às 10hs, ok? – e jogando pó-de-flu na lareira disse – Casa dos Evans – a acenou sorrindo para Alice e Gwenda e desapareceu.




A semana passou sem maiores novidades na casa da Lily.
Foi ótimo pra ela ter a companhia de Lucy, já que a ruivinha sofria nas mãos da irmã mais velha, Petúnia, que tinha profundo horror a qualquer assunto relacionado à magia. Desde que Lucy passou a freqüentar a casa dos Evans, as duas bruxinhas se divertiam pregando peças em Petúnia e ameaçando enfeitiçá-la. Mas desde que Petúnia descobriu que elas não podiam fazer magia fora da escola a diversão das duas amigas diminuiu consideravelmente. Mas para a felicidade delas, agora Petúnia tinha um noivo, Valter Dursley, ou simplesmente ‘o porquinho’ como Lily e Lucy o chamavam, e era só ameaçar Petúnia que iam contar à ele sobre serem bruxas que a garota ficava um doce.

Na véspera do retorno a Hogwarts, enquanto Lucy tomava banho, Lily abriu a mala da amiga para guardar algumas roupas e se deparou com uma pasta preta de couro. Ao abrir a pasta, Lily percebeu que estava cheia de recortes de jornais, rascunhos com a letra da loirinha e algumas fotos.

- Lily, você ainda tem aquele reparador... – Lucy estancou ao ver o que Lily tinha nas mãos.
- Virou fã dos Comensais?
- Credo Lis, nem brinque com uma coisa dessas! – Lucy falou em tom de censura.
- Então pra que guardar esses horrores?
- Para a posteridade. Já pensou se alguém é preso hoje e daqui há três anos quando eu me formar Auror o irmão desse preso se forma comigo? Se eu tiver um acervo com todas as notícias vou saber que esse colega é pouco confiável, diria até suspeito.

Lucy sentou ao lado de Lily, pegou a pasta e folheou até a última página que tinha um recorte de um jornal Francês.

- Olha isso!
- Desculpe, mas o meu francês é meio fraco Lucy.
- Essa notícia que saiu no Profeta Parisiense durante as minhas férias fala que o Ministério da Inglaterra suspeita de traição de funcionários de alto escalão. Tudo isso é importante pra gente saber que não pode mais confiar em ninguém. Eu mesma não confio na Ministra Bagnold, pra mim ela ta sob a Imperius há muito tempo.
- Isso ta cada dia pior...
- Mais perigoso ainda pra nós duas que somos nascidas trouxas. Alvos preferidos desses loucos. – sua voz saiu sinistramente baixa e fez os pêlos da nuca de Lily se arrepiarem.
- Não fica assim não. Falta pouco pra gente se formar, e nós vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance pra acabar com essa guerra inútil. – Lily falou tentando descontrair – Vamos, cadê a Lucy sempre sorridente que eu conheço, hein?
- Ta aqui! – Lucy forçou um sorriso e levantou a mão – Mas agora senhorita Lily, o que acha de irmos dormir, já que vamos madrugar naquela estação amanhã. – falou Lucy indo para sua cama e se cobrindo com o lençol.
- Eu sou monitora, devo dar o exemplo – respondeu Lily vestindo o pijama – e também 10hs não é madrugar!
- Se você diz! – Lucy começou a rir – Você não está muito grandinha pra esse pijaminha do Piu-piu, não?

Lily jogou uma almofada acertando a amiga no rosto.

- Hei!
- Você mereceu! O meu pijaminha do Piu-piu vai me acompanhar até eu ficar bem velhinha, ta?
- Ãhã! Você é pirada! Mas eu te adoro, sabia?
- Sabia! Eu também adoro você sua boba!
- ‘Bonne Nuit’, Lis.
- Boa Noite Lucy.

E estranhamente Lily se pegou pensando no que o Potter deveria estar aprontando pra não ter aparecido durante toda as férias.

- Nem uma coruja sequer... – murmurou pra si mesma.

“Que ótimo, tomara que tenha resolvido me deixar em paz” completou em pensamento, apesar de seu coração ter dado um solavanco.






N/A:
Esse primeiro capítulo é mais uma apresentação das personagens principais!! A maior parte da primeira fase da vai focar principalmente essas quatro personagens... mais do que essenciais para a história!!

À Beira do Abismo vai ser dividida em duas fases, a primeira é romance e relacionamentos, já na segunda fase (Cap. 15) começa a aventura...

Quero agradecer à todos que me mandaram mensagens e pedir que deixem review também!!! Please, preciso saber o que vocês estão achando...

Beijinhos, Luci Potter.

Próxima atualização: 08/12

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