Capítulo 1 - O Convite



Aquela estava sendo uma das mais entediadas férias de Harry Potter, o garoto não tinha o que fazer e nem para onde ir. Rony não o havia convidado para passar alguns dias em sua casa, aliás, nem uma correspondência o garoto havia mandado. Hermione também não havia mandado nenhuma correspondência

Naquela noite, Harry encontrava-se deitado em sua cama, não tinha sono, Edwiges havia saído para caçar, ele já havia feito todos os deveres passados para as férias, não tinha nada para fazer. Estando completamente entediado, o garoto observava o céu negro, cheio de estrelas, sem nenhuma nuvem. A lua crescente brilhava, iluminado, juntamente com os lampiões, a rua dos Alfeneiros. Algo ao longe chamou sua atenção, um pequeno ponto branco que ia crescendo, se aproximando, logo pôde perceber que era sua coruja, Edwiges, e logo atrás a corujinha de seu amigo Rony, Pítchi.

O garoto sentou-se em sua cama e as corujas pousaram. Edwiges fez questão de manter a postura de uma coruja profissional, esticando a pata assim que pousou. Pítchi tentava fazer o mesmo, mas sempre caia, desistindo, a pequena coruja passou a voar em cima da cabeça de Harry.

O garoto pegou primeiro a carta de Edwiges, que descansou a pata e voou direto para sua gaiola. Reconhecendo a letra de Hermione, Harry abriu a carta, sorridente. O pergaminho era pequeno, e havia pouca coisa escrita também, que ele leu atentamente.


“Querido Harry,
Como estão suas férias? Espero que esteja sendo diferente das anteriores.
Sabe, estive pensando se você gostaria de passar o restante das férias aqui
em casa.
O Rony está viajando com a família pra Romênia, ele te contou?
Estou morrendo de saudades dos dois, espero vê-los logo, ao menos você, se
possível.
Responda logo, por favor.
Beijos,
Hermione.”


Ele sorriu ao ler a carta, uma grande euforia tomou conta de si. Ver Hermione, passar as férias com ela, é uma das coisas que ele mais desejava, e com isso tudo, ainda sairia da casa de seus tios. Queria responder logo a carta da amiga, mas o pio da coruja de Rony estava incomodando-o bastante. Ele segurou a pequena coruja em suas mãos, fazendo-a aquietar-se. Retirou a carta da perna da coruja, que saiu voando noite a fora. Já sabia que a carta era de Rony, pois, além da coruja ser dele, a letra era completamente desorganizada. Abriu e a leu rapidamente, pois também era pequena.

“Harry,
Tudo bem com você, cara?
Como estão as férias?
Desculpa, não vou poder te chamar para poder passar as férias em minha
casa.
Estou na Romênia com o papai e a mamãe, eles decidiram vir visitar
Carlinhos.
Vai pra casa da Mione?
Abraços,
Rony.”


Contorceu o rosto em uma expressão de leve chateação, seria legal passar as férias com Rony na casa de Mione. Um lugar diferente, qual nunca havia ido, e com os amigos, seria ótimo, mas tinha que se conformar. Mas também seria ótimo passar o resto das férias com a amiga, seu coração acelerava só de imaginar isso. Pegou a carta dela, releu algumas vezes, e decidiu responde-la primeiro, com um enorme sorriso tomando conta de seu rosto agora. Levantou-se de sua cama e andou até a escrivaninha, sentando-se e abrindo um pergaminho sobre a mesa, molhou a pena no tinteiro, e procurando caprichar na letra, respondeu.

“Mione,
Não, as minhas férias estão iguais as outras.
E é claro que eu topo ir pra sua casa, estou com saudades.
Mas, quando vou? Alguém vai vir me buscar ou eu vou sozinho mesmo?
Não vejo a hora!
Beijos,
Harry.”


Sem demorar mais nenhum minuto, chamou sua coruja, que logo voou para cima da escrivaninha. Amarrou a carta em uma de suas patas e acariciou-lhe a cabeça, dizendo-lhe que levasse para Hermione, e que esperasse a resposta, mas sem incomodar a garota.

Sentou-se em sua cama novamente e ficou observando a coruja levantar vôo e desaparecer no seu negro. Começou a apanhar as coisas que estavam em cima da cama, livros, recortes de jornais, coisas da mesa de cabeceira... Puxou o malão de baixo da cama, e começou a guardar tudo de qualquer jeito, queria estar pronto pro dia, mesmo sem saber qual seria este dia. Demorou pouco com a mala, foi jogando tudo que via pela frente dentro, até, com um pouco de custo, fecha-lo e guarda-lo em um canto, com a gaiola de Edwiges por cima. Com tudo isso, esquecera-se de Rony, da resposta que deveria mandar-lhe, mas pouco se importava.

Ainda imensamente eufórico, deitou-se em sua cama, olhando o teto, sentia-se diferente, essa felicidade que sentia não era nenhum pouco comum, ele sabia disso, mas nem imaginava porque se sentia tão feliz, tão eufórico, achava que era somente porque precisava ver um rosto amigo.

Fechou os olhos, eles ardiam, as pálpebras pesavam, sua respiração tornou-se lenta e pesada, imagens tomaram conta de sua mente, todas elas muito boas, nunca havia dormido tão bem em toda sua vida.



Harry sentia várias nervosas agulhadas, picadas, bicadas, não sabia o que era, em sua face. Estava esparramado na cama, seus olhos ardiam pela forte luz que vinha de fora do quarto e que lhe atingia diretamente no rosto, não devia ser mais que oito horas. Abriu e fechou os olhos várias vezes, até o quarto entrar em foco, e assim poder ver que era Edwiges que lhe bicava a face, causando-lhe alguns machucadinhos. Segurou a coruja com força afastando-a de seu rosto e sentou-se na cama.

- Voltou cedo! Podia me acordar com mais calma. Ai! O que há com você? – A coruja havia bicado-lhe a mão. – Hm... Trouxe algo pra mim?

A coruja, com um pequeno mau humor, estendeu-lhe a pata direita, qual havia um pedaço de pergaminho amarrado. Harry segurou a coruja com uma de suas mãos e com a outra retirou o pergaminho, soltou-a, e ela voou direto para a gaiola dela.

Pouco se importando com a coruja, ele abriu o bilhete e o leu várias vezes, sorrindo largamente.

“Querido Harry,
Fiquei imensamente feliz em saber que topa vir pra cá!
Passo aí dois dias antes de seu aniversário, às 10 da manhã.
Esteja pronto, em Sr. Potter!
Beijos e até,
Hermione”


Ele riu com a formalidade da garota... “Sr. Potter? Ela acha que está falando com o quem? O Ministro da Magia?”. Procurou o calendário que ficava pregado na parede, faltava somente três dias para seu aniversário, significava que na manhã seguinte ela estaria ali! Desceu para tomar café com os Dursley extremamente feliz, sem se importar com o pouco que comeria, por causa da nova dieta de Duda, ou com a grosseria do tio, ou até mesmo com as expressões de espanto e curiosidade dos três, ao perceberem a felicidade do garoto. Os tios e o primo estavam tão aterrorizados com a idéia de que a poucos dias ele poderia usar magia, que ele decidiu não falar nada, só para ver a expressão do tio. Aquele dia passou estranhamente rápido, e quando chegou a noite, mal podia esperar para que amanhecesse logo.



Acordou cedo naquele dia, não devia ser mais que 7 horas. Tomou um rápido banho, e se enfiou em um jeans surrado e exageradamente grande e um moletom preto, que havia se tornado cinza de tão gasto que estava, que um dia foram de seu primo, prendendo-as com um cinto. Calçou os tênis pretos, passou várias vezes o pente pelo cabelo, tentando dar um jeito na cabeleira rebelde. Desceu para sala e sentou-se de frente pra TV, esperando a garota chegar. Estava tão ansioso, que consultava o relógio de 10 em 10 minutos, fazendo seu tio explodir-se com ele, mas ele pouco se importava.

Quando o relógio marcou 10 horas, a campainha tocou. Seu coração disparou, o sangue subiu-lhe a face, a vontade de abrir a porta era imensa, mas deixou que sua tia fosse, para ver sua reação. Ouviu passos no corredor, era Tia Petúnia, o rangido da porta ao ser aberta, e a voz de sua tia soou com um falso encanto e simpatia.

- Ah... Olá, querida! Só um minuto, vou chamar o Duda pra você! Duda, querido, você... – mas foi interrompida pela garota.

- Não, eu não quero falar com seu filho, Duda. Vim ver o Harry, Sra. Dursley.

Na sala ao lado, Harry ainda encontrava-se sentado, Tio Valter olhava-o como se quisesse mata-lo, o rosto havia adquirido um tom vermelho, e o bigode parece mexer, mesmo sem ele falar. Não se contendo de vontade de ver a garota, levantou-se e saiu para o corredor, olhou para porta, seu queixo quase foi parar no chão. Hermione estava linda, pela primeira vez se deu conta da mulher que a garota havia se tornado, não era mais aquela menininha que havia conhecido em seu primeiro ano em Hogwarts. Olhou-a de cima a baixo, havia crescido bastante naquelas férias, assim como ele. Tinha grande parte do cabelo solto, e a outra parte, eram duas mechas, que contornavam-lhe meia cabeça e prendiam-se atrás, em uma fina trança. Os traços do rosto dela nunca lhe pareceram tão belos. O castanho dos olhos dela nunca lhe chamara tanta atenção como agora, realçavam-se com o delineador preto com o qual havia contornado os olhos. Havia um pequeno sombreado em seus olhos, um sombreado natural, de cansaço, falta de sono talvez, mas nada que atrapalhasse a beleza que encantava o garoto. As bochechas, levemente rosadas, tinham um brilho natural, que aumentava com a luz do sol, que atingia-lhe de leve o rosto. Os lábios, abertos em um largo sorriso, estavam rosados e brilhantes, ela havia passo algo ali, disso ele tinha certeza. Até os dentes dela lhe chamavam atenção, brancos, certinhos. Preso no pescoço, caindo-lhe no colo, havia um colar de corrente de prata, com um pequeno pingente, um crucifixo, também de prata. Estava vestida em trajes trouxas bem simples. A blusa era branca, tinha o contorno de uma flor em alto relevo, preto, como detalhe ao centro, de mangas curtas, sem decote algum, que ajustava-se perfeitamente em seus seios e abdômen, indo pra dentro da calça. A calça era um jeans simples, que prendia-se na cintura com um cinto preto, levemente folgada nas pernas, e de boca pequena. Nos pés, calçava o comum All-star, preto com branco e uma fina linha vermelha, como detalhe. Ela estava realmente muito bonita, e, com certeza, havia mudado bastante, pelo menos fora agora que ele percebeu isso.

A garota, ao vê-lo no corredor, saiu disparada até ele, ignorando completamente Petúnia, que olhava a cena, com olhos exageradamente arregalados. Abraçou-o forte, sorrindo alegremente.

- Harry! Que saudade que você!

- Também estava cheio de saudade... – Disse, ainda sorrindo.

- Vamos? Onde estão suas coisas? – Ela o havia soltado e olhava-o de forma descontraída.

- Está no quarto, vamos até lá busca-las.

Hermione assentiu com a cabeça e subiu as escadas logo atrás de Harry. Entraram no quarto do garoto, um lugar não muito arrumado. Ele puxou o malão do mesmo lugar que havia guardado-o dias antes. Segurava na outra mão a gaiola de Edwiges, vazia. A coruja havia saído para caçar e ainda não voltara. Rindo do esforço de Harry com o malão, ela lançou um feitiço no mesmo, que tornou-se estranhamente leve, e logo lançou mais um outro, que fez o malão levitar.

- É só fingir que o carrega. Nada de esforço.

- Ótimo. Obrigado, Mione. Não sei o que seria de mim sem você.

- Não se preocupe, daqui alguns dias poderá descobrir.

- Claro, claro. Dois dias... Nada como me tornar maior de idade.

Rindo, eles desceram as escadas e seguiram para fora da casa. Harry não se despedira de ninguém, deixou para trás três trouxas abobados, que não estavam entendendo quase nada.


Seguiram pela rua até encontrarem um ponto de ônibus, não demorou muito e logo estavam dentro de um ônibus vazio, ocupado apenas pelo motorista e o trocador. Pagaram as passagens e seguiram para o fim do ônibus. Harry sentou-se próximo a janela e Hermione ao seu lado. Ela se espreguiçou, ajeitando-se no banco, de forma a ficar um pouco mais confortável.

- Odeio acordar cedo... Só você pra me fazer levantar às 6 horas. ‘Tô com sono.

- Nossa! É quanto tempo daqui até sua casa?

- Hm... De ônibus leva cerca de duas horas.

- Que?! Você gasta duas horas pra se arrumar e tomar café?!

- Uhum... E olhe que quase não deu tempo de tomar café.

- Garotas!...

Ela sorriu, um leve som, parecido de um riso, saiu por seus lábios. Harry sorriu de volta, e terminando a conversa, passou a olhar as paisagens pela janela do ônibus. Hermione parecia estar mesmo muito cansada. Estava tão cansada que pouco tempo depois Harry sentiu um peso a mais em seu ombro, Hermione havia adormecido, encostando-se nele. Sorrindo, ele fez um leve carinho no rosto da amiga e passou a brincar com os cabelos dela, deslizando mechas por entre os dedos, e enrolando nos mesmo as pontas do cabelo. Seus olhos concentravam-se no rosto dela, e a lembrança de quando ela chegou na casa de seus tios dominava-lhe a mente. Era ela muito linda, muito mesmo. Tolo ele, que não havia notado isso antes. E por grande parte da viagem, ele conseguia pensar só nisso, em como era ela linda.

Uma hora e meia depois, Harry decide acordar Hermione, achava que já deviam estar chegando, fazia um tempo que haviam entrado no ônibus.

- Mione! Mioonee! Hey... Acorda... – Ele sussurrava calmamente no ouvido dele.

Ela se moveu, desencostando a cabeça do ombro dele, e lentamente abriu os olhos, assustando-se um pouco ao ver os olhos extremamente verdes, cobertos pelas lentes dos óculos, bem próximos dela.

- Ha...Ha...rry?!

- Sim, eu mesmo, Mione!

- Desculpa... É... Por ter dormido bem, bem...

- Bem em cima de mim? – Ele completou, observando a garota corar-se um pouco.

- É... É... Isso mesmo!

Ele riu levemente, observando-a corar mais ainda, envergonhada de sua atitude, de ter dormido no ombro dele, e acordado tão próximo.

- Hermione Granger! Você envergonhada por dormir no meu ombro?! No ombro de um amigo?!

Ela riu também, de forma tímida. Tentou mudar de assunto, viu que estavam próximos. Desceriam no próximo ponto.

- Hey, chegamos! Vamos?

O garoto assentiu com a cabeça, e os dois se levantaram. Ele segurava o malão, e ela deu sinal. Logo o ônibus parou e eles desceram. Harry deparou-se com uma rua bastante organizada. A grande maioria das casas eram pequenas, porém de uma arquitetura que demonstravam serem organizadas. Todas com parede muito limpas e bem pintadas, algumas com jardins na frente, jardins bem cuidados, outras somente com garagens. Andaram um pouco, indo em direção ao final da rua. Pararam de frente pra uma casa grande, na verdade, enorme. Era a maior casa da rua, e era bem maior que as outras. Meio sem jeito, ela indicou a casa com a mão.

- É esta aqui!

- Nossa, que grande! – Harry sorriu para amiga, olhando depois a casa.

- Ah! Nem é tão grande assim, Sr. Potter!

Os dois riram, atravessando o jardim, indo em direção a porta da casa. Hermione ia cantarolando algo agitado, e Harry mantinha-se calado, somente observando e acompanhando aa garota em direção a porta feita de carvalho, com detalhes em vidro. Ela puxou a uma penca de chave do bolso, onde havia três chaves e dois meigos chaveirinhos. Enfiou a chave na fechadura e destrancou a porta.

- Bem vindo à casa dos Granger, Harry! – Olhando-o, sorrindo, ela retirou a chave da fechadura, girou a maçaneta e empurrou a porta...


...

• Hm...i.i Ficou um pouquinho grande também.
• Desculpem =/
• E desculpem também a demora por postar \o
• Bem... Agora está tudo de volta =]
• Ver se posto com mais freqüencia...
• E ainda espero que estejam gostando das modifikações i.i
• ^^"

• Obg. =]

• By Anie

...

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