Prefácio



Harry sentia sua cicatriz doer novamente, não era uma daquelas dorzinhas que costumava sentir, e sim a pior que já havia sentido. Custava a manter os olhos abertos por causa da dor quase insuportável, eles ardiam, queimavam. Fechou os olhos, na esperança de amenizar a dor, mas algo estranho começou a ser formar em sua mente. Era uma das já conhecidas visões que tivera em grande quantidade no ano interior. Essa, porém, era diferente, estranha até. Lord Voldemort estava em um lugar que ele conhecia bem, e junto dele encontravam-se seus mais fiéis seguidores. Harry não conseguia se recordar que lugar seria aquele e muito menos conseguia escutar o que eles diziam, mas tinha a certeza de que estavam tramando algo, e algo nada bom. O rapaz, com muito custo, abriu os olhos e olhou através da janela do dormitório. Os detalhes da Floresta Proibida ao poucos foram se revelando para ele. As verdes folhas das imensas arvores balançavam-se graciosamente com a brisa daquela tarde, e aos poucos tudo foi se esclarecendo para ele.

- É claro! Já era de se esperar... A Floresta Proibida.

Não se importando mais com a dor que sentia, Harry retirou seu malão de baixo da cama e o abriu com um pequeno pontapé. Abaixou-se, tateando suas roupas a procura da varinha. Logo a encontrou, e junto dela, achou mais algo, que chamou sua atenção. Era a moeda que Hermione havia transfigurado para os encontros da AD. Ele examinou por alguns segundos aquela preciosa moeda, e logo mandou uma mensagem a todos os outros integrantes da AD, pedindo a eles que se encontrassem com ele em frente o lugar onde eram as reuniões, em frente da sala precisa.

Ainda sentindo aquela horrível dor, Harry enfiou a varinha no bolso da calça e saiu disparado do dormitório. Sem dar atenção às pessoas que murmuravam com sua passagem, estranhando a correria do menino, ele saiu do Salão Comunal e subiu direto para o sétimo andar. Girou a cabeça em todas as direções, tentando enxergar algo, e logo deparou-se com Rony, Hermione, Neville e Luna, que vinham correndo até ele. Ele os olhou por alguns instantes, procurando uma forma de contar-lhes, sem que eles achassem que era só uma alucinação.

- Fale, Harry! Por que nos chamou aqui? – Hermione disse, olhando ansiosa e preocupada para ele.

- Bem... Queria avisar-lhes longe de todos... Estou indo até a Floresta Proibida.

- O que? Mas... O que você vai fazer lá? – Agora era Rony quem falava, carregava em seu rosto uma expressão de dúvida.

- Olha... eu não sei como explicar isso a vocês... é estranho... mas bem, eu tenho certeza que está realmente acontecendo. Lembram-se daquelas visões que eu tinha no ano passado? Bem... É uma igual aquelas... Sim, com Voldemort, Mione. – A garota olhava-o, havia murmurado uma pergunta que levava a esta resposta... – E bem... Ele está aqui... na Floresta Proibia... ele e mais cinco Comensais... E eu vou lá... tenho que ir, O.K.?

- Ta. Nós também vamos. – Disse Hermione, parecendo bastante decidida.

- O que? Não, vocês não vão! Mas não mesmo... Se alguma coisa acontecer a qualquer um de vocês, nunca irei me perdoar.

- Sim, nós vamos sim! Não mandei você nos chamar aqui, agora nós vamos. Já provamos a você que somos capazes. E outra, se você morrer, Voldemort irá ficar mais forte, muito mais forte. E aí, o que será de nós? Vai ser uma questão de pouco tempo até ele matar todos àqueles que nunca irão se aliar a ele, no caso, nós. Nós iremos! Certo? Rony, Neville, Luna?

Os três concordaram em ir, apoiando plenamente a teoria de Hermione. Disseram que ajudariam Harry até a morte, e se aquele dia fosse o dia da morte deles, morreriam felizes, pois muitas vezes puderam ajudar.

Vendo o empenho dos amigos, Hermione sorriu de forma carinhosa para Harry, fazendo-o ficar levemente envergonhado.

- Bem... Já que não posso impedi-los, tudo pronto? Vocês estão bem?

Todos concordaram, e sem mais conversas dispararam pelo corredor. Desceram as escadas, tomando cuidado com os degraus podres, passaram pelo Saguão de Entrada, onde encontraram a porta ainda aberta.

O dia estava muito bonito, o céu, aos poucos, adquiria um leve tom avermelhado, indicando que a noite estava chegando, e trazia consigo a última batalha.

O grupo atravessou silenciosamente o jardim, correndo. Adentraram juntos à Floresta. Harry ia à frente, havia prevenido todos, pedindo que ficassem atentos enquanto estivessem ali, ele próprio tivera experiências não muito boas ali. À medida que adentravam a floresta, tudo tornava-se mais escuro, o céu ia adquirindo um tom enegrecido, a mata começava a ficar mais densa, mas ninguém ousava acender a varinha, para que não fossem descobertos, estavam usando àquela escuridão a seu favor. Caminharam por mais meia hora, até que avistaram uma clareira. Havia ali uma luz azul muito forte. Um pouco mais à frente, Neville avistou um ser encapuzado. Não conseguiu identificar quem era, e nem podiam se preocupar com isso agora, porque, para a infelicidade do grupo, o homem ia caminhando na direção em que eles estavam, mas parecia não os ter visto.

Hermione deu alguns passos para frente e ergueu a varinha, atingindo o homem com um feitiço não-verbal, que caiu paralisado no chão. Harry olhou a garota sorrindo, e disse um pouco mais aliviado:

- Que bom que ao menos uma de nós é ótima em feitiços não-verbais.

Ela desviou os olhos dele, havia corado, sentia as bochechas queimarem.

Felizmente eles voltaram a adentrar a mata, sem que Hermione pudesse responder ao comentário. Seguiram em direção à claridade, avistando, quando estavam bem próximos, mais quatro Comensais da Morte. Eles falavam algo pouco compreensível, algo relacionado à Potter, Hogwarts e matança. Tirando isso, não conseguiram escutar mais nada, Neville havia tropeçado em uma pedra e caído no chão na frente dos Comensais, que se levantaram para rir do garoto, interrompendo imediatamente o assunto.

Como se mais nada importasse, os Comensais se desfizeram de suas mascaras e retiraram o capuz, revelando, assim, suas identidades. Harry ficou boquiaberto ao ver quem participava daquele grupinho. Não que não houvesse desconfiança, mas ele sempre quis acreditar que não era verdade. O garoto deu alguns passos para frente, olhando-os, e disse, levemente surpreso:

- Snape? Malfoy? Comensais?

- Você é cego ou o que, Potter? – O ex-professor de Poções e atual professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, Severo Snape, disse aquelas palavras com desprezo, olhando o rapaz, enojado. – É claro que você não imaginava, não é, Potter? Sempre confiou naquele diretorzinho, Dumbledore.

Harry olhava Snape, completamente enfurecido. Não conseguia dizer-lhe nada, a raiva que sentia era tanta que a única coisa que queria fazer era encher-lhe de soco.

Draco permanecia somente olhando os dois, levemente amedrontado.

Hermione havia se colocado na frente de Belatriz Lestrange, a terceira Comensal que estava ali. A mulher olhava-a com insignificância, e como se quisesse deixar isso bem claro, riu na cara da garota. Uma risada aguda, maléfica, fria, que ecoou pela Floresta.

- Você! Uma sangue-ruim de 16 anos! Hahahaha! Tem certeza que pode me enfrentar, verme?

- Não só posso como vou, e ainda farei um enorme estrago nessa sua cara de cavalo, sua... sua... nojenta! – Hermione falava, completamente enojada, apontando a varinha para sua adversária.

Ouviu-se uma outra risada, estridente. Dessa vez não era Belatriz, nem uma mulher, era um garoto de cabelos loiros, que havia deixado de olhar Harry e Snape. Draco Malfoy. Ele olhou Neville com desdém.

- Longbottom! Você por aqui? Veio atrapalhar seus queridos amigos, foi? – Malfoy sorriu sarcasticamente, dando outra risada. – Pensei que havia esquecido seu cérebro, mas vejo que sua linda “vovó” lhe mandou um Lembrol, que não deixou você esquecer!

Enraivecido, Neville cerrou os dentes e ergueu a varinha na altura do pescoço de Malfoy, que aproveitou a agitação dele para outro comentário de mal gosto.

- Vamos com calma, Longbottom. Minha varinha está ansiosa para fazer com que vá morar com seus lindos paizinhos.

Snape sorriu, misterioso.

- Então... Bem... Terei que acabar com “isso” aqui? – Ele olhava Rony, como se ele fosse somente bichinho chato. – Interessante! Não vejo a hora de acabar com tal inseto!

Rony sentiu a fúria crescer dentro de si, lançando, assim, um olhar ameaçador ao professor. Segurou mais firmemente a varinha, apontando-a para ele.

- Veremos!

Um pouco mais ao lado, Luna Lovegood estava parada ao lado da quarta Comensal. Ela olhou a mulher com um olhar bem diferente do que costumava carregar, olhava-a como se quisesse mata-la com os olhos. Narcisa Malfoy, retribuiu o olhar com um mais enojado possível, reforçando assim, sua aparência de quem tem algo muito ruim debaixo do nariz.

- Então sobrou isso daqui pra mim? Vou ter que acabar com essa coisa?

- É... Acho que sim, Ciça. – Disse Belatriz.

- Oh! Que lindo! Essa pequena idiota acha que pode comigo! – Seu tom de voz era o mais sarcástico possível, e ela uma risada estridente, muito parecida com a do filho e da irmã. – Prepare-se para morrer, bebezinho!

Luna ergueu um pouco a cabeça, querendo mostrar-se maior do que era, ainda olhando ameaçadoramente a mulher em sua frente.

- Veremos quem é idiota, vagabunda!

Hermione olhou Harry, lançando a ele um sorriso e um olhar confiante:

- Vá, ou então não conseguirá alcançar Voldemort. Não se preocupe, nós cuidaremos deles!

- Obrigado, Hermione. – Ele sorriu de volta para ela e saiu correndo.





A luta havia começado! Draco e Neville, Hermione e Belatriz, Narcisa e Luna. Severus e Rony.

Malfoy nem sua mãe tiveram muita sorte. O garoto havia desossado um braço de Neville, mas ao lançar um outro feitiço, errou a pronuncia, fazendo com que o feitiço voltasse contra ele, fazendo com que suas mãos desaparecessem.



- Longbottom, seu idiota! Você me paga! – Malfoy olhou Neville, ameaçando-o não só com as palavras, mas também com os olhos. Muito preocupado e bastante desesperado, olhou para onde deveriam estar suas mãos.

- Draco! Meu filho! – Narcisa havia ido ao socorro de Draco, extremamente preocupada.

Enquanto isso, Luna fazia de tudo para que sua varinha funcionasse, ela não lançava um feitiço sequer. A garota sacudiu a varinha, deu algumas pancadinhas nela com a mão, esfregou-a na roupa, mas nada adiantou. Ao ver sua adversária distraída, abaixada ao lado do filho, socorrendo-o, ocorreu-lhe outra idéia. Desistindo da varinha, guardou-a no bolso da calça, e com gestos despreocupados, acertou o cotovelo na nuca de Narcisa, fazendo-a desmaiar ali mesmo, e fazendo com que Draco ficasse mais que desesperado.


Um pouco mais ao lado, Hermione e Belatriz duelavam. As duas lançavam feitiços sem parar, mas sempre uma desviava-se da outra. A luta entre as duas não estava sendo fácil, principalmente para Mione, que tinha um profundo corte em sua perna e que estava bastante cansada. A garota olhou Belatriz, sentia raiva daquela mulher, nojo. Belatriz Lestrange, a Comensal que havia matado Sirius Black, além de ser padrinho de Harry, era um grande amigo da garota.

- O que é agora, sangue-ruim? Está cansada? Sua perna está doendo muito, é? O que acha de se render? – Belatriz disse, ao ver a expressão de extremo cansaço de sua oponente. Com um sorriso de quem estava sentindo um imenso prazer em fazer algo, a Comensal ergueu a varinha, olhando Hermione. – Imperius!

Hermione havia sido atingida, não tinha mais forças para desviar dos feitiços e maldições de Belatriz. A garota estava reunindo todas as suas forças para resistir a maldição, algo vinha de dentro dela, dizendo-a para resistir. Após ter resistido a grande parte da maldição, resolveu fazer o jogo de Belatriz, fingindo estar dominada por ela. Belatriz continuou sorrindo, agora, satisfeita.

- Isso... vamos lá, curve-se! – Mione obedeceu Belatriz, querendo mostrar-se enfeitiçada. – Muito bem! De pé, agora... Ótimo, boa garota! Aprende rápido, não? Agora, algo melhor. Mate seus amigos, sangue-ruim!

Hermione virou-se em direção à Neville, que a olhou, amedrontado. Depois virou-se para Luna, que tinha os olhos arregalados, em seguida, virando-se para Rony, que não prestava atenção na garota, por fim, virou-se para Belatriz, com a varinha em punho, e sem permitir que a mulher reagisse, berrou três feitiços seguidos:

- EXPELLIARMUS! – A Comensal cambaleou para trás, instantaneamente, sua varinha voou para a mão da garota. – PETRIFICUS TOTALUS! – A mulher enrijeceu, adquirindo um tom azulado como se tivesse sido congelada, e caindo para trás. – ESTUPEFAÇA! – Os olhos da mulher fecharam, ela havia desmaiado.

Hermione olhou triunfante para a mulher caída no chão, e um pequeno sorriso formou-se em seus lábios.

- Você é realmente muito burra! EU venci! - Disse a garota, enfatizando bastante o “Eu”, e logo em seguida, sem mais forças, caindo no chão, desmaiada.

- HERMIONE!!! NÃO!!! – Rony gritou, ao ver a amiga caindo no chão, mas não podia fazer nada.

Snape aproveitou a distração de Rony e lançou-lhe um feitiço que o fez ir ao chão. O feitiço havia quebrado as duas pernas do garoto, ele sentia uma dor horrível e não conseguia mais colocar-se de pé.

Os olhos do ruivo percorreram o local, encontrando Neville e Luna socorrendo Hermione, olhou os dois, como um pedido de socorro, e sem mais esperar, ergueu a varinha em direção a Snape, que disse:

- Acha que pode me vencer nessas condições? Ha-Ha-Ha! Faça-me rir!

- Não só posso, como vou!

No mesmo instante, Neville e Luna colocaram-se de pé. Rony olhava nos olhos de Snape, distraindo-o. Segurou firmemente a varinha e lançou um feitiço estuporante em Snape, que desviou, mas levou outros dois, que foram lançados por Neville e Luna.

Já muito cansados, o grupo de amigos sentaram-se no chão, Luna ajudou Rony, e Neville havia ajeitado Hermione no chão, desistindo de acorda-la. Eles se olharam, felizes por conseguirem derrotar quatro Comensais, mas preocupados com Harry. Restava somente esperar.



O jovem Harry Potter deixou seus amigos para trás, lutando com Comensais, e seguiu em frente, indo a procura de Voldemort. Não demorou muito para encontra-lo, cerca de dez minutos e já estava cara-a-cara com o homem mais feio que já havia visto. Sua face era praticamente reta, rija. Seus olhos eram vermelhos, havia duas pequenas fendas em lugar de nariz, e no lugar da boca, havia somente um rasgo. O homem lembrava uma cobra, era feio, não tinha nenhum pelo no corpo, o que deixava sua aparência mais horripilante, e sua voz lembrava o som que uma cobra fazia com sua língua, um sibilo.

O homem sorriu para o garoto, mas não era um sorriso nada bom, e nada agradável de ser visto. Ele parecia estar esperando o garoto, e a chegada dele, mesmo demorada, havia lhe proporcionado alguma alegria naquele dia, o dia que achava que seria o dia de sua glória, porém estava enganado.

- Harry Potter! É feio deixar as pessoas esperando...

- Tive alguns contratempos, mas aqui estou, pronto para lhe derrotar!

Harry estava extremamente nervoso, sabia que suas chances contra Voldemort eram mínimas, mas mesmo assim dizia palavras firmes, que lhe davam um pouco de autoconfiança.

- Me derrotar? – O homem deu uma gargalhada estridente, olhando para o garoto como se olhasse para uma mosca. – Sabe que não consegue, Potter. Você é um nada! Não tem mais sua mamãezinha, Lílian, para lhe proteger.

- Não ouse dizer o nome de minha mãe! E sim, eu irei lhe derrotar! Prepare-se para morrer, “Lord Voldemort”!

Harry olhou ameaçadoramente para Voldemort, o garoto odiava-o acima de qualquer coisa. Naqueles instantes, antes do primeiro feitiço lançado por Voldemort, o garoto passou a se lembrar de seus amigos, de Hermione, de seus pais, seu padrinho, os professores de Hogwarts, aurores, bruxos que trabalhavam no Ministério, no Beco Diagonal, em toda sociedade bruxa, homens que tinham uma vida pela frente, tinham filhos para criar e muitas outras pessoas para amar. Amor, ah sim! Amor... Único sentimento que Voldemort não possuía, o garoto se concentrou em todos que amava, todos àqueles que foram, são e serão especiais para ele e olhou seriamente para o bruxo.

Voldemort olhou o garoto, achando aquilo a coisa mais fácil Não havia ninguém para protege-lo e nem como ele fugir, agora era definitivo. Lançou um, dois feitiços nos garoto, que usou o feitiço de proteção para barrá-los. O homem passou a usar feitiços mais fortes, um atrás do outro, mas o estranho é que não acontecia nada, aquele infeliz garoto nem sequer se movia. Sentiu uma fúria enorme, continuou bombardeando o garoto com feitiços e maldições, uma hora algo aconteceria.

E realmente aconteceu, o mais inesperado. Quando Harry lançou seu primeiro feitiço no bruxo das trevas, ele estranhamente voou para trás, batendo fortemente as costas numa arvore e caindo no chão. O bruxo levantou-se rapidamente, e estranhando aquilo, Harry passou a usar feitiços cada vez mais fortes, e a cada feitiços lançado, algo estranho acontecia com Voldemort, ele era fortemente atingido.

Voldemort tentava ainda lançar feitiços em Harry, mas viu que nenhum atingia o garoto, mas os do garoto contra ele causava-lhe danos imensos. Tentou lançar a Maldição da Morte, mas sua varinha foi para trás, e sua mão endureceu. Passou a não sentir mais os dedos, e logo em seguida já não sentia sua mão, eles haviam virado pó. Olhou Harry furioso e andou decididamente até ele, com a esperança de enforca-lo. Porém o garoto continuava lançando feitiços, deixando Voldemort cada vez mais fraco.

O bruxo sentia-se fraco agora, imagens de pessoas que havia matado passava por sua cabeça, fazendo-o ficar desesperado. Todos olhavam-no com coragem, tinham olhares ameaçadores, minutos antes de morrerem. Pretendiam enfrenta-lo para protegerem alguém, ou para até mesmo salvarem suas vidas, mas acabaram morrendo. Uma mulher, conhecida como Lílian Evans Potter apareceu em sua mente. Ela era não só a mulher que ele mais odiava, mas como também a mulher que mais “amava” o garoto na sua frente. A cena da morte dela passou em sua cabeça como se ele tivesse vivenciando-a naquele momento. Havia primeiro matado Potter, e passando por cima dele, foi em direção a esposa dele, que protegia o garoto, abraçando-o. Ela havia deixando o menino no berço e postado-se para acabar com Voldemort, dizendo que ele levaria ela, mas não o garoto, e foi bem assim que aconteceu. Com uma risada estridente, Voldemort matou a mulher, mas quando lançou a Maldição no garoto, tudo simplesmente apagou-se.

Aquela lembrança deixou Voldemort mais fraco ainda, mas ele não desistiu. Recuperou a varinha, segurando-a com a outra mão, assim lançando feitiços no garoto, feitiço atrás de feitiço, maldição atrás de maldição. Nada acontecia com o garoto, para fúria dele. Sentiu que um outro pedaço de si caia, era a outra mão. Urrou de raiva e desespero, não podia fazer mais nada, deu alguns passos para frente, em direção ao garoto, mas já era tarde demais.

Lord Voldemort, graças ao amor que Harry sentia, graças aos sentimentos bons que ele tinha com relação ao mundo bruxo, graças a Lílian Potter, morreu. Sua morte foi estranha, mas definitiva. O mais temido bruxo das trevas de todos os tempos simplesmente virou pó. Pedaços de seu corpo foram decompondo-se, soltando de seu corpo como se ele fosse um boneco e virando pó.

Harry Potter, o menino que sobreviveu mais uma vez, olhou aquela cena. Enquanto o Lord das Trevas se decompunha, o menino sentia uma dor enorme em sua cicatriz, a dor era mais forte do que havia sentido mais cedo, naquele mesmo dia. Ele ajoelhou-se no chão, tentando conter a dor, mas aquilo estava tornando-se impossível. Repentinamente, tudo parou, não sentia mais dor alguma, e quando abriu os olhos, a única coisa que viu, foi um montinho de cinzas na sua frente e uma madeira feita de osso ao lado.



Harry conjurou um pequeno pote e recolheu as cinzas do bruxo das trevas. Pegou a varinha dele e guardou-a no bolso de sua calça juntamente da sua. E um pouco abobado, seguiu por onde havia vindo, indo em direção aos seus amigos.

Quando chegou a clareira, viu um Ronald Weasley ensangüentado, sentado no chão, com uma forte expressão de dor em seu rosto. Correu os olhos pelo local, e um pouco mais ao lado do amigo, estava Luna Lovegood, completamente assustada, os olhos arregalados. Olhou um pouco mais para o lado e viu o que temia tanto ver, Hermione desacordada. Pensamentos estranhos passava pela sua cabeça... Será que amiga estava morta? Não, ela não podia ter morrido. Voldemort havia sido morto e agora eles seriam todos felizes, teriam uma boa vida, sem mais surpresas. Neville se afastou da garota e ele ajoelhou-se ao lado da amiga, deslizando a mão pelo rosto dela.

- Her...Hermione... – Ele chamava-a, esperando que acordasse, mas a pequena tentativa foi em vão.

- Ela levou um feitiço da Belatriz, que cortou a perna dela, sangrou muito até que caiu aí, completamente fraca. – Rony olhava o amigo, triste até. – Snape quebrou minhas pernas, não posso me levantar. Luna está assustada com o que houve aqui, não sei como ela conseguiu enfrentar a Narcisa, Neville está normal, só um pouco chocado por causa de Hermione.

Harry os olhou, pensando no que fazer. Finalmente colocou uma mão nas costas da amiga, e outra atrás dos joelhos dela, erguendo-a do chão.

- Vou buscar ajuda, fiquem aqui! Vou aproveitar e leva-la para a ala hospitalar, ela parece estar em pior estado que vocês. Logo algum professor vem aqui.

Harry não esperou os amigos dizerem nada, saiu apressado dali, indo em direção ao castelo. Na entrada da floresta, encontrou Hagrid, que ficou um tanto espantado com o que viu.

- Harry! Hermione... O que aconteceu com vocês?

- Não tenho tempo para explicar agora, Hadrig. Vá até a professora McGonagall, e traga-a até a floresta, Luna, Rony e Neeville estão lá e precisam de ajuda. Vá! Rápido!

Harry saiu apressado, deixando um abobado Hagrid para trás. Instantes depois o grandão passou correndo por ele e adentrou o castelo.

Harry demorou um tempo para atravessar toda aquela distancia. Olhava Hermione, extremamente preocupado...

- Ah, Mione! Por que deixei que viesse? Nunca irei me perdoar se algo lhe acontecer, gosto muito de você.

Ele sdentrou o castelo e subiu disparado as escadas até a Ala hospitalar. Entrou rapidamente, chamando por Promfrey, e deitou Hermione em uma cama. Ele parecia desesperado, sentou-se ao lado da amiga, olhando-a com um certo pesar.

Ao ouvir seu nome, Pomfrey correu até a ala, ficando levemente assustada com a cena que viu. Um garoto todo machucado, trazendo uma garota desmaiada em seus braços. Logo reconheceu-os sendo Harry Potter e Hermione Granger, que muitas vezes já estiveram ali.

Promfrey medicava a garota, enquanto Harry olhava preocupado para a menina. Percebendo o jeito em que o garoto estava, Pomfrey sorriu e procurou acalma-lo.

- Sua namorada irá ficar bem, Sr. Potter. É só uma questão de dias e ela poderá sair daqui, novinha...

- Namorada? Ah... Não, Madame. A Sra. Está enganada... – Ele mostrou-se levemente nervoso com aquilo, ficando corado.

- Ah sim. Perdão.

O desconforto foi quebrado por Hagrid, que chegava com Rony em seus braços e Neville e Luna em seus calcanhares. A professora McGonagall vinha logo atrás do grupo.

- Anda, Hagrid. Deite o Sr. Weasley aqui! – Minerva havia se adiantado e indicava uma cama, de frente para a de Hermione para ele. – Vamos!

Hagrid obedeceu à professora. Luna e Neville sentaram-se em cadeiras próximas a de Harry.

- Como ela está, Harry? – Perguntou Rony.

- Bem, bem. Só terá que passar alguns dias aqui. – Harry sorriu, cansado, olhando o amigo.

- Hey! Falem baixo vocês dois! E eu quero cada um em uma cama. Já, já! E sem reclamações.

Os jovens se deitaram, cada um em cada cama, enquanto isso Pomfrey expulsava Minerva e Hagrid dali. Hagrid saiu na hora, mas Minerva demorou-se um pouco.

- Potter, quero que me conte tudo o que aconteceu... Passarei os dados para Dumbledore assim que ele chegar.

O garoto olhou seriamente a professora, e contou tudo a ela, com riqueza de detalhes, sendo interrompido por Rony algumas vezes, que acrescentava uma ou outra coisa.

Vendo a irritação de Pomfrey, McGonagall resolveu deixar os garotos descansarem e saiu da ala. Pomfrey cuidou da perna de Rony e deu a cada um deles um pouco da poção do sono, logo todos estavam dormindo tranqüilamente. Nem parecia que o mundo bruxo havia se livrado de seu mais perigoso Bruxo das Trevas.



Aos poucos os raios solares invadiam os corredores de Hogwarts, até deixarem o castelo completamente iluminado. O castelo começava a movimentar-se, alunos e professores levantavam-se para prepararem-se para o ultimo dia naquele castelo.

Na ala hospitalar, os “heróis” dormiam tranqüilamente, haviam passado dois dias ali já. Neville e Luna haviam sido liberados primeiro, no dia anterior. Incomodada com os raios de sol, Hermione foi a primeira acordar, olhou para todos os lados e abriu um largo sorriso ao ver que estavam todos bem, principalmente Harry, que parecia estar melhor que todos ali. Pensou por alguns instantes, decidindo quem acordar primeiro, e examinando atentamente Harry, decidiu que seria ele.

- Harry!!! Haaaarryyyy!!! Acorda, Harry! Anda logo!

O garoto não havia acordado, muito menos parecia estar vivo. Ela levantou-se, feliz por suas pernas estarem bem melhores e foi até ele.

- Harry... Harry? Harry! Acorda, dorminhoco! Vamos lá – Ela sacudia-o de leve, mas nem sinal de que ele havia acordado. – Argh! Como será que você acorda, em?! – Ela olhava-o, pensativa.

Logo um largo sorriso surgiu no rosto de Hermione, a garota sentia-se feliz com a idéia que acabara de ter, mas sentia-se levemente envergonhada, tanto que suas bochechas coraram levemente. A garota debruçou-se sobre Harry, e deu-lhe um carinhoso beijo na bochecha. Ele, reagindo ao beijo, espreguiçou-se sorrindo, um pouco corado também.

- Gostaria de ser acordado assim todos os dias. Normalmente Rony faz muito barulho.

- Bem, é sua chance de vingar-se dele – Disse a menina, rindo.

- Ah! Ótimo! Não irei perder mesmo...

Harry levantou-se rapidamente e acertou um travesseiro em Rony, Hermione fez o mesmo.

- Roniquiiiinhoooooo! Acorda! – Harry continuava acertando travesseiros no amigo.

- É, Rony. Acorda logo, vamos! Ronald Weasley! Acorde! Já! – Hermione também zoava o amigo, acertando-lhe travesseiros.

- Não, mãe! Me deixa dormir, vai... Só mais cinco minutinhos... Tava tendo um sonho tão bom com a Gabrielle... – Rony havia virado para o lado e resmungava, dormindo.

Harry e Hermione tentaram se conter, mas a vontade de rir era muito mais forte que eles. Caíram na gargalhada, não conseguiam parar, choravam de tanto rir, e a barriga deles começavam a ficar dolorida. Rony acordou e os olhou, abobado.

- O que é? De que vocês estão rindo, em?

- Rony, você gostar da irmã da Fleuma [Fleur]? – Hermione apressou-se em perguntar, tentando parar de rir.

- É... bem... Olha, não contem para ninguém, O.K.? – O garoto estava completamente corado, falava baixo, gaguejando levemente.

- Uhum... O.K.... Pode deixar... – Os dois responderam, ainda rindo muito.

Promfrey adentrou a ala, gritando com todos, os mandando deitar. Trazia consigo o café da manhã dos jovens, muito bem caprichado por sinal. Tomaram seus cafés, e meia hora mais tarde já estavam sendo liberados.

Os garotos saíram da ala muito felizes. Estavam sendo liberados, finalmente. Harry olhou para os amigos, sorrindo, meio cansado.

- Ultimo dia do nosso penúltimo ano em Hogwarts, em?!

- É... tem razão... como será depois, em?! – Disse Rony, com um olhar vago.

- Não sei, mas vamos, temos que arrumar nossas coisas para partirmos amanhã bem cedo. – Respondeu Hermione, de forma autoritária.



Anoiteceu rapidamente, o castelo estava movimentado, o falatório sobre a morte de Voldemort era grande.

Harry, Rony e Hermione desceram juntos para a cerimônia de encerramento de ano. O salão já estava cheio quando chegaram, e bandeiras vermelhas e douradas, com um enorme leão bordado estavam estendidas por todo salão. Os três se olharam, intrigados.

- Vocês sabiam que a Grifinória havia ganhado? – Perguntou Mione, estranhando.

- Não... – Respondeu Harry.

- Nem imaginávamos... – Complementou Rony.


Os três sentaram-se à mesa, ainda curiosos. Vários alunos cumprimentavam-nos, apertando-lhes a mão e lançando grandes sorrisos de gratidão. Eles não se sentiram muito à vontade com aquilo.
Antes que pudessem encostar no prato, Dumbledore levantou-se, pedindo a atenção de todos.

- É com grande prazer que vos cumprimento hoje... Como todos já sabem, o mais temido bruxo das trevas foi derrotado há dois dias. Sim, para aqueles que não acreditam ainda, Lord Voldemort foi derrotado, por ninguém mais, ninguém menos que Harry Potter, que teve a ajuda de seus amigos Ronald Weasley, Hermione Granger, Neville Longbottom e Luna Lovegood. Por isso que concedi o primeiro e o segundo lugar a Grifinória e Corvinal, respectivamente. Queria entregar-lhes também um premio de serviços prestados à Escola... Na verdade, Rufo Scrimgeour, atual Ministro da Magia, irá entregar-lhes o premio... Venham até aqui, por favor.

Os cinco amigos se levantaram, levemente envergonhados, e seguiram até onde Dumbledore estava, para receberem o premio, acompanhados de aplausos de todo salão.

O Ministro da Magia havia se postado ao lado de diretor e entregou a todos um troféu de prata, uma placa de prata, com uma pequena homenagem gravada, e uma medalha, também de prata. Com mais aplausos os garotos se sentaram, um pouco mais aliviados, e jantaram calmamente, como se aquela fosse uma homenagem qualquer.


Sentados na última cabine do trem, eles viajavam felizes, rindo a toa, comentando acontecimentos dos últimos anos, e as vitórias. Contando piadas, citando amigos. Foi uma viagem gostosa.

Quando o trem parou na estação de King’s Cross, na plataforma 9/2, um horrível ar de tristeza dominou aquela cabine. Os amigos despediram-se, abraçaram-se, prometendo corresponderem-se. Harry, Rony e Hermione desembarcaram juntos, os pais de Rony esperavam os três e Gina na plataforma.

A sra. Weasley abraçou fortemente todos os quatros, beijando-lhes as bochechas. Atravessaram juntos a barreira, e do outro lado, os tios de Harry e os pais de Hermione aguardavam-nos. Harry e Hermione abraçaram-se fortemente durante longos minutos, quando se soltaram, estavam, dos dois, levemente corados.

- Bem... Adeus... Ótimas férias... – Harry apressou-se a dizer timidamente.

- Nada de Adeus, Harry. Sabe que odeio essa palavra, nunca mais quero ouvi-la de você... – A garota mostrava-se séria, determinada.

- O.K. Hermione! Até mais! – Harry disse, sorrindo.

O garoto despediu-se dos Weasleys e seguiu com seus tios, que tinham uma cara horrível, ouvindo, quando estava longe, o “Até mais” de Mione.


...

• Nhai...
• ficou um pouco grande o.o
• vou tentar não empolgar tanto no proximo cap.
• ^___^'
• Espero que tenham gostado das modificações :]

• Obg. =]

• By Anie ^^

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