Lavando a alma
A chuva torrencial que caia servia para lavar a alma. Ele havia perdido, em dois anos seguidos, duas das pessoas que ele mais amava. Primeiro Sirius e agora Dumbledore estavam mortos e Harry Potter sentia-se mais sozinho do que nunca para a batalha final contra Voldemort.
Ao chegar à rua dos Alfeneiros, possivelmente para sua última estadia naquela casa, o que Harry menos queria era ter que conversar com os tios e com o primo Duda, que ao verem que ele estava abatido, pareciam querer cada vez mais "apurrinhá-lo"!
- O que houve com você, perguntou a Tia Petúnia.
- Desiludiu-se com sua escola, alfinetou Duda.
- Ou melhor, vai sair já daqui, ou vamos ter que realmente aturá-lo por mais um mês?
Harry preferiu não dar atenção às provocações e arrastou o pesado malão escada acima e foi para o seu quarto. Deixou suas coisas aos pés da cama e foi tomar um banho. Quando acabou de se enxugar, vestiu suas roupas e voltou para o seu quarto, deitou-se e ficou espiando a chuva pela janela ao lado de sua cama.
Ele não conseguia acreditar em tudo que ocorrera no último ano. Aliás, ele se perguntava se havia sido predestinado a ser sozinho, a não ter ninguém, a não amar e nem ser amado por ninguém. Quando esses pensamentos tomavam conta de sua mente, foi despertado por uma corujinha que batia frenéticamente em sua janela.
Ele abriu a janela e deixou que a corujinha, já muito conhecida sua entrasse no quarto e pousasse em seu ombro. Abriu o saco plástico que havia preso em sua perna, desenrolou o pergaminho e leu:
Querido Harry,
Estou morrendo de saudades de você! Sempre me imaginei ao seu lado em todos os momentos, e por mais pergigoso que possa ser, quero assumir esse risco! Você vale a pena!
Mamãe concorda com minha decisão e diz que também dará todo o apoio necessário por achar realmente você é especial e que me fará feliz!
Te amo Harry!
Gina
Aquelas palavras lavaram a alma de Harry, que se sentiu fortalecido para enfrentar o que haveria de vir, com ânimo redobrado, fortalecido pelo amor daquela garota.
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