Sobre livros e feitiços
Harry chegou de volta à sala comunal, deixando Hagrid à cargo da comida de Snape, com uma energia renovada. Havia tanto a ser feito!
Assim que entrou, pediu para chamar Luna e Neville. Disse aos dois rapidamente:
- Vocês vão parar o que estão fazendo para fazer uma outra coisa muito mais importante: vocês precisam descobrir tudo o que puderem sobre J. R. R. Tolkien e uma obra denominada como “trouxa” chamada “O SENHOR DOS ANÉIS”. É necessário que encontrem tudo sobre a obra, principalmente sobre Sauron, Frodo e Gollum, personagens principais da trama. Sauron vocês encontrarão em vários livros daqui, eu garanto... Não façam perguntas agora, ok? Só preciso de ajuda, o mais rápido possível!
Os dois saíram ainda mais rápido, enquanto McGonagall, Ron, Mione e Ginny aguardavam ansiosos que Harry contasse tudo o que ele descobriu.
Depois de longos 40 minutos, ele explicou tudo. Ninguém duvidava das palavras dele, apesar da desconfiança que sempre pairava sobre Snape, por ele ser sempre tão... estranho. Porque sabiam que Harry não se deixaria enganar mais. Os poderes dele cresciam à cada hora, afloravam naturalmente, ele parecia outra pessoa... visivelmente outra pessoa!
McGonagall saiu para tomar providências com relação à escola e pedir ajuda aos colegas professores sobre Tolkien e os livros, feitiços... toda ajuda era necessária!
Entre mais relatos sem grande importância no diário, músicas e agora os livros (que Hermione obviamente devorava vorazmente), Harry propôs um outro intervalo aos amigos.
- Precisamos renovar nossas energias diariamente. Senão, nada de muito produtivo vai acontecer... É necessário que estejamos preparados sempre. Então, umas duas horinhas de descanso para todos, à partir de agora. Não saiam daqui (disse olhando para Ron e Mione), não é seguro. Alojem-se aqui mesmo, não haverá problema algum. Mesmo com a chegada de algumas pessoas, ainda temos quartos desocupados... fui claro?
Ron e Mione, extremamente vermelhos, concordaram. Compreenderam a mensagem... Retiraram-se rapidamente enquanto Harry e Ginny ficaram no sofá da sala comunal, conversando.
Depois de uns 15 minutos, um silêncio carinhoso instalou-se entre eles. Harry tinha o coração na boca quando disse à Ginny:
- Ginny, sei que você tem razão no que disse.
A namorada olhava curiosa para os olhos verdes do rapaz, como se despertasse de um sono profundo.
- Do que você está falando, meu amor?
- De nós dois.
Ginny compreendeu. Harry estava falando sobre o que havia acontecido entre eles. Ou o que quase aconteceu. Olhou para ela de forma muito séria, dizendo:
- Não quero que seja de qualquer jeito. Não quero ter pressa. Quero sentir o que meu pai descreveu no diário, o que Ron e Mione estão sentindo... mas não quero fazer as coisas apressadamente. Você compreende?
A ruivinha assentiu com a cabeça. Sorriu para ele, completando-lhe o pensamento:
- Também quero que seja um momento mágico, Harry. E vai ser. Haverá um momento não planejado e espontâneo a qualquer momento. Vamos aguardá-lo... estou ansiosa por isso.
Dizendo isso, beijou Harry com muita urgência e carinho, como se disso dependesse sua vida. Foi correspondida da mesma maneira, podia sentir a força que agora emanava do namorado, como ele estava diferente! Parecia uma outra pessoa depois de poucas horas, como isso seria possível? Era como se, em um mês, Harry tivera envelhecido 10 anos...
As coisas que acontecem com as pessoas quando tem que lidar com situações difíceis são incríveis... Harry percebia também que, na verdade, tinha anos de conhecimento acumulado dentro de si, mas que jamais os usaria se Dumbledore ainda estivesse por perto... não por comodismo ou preguiça, mas por não confiar cegamente nos próprios instintos... coisa que agora ele sabia ser inevitável. Não havia mais em quem confiar!
Tomado de um cansaço que podia julgar merecido, adormeceu nos braços de Ginny, da doce e maravilhosa Ginny.
No quarto de Hermione, algo parecido aconteceu também. Eles não estavam mais naquele sufoco todo, naquela urgência desesperada... queriam desfrutar daqueles momentos tranqüilamente, sem pensar em nada.
Ron ajeitou Mione em seu peito. Ela se sentiu a mulher mais segura do mundo, com aqueles braços envolvendo-na, aquele cheiro gostoso dele bem pertinho, aquele calor aconchegante que emanava do corpo dele... adormeceu em segundos, deixando um Ron embevecido e sonolento ajeitar-se também para uma soneca.
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Após esse pequeno intervalo, os ânimos de todos pareciam renovados. McGonagall não demorou a aparecer, chamando-os para uma pequena reunião entre eles e os professores Sprout, Flitwick, Vector, uma relutante professora Trelawney e a própria McGonagall.
- Harry, estivemos estudando nessas poucas horas o livro que você mencionou.
McGonagall tomou o cuidado de não informar aos outros sobre Snape. Seria arriscado demais deixar alguma informação vazar, já que ele fora escolhido por Dumbledore corretamente... afinal, quem acreditaria em Snape ajudando Harry Potter?
- E não há nenhum feitiço que não conheçamos nestes livros, ainda bem! – a vozinha esganiçada do prof. Flitwick expressou alívio nestas palavras.
- Estes livros são atuais, mas os conceitos são os mesmos que conhecemos e aplicamos. Nada difere do que conhecemos.
A profa. Vector e a profa. Trelawney expressaram preocupação, mas segurança.
- Meus queridos, o desenlace destes acontecimentos recentes não é claro para nenhuma de nós duas. No entanto, este tem sido sempre um bom presságio. Porque os maus presságios são mais facilmente captados.
- Mas ainda temos dúvida com relação à esse anel mencionado no livro. Não temos nada parecido aqui!
Harry explicou calmamente que o anel seria ele mesmo.
-O que estava sendo disputado era o poder no livro de Tolkien, através de um anel... aqui, o problema para Voldemort chegar ao poder sou eu. Eu tenho que ser destruído na visão dele. Não deixa de estar muito próximo da verdade... já que ele não sabe de tudo o que envolve essa derrota, dele ou minha.
- Bem Harry, só queríamos tranqüilizá-lo. Nenhum de nós sabe exatamente o que vai acontecer, mas não há dúvida alguma que você possui tudo o que é necessário... somos seu exército agora. No tempo necessário, batalharemos lado a lado, como da outra vez.
Harry sentia-se estranhamente sossegado e bastante calmo. A única coisa a fazer seria aguardar mais um pouco, terminando de decifrar o diário, com as músicas e fotos, mais o livro agora...
Voltando à sala comunal, ele sentiu-se momentaneamente tonto. Sua cicatriz deu uma pontada, repentinamente. Sabia que Voldemort não daria sinais para aparecer, mas ele sentiu que aquele poder de ver com os olhos de Voldemort havia retornado... isso era sinal de que Voldemort não sabia dos novos poderes de Harry. Muito melhor assim.
Harry sentou-se, fechando os olhos e procurando concentrar-se na visão que tivera.
Voldemort estava na antiga casa de seus pais novamente. Mas dessa vez haviam muitos outros com ele, os Comensais voltaram à ativa, e traçavam planos de liqüidar Harry e Hogwarts, assim como todo o legado de Dumbledore.
Os dementadores estavam do lado de fora da casa. Isso queria dizer que os presos de Azkaban também estavam à solta...
Vendo tudo pela perspectiva de Voldemort, percebeu que um ataque à Hogwarts era eminente, e viria de Hogsmeade. Não tardaria a acontecer... ele tinha um dia. Dois, talvez.
Tratou de avisar McGonagall sobre isso, para que todos no castelo e em Hogsmeade ficassem atentos.
Abriu seu caderno de anotações, consultou-o. E resolveu tentar mergulhar numa outra lembrança, para ter mais certeza sobre o que fazer.
Reuniu os amigos novamente em volta da Penseira. E mergulharam na memória de Harry daquele mesmo dia que mergulharam antes, mas num outro momento, um pouco mais à frente.
Voldemort falava ainda sobre como havia tomado forma humana novamente. O que tinha usado para alcançar tal objetivo...
* (...) um corpo que eu poderia habitar enquanto esperava os ingredientes essenciais para uma verdadeira ressurreição... uns feitiços de minha própria invenção... (...) *
Harry pensou consigo: então ele também poderia inventar algum feitiço que considerasse funcional? Claro, os poderes dos dois não se equiparavam? Bastava juntar dois e dois...
* Eu sabia que, para obter isso, que é uma velha peça de Magia Negra a poção que me reanimou hoje à noite, eu precisaria de três poderosos ingredientes. (...) *
Harry chamou os amigos de volta. Ouvira o que precisava para providenciar uma maneira de, talvez, poder resistir ao Avada Kedavra novamente... porque tinha um palpite de que isso tinha acontecido anteriormente.
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