O ENCONTRO DE HARRY E SERENA



- Por que você está com essa cara? Não devia estar feliz de se livrar de mim? – Tia Rose desviava rapidamente o olhar das estradas enquanto dirigia para olhar Serena. – Nem vai se dar ao luxo de me responder não é? – É lógico que Serena não a responderia. Estava sim muito feliz porque iria finalmente se desfazer de sua tia, e não poderia deixar sair nenhum comentário que aos olhos da tia, lhe fosse a primeira oportunidade para leva-la direto pra casa. – É uma ingrata mesmo! Nem agradeceu as roupas novas que lhe dei! Imagina se eu iria deixar a minha amiga Petúnia, pensar q eu moro
com uma mendiga, só me faltava essa mesmo!
Serena olhava pela janela vendo a cidade passar rápido diante de seus olhos e tentava fazer de tudo para não dar atenção à tia que só fazia insulta-la e reclamar toda a viajem desde a saída de casa.
- E vê se você se comporta direito! Nada de bagunça na casa de minha amiga ouviu Smith? – “Nada de bagunça...” pensava Serena. “Ora claro, o que ela pensa que farei quando chegar lá? Ficar que nem uma criancinha correndo por todos os lados da casa?”
A Serena não importava nem um pouco as bobagens que sua tia dizia, só pensava o tempo todo com Hogwarts deveria ser maravilhosa... Sem sua tia, aprendendo feitiços, sem sua tia... O que mais lhe aborrecia era essa “visita” a casa da amiga de sua tia. Serena a conhecia muito bem. Ia várias vezes a casa de sua tia, para tomar chá e falar da vida das outras pessoas. Também sabia que a tal de Petúnia era uma fofoqueira de plantão, e que ao se juntar com sua tia deviam fazer a dupla de intrigueiras mais incrível do mundo. Outra coisa que a garota pensava enquanto continuava a observar a paisagem “ao som” de sua tia: Esse tal “guia” que iriam arrumar para ela. Que tipo de pessoa se sujeitaria a essas coisas? Só poderia ser um Dusley mesmo! Um alguém da família da fofoqueira Petúnia, alguém tão rude e nojento como a mãe e o filho Duda! Ah, Duda! Como Serena abominava esse garoto! Dona Petúnia já o havia levado a casa de sua tia e como foram terríveis esses dias! “Moleque mimado e imbecil! Como me segurei pra não descer a mão nele!”. Seria Duda seu guia? Caso contrário, quem seria? Serena jamais fora a casa dos Dusley, porém já tinha sua opinião formada sobre o caráter deles: “Se são capazes de ser amigos de minha tia, boa gente eles não são mesmo!.. Pro inferno com esse guia infeliz!”.
Sra Smith estacionou o carro. Serena podia jurar que alguém na casa dos Dusley estava olhando atrás da cortina e se escondeu. Certamente a intrometida dona da casa. Serena tirou o cinto de segurança e desceu do carro rapidamente imaginando o que poderia acontecer. Mas em velocidade inesperada sua tia depois de ter trancado a porta do carro a barrou:
- Eu realmente espero que tenha sido clara! Se você me envergonhar uma única vezinha, eu pego você e te levo direto pra casa, aí poderá esquecer Hogwarts pra sempre! Estamos entendidas? – Serena confirmou. Imagine se ia estragar a única chance de se livrar de sua tia assim. Se ela pedisse a garota que fizesse 100 polichinelos e ficasse 10 minutos sem respirar, Serena estaria pronta para faze-lo! – E vê se endireita essa faixa! Não quero que minha amiga pense que você tem marcas do demônio por todo o corpo! – Serena estava usando uma faixa grande nos cabelos que encobria boa parte de sua cicatriz, que por sua vez também estava bem maquiada e imperceptível. Durante toda a sua vida, Serena cresceu ouvindo de sua tia que sua cicatriz era conseqüência do pacto com o demônio que sua mãe fizera a muito tempo. Não que ela acreditasse que sua mãe realmente fizera isso. Serena sabia que sua mãe não era esse tipo de pessoa, mesmo não a conhecendo, porém de tanto que sua tia lhe disse estava começando a acreditar que sua cicatriz representava algo maligno e vergonhoso, por tanto já estava expert em maquia-la e fazer com que ela “suma”. Serena amarrou a cara de vez enquanto ela e sua tia iam em direção à porta numero 4.
***
- Potter! Desça aqui! Elas chegaram! – Harry vinha descendo as escadas menos animado do que poderia estar
- Ainda não entendi por que tenho que ficar com essa garota no meu pé o tempo todo em Hogw...
- Potter! Você está proibido de mencionar aquele lugar nesta casa!
- Desculpe tia... – Harry estava extremamente emburrado. Não podia acreditar quer teria que ficar de babá pra sobrinha daquela mulher chata e irritante que era a Dona Rose. Mal podia acreditar ainda que sua tia tivesse lhe pedido tal coisa. A campanhia tocou.
- Ah, devem ser elas! – virando-se para Harry que se acostou na escada – Pareça normal se não for pedir muito! – e abriu a porta – Ah, Rose querida!Quanto tempo você não vem mais me visitar não é?
- Ah, Petúnia, minha cara, mil desculpas, mas ando muito atarefada com os negócios...
- Imagino... Mas como você está jovial e esbelta!
- Pois sim, foi uma dieta nova que fiz! Mas você não precisa me elogiar, já que mesmo depois do parto do Dudinha você continue com esse corpinho que tem!..
“Corpinho de pau de sebo, só se for!” Serena estava encostada no caro de braços cruzados e imensamente enfezada enquanto imitava sua tia e a Sra Dusley conversando exatamente como Harry também fazia do lado de dentro da casa no mesmo instante!
- Ora minha amiga... Mas Deus, como fui rude, deixei-a esperando aí do lado de fora... Por favor entre e traga sua... Adorável sobrinha! – e deu um sorriso amarelado
- Ah claro!... – e virou-se pra sobrinha fazendo gestos e represálias com o olhar – Serena querida, não vai cumprimentar a senhora Dusley?
- E aí? – sem nem ao menos virar para olha-la ainda encostada no caro
- Encantadora! – trocou sorrisinhos amargos com a amiga – Bom... Acho que ainda falta alguém pra ser apresentado... Harry, meu bem, venha até aqui conhecer sua nova... Amiguinha! – “meu bem”?
Harry ainda de braços cruzados andou até a tia na porta
- Cumprimente a Sra Smith...
- Como vai senhora?
- Meu Deus!.. Ele é a cara de Thiago!
- Rose, por favor!.. – Tia Petúnia olhava para os lados
- Ah, sim, me desculpe... Bem... Harry, essa é a Serena, Serena esse é o seu guia, o Harry!.. – andou na direção da menina ainda desviando o olhar para a rua. – Cumprimente-o! – bradou em seu ouvido.
- Muito... Prazer! – Serena olhou-o. Ficou imobilizada. O rosto de ambos corou. Seus olhos se encontraram mas ao mesmo tempo se perderam. Serena jamais vira olhos tão verdes e bonitos como aqueles. E Harry nunca tinha visto, nem em seus sonhos uma garota tão bonita, tão diferente como Serena.
- Bom... Entrem, por favor!... – Tia Petúnia estava visivelmente incomodada de receber em sua casa mais uma pessoa bruxa, mas estava fazendo de tudo para parecer meiga e carinhosa, tanto que outrora estava enjoando Harry, mas não mais agora... Harry só olhava para Serena e ela para ele. Ele não sabia o porquê, mas não podia deixar de fita-la. Era como se a conhecesse a vida toda, mas havia acabado de conhecer.
- Sentem-se e fiquem... A vontade! Vou pegar um chazinho delicioso que fiz com biscoitos! – e continuava a dar sorrisinhos amarelos. – Ah, Rose venha ver minha nova Roseira do quintal!
Rose levantou-se imediatamente. Nenhum dos quatro estava se sentindo a vontade.
- Harry, aproveite e... Faça sala a visita..Sim, faça sala... – e saiu para o quintal com Rose em seu encalço.
Harry e Serena estavam de frentes um para o outro. Em silencio, trocando olhares momentâneos e sem graça...
- Bom... – Começou Harry ruborizando violentamente – Como é seu nome mesmo?
- Serena Smith!.. – a garota por sua vez ia ganhando cor – Ham, e você é...
- Harry Potter... – Harry por um instante achou que Serena pularia em seu pescoço pedindo autógrafos e afins
- Harry Potter? – Perguntou a menina num tom interessado. Harry Gelou. – Que nome legal!
- Serio? – Harry estranhou – Quer dizer que você nunca ouviu falar de mim?
- Deveria? – perguntou cismada
- Não, é que...
- Você é algum tipo de artista, um cantor ou sei lá o quê?
- Não. – Harry ria, e sentia um profundo alivio e se sentia cada vez mais a vontade (ao mesmo tempo não), ao lado dela.
- Eu disse algo errado?
- Não! Pelo contrário!... – as mãos do garoto começavam a suar e embaralhavam simples palavras em sua boca. – Você é engraçada...
- Você acha? Isso por que eu ainda não contei a piada do tomate! – Harry ria com gosto – Escuta... Desculpa a pergunta, mas aqui ninguém tem humor não?
- Não, só quando eu tropeço ou dou de cara em alguma coisa...
- Que horrível... Quer saber, você é bem diferente do que eu imaginava!..
- Você também, não é nada do que eu imaginava que seria!
- E como eu sou?
- Ham... Você... É....
- Voltamos com os lanchinhos! – Tia Petúnia voltava da cosinha com Rose trazendo o chá e os biscoitos, as duas visivelmente incomodadas por estarem servido seus sobrinhos.
- Bom Petúnia... – começou Rose – Não vamos nos demorar, eu sei que você e o Valter estão à espera do chefe dele para um jantar e seremos breves... Ah, com licença... – o celular dela havia tocado ela adiantou se a janela para atender.
Harry e Serena olhavam para tia Petúnia que percebera mais do que incomodada o olhar dos dois.
- Ham... Harry? Por que não leva Serena lá em cima e mostra a ela as suas coisas de... Aquelas suas coisas!
Sem nem ao menos pestanejar Harry se levantou e Serena fez o mesmo - Claro, tia... Vamos, é por aqui... – eles foram subir as escadas e encontraram Duda no alto dela.
- Serena! Há quanto tempo não nos vemos!
- Graças ao bom Deus!
- Onde pensa que está levando ela Harry?
- Não é da sua conta, Duda...
- Ah, não? E se eu chamar a minha mãe?
- Ah, qual foi cara? – reclamava Serena – Você só sabe se defender com a sua mamãe é?
- Ora sua aberração!..
- Por que você não tropeça e rola escada abaixo? – Serena se prontificava
- Deixa ele!.. Vai por mim, não vale a pena... – e deu as costas ao primo e assim que Serena fez o mesmo, Duda tropeçou num degrau e se disparou a rolar até o chão. Serena e Harry se viraram para ver. Serena arregalou os olhos. Harry a puxou pelo braço encaminhando-a a seu quarto. – Vamos!..

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