A conversa com a Murta-que-gem
Já estava anoitecendo, quando Anne e Mione terminavam suas lições na Biblioteca:
- Falta só mais uma palavrinha e ...pronto! Já terminou a sua Hermione?
- Espera... pronto! Acabei, também.
- Vamos para o Salão Principal, para ver se já estão servindo o jantar ou vamos para o Salão Comunal?
- Tanto faz, mas antes gostaria de lhe fazer uma perguntinha.
- Então, faça.
- Não sei, como lhe perguntar isso, mas...- Falando baixinho e desviando o olhar de Mione, Anne diz:
- Você quer saber se eu estou gostando do Harry, não é? – Hermione balança a cabeça afirmando a pergunta. – Sim, eu gosto dele. Mas não conta nada para ninguém, inclusive para ele.
- Claro! Vamos para a Torre da Grifinória, guardar os livros, depois vamos para o Salão Principal.
- Ok! – Elas continuaram a conversar, enquanto iam para a Torre da Grifinória:
- A Isabelle falou para você da nossa conversa?
- Sim, e também falou sobre a sua advertência.
- Você não acha que deveria tomar cuidado, para não se magoar novamente?
- Eu não vou conseguir esquecer ele. O máximo que posso fazer, é evitar ver os dois juntos, e nem saber sobre o quanto a cada dia que passa, eles estão se amando cada vez mais. Por isso, eu gostaria de mudar de assunto.
- Mas você vai continuar escutando sobre as novidades entre eles. O Harry está virando seu amigo.
- Por favor, vamos mudar de assunto.
- Mas um dia, você terá que encarar essa situação de frente.
- MAS ESSE DIA NÃO É HOJE! – Anne continua a andar, mas dessa vez, vai andando apressada e em direção ao banheiro da murta-que-geme.
Chegando no banheiro, ela pegou um cano caído no chão e lançou com toda força do mundo em direção ao espelho todo rachado, que ficou com mais rachaduras ainda. Então, começou a gritar, sem perceber a presença da murta-que-geme:
- AI! QUE RAIVA! AS PESSOAS SÓ SABEM FALAR DELES DOIS? – A murta se aproxima de Anne e grita para ela:
- NÃO GRITA NO MEU BANHEIRO! – Enfim, percebendo a presença da murta, Anne fala mais calma:
- Desculpa! É que...deixa pra lá! Você não se importa com a minha vida, mesmo. – Anne se tranca numa cabine do banheiro, senta no vaso e começa a chorar. A murta aparece na cabine e fala:
- Por que você está chorando no meu banheiro? – Sem pensar, Anne responde:
- Porque o garoto de quem eu gosto, começou a namorar uma menina aí. Antes ele nem se importava comigo, imagina agora.
- Sei como é isso. Já estivesse apaixonada pelo Harry Potter. – Anne olha para o rosto quase invisível da murta que continua a falar – Só que claro, que ele vai preferir uma garota que ainda não morreu, do que eu, que já morri faz um bom tempo. – A murta começa a choramingar e Anne que já parava de chorar, fala:
- Pelo visto, você está na mesma que eu.
- Não! Já esqueci o Harry. Mas ainda fico triste ao pensar nessa história. E você? Por quem está apaixonada?
- Por um garoto da minha casa, a Grifinória. Mas antes que eu vá embora, você poderia me dizer como esqueceu o Harry?
- Ah, sim! O tempo foi passando, e ele nunca mais veio aqui no banheiro, então eu o esqueci.
- Obrigada, Murta. Talvez isso tenha me ajudado.
- Mas... – Já era tarde para a Murta, perguntar quem era a pessoa de quem Anne estava gostando. Anne saiu do banheiro com o pensamento: “Então, para esquecer o Harry, terei que evitar ele.”
Anne corria para seu dormitório, onde encontrou Hermione passando pelo retrato feito louca, à procura de Anne, mas ela se escondeu a tempo, para Mione não a ver. Depois que Mione sumiu de vista, Anne passou pelo retrato e foi para o dormitório, onde encontrou a Isabelle se arrumando para ir ao Salão Principal.
- Ai, Isa! Ainda bem, que encontrei você.
- O que foi? A Mione está lhe procurando feito uma louca.
- Eu sei, mas não quero me encontrar com ela. Aliás, o Rony é o único que eu não estou tentando evitar, entre os três.
- Como assim? Por que você tá evitando o Harry e a Mione?
- Eu me estressei com a Mione, e em relação ao Harry. Bom, eu andei conversando com a Murta-que-geme, ela me falou que já gostou do Harry uma vez, e disse que quando ele parou de ir ao banheiro dela, ela acabou esquecendo ele com o tempo. Por isso, cheguei à conclusão de que o melhor que tenho a fazer, é evitar o Harry, para um dia esquecer ele.
- Você pirou. Você não pode fazer isso.
- E por que não?
- O Harry vai ficar triste com você. Você só vai magoar ele, e acabar se magoando.
- Mas ele nem está aí, para mim. – A única reação que Isabelle teve, foi de olhar para Anne com cara de que reprovava o que a amiga está querendo fazer.
Alguns minutos depois, as duas desceram para o Salão Principal, que se encontrava cheio. De um lado, Cho Chang olhando para Harry, com o rosto avermelhado e com um grande sorriso, e do outro lado Harry, retribuia seu sorriso. Anne sentou-se longe de Rony, Hermione e Harry. Mione fez uma cara de: “Pensei que você tinha sumido” para Anne, que olhou sério para Mione e depois observou para o banquete a sua frente e começou a se servir, junto com Isabelle que estava ao seu lado. Anne comeu muito pouco, e logo voltou sozinha para a Torre da Grifinória, que ainda se encontrava vazia. Aquela solidão, lhe fez pensar cada vez mais em Harry, como no dia anterior, em que ele veio falar com ela, enquanto servia algo para a coruja dele. Mas ela não queria ficar pensando em Harry, pois se fosse para esquecer ele, que começasse já com isso. Quando seu pensamento se perdeu na lareira, alguém passou pelo retrato. Era Harry, que vinha acompanhado de Mione, Rony e Isabelle, todos riam muito. Quando Anne percebeu a presença deles, correu direto para o dormitório feminino, mas todos já haviam visto ela, que fechou a porta do dormitório, e pôs o ouvido na porta para escutar o que iriam falar. Harry começou:
- Por que a Anne saiu correndo, quando viu a gente? Hoje ela está estranha comigo. – Mione respondeu:
- Acho que ela está zangada comigo. – Rony começou a abusar Mione:
- Mione, você tem um dom para isso. Ainda não percebeu? – Furiosa, Mione responde:
- E você tem um dom para ser pateta, sabia? – Para abusar os dois, Isabelle diz:
- Vamos, Harry! Acho que estamos segurando vela aqui. – Mas em vez de rir, Harry continuava sério:
- Mas Mione, o certo é ela estar agindo estranho com você, e não comigo. – Isabelle continuava a insistir:
- Vamos, Harry! Senta aqui comigo, vamos conversar e deixar os pombinhos em paz. – Mais furiosa ainda, Mione diz:
- Eu? Formar um casal com o Rony? Por Deus, Isabelle. Pensava que você fosse mais inteligente. – Batendo forte, os pés no chão, Mione sobe para o dormitório e encontra Anne com o ouvido na porta. – O que você está fazendo aqui na porta? – Com cara de desprezo, Anne diz friamente:
- Nada!
- Nossa! Desculpa por eu ter insistido naquela conversa.
- Não, tudo bem! Já estou acostumada a chorar por coisas banais.
- Não, é sério! Eu falei aquilo sem pensar. Me perdoa.
- Tem certeza que não está dizendo isso da boca para fora?
- É sério, o que estou lhe dizendo. Me desculpa.
- Está bem. – Com um sorriso no rosto, Mione pergunta:
- Amigas? – Também com um sorriso no rosto, Anne responde:
- Amigas. – Assim as duas se abraçam. Durante um minuto as duas ficam em silêncio, e Anne volta a falar:
- Você gosta do Rony, não é? – Ficando avermelhada, Mione fala baixinho:
- Bom...é!
- Acho que ele também gosta de você.
- Mas ontem, ele ficou babando pela Isa.
- Assim, como você também já deve ter ficado babando por um garoto. Mas lá no fundo, você gosta do Rony.
- Não sei!
- Pois vai saber. Amanhã eu pergunto para ele, se tipo: “Você gosta de alguém?”
- Não faça isso.
- Pois farei. Já basta eu sofrer por ter que evitar o Harry...
- Evitar quem? Por que você quer evitar o Harry?
- Para esquecer ele.
- Tem certeza que isso é uma boa?
- Não sei, mas irei descobrir.
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