O Sobe e Desce



Capitulo seis, o sobe e desce.

Ainda na clareira Pandora parou uns instantes enquanto esperava pelos amigos que sumiam com a fogueira e com as outras coisas que indicavam a estada deles daquele local, tudo para impedir que os Comensais descobrissem que eles estavam na ilha. Ela ainda estava muito assustada com tudo que haviam acontecido naquele começo de dia, primeiro o lago estranho que não mostrava seu reflexo, depois, aquelas duas pessoas. Pandora sabia que já os havia visto em algum lugar. Em seus sonhos, ultimamente aquelas duas figuras sempre apareciam, ela sempre se sentia bem quando sonhava com eles, era como se eles passassem uma espécie de conforto para ela, uma luz de segurança. E lá, naquele lago estranho ela os viu pela primeira vez fora de seus sonhos, aqueles fantasmas. Ela achava que não eram bem fantasmas, apesar de se parecerem com um. Alguma coisa estava muito estranha por ali, e isso preocupava muito a garota.

Ela começou a olhar atentamente para a copa das árvores bem a cima de sua cabeça, como se estivesse procurando provas de que eles estiveram mesmo ali, como se procurasse alguma prova de que tudo aquilo não passou de um sonho.

Sirius estava apagando o resto do fogo e sumindo com a lenha quando parou para observar Pandora, que olhava para as copas das árvores ainda assustada. A menina estava com uma aparência diferente desde que eles haviam chegado à ilha, parecia cansada, com a cara abatida, como se carregasse todos os problemas do mundo nas costas. -Deixa disso Sirius, todos nós estamos cansados, olhe a sua volta, esse ambiente, essa busca toda está deixando todo mundo exausto.

-Sirius, acorda! – alertou Tiago que observava o amigo que havia parado com a varinha apontada para a madeira, mas sem pronunciar o feitiço. – Tá tudo bem cara?

-É, talvez. Acho que aquelas... Coisas que a gente viu mexeram um pouco comigo.

-O que você acha que as “coisas” eram? – perguntou Tiago.

-Não sei Pontas, mas eu nunca ouvi falar deles. – respondeu Sirius, se virando em seguida para falar com Remo. – Aluado, o que você acha que eram aquelas coisas?

-Não sei Sirius. Em todos os livros que já li sobre criaturas mágicas, nunca li nada parecido com eles, parecem fantasmas, mas ao mesmo tempo se eles não estivessem acima das árvores, eu com certeza diria que eram humanos como nós. – respondeu Remo enquanto recolhia as poucas frutas que sobraram e as colocavam numa espécie de bolsa conjurada por Lílian.

Não era só Sirius que estava estranhando a atitude de Pandora, Nicole que já acabara de desaparecer com os cobertores conjurados na noite anterior observava a amiga com um olhar preocupado. Ela sabia que Pandora não era assim, parecia distante desde que voltara do passeio estranho com Tiago, estava mais avoada, presa em seus próprios pensamentos, decididamente havia algo de estranho nela, algo que a preocupava. De Pandora seu olhar foi parar em seu primo. Tiago parecia que também estava escondendo alguma coisa que tinha visto, mas não era algo tão assustador a ponto de perturbar seus pensamentos como estava acontecendo com Pandora. A verdade era uma só, todos ali ficaram um tanto quanto estranhos desde a aparição dos dois fantasmas, se é que se podia chamá-los assim, há alguns minutos atrás.

-Ni, tá tudo bem? – perguntou Lília preocupada.

-Não Lily, tá tudo bem, eu só estou um pouquinho preocupada sabe. A Pandy não me parece estar muito bem.

-Eu também acho que ela está um tanto quanto abatida, mas quem não estaria não é? Acho que quando tudo isso acabar todos nós precisaremos de um bom descanso.

-Mas não é só a Pandy que me preocupa, o Ti também está es... – começou Nicole.

-Ah não, uma coisa é você se preocupar com a Pandora, outra totalmente diferente é você me dizer que o Potter está estranho, para mim ele continua o mesmo insuportável de antes. – começou Lílian cruzando os braços e olhando feio para a amiga quando viu que ela estava se jogando no chão de tanto rir. – Posso saber do que a senhora está rindo?

-Pode... Achei que você tivesse pensado em dar uma chance para o Tiago. – disse Nicole entre os risos.

-Nunca, nunquinha na minha vida eu darei uma chance ao seu primo besta. Aposto o que você quiser como o que o Black falou pra gente era pura mentira.

-É o que você acha? – perguntou Nicole.

-Aposto o que você quiser!

-Bem. – começou a morena levantando da pedra onde estava sentada. – Se você acredita fielmente nisso, não sou eu quem vai te contradizer, mas acho que você deveria prestar mais atenção das coisas ao seu redor.

-O que ela quis dizer com isso? - pensou Lílian enquanto observava a amiga ir conversar com Pandora. -Ela não deve estar batendo bem, desde quando alguém deve acreditar no Potter, eu só vou ser mais uma na lista enorme dele, tenho certeza. - e pensando assim Lílian deu um sorriso. -Com certeza eu seria mais uma a chorar por ele pelos cantos quando levar o pé na bunda que ele vai me dar quando enjoar de mim como enjôo de todas as outras .

-Vamos Pandy? – falou Nicole para a amiga que estava parada encostada numa árvore.

Pandora assentiu com a cabeça. Um a um, todos eles saíram da clareira. Como eram os marotos que já haviam estado na cachoeira foram na frente, enquanto as garotas iam conversando mais a trás. O dia ainda estava completamente nublado, mas o sol começava a dar sinais de que ia aparecer, ainda que as nuvens mostrassem que provavelmente ia chover o dia todo.

-Pandy, tá tudo bem? – perguntou Nicole preocupada enquanto admirava a paisagem.

-É, mais ou menos. – disse Pandora.

-Não se preocupe Pandy, tudo vai acabar bem. – disse Lílian confiante.

-Assim eu espero. - pensou Pandora enquanto eles se distanciavam da clareira.


(...)


O sol agora brilhava alto no horizonte, anunciando o meio do dia, mas ainda caia uma garoinha fina que fazia parecer que o dia ia continuar assim. À medida que eles se aproximavam da cachoeira dava pra se ouvir a água caindo e batendo nas rochas.

Eles andaram por mais uns vinte minutos quando puderam avistar a queda d’água. Os pássaros cantavam mais alto naquela região e a pouca luz do sol a deixava mais mágica, mesmo com a chuva. Com uma queda de mais ou menos três metros, e com água cristalina, sua aparência fazia do lugar um verdadeiro paraíso. Os marotos, que haviam visto a cachoeira à noite, achavam que a luz não havia feito justiça naquela hora, estava mais do que claro que tudo lá era mais bonito de dia.

-Bom e agora? – perguntou Sirius sentando-se na pedra mais próxima para descansar. Durante o dia a caminhada parecia ter sido mais longa do que na noite anterior.

A chuva começou a aumentar, ficava mais grossa a cada minuto que passava. Abaixo da queda d’água existia um lago, que não parecia muito fundo, na verdade, aos olhos, parecia que tinha no máximo um metro e meio de profundidade.

-Como “e agora”? Não é óbvio! Se você quiser pode ficar aqui apreciando a vista ou se refrescando na água. – exclamou Pandora irritada, a chuva estava ficando mais grossa deixando todos molhados da cabeça aos pés. – Temos que entrar.

-Esse é o problema Helerand, nós não sabemos por onde entrar, agora, se você souber não faça cerimônias, conte-nos. – pediu Sirius com ironia.

-Achei que era óbvio, não é você que vive se gabando de que é o mais inteligente? – exasperou Pandora. -Aonde esse arrogante quer chegar, não é obvio que é pra gente entrar no lago? - pensou a menina.

-Pandy, o Sirius pode ter razão sabia? E se o que a gente tem que fazer está nas entrelinhas?

-Entrelinhas Ni? – perguntou Lílian confusa.

-É, sabe às vezes pode ser que tenha outra coisa pra gente fazer ao invés de entrar no lago.

-Não sei não... Acho que devemos primeiro tentar ir pelo mais lógico, entrar no lago é a melhor opção. Pelo menos a mais fácil até agora né. – concluiu Tiago.

-Então vamos ter que... – começou Lílian com a voz falhando. - Entrar no lago?

-É o que o pergaminho diz não é Remo? – perguntou Tiago.

Remo remexeu nos bolsos da calça até achar um pedaço de pergaminho muito velho e surrado. - ÁGUA: nada, nada, nada, vai começar a cair. / Muita, muita água caindo você vai ouvir . Bom, pelo que parece estamos no lugar certo, vasculhamos todo o mapa de cima a baixo e não achamos outro lugar com água caindo.

-Certo. – disse Pandora parando para pensar um instante. – Fora aquele lugar assustador que eu e Tiago estivemos mais cedo não existe outra fonte de água?

-Existe sim, mais essa é a única cachoeira da ilha. – confirmou Remo e voltou ao pergaminho. - Procure bem no fundo, até tudo ficar escuro... Tudo indica que temos que entrar na água.

-Então... Vamos?

-Acho que temos que tomar cuidado Pandy, podem existir criaturas aí dentro. Cobras ou qualquer outra coisa. – disse Remo.

-Cobras? Remo... Você acha que existem cobras aí na água? – perguntou Tiago com um tom de voz preocupado.

-Bem, pode ser não? Afinal está é uma ilha que tem mata virgem, água em abundância sabe, esse tipo de coisa que é ideal para, bem, abrigar qualquer tipo de animal, até mesmo cobras. – concluiu Remo.

-Ora Pontas, meu caro Pontas, não vai me dizer que você tem medo de umas cobrinhas inofensivas? – perguntou Sirius num tom de deboche.

-Não é que eu tenho medo de cobras Sirius... Só não vou muito com a cara delas.

-Oras Tiago, são só cobras. – disse Pandora.

-Ahhhhhhhhhh não... – falou o moreno balançando a cabeça. – Não são só meras cobrinhas.

-Ni, por que o seu primo tem medo de cobras? – perguntou Lílian tentando disfarçar a curiosidade e o riso.

-Eu NÃO tenho medo de cobras! – afirmou Tiago quase gritando.

-Bem, acho que foi quando a gente era pequeno. Sabe, meus tios de segundo grau tem uma fazenda perto de Carlisle, fronteira da Inglaterra com a Escócia, eles são bem ligados aos trouxas ,sabe, adoram a cultura e essas coisas do tipo, por isso decidiram administrar uma fazendo por lá. Bem, o caso é que eu e o Ti tínhamos uns três pra quatro anos na época em que nossos pais decidiram fazer uma visita à fazenda, para passarmos um fim de semana das férias de agosto que nossos pais tiveram do ministério, pois fazia um tempão que a família não se juntava, ou coisa do tipo. Bom nossas mães levaram a gente pra conhecer um lago que existia no meio da fazenda e a gente ficou louco pra nadar, afinal o dia estava muito quente e ninguém mais estava agüentando o calor. Bom elas deixaram e quando o Ti ia pular no lago passou uma cobrinha pelo pé dele.

-Caso à senhora não se lembre não era uma cobrinha, era uma cobra gigantesca! – falou Tiago se defendendo em meio à risada geral.

-Tá Ti, se você diz... Bom e desde então essa criança aí morre de medo de cobras. – concluiu Nicole.

-Eu já disse que eu NÃO TENHO MEDO DE COBRAS! – gritou Tiago.

-Tem o que então? – perguntou Sirius entre risos.

-Ah, bem... Só não gosto muito de estar perto delas.

-Ou seja... Tem medo. – concluiu Sirius no que todos riram. – Sabe Pontas... Você deveria fazer parte do VAA sabe, pode te ajudar a resolver esse e outros problemas que você enfrenta aí. – continuou Sirius batendo na cabeça de Tiago.

-VAA Sirius? De onde você tirou isso? – perguntou Lílian curiosa.

-Simples minha querida ruivinha. Viados Atormentados Anônimos*. – falou Sirius de uma vez só.

Um silêncio de no máximo dois segundos ficou no ar, mas logo foi seguido de risadas que mais pareciam latidos, vindas de Sirius. Enquanto Tiago fazia uma cara não de muitos amigos. Os outros acompanharam Sirius por cause dois minutos de risadas, que durariam ao que parecia a vida toda se algo não chamasse a atenção de todos. De repente a floresta toda ficou em silêncio, até que um raio cruzou os céus.

-Agora que vocês já pararam de rir da minha cara... – começou Tiago ainda muito emburrado e irritado. – Vamos acabar logo com isso sim, quero chegar logo num lugar mais seco.

-Sempre reclamão não é? – perguntou Pandora segurando o riso. – Bom, o que você acha Remo, a gente deve entrar no lago?

-Bom, acho que o Tiago tá certo... (-Eu sempre estou certo!- exclamou Tiago)... Acho mais fácil a gente começar investigando o óbvio.

-Tem certeza Remo? O texto não fala que temos que entrar na água, e sim procurar no fundo. – disse Lílian.

-Pode ser que haja algum buraco, caverna ou algo do gênero perto da cachoeira. – arriscou Sirius.

-Mas vocês concordam que se fosse para procurar um lugar para entrar o texto diria? – perguntou Remo.

-Talvez sim, talvez não Remo. – disse Nicole se aproximando da água.

-Você vai entrar? – perguntou Remo preocupado.

-É lógico, você não está dizendo para entrarmos na água? – questionou a garota irritada.
Passo a passo Nicole foi se aproximando da beira do lago e colocando seus pés descalços para dentro da água gelada bem devagar. Colocando um pé depois o outro a menina se arrepiou da cabeça aos pés quando a água gelada entrou em contato com seu corpo. Não demorou muito para que seus pés alcançassem o fundo do lago, o que aconteceu quando a água ainda batia um pouco abaixo de seus joelhos. Achando pouco provável que o lago afundasse muito mais que isso a menina estancou por uns instantes antes de andar mais para o centro do lago, mas parecia que este não ia afundar mais muita coisa, ela estava no centro do lago e a água não havia chegado muito a cima de seus joelhos, achando que não poderia descobrir mais muita coisa a garota se virou para os amigos tremendo de frio. – Pois é, não parece que ele é tão fundo quando se está congelando dentro dele.
-Ótimo, nessa profundidade nós batíamos as nossas cabeças antes de afundar todo o corpo, não é muito provável que haja uma caverna para a gente entrar ou um lugar para a gente mergulhar, e agora? – perguntou Sirius enquanto todos os outros, menos Tiago ,que parecia um tanto quanto relutante, acompanhavam Nicole para o meio do lago,
-Não tem como a gente nadar aqui sem bater a cabeça. Ele é muito raso – disse Pandora.
-Não sei se você reparou nisso Pandora querida, mas foi o que eu acabei de dizer. – falou Sirius irritado.
-Estava só reforçando Black. – respondeu Pandora.
-Já deu de brigas por hoje não? – disse Lílian. – Isso não vai levar a lugar nenhum.
-Que bom que você está de bom humor ruivinha. – disse Tiago sorrindo para Lílian.
-Eu não estava me referindo a você Potter, e é Evans! – esbravejou Lílian.
-Tava demorando pra esses dois começarem a discutir. – falou Nicole para Sirius no que os dois caíram na gargalhada.
-É lógico esse projeto de anta mal feita aqui não para de me tirar do sério. – retrucou Lílian.
-Eu? – perguntou Tiago fazendo cara de inocente, esquecendo que não queria entrar na água, e finalmente se juntou aos amigos no meio do lago chegando bem perto de Lílian, perto demais.
-Sim, você. – disse Lílian incomodada com a proximidade do maroto.
-Sabia que eu te amo ruivinha? – perguntou Tiago ao pé do ouvido de Lílian, fazendo ela se arrepiar da cabeça aos pés.
-Não Potter, não sabia que você agora espalhava mentiras. Vê se me esquece. – disse Lílian saindo de perto do moreno.
-Um a zero pra Ruiva. – disse Nicole rindo da cara de tacho do primo.
-Cuidado com as cobras viu Pontas. – alertou Sirius quando viu que o amigo havia finalmente entrado na água, mas acabou recebendo um olhar do mal de Lílian.
-Sirius, não sei se você percebeu, mas essa não é uma boa hora para você fazer as suas piadinhas. – bronqueou Lílian.
-Defendendo o amado Lily? – perguntou Sirius no que Tiago abriu um sorriso.
-Black, nós estamos no meio do mato, procurando uma coisa que a gente nunca viu na vida, sendo seguido de perto por “criaturas” que parecem fantasmas, estamos molhados e cansados e ainda você fica fazendo piadinhas. Faça um favor a todos. – pediu Pandora desesperada. – CALE A BOCA!
-Também não precisava ser grossa Pandy. – disse Nicole que junto com Lílian se aproximou da queda d’água para observar melhor o que tinha atrás da cachoeira.
-Ele não pára Ni... Em vez de resolver o problema acaba atazanando os pensamentos alheios.
-Os seus pensamentos alheios não é Pandy? – perguntou Nicole entre os risos. – Se você continuar assim vai se reunir a Lílian, ela também nega o que sente.
-Como se você tamb... – começou Pandora brava.
-Chega! Não adianta a gente ficar brigando, não vai adiantar em nada. – disse Remo interrompendo Pandora e pondo um ponto final na discussão.
Enquanto todos discutiam Lílian continuava a observar a cachoeira, eles estavam num beco sem saída, algo naquele lugar não estava fazendo sentido, cansada de tanto pensar a ruiva sentou-se numa pedra observando a paisagem. A cachoeira era pelo menos umas 10 vezes maior que ela, com suas água cristalina que espirrava para todos os cantos atingindo seus cabelos e fazendo-os ficar arrepiados. Quando a água batia fortemente no lago uma espécie de espuma branca se formava e ao mesmo tempo parte dela ia de encontro com as rochas, espirando ainda mais água para dentro na montanha. E assim cada vez mais água entrava na rocha. - Lá dentro deve estar alagado. - pensou a ruiva que de repente se repreendeu pelos seus próprios pensamentos. – Como eu fui tão idiota para não perceber isso antes.
-Gente olha só uma coisa. – exclamou Lílian apontando para onde a água ia parar depois de bater nas pedras, pra dentro da montanha. – A água entra na montanha.
-Como assim Lílian, não tem como a água entrar na montanha? A não ser que houvesse uma abertura, ou algo pareci... – começou Remo que parou de falar assim que começou a acompanhar os pensamentos da ruiva.
-Exatamente Remo, aí é que está a solução para o nosso problema. – exclamou Lílian feliz. - Existe uma abertura atrás da cachoeira que deixa a água entrar, dá pra ver que há água entrando por de trás daquela rocha ali, existe uma fenda.
-Só tem um probleminha, para que a gente possa entrar teremos que passar por entre a água, e não existe outro jeito sem levar uma super ducha antes. – disse Sirius olhando para onde a ruiva estava apontando agora.
-Você já está molhado Black, vai se importar de se molhar ainda mais? – perguntou Pandora.
-Não enche Helerand. – esbravejou Sirius.
A entrada para a caverna ficava no canto esquerdo da cachoeira ,praticamente escondido por de trás das árvores, só um bom observador a teria percebido ali, mas como o próprio Sirius dissera havia um problema, por ser muito pequena (só se passava uma pessoa por vez) não havia outro modo de entrar sem passar pela forte queda, que mais preocupava os garotos. Ninguém sabia o que fazer, seria arriscado demais passar na frente da queda forte sem nenhuma proteção e Lílian não conseguia imaginar um feitiço forte o bastante para interromper a água tempo suficiente para deixar todos passarem. Era um problema.
Pandora também matutava a questão, tinha que haver um jeito de entrar, não era possível. Ela ficou olhando durante uns cinco minutos seguidos sem tirar os olhos da água quando viu uma coisa que a quase fez pular para trás. As duas almas que ela vira mais cedo estavam do outro lado, dentro da caverna, olhando-a fixamente, e o mais assustador de tudo, estavam sorrindo para ela! De repente ela estava entendendo o que eles estavam dizendo, como se estivessem ao seu lado sussurrando ao pé de seu ouvido:
-Você não sabe o que fazer criança? - falava o homem.
-Nós estamos aqui para ajudar vocês, não há o que temer. Apenas ande, entre na caverna, os espíritos vão proteger você e seus amigos. Não tenha medo, confie em nós, tudo vai acabar bem. - disse a mulher antes das duas imagens sumirem aos olhos de Pandora.
Ela já sabia o que fazer, ela sentia o que deveria fazer, mas não acreditava que ia funcionar. Como ela saberia que podia confiar neles? Mas a resposta veio de dentro dela mesma, seu coração dizia que podia confiar eles, eles estavam lá para guiar o caminho dela, e dos amigos. Apesar de ainda relutante, Pandora, na frente de todos, se aproximou da cachoeira e antes que alguém pudesse impedi-la ,atravessou, esperando sentir a qualquer momento a forte pancada da água. Mas ao contrário do que todos esperavam a água não bateu na garota.
Algo incrível aconteceu. Assim que Pandora se aproximou a cachoeira começou a se abrir, uma espécie de passagem surgiu dividindo a queda d’água no meio e Pandora conseguiu atravessar as águas sem se molhar e chegar em segurança do outro lado.
-Não acredito que funcionou! - pensou Pandora assustada. A garota olha para trás de si esperando encontrar os dois espíritos que a ajudaram para agradecer, mas quando se virou, eles não estavam mais lá. Sem entender nada a menina olhou de volta para os amigos, confusa, esperando que esses a seguissem, mas eles só a olhavam com cara de assustados.
-Como você fez isso? - perguntou Sirius olhando assustado para a garota.
-Será que eu devo contar o que realmente aconteceu? Eles acreditariam em mim? - pensava Pandora confusa.
-Pandora? Tá tudo bem? – perguntou Nicole preocupada, a amiga parecia que estava numa espécie de transe.
-Ah gente, sei lá. Eu achei que a gente não perderia nada tentando atravessar. – disse Pandora tentando parecer confiante em seu tom de voz, ela não sabia o porquê, mas não queria contar nada para os amigos, ainda.
-Mas podia ter acontecido alguma coisa com você... E se você se machucasse? – perguntou Lílian preocupada.
-Mas não aconteceu nada, aconteceu? – perguntou Pandora.
-Bom, mas é estranho... – comentou Sirius.
-O que é estranho Black? – perguntou Pandora começando a se irritar com o pequeno interrogatório.
-Ora, vai me dizer que você acha normal uma pessoa de repente atravessar uma cachoeira e ela se abrir ao meio?
-Bom, pode ser que...
-E o que importa gente. Pelo menos achamos um jeito de entrar certo? – disse Nicole aos amigos. A morena tomou fôlego com se fosse mergulhar e atravessou a cachoeira, imediatamente esta se abriu ao meio novamente assim como havia feito com Pandora deixando a morena passar. – Vocês não vêm?
Um a um, todos atravessaram a queda, que se abria e fechava cada vez que um atravessava e quando todos chegaram ao outro lado ficaram admirando a entrada da caverna.
Por ser toda de pedra não havia muita luz lá dentro, a única que tinha vinha de fora e não parecia que ia acompanhá-los por muito tempo. Água escorria por todos os lados da caverna formando pequenas poçinhas ao longo do caminho.
-Bom, e agora? – perguntou Tiago se virando para Remo.
-Bom, o pergaminho está dizendo para seguirmos até o fundo, provavelmente deve estar se referindo ao fundo da caverna, não deve estar muito longe, afinal essa montanha não é tão grande não é?
Mas Remo estava enganado, passado 20 minutos ninguém mais enxergava nada, e parecia que o fim da linha ainda estava longe.
-Gente, eu não queria falar nada, mas tá ficando meio escuro. – disse Nicole.
-Lumus! - disse Remo acendendo a própria varinha e se colocando ao lado de Nicole. – Melhorou?
-Cem por cento. – afirmou a garota sorrindo para o maroto e logo depois apanhou a varinha. -Lumus!
Com as varinhas acesas ficou muito mais fácil caminhar. Mas parecia que aquilo não tinha fim, eles andavam, andavam, andavam, e nada. Mas esse não era o menor dos problemas como Tiago logo notou. – Gente vocês não acham que essas poças de água estão ficando mais freqüentes e maiores?
Conforme a água escorria pelas paredes da caverna ia se depositando em poças, mas quanto mais eles caminhavam, mais água escorria das paredes, até cobrir os pés de cada um deles. Demorou um pouco para eles entenderem porque estava ficando mais cheio de água, o solo estava “afundando”. Eles estavam descendo.
A água continuou subindo, até quase o joelho quando eles finalmente acharam uma parede. O fim da linha.
-Achei que a gente não ia chegar nunca. – disse Remo.
-Mas e agora? O que a gente faz. – perguntou Nicole.
-Não sei, mas não agüento mais ficar nessa água, isso já tá me irritando. – exclamou Lílian.
-Vem aqui ruivinha, que eu te seco. – disse Tiago sorrindo se aproximando da ruiva de novo.
-Não muito obrigada Potter, prefiro continuar molhada. – disse Lílian fazendo cara feia.
-Você podia ter ficado sem essa não é Ti? – perguntou Nicole num sussurro
-O problema priminha, é que eu não consigo viver sem isso. – sussurrou Tiago com cara de apaixonado.
Lílian puxou a blusa de Nicole pela manga para fazer a menina olha para ela. A ruiva estava apontando com o dedo indicador uma nova descoberta. No canto de baixo do lado esquerdo da parede havia um pequeno buraco que puxava a água para dentro da parede, mas como muita água ainda caída das paredes isso não parecida abalar o nível de água.
-Acho que agora você poderia resolver o nosso problema não é Pandora querida. – sugeriu Sirius num tom irônico. Nem ele nem mais ninguém havia reparado no buraco que Lílian estava mostrando para Nicole.
-Primeiro de tudo Black, nunca me chame de querida ok? E segundo, eu não sei como.
-Ora, mas daquela vez você sabia, não sabia?
-Eu já falei que foi um acidente Black, por favor... Olhe que eu estou pedindo com educação... Por favor, você quer parar de me perturbar com esse assunto?
-Ah... Deixe-me pensar... Não. – disse Black encostando-se na parede. – Além do mais você deixou...
Assim que Sirius encostou-se na parede algo na caverna se mexeu. Várias pedrinhas começaram a cair da parede e levantar um pouco de poeira. Um ruído ensurdecedor seguido de um tremor de terra assustou os garotos e a água que antes lhe cobriam os pés agora estava escorrendo e lentamente o solo de pedra começava a aparecer novamente. Á água estava escorrendo para ainda mais embaixo, onde estava antes a parede agora havia um espaço vazio. A parede havia subido e revelando uma nova passagem.
-Viu como foi um acidente. – exclamou Pandora fazendo pouco de Sirius que olhava para o “buraco” na parede ainda perplexo, assim como todos os outro. – Ou vai me dizer que você já sabia que isso ia acontecer assim como vocês diz que eu sabia? Diga-me Sirius, quem te contou? O próprio Ralph apareceu pra você em sonhos?
-Você sabe muito bem que foi um acidente. – esbravejou Sirius.
-Sei é? – perguntou Pandora atravessando a parede sendo seguida pelos outros, menos Sirius.
-Vai ficar aí Sirius? – perguntou Lílian.
-Ah... – começou Sirius com cara de quem pensava seriamente no assunto. – É claro que vou. – e saiu atrás de todos.
Dentro da cúpula não era muito diferente do que do lado de fora, tirando que vinha uma luz não de muito longe indicando o fim da caverna, e de lá se podia ouvir o barulho da água caindo. A água que havia sido jorrada quando a parede se levantara agora escorria para onde terminava a cúpula. Os garotos estavam indo na direção da luz quando Nicole reparou em algo escondido na parte mais escura do lugar, uma espécie de bacia batismal **feita de pedra.
-Gente, o que vocês acham que pode ser aquilo? – perguntou Nicole aos amigos apontando para a região mais escura da cúpula.
Pandora na frente de todos se aproximou do estranho objeto. Nicole e Lílian foram logo atrás, mas foi Pandora que reparou primeiro que dentro da pia havia um pequeno embrulho de panos. Com muito cuidado a menina se aproximou e o pegou-o com as mãos. Rapidamente uma luz emana de fora para dentro da caverna e acaba no embrulho nas mãos da menina. Ao desembrulhar os panos Pandora descobre que tinha nas mãos uma pedra branca, com uma pequena gota azul piscina no meio. Todos olharam assustados, sabiam perfeitamente o que era aquilo.
A pequena pedra branca voou das mãos da menina e foi até onde estava a luz, seguida de perto pelos garotos que corriam ao seu alcance. Ao fim da cúpula havia uma espécie abertura por onde o chão se estendia até um determinado espaço que terminava num início de um lago formado pela água que jorrava de dentro da caverna indo parar num lago que de longe parecia muito agitado, ao chão se encontrava o amuleto e uma pequena bolsa de veludo que provavelmente deveria ser para guardar esse e os outros amuletos, mas quem havia deixado-a lá?Ainda com dúvida Lílian se apressou para apanhar os objetos, mas quando os levou as mãos quase ou deixou cair novamente, eles não estavam num outro lago numa parte mais baixa da ilha, eles estava numa parte mais alta a ilha, de lá eles podiam ver quase toda a ilha e a cachoeira estava a seus pés. Sim, eles estavam em cima da mesma cachoeira que eles haviam usado para chegar na cúpula.
-Como isso é possível? – se perguntou Lílian ainda assustada, mas ninguém respondeu. Sem que eles vissem, um pouco a cima de suas cabeças haviam dois espíritos que sorriam triunfantes para eles e para o que agora brilhava nas mãos de Lílian. Agora sim a busca estava realmente começando, eles haviam encontrado. O primeiro de todos os outros, amuleto da água.
* VVA: o VVA foi uma criação da minha amiga Pamela, foi uma das zilhões de coisas bizarras que cômicas que ela já disse quando está atacada.
** Bacia batismal: É aquela espécie de pia que fica na Igreja para se batizar as crianças.


N/B: Leitorees! Desculpem! A CULPA EH MINHA E SÓ MINHA! A Alulu me passou o cap há mais de um mês... Masss eu só pude entregar betado pra ela hoje, o que acabou sendo bom, PORQUE, É O NIVER DELA!
NIIIIICOOOOLEEEEE, PARABÉNSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS

Desculpeeeeeee o atraso!

N/B2: ahuahuahah, já eh dia 22 e só hoje eu consegui falar com a Aluadinhaaa.

Auhauhauha

Bom capitulo esseeeeeee

MUIITO BOM

Amei Nii

X*
N/A: Uau... Olha quem resolveu dar o ar da sua graça... Me!!! Ah... pequeno pc: a Juh me mandou o capitulo ontem (22) e eu só tô postando hoje (23)... Sorry! Pois é povo... As férias vieram e já foram (há tempos!) e eu ainda não tinha postado, mas sabe como é, nas férias a gente viaja e eu pensava comigo... Ah, quando começarem as aulas eu dou uma escapada pro pc! Ledo engano... Estou no último ano da escola e quem já passou por isso sabe muito bem que os professores acham que você não tem mais nada pra fazer da vida (afinal, o que alguém faz da meia noite as seis da manhã? Pra que dormir não é quando você pode ficar estudando?), mas eu vou me recuperar! Prometo... Bom, não acho que esse capitulo seja o meu preferido, mas é um deles... Falando em capítulos eu já consegui dar um jeito no esquema dessa fic (juro que tava ficando uma coisa de louco, nem eu mais me achava nele) e criei a vergonha na cara de termina-lo ele (bonito isso não?), portanto... O fim dessa baderna toda que eu criei está decidido (bom, até agora né, porque os personagens dessa fic parecem que tem vida própria as vezes), mans creio eu que ainda terão uns 10 a 15 capítulos pela frente, então ainda tem muita água pra rolar... Ah sim, antes que eu comece a responder os coments deixe-me defender um pouco a minha beta linda... Ela sempre se diz culpada das minhas demoras, mas eu demorei séculos pra terminar esse capítulo (sabe como é né gente... Tem certas coisas que acontecem que deixam a gente meio sem criatividade, tipo um professor de redação meio tapado ao extremo, mans eu ainda sairei vitoriosa! E tenho dito!!!), e quando eu digo séculos... Foram mesmo séculos... Mas também ela demorou pra me entregar o capitulo... Tipo, quando eu entrava no msn (o que anda sendo meio raro) ela não tava, e quando ela entrava, eu estava off, em suma... A gente não se encontrava de jeito nenhum! Mans graças à Merlin (e a Juh) o capitulo está aqui... Como faz tempo (eras eu diria) que eu não respondo os coments não... Aqui vamos nós...
Gaby Granger: Pra você ver... Não esqueci da sua fic, mas você sumiu menina. Teve um dia que eu fui olhar no meu perfil pra ver em que pé andava a sua fic e ela tinha desaparecido... Fiquei louca, pensei que você tivesse abandonado e excluído a fic. Mas daí um belo dia que eu estava fuçando na fics da FeB achei você de novo, *-*, mas você ainda não atualizou... *choca compulsivamente* Não some de novo viu... Beijinhos!
Kira: Sim, eu atualizei... E também não abandonei a fic, acho que eu nunca conseguiria fazer isso, pensar em como resolver os problemas que eu criei nessa fic acho que já faz parte da minha vida. Quando não estou fazendo nada, estou pensando em mais coisas para a fic, aguarde grandes surpresas. Beijinhos!
Juliana Potter: Minha pentelha favoritaaaaaaaaaaaaaaaaa... Como as aulas agora fica cada vez mais difícil da gente se encontrar no MSN né... Saudades das nossas férias em que a gente podia ficar conversando sem ter que pensar em levantar cedo no dia seguinte, mas é a vida... Ah sim... A sua fic tá criando mosquinhas... Tá na hora de atualizá-la não? Pois é... Beijinhos!
Lia Lupin: Irmã má! Sumida master, ou como queiram. Essa é outra que deixou a fic as moscas. Saudades de você também, aulas são coisas do mal né, afastam a gente. Espero que você goste do capitulo, beijinhos saudosos pra você!
Zihsendin: A sua fic é muito legal. Eu simplesmente amo essa música. É linda e perfeita pra T/L, tá vendo, nem esperei chegar aos 60 pra atualizar. Na verdade eu andava meio enrolada com a escola e tudo mais, ano de vestibular acaba com a gente. Continua comentando tá... Beijinhos!

*Olha pra cima* Meu Deus... Olha o tamanho dessa N/A... Oo’... Assim eu vou acabar cansando vocês... Bom pra terminar esse meu monólogo eu só peço pra vocês comentarem!!!!! Vou tentar atualizar o mais rápido possível (é só os meus professores e a minha tendinite cooperarem um pouquinho)... Beijinhos à todas e à todos!
Até o próximo capitulo
Aluada

Ps: A Juh me mandou o capitulo dia 22 mans como a FeB só voltou hoje (27/04) postei só hoje...

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