Águas Límpidas



Capitulo Cinco
Águas Límpidas

O corredor já conhecido por ambos estava totalmente no breu... Como de costume. Mas uma luz (muito distante) mostrava que havia uma porta, também há muito tempo conhecida.

Já fazia muitos anos que os dois estavam lá a serviço de todos os mestres que por aquela sala passaram, e com esse não era diferente, isso era um castigo, e ambos sabiam disso, um castigo por não terem admitido a verdade e por cause terem posto tudo a perder, mas nem assim admitiam seus erros e continuavam a cometê-los.

-Mestre... Ele está na ilha. – disse uma voz vinda da antecâmara

-Como assim ele está na ilha? – perguntou o mestre que estava presente no centro da sala.

-Nós o vimos mestre. Perto da primeira busca... Muito perto... Mas aparentemente ele não sabe de nada. – falou uma terceira voz.

-Temos que agir o mais rápido possível mestre! – exclamou a primeira voz.

-Por que você diz isso? Se somente ele que habita a busca... Eu não vejo problema.

-Mas o problema mestre é que ele não está sozinho! – disse a terceira voz.

-COMO NÃO? – gritou o Mestre levantando bruscamente da cadeira e deixando-a cair, como sempre fazia.

-Bem ele trás amigos consigo! – falou a primeira voz

-Bom, mas ele confia nos amigos? – disse o Mestre com seu tom de voz voltando ao normal

-Não sabemos mestre... Mas eles não são os únicos na ilha. – explicou a terceira voz

-Não?! Quem mais habita minha ilha? – ambos levaram um susto. Sabiam que o mestre não estava satisfeito com a notícia

-Não sabemos quem são mestre... Mas vamos descobrir!

-Lembrem-se... Só voltem quando tiverem descoberto tudo! – ordenou o mestre fazendo sinal para que eles saíssem da sala.

-Sim mestre! – disseram as duas vozes saindo da sala deixando o mestre sozinho.

Tanto tempo esperando que esse dia chegasse, tantos séculos esperando pacientemente para se deparar com mais problemas.

Quando assumiu a missão ele sabia de todos os riscos, de todos os sacrifícios, sabia de tudo... E mesmo assim tinha aceitado o seu destino. Mas o que aconteceria se a criança não aceitasse a proposta, se colocasse tudo a perder? Ficaria ele mais 100 anos à espera de outro Mestre?

-Algo está errado Merlin... Preciso de sua orientação. – pediu o mestre aos céus. Olhando pela janela, que de repente se abrira, ele pode vez que a luz do luar iluminava alguma coisa, um objeto que ele mesmo havia esquecido que existia.

¬ Aproximando-se vagarosamente da outra parte da sala, podia-se ver que ela era muito bem organizada... Livros e mais livros estavam dispostos em uma estante ao lado da janela (a única do cômodo) que permitia que a luz da lua entrasse e iluminasse tudo. De frente para a janela havia um espelho, mas esse espelho não refletia a imagem disposta paralelamente na sua direção... Ele estava em cima de uma velha mesa de madeira entalhada à mão, provavelmente datada do século XV, toda em madeira escura e ainda conservava o cheiro como se tivesse sido cortada e entalhada naquele instante, o espelho era totalmente em ouro, sua borda poderia ser vista de longe, brilhava como uma luz de vela, nele existiam pedras e mais pedras preciosas cravadas no ouro o que o tornava provavelmente um item de colecionador de artefatos antigos, mas para uma pessoa normal o espelho não teria nenhuma serventia. Ele mostrava um vazio, uma escuridão, tudo que ele refletia era a cor preta.

-Ô antigos poderosos me guiem e meu ajudem a resolver os problemas mostrem-me a saída. – murmurou o mestre agora chegando com as duas mãos perto do “espelho” que automaticamente começou a refletir a imagem de uma ilha, quase ao amanhecer...


(...)


Lá no horizonte via-se uma pequena faixa de luz... -Finalmente o sol estava nascendo... - pensava Lílian.

Ainda com sono a ruiva pensava sobre a noite anterior, e principalmente pensava sobre o que ela e os amigos estavam passando... A garota sentia que o que ela mais precisava era uma boa cama e uma boa noite de sono... Ainda demoraria muito para os amigos acordarem, mas voltar a dormir estava fora de cogitação, ela precisava mesmo caminhar um pouco, relaxar dessa tensão toda pelo qual todos eles estavam passando.

Mas existia outra coisa que perturbava a ruiva, ainda mais que o fato deles estarem numa ilha junto com dois comensais. Tiago Potter. Quando era mais nova, Lílian tremia de ódio ao ouvir esse nome, mas agora brigar com ele já fazia parte de sua rotina, mas ultimamente Lily estava ficando farta daquelas discussões, e ontem, enquanto Sirius contava à ela e à amiga (só para irritar os amigos) Lily realmente estava começando a cogitar a hipótese de que ela e Tiago pudessem ser, um dia, amigos.

-Acho melhor eu ir buscar algo pra esses mortos de fome comerem... – pensou Lílian se levantando.

O sol já havia nascido no horizonte quando Lílian conseguiu se levantar, tamanha era a sua preguiça. Por entre as árvores a ruiva podia ver que o dia seria lindo, sem uma única nuvem no céu, um dia perfeito para ficar na praia sem fazer nada... Sim, mas ela não podia ficar na praia sem fazer nada (por mais que quisesse e precisasse), afinal ela e os amigos tinha coisas à fazer e assuntos pendentes para resolver.

-Onde você pensa que está indo Lily? – perguntou uma voz atrás da ruiva.

-Já acordado Remo? – perguntou a ruiva se voltando para o maroto que ainda permanecia deitado.

-É, pode se dizer assim. – respondeu o maroto, ainda com sono. – Acho que não estou mais a fim de dormir. Mas e você? O que faz acordada?

-Eu? – perguntou Lily. – Bom, acho que é pelo mesmo problema, sem sono... Eu estava pensando em dar uma volta. Sabe... Pegar algo para esse povo comer antes que eles acordem e reclamem na minha orelha.

-Bom, acho que vou junto com você, não estou com muita vontade de ficar aqui esperando esses dois. – disse apontando para Sirius e Tiago. – Vão demorar muito ainda para acordar.

-Mas pra quem estava doido para ir até a cachoeira o Sirius está com uma cara de que não vai levantar tão cedo. – disse Lílian com um sorriso estampado nos lábios.

-Pois é, para esses dois, o que vem em primeiro lugar são quantas horas eles dormem por dia... Para eles todo o ser humano deveria dormir 12 horas por dia. – disse Remo perdido entre as risadas olhando para os amigos, mas percebeu que Lílian olhava especificamente para Tiago. Provavelmente a ruiva deveria ter percebido, porque no segundo seguinte desvio o olhar rapidamente.

-Vamos? – perguntou Lílian tentando disfarçar. – Daqui a pouco eles acordam e vão estar mortos de fome.

Um vento forte passou pelos dois bagunçando os cabelos da ruiva e deixando-a arrepiada. O vento balançou as árvores e levantou as folhas do chão, passou pelos arbustos e, simplesmente desapareceu.


(...)


Sua cabeça ainda doía... Mas ela já estava acostumada, afinal isso vinha acontecendo com certa freqüência ultimamente. Mas ainda sem coragem para abrir os olhos Pandora preferiu ficar ouvindo o som das águas e dos pássaros, não conseguia se concentrar no sonho que estava tendo... Tentava em vão se lembrar de pequenos vestígios do sonho... – Bom, pelo menos achei um motivo pra dor de cabeça – pensou Pandora.

-Pandora? Você está acordada? – perguntou uma voz não muito distante.

-De quem é essa voz mesmo? – se perguntava Pandora confusa. Resolveu abri os olhos.

Com a mesmo intensidade que a dor veio, passou... Como se estivesse esperando que ela abrisse os olhos. Olhando ao redor a garota podia ver que o sol não estava brilhando com tanta intensidade. Havia muitas nuvens no céu, isso era um péssimo sinal, nuvens pretas significavam somente uma coisa...

-Parece que vai chover... – Pandora ouviu Tiago comentar.

-Pois é. – respondeu Pandora.

-O que vocês estão conversando? – perguntou outra pessoa que acabara de acordar. Sirius estava com os cabelos levemente bagunçados e desajeitados, ainda se encontrava deitado sobre a grama onde havia adormecido na noite anterior, e ao seu lado estava Nicole, que ainda dormia.

-Mal acorda e já quer saber da conversa alheia. – disse Tiago.

-E você, mal acorda e já quer implicar comigo... – disse Sirius olhando para a prima do amigo. – Será que devemos acordá-la?

-Acho que seria muito melhor se a gente corresse até a praia e pegasse um pouco de água, te garanto que ela ficaria muito feliz. – disse Tiago entre as risadas.

-Vocês são maus mesmo não? Não podem ver uma pessoa dormindo tranqüilamente que já querem acordá-la? – perguntou Pandora também perdida entre ficar séria e dar risada dos amigos. Mal sabia Tiago que Nicole estava bem acordada deitada ao lado de Sirius que segurava as risadas para não chamar a atenção de Tiago, mas como o maroto estava de costas, olhando para Pandora, não podia ver o sorriso perdido nos lábios da prima que o observava.

-Não é qualquer pessoa Pandy. – começou Tiago. – Acredite, ela já fez muitas coisas do mal com a gente.

-Como quais Tiago? – perguntou Pandora.

-Acontece Pandy, que quando uma pessoa é pentelha desde que nasce, é inevitável irritá-la o máximo de tempo que se conseguir, além do mais... Coisas do mal... Eu não sou tão má assim né Ti? – perguntou Nicole assustando Tiago.

-Como você é... Não consegue ouvir alguém falando mal de você que já vem prestar atenção em tudo que se fala.

-Acho melhor você ficar quieta Ni. – disse Sirius.

-E eu posso saber por quê?

-Eu não estou irritado com todo mundo. – admitiu Tiago.

-Ah não? – perguntou Nicole. – Tem alguém especial em mente hoje Ti?

-Sim priminha... Um Certo cachorro que não sabe ficar com a sua ENORME língua dentro da boca.

-Você ainda está irritado comigo? – perguntou Sirius se fazendo de inocente.

-Sim, e aposto que o Remo está querendo o seu pescoço também.

-Gente, eu sei que vocês dois adoram discutir, mas será que vocês... Assim sabe... Poderia me explicar o que está acontecendo? – pediu Nicole, apoiada por Pandora, que também não estava entendendo mais nada.

-Simples, esse cachorro pulguento fica fazendo fofoca e... – começou Tiago.

-Cachorro sim... Mas pulguento... Tiago... Você já foi mais criativo. – disse Sirius perdido entre as risadas.

-Agora eu entendi porque a discussão! – exclamou Pandora, o que deixou as bochechas de Nicole levemente mais rosadas.

-Vocês dois não queria ajuda... Pois então... Fui direto ao ponto. Quem sabe agora você não tem uma chance com a Lily., porque eu te garanto que o problema do Remo já está há muito tempo resolvido.

-Se ela não acredita em mim, que dirá em você Sirius.

-E por que ela não acreditaria no Sirius Ti? – perguntou Nicole, fazendo-se de desentendida.

-É... Por que não?

-Bem... O Sirius não é uma pessoa em que eu acreditaria se fosse sobre esse assunto... Mas pensando melhor, eu não acreditaria nele em nenhum assunto. – disse Pandora.

-Não me lembro de ter pedido a sua opinião Helerand. – disse Sirius se levantando. – Ni, vamos dar uma volta... O ar aqui tá ficando meio pesado.

-Sirius eu... – começou Nicole.

-Vai, vamos... Por favor... – pediu Sirius com a sua famosa cara de cachorro abandonado.

-Tá bom vai... – começou Nicole se levantando. – Gente, agora que eu percebi. Aonde foram o Remo e a Lily?

-Eles foram andar um pouco pra procurar alguma coisa pra gente comer. – disse Tiago. – Eu vi quando eles saíram.

-Ah bom... Já estava ficando preocupada. Então nós vamos procurar os dois né Sirius? Daqui a pouco a gente volta. – disse a morena saindo da clareira puxando Sirius pela mão.

-Vocês dois não tem jeito mesmo não? – perguntou Tiago à Pandora que estava deitada em cima dos cobertores que Lílian havia conjurado na noite anterior.

-Vocês dois quem Tiago?

-Não se faça de sonsa, você sabe que eu estou falando de você com Sirius.

-Ah, é desse cachorro de quem estamos falando. – falou a menina começando a ficar de mau humor.

-Sim! Sabe, acho que você pega um pouco pesado com ele. – disse Tiago.

-Se você não se importa não quero falar sobre isso. Mas se você quer mesmo saber... Existem algumas atitudes do seu amigo que me irritam.

-Quais por exem... – começou Tiago, mas foi interrompido por Pandora, que levantou rapidamente apontando a varinha para algum lugar ao longe, perto de um arbusto. – O que houve?

-Shiu. Fale baixo, acho que tem alguma coisa nos escutando.

-Você deve estar ficando maluca, eu não estou ouvindo nada.

-Como você não está ouvindo nada. Tinha alguma coisa andando... Será que não eram os seus amiginhos da escola?

-Acho que não... Aberrações não saem durante o dia. – disse Tiago rindo.

Mas de repente Tiago ouviu, não eram exatamente passos, parecia que alguma coisa estava se locomovendo pela floresta, tendo todo o cuidado para pisar de propósito nas folhas secas, a coisa queria chamar a atenção dele.

-Viu eu te disse. – disse Pandora começando a andar na direção dos “passos” quando sentiu algo segurando seu braço. Era Tiago.

-Você não acha que deveríamos chamar os outros? Pode ser uma armadilha do Malfoy e da Black.

-Não mesmo, até eles chegarem essa coisa já terá ido embora. E você mesmo disse que aberrações não saem de dia não é? Você vem comigo, ou fica?

-Tá certo. Eu vou com você.

O barulho parecia estar muito perto dos dois, como se estive se aproximando. Tiago e Pandora começaram a andar, ambos com as varinhas em punho. Quando passaram para fora da clareira e se embrenharam no meio do mato não ouviam mais nada, além de seus próprios passos. Andaram por mais ou menos uns três minutos até que ouviram os passos novamente, dessa vez pareciam que estavam correndo, e cada vez mais depressa. Tiago e Pandora se olharam, e depois começaram a andar, atrás dos passos. Parecia que a coisa, ou pessoa, não queria que os dois chegassem perto, porque andava cada vez mais rápido, obrigando os dois a aumentarem os passos, cada vez mais rápido.

Os passos aumentavam à medida que Tiago e Pandora corriam. O caminho parecia não ter fim, a floresta era densa e não dava pra saber aonde os dois iriam parar, até que, um som de água chegou aos ouvidos dos dois, e uma claridade maior parecia vir do fim da trilha.

Aparentemente os dois haviam chegado a mais uma das milhares que clareiras que haviam na ilha, mas aquela era diferente. Existia um lago bem no certo, o lago era um tanto quando grande, ocupava grande parte do espaço, e pelo que parecia, somente pelo caminho que os dois haviam chegado poderia-se entrar na clareira.

-Isso não estava no mapa. – murmurou Tiago ainda admirado.

-Como disse? – perguntou Pandora.

-Isso não estava no mapa que a gente achou. – repetiu Tiago, mais alto dessa vez.

-Como assim não estava? – perguntou Pandora, aparentemente o mapa mostrava toda a ilha, ou quase.

-Não estando. – disse Tiago como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. – Remo, Sirius e eu passamos a manhã toda de ontem procurando um lugar onde tivesse água, e o mapa só mostra a cachoeira.

-Você está querendo dizer que isso não deveria existir?

-É mais ou menos por aí que eu quero chegar. – disse Tiago chegando mais perto da água.

Quando chegou ainda mais da água para ver seu reflexo quase caiu pra trás, ele não se via do jeito que era. Na verdade seu reflexo parecia ser uns bom cinco anos mais velho, ao seu lado estava uma ruiva de olhos verdes bem sorridente e em seus braços havia um bebê, com os mesmo cabelos de Tiago, mas com os olhos bem verde iguais ao da moça ruiva que o segurava.

-O que houve Tiago? – perguntou Pandora preocupada, Tiago estava branco como o véu. – Parece que você viu um fantasma.

-É mais ou menos isso. – disse Tiago recuperando-se do susto aos poucos. – Pandy, olhe seu reflexo na água.

Pandora achou o pedido de Tiago muito estranho, mas mesmo assim resolveu se aproximar do amigo. Levou um enorme susto quando se olhou na água, ou pelo menos tentou afinal ela só conseguia ver o reflexo do Tiago, alias o mesmo que estava ao seu lado, mas era só o reflexo do amigo que aparecia na água, o dela havia sumido!

-Tiago, eu só vejo o seu reflexo na água. – disse Pandora assustada.

-Como assim? – Tiago olhou na direção de onde deveria estar o reflexo da amiga e levou outro susto. Ela tinha razão, seu reflexo não aparecia na água. E agora Tiago só conseguia ver a si próprio, sem as duas pessoas de antes. – Eu agora só consigo me ver, antes eu me via na companhia de duas pessoas, uma mulher e um bebê.

-Você acha que foi uma visão? – pergunta Pandora apavorada.

-Não sei dizer, mas o que eu queria mesmo saber é por que você não se vê na água? E quem era aquela mulher ao meu lado?

-Mulher? Quem sabe você não teve uma visão bizarra do seu futuro. Não sei, estou ficando com medo Tiago, vamos sair daqui. – pediu Pandora com a voz assustada.

-Sim, mas vamos chamar os outros, quem sabe a Lily não sabe a resposta.

-Não sei se quero voltar aqui de novo. O que há com esse lago?

-Acho que teremos que descobri. – disse Tiago.

-Já te disse que eu odeio esse lugar! – exclamou Pandora irritada.

-Por quê? – perguntou Tiago.

-Por quê? Olhe a sua volta, parece um lugar maravilhoso, mas você já viu quantas coisas estranhas acontece por aqui? Primeiro os amuletos, e agora esse lago estranho... Eu queria mesmo ir embora daqui! – gritou Pandora.

Os dois deram um pulo pra trás. Na outra margem do lado puderam ver dois vultos brancos sorrindo para eles.

Eram um homem e uma mulher, ambos pareciam ter a mesma idade. A mulher tinha os cabelos cumpridos e usava um vestido longo e seus pés flutuavam a uns bons centímetros do chão. O homem usava uma espécie de túnica e tinha os cabelos lisos e espetados, flutuando ao lado da mulher. Mas do mesmo jeito que os dois apareceram, desapareceram. Seguidos de um trovão... Água começou a cair do céu. Estava começando a chover.


(...)


-Acho que você tinha razão Sirius. – disse Nicole dando-se por vencida, começando a ficar molhada. – Está começando a chover.

-Viu, eu sempre tenho razão. – exclamou Sirius cheio de si.

-Egocêntrico. – disse Nicole rolando os olhos. – Acho melhor a gente andar logo e achar a Lily e o Remo, antes que eu fique ainda mais molhada.

-Por quê? Está preocupada com o seu maroto perto da Lily? Não se preocupe, o Remo é fiel a você e ao Tiago. – disse Sirius, que em resposta recebeu um belo tapa do braço. – Ei... Essa doeu sabia?

-Era pra doer mesmo seu cachorro... Quem te disse que eu estou interessada no Remo junto com a Lily, só acho melhor a gente sair o mais rápido possível da chuva, e eu não volto pra clareira sem a minha amiga. – disse Nicole decidida.

-Sei, sei... Começo bem essa sua “amiga”, que de amiga não tem nada.

-Quando é que você vai tirar essa idéia maluca da sua cabeça? – perguntou Nicole.

-Qual idéia?

-Essa, de que eu gosto do Remo.

-Ah, essa... Deixe-me pensar... Nunca. Vamos Potter, admita que você morre de amores pelo nosso lobinho.

-Eu morro de amores pelo “nosso lobinho” tanto quanto a Lily odeia o Tiago.

-Tem certeza, olha que eu vou cobrar isso... Mas já que estamos falando no nosso casal favorito, acho que temos que tomar algumas medidas drásticas.

-Nisso eu concordo com você Sirius. Temos que juntar aqueles dois o mais rápido possível. – concordou Nicole.

-O melhor jeito seria trancar os dois num armário de vassouras. Mas acho que aqui não temos armário, e muito menos de vassouras.

-Você acha mesmo que seria seguro deixar a Lily e o Ti, num mesmo recinto repleto de vassouras?

-É, você tem razão. O Pontas correria o risco de sair de lá com um bela dor de cabeça. – concordou Sirius, no que os dois amigos começaram a rir.

-Que bonito. Dois amigos rindo juntos... Não é lindo Remo? – perguntou Lílian saindo dentre as árvores carregando uma cesta cheia de frutas.

-Tanto faz. – disse Remo mal humorado. Aparentemente a cena de Sirius e Nicole na chuva, molhados até os últimos fios de cabelo, abraçados e rindo não agradava o mais sensato dos marotos.

-Posso saber do que os dois estão rindo? – perguntou Lílian curiosa.

-Lamento Lily, mais isso sãos coisas entre Sirius e eu.

-Será que a gente não poderia andar não Lily, eu realmente queria chegar num lugar mais seco. – pediu Remo que já começava a andar, deixando os três pra trás.

-Deixa que eu vou atrás dele. – disse Sirius quando Lily vez menção de ir atrás do amigo.

-O que será que deu no Lupin? – perguntou Nicole tentando parecer indiferente.

-E você nem desconfia?

-Lá vem você com essa história de novo Lily, eu já estou cheia sabia?

-Mas parece que você ainda não entendeu, vai me dizer que você não parou pra pensar no que o Sirius te falou ontem?

-E você pensou? – perguntou Nicole com uma pontinha de esperança, será que Lílian Evans estava realmente pensando em Tiago Potter?

-Se você quer saber mesmo... Andei sim. – Nicole deu um sorriso enorme ao ouvir isso da boca da amiga, mas que se perdeu assim que a ruiva continuou. – Acho que nós podemos ser amigos afinal.

-Tá bom vai... Eu vou fingir que acredito nisso, você e o Tiago amigos... Só na próxima geração. – falou Nicole rindo, no que Lily começou a rir também.

-Mas ambas pararam de rir assim que Sirius apareceu na curva, quando as duas já estavam próximas à clareira.

-Lily, Ni... O Tiago e a Pandora sumiram!


(...)


-Agora será que vocês podem explicar isso mais uma vez?

-A gente já falou! – explodiram os dois.

Assim que Sirius, Nicole e Lílian entraram na clareira encontraram Remo tentando acalmar um Tiago e uma Pandora completamente assustados, alegando terem visto algo muito estranho e contando fatos desconexos. E agora que estavam todos devidamente sentados e sendo devidamente alimentados pelas frutas que Lílian trouxera, Tiago e Pandora explicavam pela terceira vez o que tinha visto. Mas mal sabiam todos que estavam sendo observados. Se olhassem para cima poderia ver que dois vultos flutuavam à cima das árvores, olhando atentamente para o grupo.

-Nós estávamos conversando quando ouvimos passos vindo do meio da floresta, e resolvemos seguir para ver o que era. – explicou Tiago ainda assustado, mas como se fosse a coisa mais simples do mundo.

-Vocês estão querendo dizer que saíram por ai, perseguindo uns passo estranhos, e ainda por cima SOZINHOS! – gritou Lílian.

-Essa não é a questão Lily. – continuou Tiago, Pandora pelo jeito ainda não recuperara a fala. – Nós chegamos a um lugar que não está no pergaminho. Ficamos perdidos durante uns bons 10 minutos do meio do mato, quando ouvimos os passos novamente, e cada vez mais rápido. O que você faria no nosso lugar, estávamos realmente querendo sair de lá, e pelo jeito só aquela pessoa sabia como sair.

-Na verdade Potter, eu sou sensata o suficiente para não sair por ai seguindo passos misteriosos. – brigou Lílian.

-Será que você pode me deixar continuar? – perguntou Tiago à ruiva, que ficou em silêncio para deixar o maroto continuar, mas bem a contragosto. Quando menos esperávamos chegamos a uma clareira, mas essa não era um clareira comum. Havia um lago no meio, quando eu me aproximei do lago pude ver o meu reflexo, alguns anos mais velho e com... Bem isso não importa. – Tiago parou de falar por um instante, seu subconsciente lhe dizia que não era pra contar aos amigos os detalhes da imagem que vira no lago. – Mas o mais bizarro foi que a Pandora não eu consegui ver o seu reflexo na água!

-Como assim?

-Bem, quando eu cheguei perto do lago, só via o Tiago, mais nada além dele. – disse Pandora ainda apavorada.

-Bom eu já ouvi falar de espelhos que só mostram um bruxo por vez, mas nunca li sobre coisas assim acontecerem em um lago. – disse Lílian.

-Mas o mais esquisito não foi isso! – disse Tiago.

-Não? – perguntou Nicole.

-Não. - continuou Pandora. – O mais estranho mesmo foram os dois vultos que nós vimos na outra margem.

-Vultos? – perguntou Remo.

-Sim, eram um homem e uma mulher. Ambos pareciam ter quase a mesma idade, a mulher usava um vestido longo e o homem uma espécie de túnica e estavam flutuando a quase um metro do chão!

-Não sabia que você tinha medo de fantasmas Helerand? – perguntou Sirius num tom de deboche. – Nós convivemos com fantasmas quase todos os dias lá em Hogwarts.

-Sirius essa não é a questão! – disse Lílian. – A questão é que...

-Não seriam por acaso aqueles dois? – perguntou Remo com a voz ainda mais assustada apontando para cima das cabeças de todos. Lá estavam os dois vultos, bem acima dele. E que seguido de outro trovão... Desapareceram.

A chuva aumentava cada vez mais, e parecia que não ia parar nunca. Mais um raio cruzou os céus, mas parecia que ninguém iria falar nada.

-O que foi isso? – perguntou Sirius pálido.

-Era isso que nós estávamos tentando contar para vocês. – disse Pandora.

-Tem que haver uma explicação lógica para tudo isso. – disse Lílian.

-Lily, desde quando no mundo mágico tem alguma lógica. Isso é magia. – disse Nicole.

-Acho melhor a gente ir até a cachoeira, quando mais rápido terminarmos tudo isso, mais rápido poderemos ir embora daqui. – concluiu Pandora se levantando, sendo seguida pelo outros.

-O plano está funcionando mestre. Logo o guardião vai cumprir a profecia.

N/A: Acreditem, nem era para eu estar aqui... Fiquei o feriado todo pra terminar o capitulo e acabei ficando (de novo) com tendinite... É a vida...

Esse capitulo vai especialmente para a minha beta linda... Juju... PARABÉNS AMOR... O Sisi também está mandando lembranças...

Gente, os coments eu respondo no próximo cap porque eu realmente estou sem forças para continuar aqui.^^

ADORO todos vocês viu... E continuem comentando...

Beijinhos...

Aluada

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