Confusão na Toca



Era um dia frio na Toca. Harry passaria seu aniversario com a família Weasley. Eram duas horas da tarde quando os preparativos começaram a ser feitos. Hermione e Gina cuidavam da decoração, colocavam algumas faixas e alguns balões encantados que brilhavam num azul claro o tempo todo. A Sra Weasley cuidava da comida, enquanto Gui, Fred e Jorge se divertiam com as invenções dos gêmeos em seus quartos.
Harry havia chegado na noite anterior, ainda não sabiam como o Sr Weasley havia convencido seus tios, mas isso não importava, Harry estava muito feliz, e mal pensava nisso. Harry e Ron passaram a tarde toda conversando.
– Estou louco para voltar a Hogwarts. – disse Ron sorrindo. – Este ano vai ser muito legal!
– Nem me diga. – disse Harry. – Só não desejo voltar para lá com mais fervor porque estou aqui com vocês, mas se estivesse em casa...
– Se é que aquilo é casa. – completou Ron jogado os olhos até a janela, depois de alguns segundos voltou-se para Harry e cochichou. – Você já teve alguma notícia sobre Você-sabe-quem?
– Não. – respondeu Harry. – Parece que Dumbledore esta se encarregando muito bem para que nada chegue aos nossos ouvidos.
– Ele sabe que não adianta. – disse Ron. – Sempre escondem as coisas, e ainda assim acabamos descobrindo, desta vez não será diferente.
– É o que espero. – respondeu Harry. – A pior coisa é não saber o quão em perigo estamos, sabe, não sei nem se devo me preocupar.
– É claro que deve! – disse Ron num tom alto, depois baixou novamente sua voz. – Você sempre precisará se preocupar, Harry. Você está marcado. – apontou para a cicatriz. – Para sempre.
– Um dia isto – disse Harry passando os dedos sobre a cicatriz. – será apenas uma mera lembrança, e não uma marca de morte.
– Meninoooos! – gritou Sra Weasley. – Venham queridos, vamos começar a festa!
Os dois se olharam e sorriram, então desceram a escada correndo. Todos já estavam em volta da mesa, estava com língua-de-sogra nas bocas e alguns apitos, Gina e Hermione estavam paradas na ponta da mesa, Harry caminhou e parou ao lado das duas, cantaram os “parabéns” e cortaram o bolo que tinha a forma da firebolt. Gina foi a primeira a abraçar Harry, e ficaram assim mais tempo que o de costume, logo depois Hermione, e em seguida Ron lhe dá um curto abraço amigável.
– Olha Harry, até lhe abraçaríamos. – disse Fred sorrindo, estendeu a mão esquerda, e George a direita. – Mas um aperto de mão soa mais maduro.
– Sem problemas. – disse Harry apertando as duas mãos ao mesmo tempo enquanto gargalhava.
– Parabéns Harry. – disse o Sr Weasley colocando sua mão no ombro do garoto ao seu lado estava Gui que apenas soltou um alegre “felicidades garoto”.
– Queridooo. – disse Sra Weasley agarrando-lhe contra o corpo. – Está virando um garotão lindo e forte agora, nem parece o pequeno Harry que conheci a alguns anos atrás, como está crescido. Oh meu querido, muitas felicidades, anos de vida, amor, paz, feitiços.
– Já chega. – disse Ron puxando a manga da camisa de Harry. – Ele já entendeu o recado, mãe.
Enquanto comiam o bolo e conversavam e riam alto, quatro corujas entraram pela janela, e largaram embrulhos em cima da grande mesa. Uma era de Hagrid que desejava todas as felicidades possíveis e “impossíveis” para Harry, e lhe mandara um pequeno manual dos melhores times de Quadribol dos últimos 100 anos. A outra era de Sirius, estava radiante e triste ao mesmo tempo, sentia saudades e mesmo não escrevendo aquilo, Harry sabia. Infelizmente não pode mandar nada, estivera muito ocupado e com poucos recursos, mas apenas a carta satisfazia Harry e ele mal ligava para os presentes. A terceira coruja era dos pais de Hermione.
– Pedi para que dessem um jeito de lhe mandar o presente que comprei. – disse ela satisfeita. – Vim com pressa para cá e acabei esquecendo.
No embrulho havia uma miniatura da Firebolt, um símbolo da Grifinória e o brasão de Hogwarts. Abaixo havia escrito, Harry Potter – melhor apanhador da Grifinória.
– É incrível. – disse ele sorrindo. – Como conseguiu?
– Na verdade. – disse Hermione sorrindo. – Tive uma ajudinha nisso. É um presente meu e da Gina, trabalhamos muito nisso, sabia?
– Nossa. – disse ele olhando para Gina que estava encabulada. – Adorei, obrigado.
Estendeu o braço para pegar a quarta carta, mas estendeu-a de volta a Hermione.
– Esta é para você. – disse Harry.
– Para mim? – perguntou Hermione pegando-a. – Já volto.
Caminhou um pouco para longe da mesa, Ron a seguia com os olhos, a viu abrir a carta, lê-la, sorrio olhando para cima e depois tornou a lê-la. Voltou em não mais de cinco minutos com um sorrisinho bobo no canto da boca.
– O que houve? – perguntou Gina enquanto os outros conversavam alto.
– Vítor. – disse ela sorrindo, Ron que estava por perto conversava com Harry mas ao ouvir esse nome odiado voltou suas orelhas para Gina e Hermione.
– O que diz? – perguntou Gina histérica.
– Bem, ele quer me encontrar. – disse Hermione satisfeita. – Embora eu não saiba como isso seria possível. Não posso ir até onde ele está.
– Mas peça para que venha passar uma tarde com a gente. – disse Gina. – Duvido muito que mamãe se importaria, sabe, ele é como um amigo, nunca nos fez mal.
– Talvez não seja uma boa idéia. – disse Hermione olhando para Ron.
– Ah, entendo. – disse Gina olhando para Ron. – Escute Hermione, era o que eu mais queria, mas acho que está na hora de seguir em frente. Ele pulou do navio, e o navio tem que continuar a andar.
– Você tem razão. – disse Hermione após alguns segundos. – Vou escrever para ele agora mesmo.
– E exija uma resposta rápida. – gritou Gina enquanto a amiga corria com a coruja até o quarto.

– ... e é isso que penso. – disse Harry. – Há lógica, não é mesmo?
– Hãn. – disse Ron voltando a si. – Sim, há sim.
– Onde você estava? – perguntou Harry.
– Ora onde. – respondeu Ron. – Aqui.
– Poderia estar em Azkaban, mas aqui não. – disse Harry.
– Você viu quem escreveu para Hermione? – perguntou Ron.
– Não. – disse Harry. – Apenas vi no topo da carta “querida Hermione” não iria lê-la né.
– Aposto meus feijões de todos sabores como era Vítor.
– Por que se importa? – perguntou Harry como quem não soubesse.
– E não me importo mesmo. – disse Ron. – Mas aí tem, e se ele for algum filho de Dementadores?
– E se ele for apaixonado por Hermione? – perguntou Harry.
– Ah pára com isso. – disse ele disfarçando o ódio em seus olhos. – Hermione não seria tão burra de gostar de uma pessoa como ele. Vítor Krum é cheio de garotas apaixonadas por ele, nunca se prenderia a Hermione.
– Eeee por que nãããão? – perguntou Gina que havia escutado a conversa. – Hermione é bonita, simpática, inteligente, tudo que alguém poderia um dia querer. Até mesmo um garoto tão lindo e famoso como Vítor. Hermione tirou a sorte grande.
– Hermione merece coisa melhor. – disse Ron se levantando, caminhou até seu quarto e não voltou mais para a sala durante aquele dia.
Durante a noite, quando Harry foi para seu quarto Ron já estava dormindo, no chão estava o autógrafo que Ron havia pedido a Vítor há dois anos atrás, agora estava rasgado. Na manhã seguinte a Sra Weasley acordou todos cedo, por incrível que pareça, a coruja com a resposta de Vítor já havia chegado e o pergaminho estava agora ao lado do prato de Hermione.
Gina foi a última a sair do quarto, e quase esbarrou em Harry quando desciam para tomar café.
– Bom dia. – disse ela sorrindo.
– Bom dia. – respondeu Harry, Ron passou reto, num péssimo mal-humor.
– Parece que nem tanto para ele. – disse Gina.
– Essa história do Vítor. – disse Harry. – Mas eles ainda se entendem.
– Espero que sim. – disse Gina. – Como se sente mais velho?
– Mais sozinho. – disse Harry, pararam de andar e se encararam. – Ron e Hermione mal se falam agora, isso é estúpido, eu sei, mas sinto falta deles, normais, sabe. Ron está sempre de mal-humor, e nunca presta atenção no que eu digo. Eu também sou humano.
– Eu entendo. – disse Gina. – Por isso que é melhor que não fiquem juntos. Mas se precisar conversar com alguém, eu também sou humana. Não faço parte do trio de vocês, mas acho que somos amigos apesar de qualquer coisa, não é mesmo?
– Claro Gina. – disse ele sorrindo, um pouco decepcionado na verdade com a palavra “amigos”. – Somos amigos.
– Vamos descer. – disse ela sorrindo.
Caminharam lado a lado sem dizer mais nada, quando estavam chegando à sala Ron passou com a cara amarrada por eles, e resmungou algumas palavras baixinho. Harry foi atrás dele e na escada o segurou pela camisa.
– O que houve? – perguntou Harry.
– Teremos visita. – disse ele bufando. – Vítor Krum está para chegar, como estou emocionado com isso, Harry.
– Escute aqui Ron. – disse Harry. – Vamos descer, tomar café e depois receber Vítor da maneira como ele merece.
– Não daria certo. – disse Ron ironizando. – Meus pais são contra a violência.
– Ron! – disse Harry. – Por que se irrita tanto? Padma, Lilá, já é o suficiente.
– Eu fiz muita besteira. – disse Ron se culpando. – Mas eu disse que a amava Harry, eu disse. Disse sim.
– Mas disse quando ela havia acabado de lhe fazer um favor! – disse Harry.
– Não vejo diferença. – respondeu Ron irritado.
– Pois eu vejo, e ela também. – disse Harry. – Soou como uma criança agradecendo sua mãe por lhe ajudar na lição de casa. “Obrigada mamãe, eu te amo”.
– O que eu faço? – perguntou ele, agora triste.
– Receba Krum. – disse Harry calmamente. – Você acha que não sofro? Amo tanto sua irmã, Rony, eu a amava há muito tempo, mas não podemos ficar juntos, porque colocaria sua vida em risco. Talvez seja melhor assim, Ron. Deixe Krum conquistar Mione, se vocês realmente foram feitos um para o outro, um dia vão se acertar.
– Você deve estar certo. – disse Ron. – Mas é tão difícil.
– Logo vai melhorar. – disse Harry agora mais alegre. – Vamos voltar logo para Hogwarts.
– Eu sei. – disse Ron enquanto desciam a escada e voltavam para tomar café, ainda parecia muito decepcionado. – Eu sei.

– Mas mãe, não tem nada de mais. – protestou Gina. – Krum é nosso amigo, apenas quer nos visitar, ele mora longe e as férias estão acabando.
– Esquece Gina. – disse Hermione.
– Deixe-o vir. – disse Ron aparecendo na porta. – Vai ser bom re-ver velhos amigos.
– Está bem. – gritou a Sra Weasley. – Mas por favor, parem de me aborrecer!
Logo após o café Gina e Hermione subiram aos saltos as escadas, Gina queria a todo custo que Mione estivesse magnífica quando Krum chegasse. Apesar da insistência da amiga, Hermione não vestiu-se para uma ocasião especial, a força que Rony havia lhe dado no café não lhe animou nem um pouco, e por alguns minutos ficou pensando se ele estava disposto a esquecê-la, assim como ela faria. “Não posso exigir nada dele, já que eu estou caindo fora” pensou ela.
– Hermione! – aparataram Jorge e Fred no quarto onde elas estavam. – Seu namorado chegou, é melhor descer ou mamãe o torturará para conseguir informações sobre a amizade de vocês.
– Tudo bem. – disse ela pouco animada.
– Hermioniie! – disse ele quando a viu descer as escadas. – Que bom revela.
– Andou praticando o inglês? – perguntou Hermione abrindo um sorriso forçado.
– É. – disse ele abraçando-a. – Harry Potter!
– Olá Krum. – disse Harry estendendo-lhe a mão. – Como foi a viagem?
– Muito boa. – respondeu Krum, olhou para Ron. – Rony?
– Ronald. – respondeu ele amargamente.
– Si, si. – disse ele sorrindo. – Lembro-me do autógrafo. A bela irmãzinha.
– Olá Vítor. – disse Gina sorrindo. – Vamos lá fora?
Harry preferia ficar na casa do que ir com eles, mas Ron fazia questão de sufocar Hermione por onde quer que ela fosse. Gina se incomodava com isso, mas nada impediu que Vítor e Mione ficassem sozinhos alguns instantes. Quando Ron os viu caminhar até um canto do quintal correu até sua casa e pegou o primeiro jogo de xadrez bruxo que viu pela frente e correu até os dois.
– É uma pena que seja só um dia. – disse Krum segurando a mão de Hermione. – Queria que durasse para sempre, Hermioniie.
– Vamos jogar? – perguntou Ron que segurava o tabuleiro nas mãos.
– Bem, queria falar um pouco com Hermioniie. – disse Krum.
– Ah você já deve ter ouvido falar que sou ótimo nesse jogo. – disse Ron sorrindo. – Deve ser por isso que está com medo.
– Não estou com medo. – disse Krum. – Mas vim até aqui para ver minha doce Hermioniie, nos dê dez minutos, depois jogo com você.
Ron olhou para Hermione, que evitava olhar para ele, então voltou seu olhar para Krum e balançou a cabeça algumas vezes, então saiu. Sentou-se com Gina, Harry, Fred e Jorge que não deixaram aquela cena ridícula passar em branco, exceto Harry que se mantivera quieto.
Rony não tentava disfarçar seu olhar, os dois ficaram lá muito tempo conversando, os dez minutos se transformaram em horas. Observou quando os dois se levantaram, Krum segurava Hermione nas mãos como se fossem namorados, ele a abraçou e cochichou algo em seu ouvido que a fez rir intensamente. Depois se encararam por alguns segundos, Rony pensou que iam se beijar, e certamente era o que Krum queria, mas Hermione virou o rosto de modo que ele lhe beijou a bochecha e de mãos dadas caminharam até os outros.
– Nosso jogo terá de ficar para outra hora. Mas não se preocupe. – disse Krum sorrindo, olhava para Hermione. – Ficarei feliz em voltar aqui para essa partida.
– Nada de revanches. – disse Ron insatisfeito.
– Tchau para vocês. – disse Krum sorrindo, abraçou Hermione e disse sorrindo, com um olhar apaixonado. – Até logo princesa.
Os dois se soltaram e Krum aparatou. Hermione sentou-se com eles na mesa do quintal, estava feliz, mas ao mesmo tempo triste. Gina sorria o tempo todo para ela.
– Como foi? – perguntou Gina inquieta.
– O que? – retrucou Hermione.
– Estão namorando? – perguntou Fred, os ouvidos de Ron se apuraram nessa hora. – Foi o que pareceu, princesinha.
– Não enche o saco, Fred. – disse Hermione.
– Mas vocês estão namorando? – perguntou Rony sem a intenção de ter dito aquilo.
– Não. – disse Hermione tranqüilamente.
– Os livros de Hogwarts! – gritou Sra Weasley. – Arrumem suas coisas amanha é o grande dia!
– Boa aula, crianças. – disse Jorge e Fred sumindo pela porta.
– Boa noite. – disse Rony sorrindo, parecia estar muito feliz.
Todos subiram para seus quartos, Rony e Harry conversaram e se divertiram naquela noite, o humor de Rony havia melhorado incrivelmente, e logo estariam em Hogwarts. Gina quase matou Hermione com perguntas.
– Ta bom Gina. – disse Hermione irritada. – Ele queria que namorássemos. Mas eu não posso aceitar, ele está muito longe, seria muito ruim para nós dois.
– Mas ele não pareceu triste. – disse Gina.
– Porque ele me fez prometer que namoraria com ele se... – parou de repente.
– Se? – perguntou Gina preocupada.
– Se ele conseguisse transferência para Hogwarts. – respondeu Hermione.
– Nossa, ele faria mesmo isso? – perguntou Gina.
Hermione não respondeu, deitou-se na cama e cobriu-se com um cobertor aconchegante. E logo pegou no sono, não pensou em Krum, em Gina e tão menos em Ron, tudo o que queria no momento era esquecer os problemas e pensa em Hogwarts, apenas isso.

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