No caminho do Dragão

No caminho do Dragão



Willian olhou em volta assustado. Aqueles definitivamente não eram os portões de Hogwarts. Um vento forte passava zunindo pelas grades negras. E, através delas, ele pode ver um castelo completamente arruinando, onde não se avistava ao menos um fantasma.
    _ Maravilha! _ ele deu meia volta e deparou-se com um caminho que mal começava e já era coberto por um mato espesso _ Não tem saída! Hogwarts! _ disse ele com raiva para a medalha, mas nada aconteceu.
    _ Não vai conseguir voltar assim. _ disse uma voz arrastada e fria vinda de trás dele.
    Ele virou-se sobressaltado e deparou-se com mais uma figura encapuzada.
  _ Então, _ ele continuou _ eu estava esperando um dragão e eis que me aparece um ratinho. Veio atrás do seu professor?... Isso é curioso. Me falaram que alunos da sonserina não estão na lista dos prediletos dele... Entre.
    William olhou para as ruínas além do portão enferrujado para onde o bruxo apontava e corajosamente perguntou:
    _ Entrar ali?
    _ Seus olhos não são bem treinados ainda, rapaz, mas podemos ajudá-lo. _ e com um aceno de sua mão o portão abriu-se e não se esfarelou como o garoto esperava _ Olhe bem agora.
    A paisagem mudara completamente depois que o portão foi aberto. As ruínas limentas sumiram e uma velha, porém majestosa, mansão estava no seu lugar. O bruxo então falou:
    _ Bem vindo ao Ninho. Se você pensa como nós, encontrou o lugar certo. Iuríco nunca se engana com os novos adeptos que manda para mim, vejamos se você é digno de ser tornar um drago. 
    Willian entendeu que o bruxo não fazia mínima idéia que ele viera parar ali por mero acidente, então ele não teve outra escolha se não seguí-lo. Agora todo o cuidado era pouco pois, querendo ou não, ele estava entrando em um ninho de dragões.
***
Matthew ficou paralisado por um tempo até que lembrou-se se Allison e correu até ela chamando:
    _ Allison! O Will sumiu!
    _ O quê? _ perguntou ela perplexa parando.
    _ Sumiu! Evaporou! Desaparatou! Não sei!
    _ Calma. Me explica direito.
    _ Deve ter sido aquela medalha. Do nada ele desapareceu!
    Allison tapou a boca e começou a respirar descompassadamente.
    _ A medalha o fez desaparecer?! _ disse ela em um fiapo de voz _ Oh, meu Merlin! Ele deve ter ido para onde levaram o professor Potter! Vamos Matthew! Precisamos encontrar a sua mãe o mais rápido possível!
***
Willian foi conduzido por vários corredores e escadas dentro da casa. Todas as portas por quais passavam pareciam estar trancadas, e todos os móveis e quadros estavam cobertos por panos negros. Apesar de ainda não ser noite, o interior da mansão tinha um aspecto sinistro de escuridão permanente. E o bruxo que o havia encontrado no portão precisava iluminar o caminho com sua varinha.
    _ Como devem lhe ter contado, _ começou o bruxo com uma voz que começava a lhe soar familiar _ ainda não podemos nos manifestar efetivamente. Infelizmente cometemos alguns deslizes esse ano e tivemos que tomar medidas drásticas. Fizemos os aurors pensarem que nosso alvo principal era a escola, e desviamos a tenção deles. Podemos dizer que essa distração tornou as ruas um lugar perigoso... E agora estamos prestes a dar nossa jogada final! Como Iuríco deve ter lhe contado, os dragões já são mais numerosos que os aurors especializados. E os dragões enfim vão ter o poder total. A nossa última peça está em posição e hoje a noite tudo estará pronto... Você teve sorte! Se demorasse mais um pouco em se decidir, talvez não desse tempo e talvez você não acordaria mais amanhã.... Mas como foi um rapaz inteligente, aqui está! _ ele abriu uma grande porta com relevos de dragões _ Esta noite você se tornará um drago!
    Willian tinha ouvido tudo sem pronunciar uma palavra, mas agora sentia o estômago afundar com a vontade de gritar que era tudo um engano. Logo iriam perceber que ele não era quem o bruxo encapuzado achava que ele era. Então não iria adiantar nada continuar fingindo. Porém, se continuasse, poderia ficar mais tempo vivo e pensar m alguma saída... se ele conseguisse pensar.
    O bruxo o mandou entrar. Willian deparou-se com uma grande sala de jantar. Havia uma lareira na extremidade ladeada por grandes portas com vidraças que estavam cobertas com cortinas pretas. Do lado direito havia uma escadaria que levava ao andar superior, e no esquerdo havia uma porta que levava para algum lugar no andar de baixo. No outro havia uma grande mesa de refeições coberta por um pano preto como as cortinas.
    Willian olhou em volta surpreso com o lugar, mas uma outra coisa além da mobília antiga lhe chamou a atenção. Parecia ser um amontoado de vestes a primeira vista, mas ele reconheceu a capa do professor Potter. Ele ainda deveria estar desacordado e fora jogado de qualquer jeito no chão .
    O bruxo entrou logo em seguida e fechou as portas, acendeu a lareira com a varinha.
    _ Aguarde aqui. _ ele indicou uma das cadeiras _ Logo os outros chegarão. 
    Ele retirou o capuz e finalmente Willian pode ver o seu roso. Os cabelos de um loiro platinado e olhos cinzentos.
    Willian sentiu novamente a sensação de familiaridade, mas não conseguiu lembrar de ninguém com quem ele pudesse se parecer.
    _ Iuríco deve ter falado de mim. _ disse o bruxo percebendo a curiosidade disfarçada de Willian _ Sou o primeiro Dragão, Draco Malfoy.
    _ Ma-Malfoy? _ Willian se surpreendeu _ Mas... _ ele se conteve antes que dissesse alguma que pudesse o denunciar.
    Mas o bruxo não estranhou a sua reação e até parecia achar divertido.
    _ Mas eu não estava morto? Bom, como bem pode ver não estou. Mas prefiro que continuem achando que sim. Isso facilita em muito as coisas... Agora espere aqui. Tenho algo importante para fazer. Assim que os outros Dragões chegarem nos reuniremos. _ e ele dirigiu-se para a porta que levava ao andar inferior.
    Willian respirou bem devagar até que o som de passos do bruxo se distanciarem. Tudo ficou em silêncio e então ele olhou novamente para onde o professor estava. Agora ele podia ver que suas mãos e pés estavam fortemente amarradas por cordas, e ele não dava sinais de estar acordado.
    Ele pensou no que os dragos iriam fazer ao professor. Talvez o torturassem longamente por tudo o que ele havia feito no passado, e isso até soava como uma idéia agradável. Mas logo Willian pensou no que fariam com ele próprio se descobrissem o engano. Provavelmente pensaria que ele estaria ali para resgatar o professor e o incluiriam na tortura do professor... Talvez se falasse que realmente estava disposta a entrar para os novos comensais... Mas ele não poderia fazer isso! Não com o pensamento de o que Allison pensaria dele depois de tudo. Nesse caso só havia uma saída: acordar o professor. Ele já tinha se livrado de comensais e do Lord das Trevas no passado, não seria difícil fazer tudo de novo.
    Tentando fazer o mínimo de barulho possível, ele se aproximou de onde haviam largado o professor. Seus óculos estavam caídos bem ao lado de sua cabeça e seu rosto estava muito pálido. Willian sabia do feitiço para reanimar pessoas desacordadas. Matthew lhe ensinara no terceiro ano quando costumava contar aos quatro ventos as vantagens de se ter um pai auror e uma mãe professora de Hogwarts. 
    _ Enervate! _ ele sussurrou. 
Uma luz cintilante desceu como água pelo professor, que não reagiu 
    _ Mas que droga! _ ele praguejou tentando encontrar outra saída.
    Talvez se rompesse as cordas ficaria mais fácil. Mas com o quê?... Ele olhou em volta e viu a lareira.
    _ É isso! Flamis! 
    As cordas pegaram fogo e logo começara a se contorcer e romperam. Willian apagou rapidamente as chamas antes que queimassem seriamente o professor e em seguida queimou as cordas que prendiam os pés também. Então ele tentou mais uma vez o feitiço para reanimar e dessa vez parecia ter quase funcionado. Tentou mais uma vez e o professor abriu os olhos.
    O professor Potter olhou em volta atordoado e assim que viu Willian perguntou soerguendo-se:
    _ Que brincadeira é essa, sr Usher?!
    _ Não é brincadeira. _ Willian respondeu friamente _ Mas se quiser que eu repare as cordas eu faço mas rápido que o tempo que levei para te soltar.
    O professor não mudou de expressão e olhou em volta perguntando:
    _ Que lugar é esse?
    _ O esconderijo dos Novos Comensais.
    O professor o mirou incrédulo por alguns segundos e perguntou:
    _ Como sabe disso?
    _ Sei de muito mais. Talvez mais do que o você ou os aurors. Eles se chamam Dragos e parece que os líderes se denominam Dragões. Líderes por que tem mais que um. E um deles eu acabei de conhecer, muito simpático. Não sei onde fica esse lugar, mas deve ser bem afastado da escola, não conheço a paisagem lá de fora. E eles pretendem fazer algum ataque hoje a noite que vai acabar com as defesas do Ministério. Não mereço a nota máxima em Defesa contra as Artes das Trevas agora?
    _ Você é um deles! _ o professor ainda no chão sacou a varinha de repente e apontou pra o peito de Willian _ Eu sempre soube que tinha algo de ruim em você!
    _ EI! Espera aí! Eu vim parar aqui por puro engano! Tínhamos que ir para a biblioteca, lembra? Vimos que dois dragos haviam te raptado e os seguimos. Estávamos indo avisar alguém e eu sem querer me transportei para cá com isso que um drago deixou cair! _ ele tirou a medalha do bolso e mostrou para o professor.
    _ Como posso ter certeza disso? _ o professor ainda mantinha a varinha em punho.
    _ Eu garanto! _ a voz que já havia assustado Willian antes falou novamente, mas dessa vez em um tom muito mais alto. O professor pôs-se de pé em um salto e sua expressão era uma mistura de surpresa e raiva:
    _ Malfoy?! 
    Willian olhou para a porta de entrada e lá estava o mesmo bruxo que havia trazido com uma sorriso desdenhoso estampado no rosto e um brilho maléfico nos olhos.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.