Castigo e Dragos
Willian, Matthew e Allison foram proibidos de até mesmo comentar sobre o que ocorreu na noite da festa. O Coruja foi suspenso por tempo indeterminado e os seus membros proibidos de usarem a sala do jornal. E como os três foram os únicos que não receberam a proteção, também foram suspensos das aulas fora do castelo, dos passeios á Hogsmeade e, inevitavelmente, dos treinos de quadribol.
_ Será que se eu pedisse para a minha mãe nos vigiar nos treinos eles liberariam o quadribol? _ perguntou Matthew cutucando o seu pedaço de fígado no prato sem vontade de comer.
_ Eu ainda não acredito que tiraram O Curuja de circulação... _ suspirou Allison também sem a mínima vontade de almoçar.
_ Já faz duas semanas, será que não dava para a diretora aliviar um pouco o castigo?
_ Por que ela não nos expulsa de uma vez?! Já tenho experiência suficiente para conseguir alguma coisa n'O Profeta Diário!
_ Só se for de zeladora. _ comentou Willian chegando e sentando-se o lado dela.
_ Sem graça, Will!... O que o monitor queria?
_ Nos comunicar que o castigo está piorando: como não iremos para Hogsmeade amanhã, passaremos o sábado com o professor Potter fazendo nosso deveres da semana toda e mais alguns que ele bondosamente acrescentará. Ah sim, o monitor também perguntou se nós tentamos envenenar algum professor para merecermos isso.
_ É isso que estão pensando de nós... _ disse Allison desanimada _ E nós nem podemos nos defender! Que absurdo acharem que envenenamos algum professor! Nós nunca envenenaríamos o professor Potter!
_ Quem sabe... Depois que passarmos por nossos NIEMs não vamos mais precisar deles.
_ Willian! _ Allison conteve-se para não bater com o seu prato na cabeça dele.
_ Brincadeira, Alli!... Tenho motivos para querer envenenar o professor, mas muitos mais motivos para não querer ir para Azkabam.
_ É bom ter mesmo! _ disse ela ainda furiosa com o comentário e voltando sua atenção inteiramente para o seu almoço.
***
_ Não vai ser tão ruim assim _ Allison tentava animar a marcha até a biblioteca para o dia com o professor _ Vamos adiantar nossa tarefas e teremos o professor a nossa disposição para retirarmos dúvidas. O pessoal da Corvinal consideraria isso um previlégio!
_ Ok. _ disse Willian _ O pessoal da Corvinal. Acontece que nós somos da Sonserina.
_ Eu não entendi muito bem o que ele explicou semana passada, _ ela continuou como se o outro não tivesse falado nada. _ Sobre as mortalhas.
_ Caramba! Você presta atenção nas aulas dele? _ perguntou Matthew surpreso _ Eu achava que você passava a aula inteira babando por ele.
Ela ignorou as risadas de Matthew com uma careta, mas ao mesmo tempo percebeu que Willian não estava rindo junto do amigo.
_ O que foi? _ ela perguntou.
_ Não gosto desse silêncio... Parece que tudo está imóvel, como antes de uma tempestade.
_ Isso é por que todos os alunos de Hogwarts estão em Hogsmeade. _ disse Matthew _ Menos três almas penadas que estão vagando pelos corredores para uma tarde interia de estudos forçados.
Willian olhou em volta sem encarar os amigos:
_ Eu sonhei com aquele acidente de novo.
_ E? _ perguntou Allison, vendo que Willian não pretendia complementar o que disse.
_ Teve uma coisa a mais... Quando a água inundou todo o carro, tudo ficou preto. Então eu passei para o mesmo sonho que eu tive nas férias. Uma mulher entregando alguma coisa para dois bruxos, que vão embora. Até aí, tudo, bem, eu já tinha visto antes. Mas dessa vez, a mulher começou a chorar, e várias outras pessoas entraram na casa quebrando portas e janelas. Ela os enfrentou, e eles falaram alguma coisa que soou como traidora e depois... a mataram.
Os outros permaneceram calados, não encontrando algo que fosse certo falar nesse momento.
_ Eu acho que você deveria procurar a professora Brow, Will. _ disse Allison finalmente.
_ Ela é pirada! _ exclamou Matthew não concordando _ No terceiro ano ela disse que a Lula Gigante iria me devorar!
_ Ela, pelo menos, entende mais de sonhos do que você, sr Weasley!
_ Não comecem, por favor. _ pediu Willian _ Já é muito ter que passar o dia aturando o professor Potter. Agora passar um dia inteiro com o professor e ainda ter que agüentar vocês, com essas discussões que não levam a nada, é tortura demais para um bruxo só.
_ Desculpa, Will. _ pediu Allison sem graça _ Mas eu ainda acho que você deveria parar de ser teimoso e dar mais importância para isso. Um sonho que se repete não deve ser ignorado.
_ Eu sei... _ Willian suspirou e repetiu para si mesmo _ Um sonho que se repete não pode ser ignorado...
***
Harry Potter estava na biblioteca procurando algum livro interessante para na seção de Defesa contra as Artes das Trevas. Talvez alguma coisa nova torna-se a tarde de detenção com os alunos problemas mais produtiva.
Ele achou o livro, mas quando retirá-lo da prateleira ouviu um banque abafado, como se alguém tivesse sido jogado no chão. Procurando não fazer barulho, ele seguiu na direção do som. Pegou sua varinha no bolso quando ouviu passos vindo logo de trás de umas das prateleiras maiores.
Com muita cautela, e com a varinha em punho, ele contornou a prateleira, e deparou-se com o balcão da bibliotecária.
Estranhamente, ela não estava lá. Mas Harry a tinha visto sentada no seu lugar de costume assim que tinha entrado na biblioteca, há pouco tempo atrás. Ele olhou por cima do balcão e para a sua surpresa lá estava a bibliotecária, desmaiada no chão. Sem pensar duas vezes, ele pulou o balcão e, mais que depressa, tentou reanimá-la:
_ Enervate!
Mas nada aconteceu.
De repente um pano preto foi jogado na sua cabeça e alguém prendeu seu pescoço, quase o sufocando. Sua varinha foi arrancada da sua mão e, sem conseguir enxergar quem era agressor, ele tentou se libertar sem ´agia. Sentiu agarrava a abotoadura de uma capa e alguma coisa se desprendeu. Mas antes que ele pudesse fazer qualquer coisa, um feitiço foi pronunciado:
_ Estupefaça!
E tudo ficou escuro.
***
_ Eu nem acredito que iremos passar uma tarde inteira com o Professo Potter! _ Allison ainda suspirava.
_ Eu vou te trancar em um armário se você não parar com isso! Sabia que essa sua paixonite pelo professor já está virando doença psicótica? _ disse Matthew frente a expressão furiosa da garota.
_ Esperem! _ Willian parou os amigos assim que viraram o corredor que dava acesso a biblioteca.
Na outra extremidade, por um fragmento de segundos, eles viram o farfalhar de uma capa negra. Willian esperou até os passos se distanciarem e sussurrou para os amigos.
_ Tinha uma coisa grande flutuando na frente dele e parecia ter mais alguém junto.
_ Tem certeza? _ perguntou Matthew esticando o pescoço como se assim consegui-se enxergar além da parede do corredor _ Foi muito rápido.
_ Vamos confirmar!
Os três seguiram os passos até fora do castelo. E espiando pelo porta eles puderam confirmar o que Willian tinha visto antes. Duas pessoas cobertas por capas negras atravessaram o gramado em direção a floresta proibida. O que parecia ser uma amontoado de roupas seguia-os através de magia.
_ Será que são aurors? _ perguntou Matthew sem tirar os olhos das duas figuras que entrava na floresta.
_ Não são uniforme de aurors que eles estão usando.... Vamos atrás deles!
_ Não, Willian! _ Allison o agarrou pelo braço _ Temos que ir para a biblioteca. Detenção, lembra? Se formos pegos fora do castelo iremos estar mil vezes mais encrencados.
Sem dar ouvidos a ela, Willian saiu pelos gramados seguindo o mesmo caminho que os estranhos.
É melhor irmos juntos. _ Matthew o seguiu e Allison não teve outra alternativa indo logo em seguida.
Na floresta eles seguiram os sujeitos de longe, o que não era difícil. Um deles reclamava bastante da incompetência do outro.
Finalmente os estranhos pararam quando estava bem afastados da borda da floresta. Agora não se preocupava mais em não fazerem barulho. Um deles soltou o fardo de qualquer jeito no chão, e o outro enfureceu-se com isso.
_ Está louco?! Temos que levá-lo ileso!
_ Mas eu pensei que..
_ Você pensa por acaso? Quem está no comando aqui sou eu e não um réles drago!
_ Si-sim, senhor. _ gaguejou o outro.
_ Agora vá logo! Tenho que voltar para a escola antes que os alunos retornem!
_ Sim, senhor. _ o bruxo procurou por alguma coisa na capa e, assustado e com um fiapo de voz, falou para o outro _ Não... não está aqui.
_ O quê?! Como assim não está? Você perdeu? _ a fúria do bruxo que comandava foi tanta que o capuz acabou escorregando e eles puderam ver claramente de quem se tratava.
_ O diretor substituto! O professor de astronomia! _ Allison quase engasgou-se tentando esconder a surpresa e falando baixo.
_ Eu sabia! Avisei! _ o professor continuava esbravejando _ Nunca mande um drago fazer o trabalho de um Dragão! Pegue o meu e volte o mais rápido possível! Eu vou tentar encontrar o seu! _ ele pegou o outro pelas vestes e quase o ergue do chão _ E, pela sua vida, é melhor que eu encontre!
O professor voltou pelo mesmo caminho e os três achataram-se o melhor que puderam atrás da árvore pela qual estava espiando. Quando ele já não era mais visível, eles voltaram a sua atenção para o que tinha ficado. Ele parecia ter paralisado com a ameaça, e aos poucos seus movimentos foram voltando. Sem perder tempo ele um capa de cima do que eles haviam trazido e Allison quase desmaiou com o que viu.
_ O professor Potter?! _ Matthew perguntou com um careta _ Ele não deveria estar nos esperando para a detenção?
_ São... os novos comensais! _ Willian sussurrou.
_ Temos que ajudá-lo! _ Allison estava a ponto de chorar _ Vão matá-lo!
_ Não! _ Willian a segurou antes que ela pudesse se mover com a intenção de espancar o raptor _ Ele tem uma varinha!
_ E daí? Eu também tenho! _ disse ela desesperada.
_ Olhem! O que ele está fazendo? _ Matthew sussurrou e os dois olharam.
Ele guardou rapidamente a varinha dele e a do professor nas vestes negras. Depois segurou o braço imóvel da vítima. Apertando algo na outra mão, sussurrou:
_ Ninho M.
E com um estralo de chicote os dois sumiram.
_ Viram isso?! _ perguntou Matthew surpreso _ Ele aparatou em plena Floresta Proibida!
_ Ele não estava usando a varinha. Aquilo não foi aparatamento. _ Willian saiu de trás da árvore e foi até onde o bruxo esteve _ Ele usou outra coisa.
_ Temo que avisar a diretora! E falar sobre o professor Iuríco! _ Allison quase implorou _ O mais rápido possível! Ou podem matar o professor!
_ Willian, esmo parecendo irritado com o desespero dela pelo professor concordou.
Mas antes de saírem da floresta, Matthew escorregou em alguma coisa e caiu. Xingando ele levantou-se e mostrou para os outros a causa da sua cada:
_O que será isso?
Era uma espécie de medalha com fechos atrás´s como as que usavam nas capas. Era feito de prata e tinha em relevo o desenho de uma dragão. Atrás logo acima do fecho, estava gravado apenas duas letras: DN.
_ Deve ser o que ele perdeu! _ exclamou Allison pegando a medalha _ Será que são as inicias dele? Alguma espécie de crachá?
_ Acho que uma parte disso podemos resolver: Dragões. _ disse Willian pegando a medalha.
_ Como assim? _ perguntou Matthew.
_ O professor não gritou algo como não deixe um drago fazer o trabalho de um Dragão? Os aurors ainda não sabem como se chama essa organização de "novos comensais".
_ E isso pode ser de grande ajuda para os aurors! _ o rosto de Allison iluminou-se _ Vão nos tirar do castigo e poderemos falar sobre isso nO coruja!
_ Calma, Alli1 Acha que vão nos tirar do castigo por ter fugido da detenção, mesmo depois de contarmos o que vimos? _ perguntou Matthew incrédulo.
_ E tem mais uma coisa. _ Willian ainda analisava a medalha _O professor Iuríco deu a sua medalha par ao outro bruxo poder voltar. Isso deve ser usado como uma espécie de senha para poderem se reconhecer, ou algo assim.
_ Pode ser, _disse Allison _ mas temos que leva-la para a diretora o mais depressa possível!
_ Espera, Alli._ Willian continuava analisando a medalha _ O que foi que ele falou antes de sumir? Vocês ouviram?
_ Alguma coisa que terminava em M. Agora vamos!
_ Ninho M! _ disse Matthew _ Eu ouvi bem. Foi isso mesmo que ele disse.
_ Ninho? Willian ainda revirava a medalha na mão.
_ Um ninho de dragão! Um esconderijo com esse nome! _ exclamou Allison deslumbrada com o seu próprio raciocínio. _ Agora vamos! _ Allison ordenou novamente mas dessa vez não esperando os amigos.
Mas eles não se moveram.
_ O que foi ,Will? _ perguntou Matthew.
_ Isso, esse dragão... Parece que eu já o vi antes... Ninho M. Onde será... _ William não pode acabar a frase.
Tudo a sua volta ficou escuro e silencioso de repente. E mais de repente ainda do que começou, a escuridão terminou e ele deparou-se com um enorme muro e um portão de ferro negro.
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